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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 26 DG
Primavera
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
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Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
Akeido#1291
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Havilliard
Havilliard#3423
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Regulus

Kage no tanjō



 Nas ruas gélidas em uma noite do País do Vento, um homem, de semblante marcado pela tensão e cansaço, corria como se sua vida dependesse de cada passada sobre o solo arenoso. Gotículas de suor escorriam de sua testa, traçando caminhos incertos antes de se perderem na poeira que cobria o chão. As vestes, outrora organizadas e dignas de um estudioso, agora estavam bagunçadas, misturadas em um caos de livros, pergaminhos e materiais de estudo, carregados de maneira desordenada. Os braços, trêmulos de exaustão, mal conseguiam segurar tudo o que ele trazia consigo. Seus cabelos negros mesmo estilizados em um coque na parte traseira de sua cabeça, tinham alguns fios que escorriam e se desalinhavam da singularidade do seu penteado. Aos poucos, a atenção dos poucos que ainda vagavam pelas ruas era atraída para aquela figura desgastada. Olhares curiosos se lançavam de uma esquina a outra, seguindo os movimentos descompassados do homem. Ninguém se aproximava, ninguém ousava falar, mas o murmúrio de vozes discretas começava a se formar entre os que observavam de longe. Um cochicho aqui, outro ali, sempre de canto, em tons baixos, mas carregados de questionamentos.

Os olhos do desesperado, consumidos pela o cansaço, obtiveram um pequeno alento quando antes turvos pela urgência, encontraram o que tanto buscavam, ou a menos, o seu precedente. Um hospital com todas as luzes acessas, em oposição das vielas já escuras daquele país. Para o homem, era como o sinal redentor que os marinheiros avistam em meio à tempestade, uma promessa de que, mesmo diante do caos, ainda havia uma direção a seguir.

Os pés, pesados pelo cansaço, aceleraram num último esforço, e ele adentrou o lugar com o corpo desengonçado, colidindo com a porta que não se abriu a tempo. O impacto foi seco, ecoando no ambiente até então sereno. Dentro, os poucos pacientes que aguardavam, sentados com suas próprias dores, ergueram os olhos, surpresos com a súbita interrupção. A figura diante deles, desordenada, as roupas mal-ajambradas e o semblante transtornado faziam com que, por um momento, o silêncio no local se tornasse ainda mais espesso.

No entanto, nem todos se deixaram paralisar. Uma enfermeira, atenta ao movimento, rapidamente percebeu o que se passava. Sua análise era perspicaz, e com um olhar mais afiado que qualquer bisturi, reconheceu o motivo daquela agitação. Aproximou-se do homem, que ainda tentava recompor a respiração, e com voz firme, mas calma, perguntou: — Você é o senhor Shizuma?

— Sim, sou eu — respondia o homem, quase como um suspiro, onde a voz mal parecia soar lúcida.

A enfermeira não hesitou. Num gesto ágil, levantou-se da cadeira onde estava e, com a pressa de quem já sabia o que estava por vir, acenou-lhe para segui-la — Rápido, venha comigo — disse, num tom que combinava com a urgência da situação, enquanto o guiava pelos corredores brancos do hospital.

O ambiente, impregnado de luzes esmaecidas e do cheiro penetrante de antisséptico, trazia-lhe um desconforto, contudo, aliviado já que enfim havia chegado. Ao longe, no término do corredor pálido, a porta do centro obstétrico aguardava-o. Um único pensamento pulsava-lhe na mente, insistente: chegar a tempo de testemunhar o nascimento de seu filho.

Ao atravessar a porta da sala de parto, Shizuma sentiu como se o peso do mundo tivesse ficado do lado de fora. No instante em que seus olhos se ajustaram à luz suave que preenchia o ambiente, uma visão o acolheu — não era grandiosa no sentido habitual, mas trazia uma beleza rara, quase sublime. À sua frente, repousava a mulher que tanto amava. O rosto dela, marcado pelo cansaço das últimas horas, refletia não só o desgaste físico, mas a profundidade de alguém que atravessara uma jornada árdua e voltara transformada. As olheiras escuras sob seus olhos tão profundas como o próprio oceano e seus cabelos, embora desalinhados por fios rebeldes que fugiam do fluxo natural do seu penteado, ainda eram belos demais para aquele homem. Em seus braços, uma pequena criatura, envolta nas primeiras sensações da vida, chorava com a pele ainda tingida de um vermelho suave. Para Shizuma, não havia mais nada no mundo que pudesse se comparar ao que presenciava naquele exato momento. As palavras fugiram-lhe, e o pensamento que emergiu era simples, mas de uma profundidade avassaladora: “Essa é a cena mais bela que já vi“.

Sem hesitar, ele deixou cair ao chão os livros e papéis que até então o definiam. Aqueles objetos que antes carregava com tanto zelo perderam toda a importância diante da grandiosidade da vida que se revelava à sua frente. Mesmo exausto, seu corpo encontrou forças que desconhecia e, em um impulso movido pelo amor, correu até sua esposa. Ao aproximar-se, seus olhos, cheios de lagrimas fixaram-se na pequena figura em seus braços. As pequenas mãos da criança, o suave contorno de seu rosto, o som de seu choro que preenchia o ambiente como uma melodia íntima, seus anos de pesquisa e esforço não pareciam nada diante essa canção.

Num gesto instintivo, abraçou sua mulher. Naquele abraço, ele desejava que o tempo parasse, que pudesse ficar eternamente preso naquele instante, onde tudo parecia fazer sentido. Não queria se soltar, não queria sair daquela sala que agora se tornara o centro do universo. Queria permanecer, com toda sua essência, ligado àquele momento, onde o amor que sentia pela esposa, pelo filho e pela família era absoluto, preenchendo cada parte de seu ser.

— Regulus... — murmurou a recém progenitora, com suavidade nos lábios. — Este será o seu nome.

Shizuma, ao ouvir tal escolha, não pôde conter um sorriso. A lembrança de seus momentos mais íntimos com aquela mulher, onde ambos, fascinados pelas constelações, compartilhavam saberes sob o manto do céu estrelado, encheu-lhe o coração de ternura. A estrela de Regulus, pertencente à constelação do Leão, havia sido, de maneira especial, testemunha do primeiro beijo que selara o destino do casal.

[...]

Com as mãos firmemente entrelaçadas, um jovem ajoelhado diante do altar deixava que o peso de suas orações tomassem conta de seus pensamentos. Seus olhos, buscavam algo além do que o mundo visível podia oferecer — força, talvez, ou quem sabe, uma resposta que o coração inquieto necessitava.  Um incenso negro que, lentamente, se consumia no canto do altar, parecia estender-se em direção à imagem estática, mas profundamente viva, da mulher emoldurada diante dele. Ali, naquela foto, o semblante da mãe se preservava com a mesma melancolia silenciosa que ele conhecia tão bem. Shiori Nara, a mulher de cabelos negros e olheiras tão profundas. Catorze anos haviam se esvaído desde o nascimento de Regulus, seis anos se passaram desde que Shiori, em uma missão ninja, encontrara seu próprio fim, deixando para trás não apenas memórias, mas uma lacuna que o tempo se recusava a preencher. A fumaça finalmente começou a dissipar-se, ascendendo ao teto e desaparecendo lentamente, como se levasse consigo as preces do garoto, entregando-as aos céus. Ele se levantou, ainda sentindo o calor da chama do incenso que se apagava.

A figura que se desenhava na entrada do quarto parecia um reflexo cansado do homem que um dia fora. Shizuma, outrora conhecido por seu ar intelectual, agora mal se assemelhava ao pai meticuloso e disciplinado que sempre buscara transmitir segurança. A barba malfeita, que tomava conta de seu rosto, parecia ter crescido junto com as preocupações que ele carregava, e o cabelo, desordenado, parecia moldar-se ao peso das noites insones. Os olhos, antes ávidos por conhecimento, estavam agora mergulhados em uma exaustão profunda, onde o brilho da juventude havia se apagado. Ainda assim, ali, encostado na porta, ele mantinha a voz firme, mesmo que cada palavra trouxesse consigo o eco de uma dor contida.

— Você tem certeza disso? — A pergunta, rouca e abafada, pareceu invadir o ambiente de forma quase incômoda, como se o próprio ar hesitasse em levar a resposta de Regulus adiante.

O garoto, imóvel diante do altar, não hesitou em sua resposta.

— Sim, eu tenho. — O tom era de convicção, mas também de uma necessidade quase desesperada de provar algo a si mesmo, mais do que a qualquer outro. — Minha mãe era uma kunoichi, correto? Quero levar a vontade dela adiante.

O tom meio irritado do garoto era refletido pela constante discussão advinda sobre o mesmo assunto, não era a primeira vez e possivelmente não a última. Mas Shizuma, que se mantinha encostado na porta, parecia hesitar entre o orgulho e o medo. Ele entreabriu os lábios para replicar, mas o tempo o traiu. Regulus o interrompeu, antecipando a defesa que conhecia tão bem.

— Por favor, não comece essa conversa sentimental de novo. Quantas vezes você elogiou minha inteligência? Quantas vezes disse que eu tenho talento? — As palavras fluíam rápidas, cortantes. — Você sabe que eu posso me virar.

Shizuma, ainda encostado na moldura da porta, baixou os olhos, a sombra de uma memória antiga se projetando em sua mente.

— Sua mãe também era talentosa — murmurou ele, quase para si mesmo.

E então, um silêncio se espalhou entre os dois. O homem havia se arrependido imediatamente de suas palavras, contudo, não podia as tomar de volta. Seus olhos buscavam o solo do quarto, tentava achar a sua prole, só que seus glóbulos oculares pareciam fugir da figura inconscientemente, não queria olhar para seu semblante depois de tais palavras. Queria se desculpar, falar que não foi de proposito, que se arrependeu de tais palavras idiotas. Mas, não se sabe por orgulho, vergonha ou que sentimento se encaixasse, não conseguia abrir a boca ainda entre aberta desejando falar. Finalmente, ele suspirou, derrotado, seu olhar percorrendo a sala e fixando-se em Regulus, que permanecia firme.

— Desculpa — murmurou Shizuma, a voz já sem a força de outrora.

Com o polegar e o indicador pressionando suavemente a base do nariz, Regulus buscava aliviar a tensão que crescia a cada palavra ouvida.

— Tudo bem, não se preocupe com isso. — A voz do jovem soou calma. Ele lançou um olhar direto para a figura à porta, que, mesmo na penumbra, exalava uma presença depressiva. —  Sei que é complicado para você... Principalmente porque você viu e vivenciou muito mais do que eu. — A pausa que se seguiu foi quebrada pelo movimento lento de Regulus, que, com um gesto decidido, retirou do bolso a bandana de Sunagakure.

— Entendo que fomos forçados a ser um clã recluso, que nos afastamos do mundo — continuou, com a voz mais baixa, mas carregada de emoção. — E não posso imaginar o que você passou para sobreviver dessa maneira. — Regulus desviou o olhar brevemente, como quem observa algo distante, uma lembrança ainda turva. — Contudo, os tempos são diferentes agora. Você é mais inteligente do que eu, e sabe disso. — A admissão escapou de seus lábios como um fato, não como um elogio. — Quero continuar o sonho da minha mãe. Quero poder expor nosso sobrenome, levá-lo para fora das sombras em que vivemos. Não posso mais ser um espectador, quero ser o que constrói nosso futuro.

O silêncio se fez presente novamente, quase sufocante, até que Shizuma arqueou uma sobrancelha, e sua expressão, antes tão fechada, se suavizou ligeiramente. Um traço de confusão cruzou o semblante cansado do homem.

— Esse trocadilho foi de propósito? — indagou ele, agora em um tom que parecia mais leve, quase brincalhão.

Por um momento, Regulus pareceu não entender, e então, ao perceber a referência a "viver nas sombras", ele deslizou a mão pela testa em um gesto quase desesperado.

— Ah... — murmurou, contrafeito. — Claro que não.

E foi nesse instante que a tensão do quarto, antes densa como o ar antes da tempestade, se quebrou. O riso de Shizuma ecoou suavemente pelo ambiente, um som inesperado e há muito esquecido entre aquelas paredes. Regulus, por sua vez, observava com uma mistura de alívio e embaraço, mas, de alguma forma, o riso de seu pai trazia consigo uma sensação de proximidade que ambos haviam perdido ao longo dos anos.

- Perdoe a teimosia do seu velho. Eu te amo muito, só não quero te perder. Você sabe disso. - Enquanto escutava as palavras, o garoto concordava com a cabeça.

- Eu sei, não se preocupe. Vou me tornar um ninja que você possa se orgulhar. - Encerrava a conversa, expondo sua bandana em seu ombro e saindo de casa para iniciar sua atividade shinobi.



Status

HP: 1.075/1.075• CK: 3.825/3.825 • ST: 00/06 • SK 12/50


Considerações
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Usados

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Kurt Barlow
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Angell
Game Master
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doneAprovação
Bom jogo!

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[Filler] Kage no tanjō LsGQvv3Olá, Convidado, eu sou a Angell.
Vim te trazer alguns conselhos que facilitarão o seu jogo aqui no Naruto RPG Akatsuki:

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