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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
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Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
Akeido#1291
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Havilliard
Havilliard#3423
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Kurt Barlow
Genin
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Nara Regulus

Missão Rank A


  Enquanto trocava palavras com o oficial que lhe apresentava uma nova incumbência, fragmentos de conversas escapavam por entre as frestas de portas mal fechadas. Vozes urgentes se entrelaçavam no ar, falando sobre um grupo terrorista que havia sequestrado pesquisadores em campo. Mesmo sem captar o conteúdo completo, as poucas palavras discerníveis bastaram para acender apreensão em Regulus. Seu pai, recentemente retornado à ativa após anos de afastamento, envolvia-se agora em missões de campo, e isso o preocupava.

Sem pensar duas vezes, Regulus desculpou-se com cortesia do oficial à sua frente e, movido pela inquietude, partiu em direção ao local de onde as vozes emergiam. Em um impulso, abriu uma porta que levava a um ambiente reservado. O oficial, surpreso com o movimento repentino, ainda tentou impedi-lo, mas em vão. Embora as chances de seu pai estar entre os sequestrados fossem pequenas, não podia ignorar o risco. Sua mente insistia em projetar cenários que o deixavam inquieto.

— Por favor, deixe-me assumir esta missão de resgate — As palavras saíram com uma firmeza que ele próprio não esperava. Sua voz ecoou pela sala enquanto se aproximava da mesa do superior, causando surpresa entre os presentes. Dois homens de patente superior, também presentes no Quartel General, lançaram olhares espantados diante da interrupção.

O jounin veterano, responsável pelas operações de Sunagakure, ergueu os olhos por um breve momento, avaliando o jovem diante de si. O nome do rapaz não lhe era estranho, e talvez até sentisse certa simpatia pela determinação de Regulus, mas as ordens que recebia eram claras. Ele folheou alguns documentos, e antes que qualquer outra palavra fosse dita, balançou a cabeça em negativa.

— Negado. — A resposta foi seca e direta. — Infelizmente, sua patente não atende aos requisitos desta missão, dada a sua periculosidade.


Status

HP: 1.075/1.075• CK: 3.825/3.825 • ST: 00/06 • SK 12/50


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Kurt Barlow
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Gestão de Fichas : http://narutorpgakatsuki.net
Summer
Ancião
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突き刺す者

Oh, Death… Become my blade once more!



Seus olhos esverdeados, ora entediados, ora famintos por distração, dançavam preguiçosamente sobre o vasto deserto à sua frente, enquanto sua figura se mantinha no topo do poste, como um predador letárgico em seu poleiro elevado. As madeixas escuras do Senju se agitavam sob os caprichos do vento do deserto, que, vez ou outra, ousavam embaraçar seus cabelos com um toque indomável, quase que compartilhando de sua natureza selvagem. Agachado ali, os joelhos flexionados e os braços repousando sobre as juntas, tinha a postura de quem poderia saltar a qualquer momento, mas escolhia, por ora, observar o mundo com uma indiferença minuciosa. A rotina da aldeia se desdobrava abaixo de seus pés, insignificante e repetitiva, até que algo quebrou a monotonia: a silhueta familiar de Regulus adentrando o posto de atribuição. Um sorriso quase predatório curvou os lábios de Maeda, os olhos antes apáticos se acendendo com um brilho de interesse renovado. Como uma ave de rapina que, enfim, avista a presa, sua atenção cravou-se no Nara, e, num instante, transformou-se de observador em caçador. O tédio dissipou-se como poeira ao vento, e o Empalador deixou que o instinto assumisse o comando, encarando aquela interação como um exercício, um jogo pessoal, em que ele seria o predador que desceria das alturas para pôr à prova a resistência do garoto. Aparentemente, o menos graduado demonstrava interesse por uma missão em particular, algo que não escaparia da atenção do Senju, que captara as palavras sussurradas com sua audição super desenvolvida, como se até mesmo o vento lhe contasse segredos. A menção ao perigo, ao risco que excedia a competência atribuída ao jovem Nara, despertou nele um interesse quase perverso. Sem qualquer hesitação, seu corpo impulsionou-se com leveza, e num instante, como um espectro movendo-se entre o éter, ele se viu dentro do cômodo, a presença imponente dominando o ambiente ao lado do jōnin veterano e de Regulus. Seu semblante carregava uma mistura de decisão e desinteresse, como se a perspectiva de participar da missão fosse apenas mais um jogo para ele. Com o torso esculpido como uma estátua de um deus marcial, ergueu-se em toda sua estatura, uma força bruta condensada em um só homem, enquanto deixava que a energia de sua chegada se espalhasse pelo ambiente.

— Maeda-sama… — a voz trêmula do jōnin veterano que o percebeu foi nada mais que um sussurro, quase afogada pela presença esmagadora do ancião que agora o encarava. — Está tudo bem — respondeu Tensai, sua voz ressoando como um trovão abafado, firme, mas paradoxalmente carregada de desdém. A chegada intempestiva deixara os demais participantes momentaneamente paralisados, um misto de surpresa e reverência estampando seus semblantes. No entanto, o Senju logo tratou de dissipar a tensão que se instaurara ao seu redor, movendo-se com a naturalidade de quem sempre esteve acima das formalidades. — Já falei que não quero vocês me tratando como um daqueles velhos senis — declarou, sua voz carregando um timbre que mesclava desprezo e autoridade, como se o simples ato de pronunciar tais palavras fosse um lembrete da distância entre ele e a hierarquia comum. — Sou um de vocês, então ajam normalmente. — Sem cerimônia, estendeu a mão e arrancou o pergaminho da missão da posse do jōnin veterano, como quem toma para si o destino de uma batalha. Seus olhos esverdeados, profundos e vorazes, fixaram-se em Regulus, e num gesto que parecia tão casual quanto imperioso, lançou o rolo na direção do jovem Nara, como um guerreiro desafiando seu aprendiz a caminhar ao seu lado no campo de guerra. — Eu vou me responsabilizar por esta — continuou, o tom de voz carregado de um poder silencioso que não admitia contestações — e vou levar o moleque comigo. — A frase final foi pronunciada com um sorriso que tangenciava o limite entre o camaradagem e o desafio, o olhar de Maeda transbordando a confiança absoluta de alguém que sempre soube estar no controle. — Vamos ver do que os novos grãos de areia são feitos. — A declaração pairaria no ar como uma sentença. Com um leve aceno de cabeça, indicou a Regulus que assumisse a dianteira, seus olhos mantendo um brilho que sugeria tanto impaciência quanto interesse. Nenhum dos presentes ousaria questionar a decisão do Ancião, pois sabiam que a palavra da Asa Direita era lei, uma força que, como o vento do deserto, varria qualquer hesitação ou dúvida do caminho.



Status
HP: 2900/2900 • CK: 32150/32150 • ST: 01/10 • CN: 600/600 • KRM: 6000/6000 • BKG: 500/500

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Curse you Bayle! I hereby vow! You will rue this day!
Behold, a true drake warrior! And I, Igon! Your fear made flesh!

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Formando
Tenha sua ficha de personagem aprovada.
Um Pequeno Arsenal
Compre/treine três jutsus.
Primeiros Passos de um Ninja
Conclua sua primeira missão.
Meu Primeiro Ajudante
Obtenha sua primeira invocação.
Falando em Ninjutsu...
Tenha 10 jutsus & complete cinco missões de profissão.
Falando em Nintaijutsu...
Tenha um jutsu classificado como "nintaijutsu" de rank B ou superior.
Um Poder só Meu
Adquira sua primeira Habilidade Secundária.
Superando Minhas Fraquezas
Supere um defeito inato.
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Adquira uma qualidade de perícia (elemental, armamentista, etc.).
Domínio Elemental
Compre/treine um jutsu classificado como "elemental" de rank B ou superior.
Mestre Elemental
Torne-se um mestre elemental.
Falando em Taijutsu...
Tenha cinco jutsus classificados como "taijutsu" de rank B ou superior.
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Tenha um jutsu classificado como "bukijutsu" de rank B ou superior.
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Tenha um jutsu classificado como "fūinjutsu" de rank B ou superior.
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Conclua uma mini-trama.
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Receba um transplante ou realize-o em seu próprio personagem.
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Nara Regulus

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A atmosfera na sala pareceu subitamente se transformar, como se a própria gravidade fosse alterada, aumentando o peso de cada respiração, assim que uma figura já familiar ao jovem Nara adentrou o recinto. A mera presença daquele homem foi suficiente para desestabilizar os semblantes outrora firmes dos oficiais, que agora pareciam incertos de suas próprias posições. Regulus, embora já tivesse tido algumas interações com ele, não pôde evitar sentir o impacto de sua aura imponente.

Maeda, com um gesto simples e uma palavra firme, mas calma, apaziguou os jounins ao redor. Sua autoridade, mesmo exercida de maneira quase despretensiosa, era inquestionável, e os demais rapidamente retomaram suas funções, mais serenos. Sem demora, ele tomou a iniciativa, pegando o pergaminho das mãos do oficial encarregado e, sem hesitar, lançou-o ao jovem Nara. O reflexo de Regulus foi rápido o suficiente para agarrá-lo no ar, e a voz de Maeda ecoou pela sala, anunciando que ele próprio tomaria a missão e que levaria o garoto consigo.

O gesto foi claro, e o jovem Nara compreendeu de imediato. Com um aceno de cabeça, aceitou a nova situação. Desenrolou o pergaminho em mãos, buscando os detalhes da missão com olhos atentos. O destino descrito era uma antiga ruína de formato piramidal, conhecida por sua fama nas imediações da vila. Os detalhes iam se desdobrando diante de seus olhos enquanto ele, quase por hábito, mastigava algumas sementes de girassol. Seu intelecto ágil absorveu rapidamente as informações, e o pergaminho foi guardado.

Com o olhar agora mais determinado, Regulus se preparou para partir, voltando-se na direção do local indicado, já à espera de seu superior. - Obrigado, Maeda-sama. - Agradeceria sem olhar diretamente para o homem.


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HP: 1.075/1.075• CK: 3.825/3.825 • ST: 00/06 • SK 12/50


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O agradecimento que escapou dos lábios de Regulus pareceu apenas um detalhe insignificante para Maeda, um gesto prematuro que, aos olhos do Senju, beirava a ingenuidade. Para ele, não havia espaço para tais cortesanias quando o verdadeiro preço ainda não havia sido cobrado. Na verdade, via aquele ato como um erro de cálculo, um esquecimento de que o que viria a seguir seria um teste árduo e implacável — um ensaio sobre a mortalidade onde a linha entre a vida e a morte seria tão tênue quanto o fio de uma lâmina. Cada desafio imposto teria o peso de uma sentença, e ele sabia que o Nara só poderia, verdadeiramente, compreender a natureza de seu apoio ao final daquela provação, quando seus limites fossem empurrados até o abismo. Seguindo o jovem shinobi, seus passos se acomodavam de maneira preguiçosa, mas seu olhar traçava o ambiente com uma atenção afiada, como o predador que avalia seu terreno de caça. Ele avançava como uma sombra que não se podia afastar, porém, também não interferiria até que a maré exigisse. Ferimentos graves, ossos partidos ou sangue derramado não o moveriam; sua presença ali era como a mão invisível do destino, interferindo apenas quando a verdadeira fatalidade ameaçasse reivindicar o Nara.

— Talvez seja cedo demais para me agradecer — murmurou, um toque de despreocupação adornando suas palavras, como se estivesse comentando sobre o tempo. — De toda forma, ainda não faço a menor ideia do que se trata essa missão. Você que parecia tão ansioso por ela, por que não me conta os detalhes? — Enquanto falava, continuou seguindo pelo mesmo caminho que Regulus, seus olhos semicerrados fixando-se no horizonte, mas a atenção dividida entre o ambiente e o companheiro. Seu tom, apesar de descontraído, carregava uma autoridade implícita, o tipo de comando que não precisava ser declarado para ser compreendido. O Senju esperava ansioso para ver até onde o Nara estava disposto a ir.



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Nara Regulus

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Regulus escutou com atenção o questionamento de Maeda sobre o teor daquela incumbência e o motivo que o levara a demonstrar tanto interesse. Antes de proferir qualquer palavra, seu olhar, hesitante, desviou-se momentaneamente para o chão, como se buscasse cavoucar as palavras adequadas para responder.

— Um grupo de pesquisadores foi raptado nas imediações da vila — disse, sua voz ponderada. — Um grupo terrorista, para ser mais específico. As ruínas da antiga pirâmide, na direção leste.

Ele fez uma breve pausa, que poderia ser confundida com a necessidade de se concentrar no caminhar, mas em sua mente, as palavras pesavam mais do que deveria permitir.

— E preocupação — completou, respondendo à indagação do motivo que o levara a ansiar por aquela missão. Não era mentira, de fato a inquietude por seu pai estava presente em cada decisão que tomava, uma preocupação real. No entanto, não desejava transparecer sua aflição mais egoísta, sobretudo diante daquela figura. Uma leve sombra de vergonha o tomou, por não querer admitir a mesquinhez que se escondia por trás da verdadeira razão de sua inquietação.

— Vou aumentar o ritmo. — Aquelas palavras escaparam de seus lábios de forma mais instintiva que racional, sem que houvesse real necessidade de verbalizá-las.

Quando finalmente chegaram ao local, o monumento erguido pelo engenho humano se ergueu diante deles como uma sentinela do tempo, resistindo ao avanço das eras. A estrutura, embora abandonada há séculos, mantinha-se robusta, como se recusasse a ser apagada da memória. A base da pirâmide era precedida por colunas, esculpidas com hieróglifos antigos, símbolos cuja leitura era reservada apenas aos mais eruditos e conhecedores daquelas antigas escrituras.

Não foi preciso muito esforço para que ambos vissem sinais claros da missão que os aguardava. Espalhados pela entrada da pirâmide, objetos estavam lançados ao acaso, evidências de que algo ou alguém havia sido forçado para dentro daquela ruína.  


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Era algo quase costumeiro observar a hesitação que tingia os gestos de Regulus, uma indecisão que para muitos poderia ser confundida com medo ou incerteza. Mas o ancião, com seu olhar perspicaz, enxergava mais além. Havia, na verdade, uma camada de prudência velada em cada movimento do jovem Nara, como se cada passo fosse meticulosamente pensado, cada decisão pesando na balança da razão. Esse traço o tornava curioso aos olhos do Senju, que em sua jornada já havia testemunhado inúmeros shinobi se afogarem em sua própria arrogância ou temeridade. Talvez por isso, sentisse certa empatia pela abordagem cuidadosa do rapaz. A explicação se desenrolou e, com ela, a tarefa que se apresentava. Para a Asa Direita, missões como aquela não carregavam mais o mesmo peso de outrora; já havia se deparado com desafios bem maiores, e a simplicidade aparente da situação não lhe despertava qualquer sinal de alarme. No entanto, ele sabia que a essência daquela missão não era apenas cumprir o objetivo estabelecido, mas observar, moldar e testar o jovem Nara. Cada passo, cada decisão tomada por Regulus, seria como um fragmento de um mosaico que o Senju estava determinado a decifrar. Por mais que sua experiência lhe permitisse vislumbrar o que estava por vir, sabia que o verdadeiro teste seria para o chūnin. Sua própria presença serviria tanto como escudo quanto como espada, pronto para intervir caso o cenário ameaçasse tomar um rumo fatal, fosse para o aspirante a braço direito ou para aqueles que esperavam pelo resgate. Afinal, em sua mente, os limites eram apenas sugestões, e os caminhos do destino poderiam ser alterados pela vontade e pela força dos que ousassem dominá-los.

[CAPÍTULO] Missão Rank A Img_3210

Não demorou para que a paisagem dourada do deserto, com seus contornos sempre em mutação, revelasse o que parecia ser um miragem distante: um pico inicialmente indefinido que logo se solidificou em uma forma inequívoca, uma pirâmide, erguendo-se como um desafio esculpido pelo tempo. Exatamente como o garoto mencionou, ponderou em silêncio, reprimindo o ímpeto de deixar um sorriso de satisfação escapar. O vento que brincava com suas madeixas selvagens tentava ocultar a expressão momentânea de reconhecimento que brotava em seu semblante, porém não podia desfocar o olhar afiado que ele mantinha sobre a estrutura à frente. As marcas gravadas nas paredes da pirâmide, em uma linguagem antiga e indecifrável, eram enigmáticas até mesmo para alguém com o vasto conhecimento do Senju. Cada símbolo parecia ter um peso, um segredo enterrado sob camadas de história esquecida. — Reconhece alguma coisa? — questionou em um tom que parecia surgir do vazio, como se dialogasse com a própria sombra. Não havia necessidade de disfarçar que a pergunta era direcionada à presença ancestral que dividia seu corpo. A resposta de Kurama, no entanto, não trouxe a clareza que esperava. — Nada que eu já tenha visto. — a voz rouca e profunda reverberou em seu subconsciente, quase como um eco do próprio deserto. — Me avise se algo mudar. — retrucou Maeda, sua voz carregando uma autoridade silenciosa que poderia facilmente confundir o jovem Nara ao seu lado. Voltando à realidade tangível, deixou escapar um — Então. — mais direcionado ao ambiente físico ao seu redor e ao chūnin que o acompanhava. — O que os seus olhos conseguem captar à primeira vista? — questionou, seus orbes esmeraldinos dançando ao redor com  agilidade. Ele já havia notado os indícios sutis de invasão, sinais gravados na areia e nas sombras das dunas que revelavam uma intrusão forçosa. Mas queria testar o olhar do rapaz, ver se sua percepção alcançava o mesmo nível de perspicácia ou se Regulus ainda precisava aprender a ler o mundo com a profundidade que a vida de um shinobi exigia.



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Nara Regulus

Missão Rank A


O olhar perscrutador do Senju não era difícil de interpretar. Não se tratava apenas de uma pergunta comum, mas de um teste disfarçado, ainda que sutil. Regulus, era perspicaz o suficiente, percebeu rapidamente. Não era necessário ser explícito para compreender que aquele homem, com sua vasta experiência, já havia decifrado cada detalhe do ambiente ao redor e necessitava entender as qualidades de quem estava ao seu lado.

Os seus olhos, atentos a cada detalhe, perscrutavam o ambiente com cautela.  A areia, que normalmente repousaria de maneira imutável, mostrava sinais sutis de perturbação, como se algo ou alguém tivesse sido arrastado para o interior daquela estrutura. Os rastros não eram naturais, pareciam dispersar pegadas, enquanto as colunas que ladeavam a entrada exibiam marcas — arranhões profundos que sugeriam uma luta ou, talvez, o movimento apressado dos sequestradores.

O que mais capturou seu olhar foi uma corrente quebrada, pendurada numa das colunas de pedra, abandonada como se sua necessidade tivesse se esgotado às pressas.

— Mesmo diante de uma estrutura tão antiga, há sinais demasiadamente irregulares — iniciou, com sua voz baixa. — Esses riscos nas colunas... Não me parecem obra do tempo. Os pesquisadores seriam cuidadosos o bastante para preservar esculturas como essas. Esses arranhões parecem causados por algo afiado, não por erosão.

Ele se abaixou, observando de perto a areia. Passou os dedos pela superfície, como se tentasse captar o movimento oculto nas partículas.

— A areia foi arrastada, claramente, mas há ondulações anômalas. Alguém tentou apagar pegadas aqui. — Seu olhar recaiu sobre a corrente metálica, destoante no cenário de ruína antiga. — E esta corrente... Não pertence a esta época, está fora de lugar.

Seus olhos então buscaram, de forma discreta, a reação de Maeda, esperando, mesmo que inconscientemente, por alguma forma de aprovação. Apesar de saber que o homem já teria percebido grande parte daquilo, ainda assim desejava confirmar suas deduções.

— Não há dúvida de que entraram — concluiu, levantando-se e ajeitando sua postura. — E, se se deram ao trabalho de esconder seus rastros, ainda que de forma apressada, isso sugere fortemente que devemos esperar armadilhas ao longo do caminho. 


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Era um deleite sutil ouvir as observações do chūnin ao seu lado, quase como o som de uma melodia que começa a ganhar forma e intensidade. Cada palavra de Regulus era um testemunho silencioso do seu crescimento, quase um reflexo do próprio empenho de Maeda em ser mais do que apenas um mentor, mas uma raiz que nutria as futuras gerações. Sentia um calor satisfeito brotar em seu peito, uma fagulha de orgulho que não se importaria em deixar transparecer, mesmo que por um instante. As afirmações do jovem Nara, precisas e carregadas de uma sagacidade surpreendente para alguém de sua idade, faziam o ancião querer sorrir. Não havia necessidade de interrompê-lo, de acrescentar mais camadas de complexidade à análise; era um momento em que o silêncio atuava como o maior dos elogios, deixando que o chūnin absorvesse o próprio eco de suas palavras, como se a experiência estivesse sendo tecida pela linha invisível do tempo que os cercava. Ainda que aquelas observações instigassem perguntas que borbulhavam em sua mente, o Prodígio escolheu contê-las, preferindo que o menos experiente fosse moldado pelo calor da batalha iminente. Havia beleza em deixar que o fogo da ação o forjasse, e ele, por um breve momento, sentiu-se um ferreiro, contemplando a lâmina que estava sendo lentamente temperada diante de seus olhos.

— Bom — suspirou, um som que se misturava com o vento quente do deserto, carregando consigo uma paciência predatória. — É bem provável que existam armadilhas por toda parte. Na verdade, é quase certo que tudo o que você notou até agora seja parte do cenário meticulosamente forjado por nossos inimigos. — Suas palavras pairavam no ar, como um presságio que aguardava para se concretizar. Ainda que a conclusão fosse óbvia para si, o Senju apreciava a dança da incerteza, aquele breve momento em que a mente se afunda em dúvidas, tateando o desconhecido. Dentro de sua mente, a resposta já pulsava como uma nota constante em uma melodia: tinham que ir de encontro às armadilhas, enfrentá-las e subjugá-las, não evitá-las. Afinal, era através do confronto que se revelavam as fraquezas ocultas, e Maeda sabia que possuía mais de uma dúzia de formas para identificar inimigos escondidos no ventre daquela estrutura, fosse por técnicas sensoriais que se estendiam além do alcance humano ou por artifícios físicos como sua audição, capaz de capturar até o suspiro à distância. Mas decidiu, quase por capricho, não recorrer a nenhum desses dons. Havia algo muito mais prazeroso em deixar as decisões à mercê do mais jovem.

— Então — repetiu, sua postura desfez-se em um relaxamento, os músculos antes tensos agora fluidos como se o próprio corpo fosse uma extensão do ambiente ao redor. A destra repousou-se na cintura, um gesto que denotava uma confiança despretensiosa, enquanto sua cabeça se inclinava para o lado, os olhos verdes fixos em Regulus, como se pesassem o valor do próximo movimento. — Quer que eu entre primeiro? — O tom era uma mistura de provocação e curiosidade genuína, um desafio implícito, como se dissesse: Do que você é feito, garoto-sombra?



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Nara Regulus

Missão Rank A


O silêncio que pairou após suas palavras, seguido de uma breve concordância por parte de Maeda, trouxe um certo alívio a Regulus. Embora a urgência da missão e a preocupação com seu pai pairassem como um peso sobre seus ombros, havia algo revigorante em cumprir um objetivo acompanhado por alguém tão experiente quanto a Asa Direita do Kazekage. Cumprir missões com alguém de tal calibre fazia cada movimento parecer mais calculado e cada decisão mais significativa.

Ele, por alguns instantes, mergulhou em pensamentos introspectivos, avaliando como deveriam proceder dali em diante. A mente do Nara era sempre um turbilhão de estratégias e precauções. Entretanto, foi o comentário ácido de Maeda, questionando se ele deveria ir primeiro, que trouxe-o de volta ao presente. O jovem deslizou a mão pela boca, ponderando, antes de responder.

— Você possui alguma habilidade capaz de localizar o inimigo, Maeda-sama? — questionou. — Em um ambiente fechado e possivelmente escuro, isso seria extremamente útil.

Enquanto falava, agachou-se novamente, dessa vez com uma concentração visível. Sua mão tocou o solo arenoso e, com um foco singular, começou a canalizar uma quantidade considerável de chakra na areia sob sua palma.

— Além disso — continuou, seus olhos agora fixos no solo — eu possuo um jutsu de invisibilidade. Não sei se os sequestradores têm alguma habilidade que envolva localização, mas uma camada extra de precaução sempre é válida. Se não tiverem, provavelmente estarão utilizando tochas ou algum tipo de iluminação rudimentar, o que nos daria uma vantagem considerável. — Seus dedos afundaram levemente na areia, sentindo a energia fluir através do chão. — Se você puder nos guiar, acredito que isso aumentaria nossas chances.

A areia sob sua mão começou a ganhar uma tonalidade diferente, um brilho sutil que revelava a infusão de chakra. A textura dos pequenos grãos mudou, tornando-se quase imperceptível ao toque comum. Regulus manteve o foco, esperando a resposta de Maeda. Se o Senju concordasse e revelasse suas habilidades, o chakra infundido na areia fluiria pelo chão, até os corpos dos dois ninjas.

Em seu próprio corpo, a camuflagem seria quase instantânea, subindo rapidamente pela sua própria palma e se espalhando por seu corpo. Quanto a Maeda, o manto invisível o cobriria a partir dos pés, subindo lentamente até fazê-lo desaparecer por completo, tornando-o invisível aos olhos comuns, como se ambos houvessem se fundido ao nada.


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— Ele acha que você… — a voz da Besta ressoou em sua mente, mas não chegou a concluir o pensamento. Maeda interrompeu a criatura com um gesto deliberado e firme, projetando-se em seu próprio subconsciente com a mão erguida em um pedido silencioso de cessar. Era um gesto de autoridade silenciosa, uma mensagem clara de hospedeiro para a fera: Deixe isso comigo. De volta ao mundo exterior, o Senju manteve-se impassível diante do questionamento do mais jovem. Seus ombros ergueram-se suavemente, em um gesto quase displicente, enquanto os olhos se fecharam por um breve momento, e os lábios se contraíram em um bico sutil, como quem responde com um desdém afetuoso, vai saber. A postura era descontraída, quase provocativa, mas escondia o interesse genuíno que crescia em seu peito pela linha de raciocínio de Regulus. Maeda queria ver até onde o jovem Nara levaria aquele pensamento, como um espectador que, ao mesmo tempo, detém o controle e a paciência de quem já conheceu todas as respostas e ainda assim se permite ser surpreendido pelo desconhecido. — Então fechou. — A confirmação soou como um decreto, carregando a firmeza de alguém que já percorrera os caminhos da incerteza inúmeras vezes. Ele observou atentamente a conclusão do chūnin, o momento em que o Nara se decidira, e sentiu a energia da técnica do outro moldar-se em seu entorno,  grãos de areia que se erguiam e dançavam ao seu comando, construindo uma capa invisível que os envolveria. Testificou silenciosamente a utilidade daquele artifício, aprovando-o com a mesma serenidade de quem reconhece a ferramenta certa para a ocasião.

Sem o uso de selos de mão, em um ato que parecia natural como respirar, expandiu sua habilidade sensorial de chakra (Kanchi no Jutsu | 2200 metros), e a percepção do ambiente se ampliou como um manto que se estendia em todas as direções. Cada assinatura de chakra dentro da pirâmide tornou-se nítida para ele, como estrelas que despontam no firmamento noturno. — Consigo sentir treze assinaturas de chakra dentro da pirâmide — comunicou, seu tom carregando um misto de análise e comando, enquanto o corpo se movia com uma cadência medida em direção ao interior do construto. — Se formos considerar que para cada dois reféns existe um sequestrador, temos em torno de cinco ou seis inimigos. Concorda? — Maeda pausou, seus passos cessando por um instante, o olhar esmeraldino penetrante repousando sobre uma tocha cuja chama bailava. — De todo modo, vamos entrar com um plano traçado. Entretanto, hoje, vai ficar ao seu encargo a estratégia. — A responsabilidade foi delegada não de forma descuidada, mas com uma expectativa silenciosa, como um mestre que confiava na capacidade do aprendiz e desejava vê-lo florescer. Daria a Regulus as ferramentas que pedisse, os recursos necessários para a missão, mas caberia ao Nara a coragem de estender a mão e reivindicá-los.



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Nara Regulus

Missão Rank A


A reação inesperada de Maeda, demonstrando um leve gesto desdenhoso, desestabilizou momentaneamente a linha de pensamento de Regulus. Ele, que havia construído uma imagem quase intocável de seu superior, não esperava tal reação, tão mundana e humana. Seus olhos piscaram rapidamente, como se tentassem ajustar o foco de sua percepção. Um simples pensamento cruzou sua mente: É, ele também é humano. Rapidamente, seu semblante voltou ao normal, e prosseguiu, adaptando-se à situação.

Ainda assim, o Senju concordou com as suas observações, o que trouxe um certo alívio para o jovem. O homem, em um ato que parecia quase casual, informou a presença de treze indivíduos, onde ponderou em um raciocínio rápido uma quantidade especifica de criminosos. Regulus, ao ouvir essa informação, assentiu com um simples som de aprovação — Aham —, concordando com a análise.

Maeda então fez uma solicitação direta, pedindo que o jovem Nara elaborasse uma estratégia. Percebendo, naquele momento, que talvez aquele pedido fosse mais do que uma simples incumbência. Talvez, de certa forma, o treinamento que haviam feito anteriormente ainda não tivesse chegado ao fim.

— Não tenho dúvidas de que suas habilidades físicas bastem para contornar os sequestradores em um instante — iniciou Regulus, a voz carregada de um pragmatismo típico, enquanto seus pensamentos teciam considerações além do que verbalizava. Ainda que duvide que tal cenário desperte seu interesse, concluiu intimamente, sem exteriorizar essa parte do raciocínio. — Contudo, acredito que há uma estratégia mais adequada, que minimize a possibilidade de revelia aos reféns.

Sua mente era meticulosa, e os detalhes do ambiente vinham à tona, sendo analisados com precisão. — Ao contrário de um espaço aberto, as pirâmides oferecem um campo de ação diferente. As ondulações das sombras, vindas das tochas, podem ser um artifício que favoreça o disfarce da origem de minhas habilidades. Por se tratar de uma técnica silenciosa, também torna-se mais difícil de ser percebida — continuou ele, ponderando cada palavra.

Regulus tocou o queixo, em um gesto típico de quem sonda as próprias ideias em busca de falhas. — Infelizmente, não consigo manter a invisibilidade enquanto ajo ofensivamente, nem ao menos em você. Portanto, creio que o ideal seria eu me posicionar estrategicamente, buscando um ponto cego onde pudesse aprisionar o máximo de inimigos com minha sombra.

Ele respirou fundo, antecipando os desafios que viriam. — Não tenho certeza se conseguiria mantê-los presos por muito tempo, mas acredito que seria o suficiente para você acabar com eles.

- Podemos? - Encerrava seus raciocínios indicando a iniciativa, deixando claro qual o plano que almejava seguir.  


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A mente não pôde deixar de apreciar a perspicácia que Regulus demonstrou em sua estratégia. Havia um raro e genuíno contentamento no modo como o chūnin equilibrava suas forças e fraquezas, um reconhecimento que o Senju dificilmente concedia a alguém. — Uhum — foi a única resposta que deixou escapar, um assentimento simples, mas carregado de aprovação, como o aceno silencioso de um mestre que reconhece o potencial de um aprendiz. Sem mais palavras, seus passos foram retomados, quase inaudíveis como se o próprio ar hesitasse em denunciar sua presença. A movimentação de Maeda era felina, uma fluidez quase indolente, como se o próprio conceito de urgência lhe fosse alheio. Cada passo parecia ser executado sem qualquer resquício de esforço, e a ideia de perigo não fazia mais do que aguçar o brilho travesso em seu olhar, como se o mundo ao redor fosse um mero palco para seu prazer. E então, um detalhe capturou sua atenção. Não foi um som audível, não foi uma mudança abrupta. Era uma modificação sutil na pressão do ar, um fôlego interrompido pelo próprio ambiente. Seus olhos, como esmeraldas insondáveis, percorreram o chão e encontraram o que buscavam: uma série de fios tão finos que mais pareciam teias de aranha, reluzindo em prata sob a escassa luz das tochas. Um sorriso enviesado aflorou nos lábios do Senju.

Quem é que ainda usa armadilhas tão banais? sussurrou para si mesmo, com a voz impregnada de um sarcasmo mal contido. Havia uma certa ironia em se deparar com algo tão rudimentar, como se estivesse sendo subestimado por um oponente que não fazia jus ao seu tempo. Agachou-se com a mesma preguiça deliberada que precede o ato de um predador saciado, e seus dedos se moveram até sua bolsa de ferramentas, de onde retirou uma pequena agulha de aço. Não era por necessidade que ele usava um instrumento tão minúsculo, mas sim por capricho. Os fios que se entrelaçavam no chão, conectando-se aos mecanismos ocultos nas paredes, eram tão frágeis quanto a ilusão de segurança que seus adversários haviam depositado ali. O ancião girou a agulha entre os dedos por um momento, apreciando o jogo de luz que dançava em sua superfície, antes de se inclinar sobre os arames. Com a ponta da agulha, ele cutucou levemente um dos fios, apenas para sentir a vibração percorrer a rede. A reação foi imediata e silenciosa, como o suspiro contido de um amante prestes a ser descoberto. Sua mente processou cada movimento com uma eficiência quase blasé, e então, com a precisão de um cirurgião habituado a operar sob o risco de vida, cortou os dois pontos exatos que anulariam o mecanismo sem causar o disparo.

O silêncio que se seguiu foi quase um tributo à sua destreza, e Maeda levantou-se, deixando escapar um suspiro que transparecia uma mistura de tédio e satisfação. E, como se tivesse acabado de executar um passo de dança e não o desarme de uma ameaça mortal, ele se endireitou. — Vamos continuar — e com isso, voltou a caminhar. A direção era sabidamente a do local onde as treze assinaturas de chakra se reuniam, onde certamente precisariam colocar em prática o plano do chūnin.



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Nara Regulus

Missão Rank A


O desafio ao lado daquele homem era praticamente inexistente, e não era difícil traçar um raciocínio que justificasse tal facilidade. Maeda, um ninja experiente, exímio em suas habilidades, e inegavelmente um prodígio no mundo shinobi. Para Regulus, tal presença representava mais que um simples alívio no contexto da missão. Já que os olhos calejadas daquele homem, enxergaram nele algum talento. No entanto, ele sabia que não poderia se perder em pensamentos levianos, por mais gratificante que fosse essa sensação de aprovação. O foco precisava ser mantido. Afinal, por mais que a missão estivesse em boas mãos, a incerteza sobre a segurança de seu pai persistia. Não podia se dar ao luxo de relaxar.

Com sua mente novamente voltado para o ambiente que os cercava, conforme avançava, notou pequenas câmaras abertas ao lado do corredor principal. Algumas ainda abrigavam relíquias esquecidas — vasos de cerâmica quebrados, restos de tecidos antigos que se desfaziam ao menor toque, e ferramentas rústicas. O pó e a areia cobriam o chão, exceto por um caminho claro e recente, evidência de que os sequestradores haviam passado por ali. O teto, alto e arqueado em certas áreas, dava a impressão de estar em uma caverna natural, mas com uma organização meticulosa. O Nara esperava que lugar fosse mais claustrofóbico, mas parecia haver espaço o suficiente para seres mais altos passarem por lá. Era uma cripta, sem dúvida, uma tumba escavada nas profundezas da terra e deixada no amago da loucura humana para uma finalidade que ultrapassava a barreira carnal, tocando uma fonte abissal de irracionalidade.

Ainda que não possuísse a habilidade de sentir presenças através das paredes, Regulus sabia que o objetivo estava próximo. A dupla sabia. Os sons que chegavam até ele já entregavam sinais claros: passos apressados ressoavam pela estrutura, vozes estressadas e o crepitar das tochas ecoava nas paredes da pirâmide, trazendo consigo a sensação de urgência.

Sentindo a tensão crescer, o garoto aprimorou seus movimentos, tornando-os leves e quase imperceptíveis, sua respiração controlada e fluída, enquanto deslizava silenciosamente pelo caminho estreito.

Ao adentrar o ambiente, rapidamente captou a cena que se desenrolava diante de seus olhos. Sete pessoas, amordaçadas e vendadas, estavam reunidas em um canto da pequena sala. Quatro sequestradores se espalhavam pelo local, demonstrando descuido tanto em suas posturas quanto em suas mentes, alheios ao perigo iminente. Mais ao fundo, um homem, nitidamente nervoso, vociferava ameaças a um dos pesquisadores, que tremia enquanto tentava decifrar os hieróglifos de um portão trancado.

Os olhos de Regulus percorreram os rostos dos reféns, ansiosos, buscando o que temia e, ao mesmo tempo, almejava. Não encontrou seu pai entre eles. Um misto de alívio e vergonha tomou conta de seu peito. Alívio por seu pai estar a salvo, mas vergonha por seu egoísmo, por ter deixado o medo pessoal ofuscar o dever. Contudo, não podia se deixar consumir por esses pensamentos. A situação exigia foco.

Seu olhar afiado observou os movimentos e distrações dos sequestradores dispersos na sala. Com rapidez, aproveitou uma brecha. Com um movimento decidido, desfez a invisibilidade tanto dele quanto de Maeda. Sem hesitar, fez um selo de mão e liberou o poder de sua sombra, que se ramificou em cinco direções, estendendo-se com precisão e capturando as sombras dos criminosos, imobilizando-os antes que pudessem reagir (Kage Mane no Jutsu - 22 m/s).

A ação foi precisa, silenciosa e calculada.


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O olhar do Senju era uma lâmina afiada, cortando a atmosfera em silêncio, absorvendo o ambiente e as figuras que agora se desenhavam à sua frente. Uma sensação de familiaridade amargamente reconfortante o acometia, como um guerreiro que retornava a uma arena onde a vida e a morte se entrelaçam numa dança antiga e eterna. Ele sentiu a energia invisível que o envolvia dissipar-se, como se o próprio ar ao seu redor se retraísse em deferência ao poder que prestes a manifestar. Dentro de si, o chamado ancestral dos Ōtsutsuki ecoava, não como um rugido, mas como um murmúrio carregado pelo vento, repleto de promessas e maldições. A sensação era visceral, uma corrente de energia que se enrolava em torno de sua alma com a mesma leveza e letalidade de uma serpente constritora. O ancião permitiu que aquela essência o invadisse, um convite sutil àquilo que residia além do entendimento mortal, uma aceitação voluntária do fardo e da glória que aquele poder trazia. A aura carmesim tomou forma entre suas omoplatas, vibrante como o primeiro raio de um trovão desferido pelos deuses (Ōdachinagi | 780 de dano). A energia pulsava, respirava, e então, como um espírito revelando seu segredo mais íntimo, materializou-se. Dela emergiu um bastão de três seções, ligado por correntes que pareciam ter sido forjadas nas profundezas do tempo. A tonalidade rubra da arma, tão intensa quanto o sangue de um dragão abatido em combate, cintilava com um brilho quase hipnótico, refletindo-se nos olhos do Senju como um reflexo de sua própria natureza indomável.

Segurando o bastão, sentiu a resistência do material, uma densidade que contradizia a aparência frágil e translúcida. Era como se estivesse manuseando a própria vontade dos Ōtsutsuki, um artefato que existia entre o mundo físico e o metafísico, transcendendo os conceitos de solidez e fragilidade. Seus dedos se fecharam ao redor da arma, não com força, mas com a segurança de alguém que já dançou inúmeras vezes na linha que separa a vida da morte. Então é assim que será, pensou, o canto dos lábios se curvando num esboço de sorriso, um gesto sutil, carregado de uma ironia quase cruel. Havia uma calma em seus movimentos que beirava o desdém, um reflexo do Empalador que encontrava prazer não na luta em si, mas na sensação de controle absoluto, de se moldar à violência e subjugá-la à sua vontade. A energia ao seu redor pulsava em uníssono com seu coração, cada batida como um tambor ancestral que ecoava pelas eras. O bastão em sua mão era mais do que uma arma; era um prolongamento de sua vontade, um testemunho silencioso da jornada que o havia conduzido até ali. E, por um breve instante, permitiu que sua mente vagasse, refletindo sobre o que significava ser um guerreiro, um sobrevivente, e por que, em meio a toda a carnificina e caos, ele ainda encontrava aquele brilho de excitação, aquela faísca que o fazia sentir-se vivo.

A energia natural enveredou-se pelo seu corpo como um rio inevitável que retorna ao seu leito, preenchendo cada célula sua com uma potência primitiva (Modo Sábio Imperfeito). As manchas que surgiram em sua face eram como vestígios de uma tribo esquecida, símbolos ancestrais que narravam a história de um pacto selado entre homem e floresta. Naquele instante, era como se o mundo ao seu redor se dobrasse ao seu comando, reconhecendo a ascendência de um caçador que se movia com a suavidade e letalidade de uma sombra que atravessa a noite. O movimento veio, rápido e imperioso (26 m/s). Para os menos preparados tornou-se um borrão, um espectro irascível que cortava o ar, sua presença era mais sentida do que vista, uma ameaça silenciosa que se desdobrava em velocidades que o olho humano não ousava acompanhar. Em suas mãos, o bastão carmesim era uma extensão de seu ser, dançando em um balé mortal. Um simples esticar do pulso fez com que o bastão encontrasse a face do desafortunado, e o impacto foi tão brusco quanto poético: o maxilar do homem partiu-se em um estalido seco, reverberante, antes que o corpo fosse erguido do solo como um boneco de trapos. Como um meteorito em chamas, o corpo se projetou em direção à pirâmide, fundindo-se à antiga pedra com um estrondo que sacudiu o interior do monumento, fazendo as paredes vibrarem em um lamento surdo. Fragmentos da estrutura desprenderam-se, descendo como uma chuva de cinzas, envoltas em uma nuvem de poeira que pairava, sufocante, testemunha silenciosa de um ato de violência tão rápido quanto inevitável. O Senju manteve a postura ereta, uma mão ainda descansando sobre o bastão, enquanto a outra repousava preguiçosamente ao lado de seu corpo, num desinteresse quase insultante, como se a destruição que acabara de causar fosse um ato trivial, uma mera inconveniência em meio a um dia monótono.

Seus olhos de jade atravessaram a poeira e as sombras que permeavam o ambiente, recaindo sobre os outros sequestradores, ainda congelados sob a técnica implacável do Nara. O olhar não os reconhecia como seres humanos, mas como obstáculos insignificantes, seres desprovidos de propósito. Havia, em sua expressão, um toque de desdém, quase como se ele estivesse desafiando a própria existência daqueles que ousaram se interpor em seu caminho. Contudo, mais do que o desprezo, era o tédio que predominava. A monotonia que invadia suas veias o empurrava a buscar um motivo, um impulso, algo que lhe tirasse daquela letargia entediante que o fazia encarar a batalha com um cinismo singular. Ele não se esforçou para conter um sorriso ligeiramente enviesado, malicioso, enquanto fitava a cena. Ele era, afinal, um homem que encontrava prazer na violência, que vivia para a excitação efêmera que o confronto proporcionava. Uma marionete dos próprios desejos, mas uma marionete que cortava os fios que o prendiam sempre que o espetáculo deixava de entretê-lo.

[CAPÍTULO] Missão Rank A Img_3211

Sentiu um calafrio emergir pela espinha, enraizando-se em cada vértebra como garras invisíveis. O frio cortante da emoção que se infiltrava em seus ossos era algo há muito adormecido em sua consciência. Medo? — a palavra reverberou em sua mente como um eco que não conseguia dissipar. Por um instante, sua percepção pareceu distorcer-se, o ambiente convergiu em sombras e o ar se tornou denso, opressivo, carregado por uma intenção assassina tão poderosa que até mesmo o ar parecia hesitar em mover-se. Seus olhos encontraram a figura do sequestrador, um homem cuja face se contorcia em pura cólera, banhada pelas lágrimas de um luto intransponível. Ele viu o inimigo forçando cada fibra de seu ser para resistir à paralisia imposta pelo Nara. Naquele olhar, enxergou algo cru e primitivo, um ódio ancestral que ele mesmo conhecia, mas que raramente via expressado de forma tão nua e sem reservas. A intensidade daquele olhar, daquela fúria transbordante, era como uma onda que buscava esmagá-lo, um fogo que queimava sem promessa de extinção. Ah, então é isso, pensou, o canto de seus lábios elevando-se quase imperceptivelmente, um sorriso que não era de empatia, mas de compreensão. Ele sabia o que fazer. Não haveria hesitação. Num movimento quase casual, permitiu que parte de sua integridade física se desfizesse, um sacrifício consciente para quebrar o transe sufocante que ameaçava sua liberdade de movimento. Como um rio que finalmente se liberta do gelo, seus músculos responderam à sua vontade, e ele deslizou para fora do alcance daquela intenção assassina com uma fluidez que desafiava a própria lógica.

Foi então que ouviu o murmúrio quase inaudível, os lábios trêmulos do inimigo formando uma única palavra — Pai.

A revelação atingiu-o com uma intensidade quase poética. Então aquele cujo rosto eu desfigurei era o pai desse sujeito. Ele poderia sentir, por um breve instante, a sinfonia desordenada de emoções que atravessavam o sequestrador: dor, ódio, desespero. O que se desenrolava diante dele era mais do que uma simples missão de resgate; era o desdobramento de uma tragédia familiar, um drama cujo ato final ele mesmo havia desencadeado. — Então sequestro é um negócio de família? — A voz de Maeda cortou o ar, carregada de um sarcasmo tão afiado quanto a lâmina de uma espada. Não havia compaixão naquelas palavras, apenas um distanciamento mordaz que tornava sua presença ainda mais opressiva. Como um dançarino que se prepara para a peça final, ele adotou uma postura que deixava o bastão carmesim nas mãos repousar em equilíbrio contra o adversário, as extremidades do armamento cintilando à luz que penetrava os interstícios da pirâmide, como se absorvesse a essência da batalha que se desenrolava. Seus olhos, no entanto, não traíam nada além de um cansaço indiferente, a mesma expressão de alguém que testemunhou as misérias do mundo vezes demais para se abalar por mais um episódio. Havia um paradoxo em sua postura, algo que oscilava entre o prazer e a resignação. Ele não estava ali para oferecer redenção ou palavras de consolo; sua existência naquele instante era a manifestação pura da violência que brota sem aviso, da voracidade de uma pantera que, mesmo saciada, não pode evitar caçar apenas pelo prazer de fazê-lo.

O avanço foi súbito (26 m/s), um movimento que descreveu um arco perfeito pela esquerda, contornando os reféns como se fossem meros espectadores na cena que ele orquestrava. A canhota, já tingida de intenção sanguinária, disparou como um relâmpago em direção à garganta do mais novo órfão, sua palma fechando-se com uma força brutal, quase animalesca, que fez os ossos estalarem sob a pressão. Houve um instante de silêncio, um segundo eternizado pelo som seco e visceral de cartilagens se partindo, antes que o sangue jorrasse como um rio furioso da boca do adversário, tingindo o ar com um espectro rubro. O corpo do inimigo, agora um marionete nas mãos da Asa Direita, ergueu-se alguns centímetros do solo, suspenso como uma oferenda silenciosa ao ato cruel que se desenrolava. Sem hesitar, o Senju impulsionou-se, saltando como um projétil humano, um meteoro envolto em energia, rasgando o ar e levantando nuvens de poeira por onde passava. Ele aterrissou no centro do campo, os joelhos colidindo com as cabeças de dois outros inimigos ainda paralisados, como se seus crânios fossem feitos de argila. O impacto foi absoluto, esmagando-os contra o chão com tal violência que rachaduras se espalharam em todas as direções, enquanto a vida escapava de seus olhos em um suspiro silencioso. No mesmo instante, uma raiz colossal irrompeu do solo (Manipulação Rank A | 42 m/s | 815 de dano), como uma serpente faminta, surgindo entre as pernas de um outro inimigo, empalando-o com a precisão de um arpão atravessando carne frágil. O tronco vegetal elevou-se a três metros de altura, erguendo o corpo contorcido do oponente como um estandarte sangrento, e o sangue verteu de seu corpo como um rio selvagem, tingindo o cenário de carmesim.

O ancião se ergueu lentamente, sua silhueta destacando-se como uma estátua esculpida no próprio campo de batalha. Sentiu os espasmos na canhota, reflexo da vida que se esvaía do inimigo em seus dedos, como se o último lampejo de vitalidade tentasse resistir ao inevitável. Com um gesto firme, apertou ainda mais, e a chama que brilhava nos olhos do homem extinguiu-se, restando apenas a opacidade da morte. Mas havia uma estranheza, um vazio que permeava o ar, e Maeda, envolto naquele espetáculo de carnificina, percebeu o detalhe que escapara. A matemática da violência não estava correta. Algo não se encaixava. Eram treze. Entre os dentes agora uma bala de café.



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Nara Regulus

Missão Rank A


Talvez eu tenha sido ingênuo demais em acreditar que o seu apelido era apenas extravagancia do povo, refletia enquanto o espetáculo sangrento chegava ao seu desfecho. A sua sombra, já recolhida à sua natureza inefável, poderia considerar-se afortunada por não possuir substância física. Se assim o fosse, as manchas e o odor impregnados naquele dia jamais se apartariam de sua essência. Os pesquisadores separados no canto da sala, tinham seus olhos velados pela sorte, pois não restava dúvida de que o temor para com seu salvador suplantaria o pavor nutrido pelos sequestradores. Eis que o único cuja visão não fora poupada — o homem forçado a decifrar as inscrições no portão — ostentava no rosto uma expressão petrificada, a boca tão escancarada quanto o buraco do deserto. Lágrimas de puro terror corriam pelos cantos de sua face, e, se a aproximação fosse maior, o fedor que emanava de sua incapacidade de conter suas pregas anais, seria percebido sem esforço. Nem mesmo Regulus, ainda que jovem nos desígnios shinobi, e já habituado a presenciar a morte em suas várias formas, podia igualar esta cena a qualquer outra de sua lembrança.

Um mensageiro da morte, ao menos, possui a cortesia de ceifar vidas com discrição. Mas o que via à sua frente era algo além da simplicidade mortal. Não era somente um executor; era uma entidade gerada nos confins do abismo cósmico, onde a luz jamais ousara penetrar. Havia algo na maneira como se movia — não tal qual um homem, mas como uma sombra malevolente, que rastejava sobre o véu da realidade.  Seus olhos, se é que tal nome lhes cabia, resplandeciam com uma fome vil, uma sede não alimentada pela glória da posição ou da honra, mas pelo desejo mais escroto: o da carne e do sangue.

A perfeição dos golpes, a frieza implacável, tudo aquilo indicava um ser muito além das fronteiras humanas. E, naquele momento, o Nara entendeu que certas linhas, uma vez transpostas, não permitiam regresso. Maeda Senju, o homem a quem acompanhava, já se encontrava do outro lado. Então se questionava, aquilo advinha dos seus anos de experiência como um shinobi ou de sua essência mais pura?

Uma respiração profunda escapou-lhe dos lábios, seguida pelo leve estalar das sementes de girassol que levava à boca. Com a voz firme, porém calma, indagou: — Estão todos bem?

Referia-se aos pesquisadores, enquanto se aproximava para verificar a integridade de cada um deles. Os olhos vasculhavam com rapidez o ambiente, e ao perceber que nada parecia fugir aos conformes, decidiu guiar os sobreviventes para fora daquele antigo monumento.

— Está tudo certo, Maeda-sama? — A pergunta se desdobrou enquanto seguiam o caminho de volta ao vilarejo. Não que buscasse respostas sobre o sangrento episódio de outrora; era mais um gesto de quem desejava tecer o início de uma conversa, ainda que superficial. Sentia a necessidade de preencher o vazio que se abria após a batalha. Sabia que, por mais brutal e alheia à sua realidade aquela cena se mostrasse, deveria engolir tais momentos, pois faziam parte da senda que trilhava.

Ainda carregava um peso em si, uma vergonha latente, reflexo de sua escolha egoísta. E então, após alguns passos, com a voz firme, porém carregada de sinceridade, proferiu: — Obrigado.

O agradecimento que proferiu não se limitava ao resgate dos pesquisadores, mas também à companhia e confiança que Maeda lhe depositara. Regulus sabia bem que um homem de tão alta hierarquia não tinha qualquer obrigação de aceitar uma missão daquele teor, tampouco de levar consigo um jovem ainda em formação.

Retornando os pesquisadores ao quartel general, escreveria o relatório remetente aquela incumbência.


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As marcas da transformação sábia se retraíram gradualmente, como sombras que recuam ao primeiro vislumbre da aurora. A arma em sua destra, antes pulsante de energia carmesim, fragmentou-se no ar, os estilhaços etéreos dissipando-se como cinzas ao vento, enquanto a mancha rubra e espectral em suas costas se desvaneceu, engolida pelo éter que a havia gerado. A calmaria após a tempestade. Todos os inimigos jaziam, seus corpos inertes como peças derrubadas em um tabuleiro. Regulus, com sua precisão meticulosa, havia lidado com os reféns, cada movimento do chūnin era como uma nota bem afinada em meio à sinfonia da violência. Maeda observou tudo em silêncio, um espectador satisfeito com o desfecho da cena que ajudara a compor. Seus pensamentos, por um momento, se voltaram para o Nara. Havia mais naquele rapaz do que ele inicialmente previra, uma profundidade que merecia ser explorada, moldada, talvez até lapidada. A experiência sussurrava-lhe isso, como um vento sutil que acaricia o rosto antes da tormenta. Entretanto, ao invés de se aproximar dos reféns como um herói clássico faria, Ele afastou-se, movendo-se com a graça de uma fera que sabe seu lugar no topo da cadeia. Seus sentidos captaram o odor pungente que emanava de um dos prisioneiros – o cheiro inconfundível de fezes, um testemunho do terror absoluto que infligira ali. Um sorriso de canto se formou em seus lábios, um reflexo de um humor quase cruel. Talvez tenha exagerado um pouco, ponderou em silêncio, o pensamento ecoando em sua mente como uma nota de ironia. Havia algo no espetáculo da própria brutalidade que o fascinava, um exibicionismo inerente que não conseguia – ou talvez não desejasse – refrear.

— Imagino que as coisas tenham se desenrolado como você previu, não? — respondeu ao Nara, o tom carregando uma leveza que contrastava com o peso da missão recém-concluída. O ancião caminhava ao lado de Regulus em direção à saída, passos sincronizados num ritmo que parecia ecoar a cadência de seus pensamentos. Não podia afirmar com clareza o que motivara o agradecimento do chūnin, mas decidiu que não era o momento para investigar as profundezas daquele gesto, ao menos por ora. A despedida se aproximava, e ele sabia que havia algo a ser dito, algo que havia maturado em sua mente ao longo daquela jornada. Como quem revela uma peça final de um enigma, ele deixou as palavras fluir, cada uma cuidadosamente escolhida. — Em breve, irão entrar em contato com você sobre uma mentoria. Tenho interesse em observar seus passos daqui por diante; há muitas coisas em você que atiçam minha curiosidade. — Uma pausa, curta, mas carregada de significado, permitiu que a mensagem se impregnasse no ar entre eles. — Pode recusar, se achar que é o melhor, mas… eu não faria isso. — A conclusão de sua fala foi acompanhada por um impulso ágil e preciso, como uma fera que desaparece na vastidão de sua selva. Ele lançou-se na direção de um poste próximo, os pés tocando a superfície apenas por um momento antes de ele se impulsionar rumo ao gabinete, como um vulto que se esvai na madrugada, deixando apenas o eco de suas palavras no ar.



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