Hakuryuu Kinsetsu

Dentro do possível, Hakuryuu notou sua rotina normalizar nos dias que se seguiram o treinamento em que subjugara a Nanabi. Sentia-se completamente livre das influências estranhas que agiam sobre sua personalidade. Entretanto, apesar de estar se permitindo deixar a Cidadela do Deserto normalmente, sentia que seu controle de chakra estava muito longe de voltar a ser o que era. Questionava-se sobre métodos de tentar recuperá-lo, já que era algo imprescindível no tipo de arte ninja em que se especializava, o ninjutsu. Sua capacidade de utilizar sua Kekkei Genkai não pareceu em momento algum diminuída. Entretanto, por mais versátil que a sakin pudesse ser, conseguir utilizar diversos outros tipos de técnica com a ajuda de seu grande controle de chakra era algo bastante desejável para missões futuras. Por exemplo, seu ninjutsu médico já não estava mais lá aquelas coisas e talvez tivesse problemas em gerir suas reservas de chakra ao usar jutsus mais variados.

A solução para tal problema, no entanto, ainda não estava expressa até o volume que havia lido do diário do jinchūriki ancião. Não se desesperou tanto porque sabia que Terá, em sua pesquisa, eventualmente deveria encontrar a resposta para tal problema. Sendo assim, a espera de notícias, seguiu sua rotina normalmente, cuidando dos assuntos de manutenção da casa e suas finanças.

Palavras: 214

Legenda:
Falas do Hakuryū: — Texto — descrições. | Pensamentos do Hakuryū: "Texto" — descrições.
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Hakuryuu Kinsetsu

Certa hora do dia, de volta à sala de reuniões, Hakuryū lia alguns relatórios referentes ao trabalho. Infelizmente, podia dizer de cara que as pistas contidas naquele documento certamente não levariam a um caso genuíno de Kaguya curado de sua doença congênita. Entretanto, fazia parte. Tinha que continuar filtrando se quisesse encontrar algo como uma agulha em um palheiro. O mundo era vasto demais, afinal.

— Hakuryū — uma voz familiar ecoou das escadas que levavam à sala do espelho d’água. — Terá encontrou o que supomos ser o último dos volumes… — paralelo ao som das batidas da bengala contra os degraus, Ziusudra prosseguiu, sem cerimônias.

— Não será nada comparado com a última provação, mas ainda é um passo necessário para dominar o chakra da Nanabi — outra voz familiar, junta do soar periódico de um guizo, vinha logo atrás.

Àquela altura, já acostumado àquele tipo de situação, Haku fechou prontamente a pasta do relatório, devolvendo-a à mesa de centro. Ao que as duas figuras apareceram no topo das escadas, Kinsetsu efetuou uma considerável reverência e começou a caminhar na direção deles.


— Um treino mais leve, então? — aproximando-se dos dois nas escadarias, Haku começou a caminhar em direção ao karesansui, como de costume.

— Não sei se descreveria assim… — Terá retrucou em baixo tom, o que acabou não sendo captado por Hakuryuu, que se afastou muito precocemente.

Palavras: 222

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Hakuryuu Kinsetsu

Após alguns minutos serpenteando pelos diversos corredores da Cidadela do Deserto, os três se viram diante de uma varanda toda isolada por espessos vidros fumês. Além dela, estendia-se um longo pátio com piso em rocha. E, por fim, além do pátio, estendia-se um enorme canteiro de areia fina e pálida, sobreposta por uma disposição de grandes rochas conforme sua decoração: o Karesansui.


Haku empurrou um dos vidros, girando-o para abrir caminho até o pátio. Algo visivelmente já esperado pelos visitantes, que já estiveram lá muitas outras vezes com ele.

Caminhando até o centro do pátio, Haku escolheu um ponto bastante distante que qualquer coisa que pudesse ser quebrada por eventuais descontroles de chakra. Agora conhecendo melhor a magnitude do chakra de uma bijuu, sabia da necessidade de tomar maiores cuidados. Afinal, danos à propriedade sairiam por sua conta.

— Certo, Hakuryuu — após ter se aproximado, Ziusudra se pronunciou ao ver que Kin já estava a postos. — O processo é muito similar ao uso da transformação bijuu. Entretanto, dessa vez, você tem mais chakra à sua disposição. Sendo assim, precisará tentar criar um manto ainda mais poderoso — apoiando ambas as mãos sobre a bengala à frente do corpo, o mestre ancião explicou com os olhos atentos a Haku.

Palavras: 206

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Hakuryuu Kinsetsu

Terá logo também se aproximou dos dois, deslizando pelo pátio de forma quase fantasmagórica com seu corpo totalmente oculto pelos mantos e chapéu asiático.

— Pelo que o autor relatou, ainda com controle completo do chakra da besta, esse manto pode ser um tanto difícil de se controlar — expondo uma das mãos cobertas por luvas negras, ela sacou uma piteira, preparando-a para uso. — Por isso, vá com calma e, assim como da primeira vez, não tente externalizar mais do que uma cauda — expirando a fumaça após uma longa tragada, a mulher completou.

Já focado no seu interior, Kin apenas assentiu levemente com a cabeça mais uma única vez. Agora, o que antes se mostrava como duas estrelas, uma bem menor amarela e outra vermelha, pairando num descomunal espaço vazio dentro de seu corpo, mostrava-se como um corpo massivo, somado de amarelo e vermelho, e outro como uma pequena esfera marrom e apagada. Com total poder sobre o núcleo fundido, Haku novamente tentou captar uma fração da matéria aquecida daquela enorme estrela. Integrando a intensa substância ao fluxo dos seus meridianos de chakra, Haku pode imediatamente sentir o chakra bestial emanar de seu corpo. Entretanto, a sensação morna e densa, que se assemelhava à versão anterior controlada, logo deu lugar a uma dor aguda e totalmente difusa. Viu-se coberto por um manto rubro extremamente denso, como nunca visto, aparentando ser dezenas de vezes mais quentes do que o manto avermelhado translúcido de outrora. Se aquele manto era fervente, o atual era fundido.

Mas não apenas a dor o incomodou. No fundo de sua mente sentia as influências do chakra bestial rondando-lhe a todo momento, na espreita para pegá-lo caso abusasse daquele poder. E talvez não fosse à toa, já que em vez de ficar com expressões bestializadas, agora Haku de fato parecia uma besta de cauda em miniatura. A única cauda definitivamente não era suficiente para alçar vôo, mas sua silhueta lembrava a do Sete-Caudas em muitos aspectos.

Logo entendeu que aquela faca de dois gumes era ainda mais poderosa que a anterior. Em ambos os aspectos: tanto risco, quanto benefício. Teve que se segurar para não ceder à dor generalizada causada pelo manto fundido. Entretanto, como na primeira versão, sabia que mesmo aquela habilidade poderia ter seus usos. Sendo assim, novamente voltou seus esforços para tentar manter o manto ativo e sob controle o máximo de tempo possível. Como contingência para durar mais tempo ao grande dreno de saúde que o estado lhe causava, Haku buscou focar-se em sua energia vital e corporal, intensificando-as para que durasse mais tempo naquela condição extrema.

Ziusudra e Terá permaneceram juntos e bastante atentos a Hakuryuu. Por mais monótona que a situação pudesse parecer, estavam preocupados com o que seria do jovem suna-nin. Afinal, vendo a abordagem tomada por ele, e considerando os relatos do jinchuuriki ancião, certamente ele terminaria aquele treinamento de durabilidade completamente acabado.

Haku permaneceu por algumas horas com o manto ativo. Conseguiu manter a situação sob controle durante todo o treino e, pelo que havia sentido, supunha que conseguia manter por muito mais tempo ainda sem deixar a segunda cauda surgir. Entretanto, o fator limitante ali certamente foi sua saúde. Ainda com esforços parcialmente direcionados em regenerar sua vitalidade, eventualmente Hakuryuu foi ao chão completamente exausto e sendo obrigado a recuar o manto à força.

Não conseguia mover nenhuma parte de seu corpo e, à altura em que determinou com sucesso que não estava mais sob influência do chakra da besta, simplesmente se deixou descansar de uma vez. Desmaiado, foi levado diretamente para seu quarto, onde Ziusudra e Terá acabaram fazendo-lhe o favor de dar algum suporte com iryou ninjutsu.

Satisfeitos com o resultado, que batia com os relatos antigos, ambos deixaram Haku para que descansasse o quanto quisesse.

Palavras: 628

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