[CENA] Investigação e resgate

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[CENA] Investigação e resgate
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Liater

Genin

[CENA] Investigação e resgate C752c8c0a6f742d98747743c667003b8

18/8/2024, 19:34

Objetivos:

Problemas no paraíso

A manhã em Konoha havia começado como qualquer outra naquele outono tranquilo. A brisa fresca carregava o aroma das folhas secas que forravam o chão, enquanto o sol nascia, tingindo o céu com tons de laranja e dourado. Ryūji, porém, não se permitia relaxar com a beleza da manhã. Seu sono havia sido superficial, perturbado por sonhos inquietantes, vestígios de um passado que insistia em persegui-lo. Assim que o primeiro raio de sol atravessou a janela de seu quarto, ele levantou-se, preparando-se para mais um dia de deveres.

Ele havia recebido uma notificação no dia anterior para se apresentar no gabinete de missões às nove horas daquela manhã. A mensagem, entregue por um chunin de patente superior, indicava que ele seria designado para uma nova missão. Ryūji se preparou rapidamente, seus movimentos precisos e meticulosos, vestindo seu uniforme com a mesma disciplina que aplicava a cada aspecto de sua vida. Ele sabia que, para manter-se firme diante de seus medos e traumas, precisava de controle e foco constantes. Isso incluía não se permitir devaneios ou distrações.

Ao chegar ao gabinete de missões, Ryūji notou o movimento habitual do local, com outros ninjas indo e vindo, recebendo suas próprias missões. Ele dirigiu-se ao balcão, onde um ninja de patente superior o esperava com um pergaminho em mãos.

—— Ryūji? —— perguntou o superior, lançando-lhe um olhar avaliador.

—— Sim —— respondeu Ryūji, mantendo o tom neutro e o olhar firme.

—— Esta missão é sua. —— disse o superior, entregando-lhe o pergaminho. —— Houve uma série de roubos em Konoha recentemente. Sua tarefa é investigar os incidentes e ajudar a identificar os responsáveis. Você deve se dirigir ao quartel das forças policiais de Konoha. O chūnin responsável pela investigação estará esperando por você.

Ryūji assentiu, aceitando o pergaminho com um gesto respeitoso. —— Entendido.

Com a missão em mãos, ele saiu do gabinete e seguiu pelas ruas de Konoha. As folhas secas estalavam sob seus pés enquanto ele caminhava, e o leve frio da manhã ajudava a mantê-lo alerta. O quartel general das forças policiais estava localizado em uma área mais reservada da vila, cercado por árvores robustas que balançavam suavemente com a brisa outonal.

Ao chegar ao quartel, Ryūji sentiu uma pontada de tensão em seus músculos. Embora a luz do dia estivesse presente, a arquitetura austera do prédio e o ambiente um tanto sombrio o deixavam em alerta. Acluofobia era uma presença constante, uma sombra sempre à espreita em sua mente. No entanto, ele respirou fundo, acalmando-se ao lembrar que estava em Konoha, em segurança. Sua disciplina o ajudava a manter o controle, a focar no que era importante: a missão.

Na recepção, Ryūji se aproximou de um ninja da polícia, exibindo o pergaminho que havia recebido.

—— Estou aqui para a missão de investigação dos roubos. —— disse Ryūji, a voz calma e controlada.

O ninja olhou o pergaminho e, sem dizer uma palavra, acenou com a cabeça, sinalizando para que Ryūji o seguisse. Eles caminharam por um corredor até uma porta de madeira reforçada. O ninja bateu na porta e, após ouvir um sinal de dentro, abriu-a, revelando uma sala iluminada por luzes artificiais e pelas janelas parcialmente cobertas por cortinas. No centro, uma mesa grande estava coberta de papéis, mapas e uma variedade de documentos.

Atrás da mesa, um chunin de aparência séria estava inclinado sobre alguns desses papéis. Ele tinha cerca de trinta anos, com cabelos castanhos cortados curtos e uma cicatriz que cortava sua sobrancelha esquerda. Seus olhos eram de um tom âmbar penetrante, e sua postura demonstrava uma mistura de cansaço e determinação.

—— Você deve ser Ryūji —— disse o chūnin, erguendo o olhar quando os dois entraram na sala. —— Sou Hiroshi. Sente-se, temos muito o que discutir.

Ryūji assentiu em silêncio e sentou-se na cadeira indicada, atento aos detalhes ao seu redor. Hiroshi organizou alguns papéis na mesa, enquanto Ryūji analisava rapidamente o ambiente. As paredes eram forradas com quadros de avisos cheios de notas e fotografias. Apesar da organização, havia uma tensão palpável no ar, como se o peso dos roubos e da investigação estivesse impregnado em cada canto daquela sala.

—— Os roubos começaram há cerca de um mês. —— começou Hiroshi, passando um conjunto de relatórios para Ryūji. —— Temos algumas pistas, mas ainda nada concreto. Os alvos têm sido lojas de armamentos e residências de civis com conexão à vila. Não há padrão claro nos horários ou nos dias dos ataques.

Ryūji pegou os relatórios e começou a folheá-los, seus olhos absorvendo cada detalhe. —— Evidências de invasão forçada? —— perguntou, sua voz baixa mas firme.

—— Em alguns casos, sim. Em outros, é como se os ladrões tivessem entrado e saído sem deixar rastros —— respondeu Hiroshi, a frustração evidente em seu tom. —— Isso é o que mais nos intriga. A habilidade necessária para tal coisa… é preocupante.

Ryūji assentiu, compreendendo a gravidade da situação. —— Vamos precisar traçar um plano detalhado —— disse, mais para si mesmo do que para Hiroshi. Seu coração batia um pouco mais rápido, mas ele se forçou a manter a calma. A mente focada, como sempre, seria sua arma mais eficaz.

Hiroshi concordou, inclinando-se para frente. —— Sim. E faremos isso agora. Precisamos parar esses criminosos antes que algo mais grave aconteça.

A tensão no ar aumentava, mas Ryūji estava preparado. Sabia que, com o foco e a disciplina, poderia ajudar a resolver esse mistério e trazer paz novamente a Konoha.

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Liater

Genin

19/8/2024, 11:57

Objetivos:

Problemas no paraíso

Na sala iluminada pela luz artificial, Ryūji e Hiroshi estudavam os relatórios à sua frente. O ambiente estava carregado de tensão, mas também de determinação. A tarefa diante deles não era fácil, e Ryūji sabia que cada detalhe, por menor que fosse, poderia fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso. Sua mente trabalhava incessantemente, analisando as informações que tinham à disposição, buscando um padrão, uma conexão que os levasse aos criminosos.

—— Precisamos de um mapa —— murmurou Ryūji, a voz baixa mas firme. —— Um mapa com todos os locais dos roubos sinalizados. Também quero as informações sobre as vítimas — sexo, idade — e fotos dos estabelecimentos e dos materiais roubados.

Hiroshi assentiu, compreendendo a linha de pensamento de Ryūji. Ele se levantou e começou a recolher os documentos necessários, enquanto Ryūji continuava a revisar os relatórios. O silêncio entre os dois era confortável, uma marca de eficiência e foco. Hiroshi voltou com o material solicitado e espalhou os papéis pela mesa, apontando os pontos marcados no mapa.

—— Todos os roubos ocorreram nesta área —— disse Hiroshi, indicando uma parte específica da vila. —— Parece que as casas e estabelecimentos daqui têm algo em comum.

Ryūji franziu o cenho, concentrando-se nos detalhes. —— Essas casas são todas iguais. Um padrão de construção repetido. E nenhum local foi assaltado duas vezes.

Hiroshi acenou com a cabeça. —— Após o primeiro roubo, as moradias reforçaram a segurança nas portas e janelas. Isso forçou os criminosos a mudar de alvo.

Ryūji sentiu uma pontada de reconhecimento. Quem quer que fosse, tinha uma compreensão profunda da arquitetura dessas casas. —— Precisamos dos registros de entradas e saídas da vila desde o primeiro roubo. E os dados de todos os construtores e funcionários que trabalharam nessas casas.

Hiroshi concordou imediatamente e, sem perder tempo, enviou um pedido ao quartel para que as informações fossem coletadas. O plano começava a se formar na mente de Ryūji, as peças do quebra-cabeça se alinhando lentamente.

—— Se estão roubando armas em grandes quantidades —— ponderou Ryūji —— precisam de um lugar amplo para armazená-las ou estão comercializando ilegalmente.

—— Talvez as duas coisas —— acrescentou Hiroshi, pensativo. —— Precisamos cobrir todas as possibilidades.

O sol já começava a descer no horizonte quando Hiroshi sugeriu que saíssem para dar uma volta na área dos roubos. O ar fresco do outono os envolveu quando deixaram o quartel, as folhas secas formando um tapete sob seus pés. As ruas de Konoha ainda estavam iluminadas pelo pôr do sol, que tingia tudo com uma suave tonalidade dourada.

Enquanto caminhavam, Ryūji manteve-se alerta, observando cada detalhe ao seu redor. As casas pareciam tranquilas, mas ele sabia que a quietude podia ser enganosa. Cada esquina, cada sombra, poderia esconder uma pista ou um perigo.

—— Vamos traçar um plano de vigilância —— disse Hiroshi após alguns minutos. —— Eu liderarei uma equipe para monitorar a área à noite. Se houver alguma atividade suspeita, vamos interceptá-los.

Ryūji assentiu. —— Certifique-se de que todos estejam cientes dos detalhes dos roubos. Precisamos estar um passo à frente.

A determinação na voz de Ryūji era palpável, e Hiroshi respeitava isso. Mesmo com a tensão crescente, ele sabia que Ryūji era alguém em quem podia confiar, alguém que não se deixaria abater facilmente.

Após percorrerem toda a área dos roubos, Hiroshi dispensou Ryūji. —— Volte amanhã. Sua ajuda foi preciosa hoje, e vamos precisar de você para seguir adiante.

—— Estarei aqui. —— respondeu Ryūji, sem hesitação.

O caminho de volta para casa foi tranquilo, mas a mente de Ryūji estava longe de relaxada. Mesmo com o sol se pondo e as luzes da vila começando a brilhar, ele mantinha os olhos atentos, sempre em guarda. O crepúsculo, apesar de belo, trazia consigo a aproximação da noite, e Ryūji sabia que precisava se preparar para isso. O escuro sempre despertava um certo desconforto em seu peito, mas ele não deixaria que isso o impedisse de cumprir seu dever.

Ao chegar em casa, Ryūji se sentou à mesa e espalhou os documentos novamente. A luz do abajur iluminava os papéis enquanto ele revisava cada detalhe mais uma vez, seus olhos fixos nas informações. Acluofobia e o estresse pós-traumático eram como sombras à espreita, sempre presentes, mas ele se forçava a focar. A disciplina que cultivara ao longo dos anos era sua âncora.

O tempo passou lentamente, mas Ryūji nem notou. Sua mente estava totalmente imersa na investigação. Ele sabia que precisava encontrar algo, qualquer coisa, que pudesse esclarecer o caso. Mas, eventualmente, o cansaço começou a dominá-lo. Os olhos pesados e a mente exausta acabaram cedendo, e Ryūji adormeceu sobre os pergaminhos, ainda envolto nos mistérios que a noite guardava.

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20/8/2024, 05:40

Objetivos:

Problemas no paraíso

Ryūji acordou com um solavanco, os olhos abrindo-se abruptamente para a luz do amanhecer que infiltrava-se pela janela do seu quarto. O peso familiar das horas mal dormidas pressionava suas pálpebras, mas o desconforto físico era ofuscado pela urgência em sua mente. As dores no pescoço e nas costas, resultado de uma noite passada sobre a mesa, eram pequenas em comparação com o tumulto de informações que fervilhava em sua cabeça.

Ele se sentou devagar, esfregando a nuca dolorida, e tentou ordenar os pensamentos. Fragmentos do sonho persistiam na sua memória, misturando-se com os dados que havia revisado antes de sucumbir ao sono. Nomes, datas e imagens flutuavam diante dos seus olhos como uma névoa que tentava se dissipar. —— Algo está aqui... algo que estou deixando passar. —— murmurou para si mesmo, enquanto o cérebro tentava conectar os pontos.

Sem perder mais tempo, Ryūji levantou-se rapidamente e começou a se preparar. A adrenalina corria em suas veias, empurrando-o a agir antes que as dúvidas pudessem se enraizar. Ele vestiu suas roupas ninja com rapidez, ignorando o habitual ritual do café da manhã, e saiu de casa com passos firmes em direção ao quartel. A energia da descoberta o movia, aquecendo-o apesar do ar fresco e ameno do outono que reinava em Konoha.

O trajeto até o quartel foi rápido, quase uma corrida. Ryūji sentia a pulsação acelerada, não pela corrida, mas pela antecipação do que poderia descobrir. Ao chegar à recepção, respirou fundo e pediu que chamassem Hiroshi.

—— Hiroshi-san, é urgente. —— disse Ryūji, a voz ainda carregada de tensão.

O ninja da recepção acenou com a cabeça e, em poucos minutos, Hiroshi apareceu, vindo de uma sala onde, pelo que parecia, estavam em um momento de descontração. Ele rapidamente percebeu a seriedade de Ryūji e o conduziu para uma sala mais reservada.

—— Ryūji, você está agitado. O que aconteceu? —— Hiroshi perguntou, a voz calma, mas com uma nota de preocupação.

Ryūji começou a falar, as palavras saindo de forma rápida e confusa. Ele gesticulava enquanto tentava explicar o que havia percebido nos documentos revisados na noite anterior. —— Há... há vários nomes, Hiroshi. Eles estão nos registos de entrada e saída da vila, e nenhum tem uma morada registada. Na lista dos trabalhadores que construíram as casas, há também um nome, diferente, mas sem morada.

Hiroshi estreitou os olhos, absorvendo a informação. —— Você pode me mostrar isso? Vamos revisar juntos.

Com um aceno de cabeça, Ryūji espalhou os papéis sobre a mesa, apontando para os detalhes que havia memorizado. Sua mente trabalhava a mil, tentando explicar o que parecia ser uma descoberta crucial. Hiroshi, observando com atenção, começou a entender o raciocínio de Ryūji.

—— Isso é suspeito —— concordou Hiroshi após alguns momentos de silêncio. —— Se esse homem realmente trabalhou na construção dessas casas, ele poderia ter planejado isso há muito tempo. Ter acesso fácil e sem deixar rastros. Vamos investigar.

Hiroshi recolheu alguns de seus pertences, e juntos, com mais dois colegas das forças policiais, eles partiram em direção à sede da empresa de construção. O caminho, embora breve, foi permeado por um silêncio focado. Ryūji mantinha-se introspectivo, processando o que tinham descoberto e tentando prever os próximos passos. O céu estava claro, com poucas nuvens, e a temperatura amena proporcionava uma caminhada tranquila, mas seu interior estava em ebulição.

Ao chegarem à empresa, o local estava começando seu dia de trabalho. O dono circulava entre os funcionários, delegando tarefas e organizando o trabalho. Hiroshi não perdeu tempo e se aproximou do homem, apresentando-se como membro das forças policiais de Konoha.

—— Precisamos conversar em particular, se não se importa. —— disse Hiroshi com educação, mas com a autoridade que a situação exigia.

O dono, percebendo a seriedade no tom de Hiroshi, assentiu e os conduziu a uma sala mais afastada, onde poderiam falar sem interrupções. Dentro da sala, Hiroshi foi direto ao ponto, explicando brevemente a razão pela qual estavam ali e mencionando o nome do suspeito.

O dono da construtora pareceu surpreso e levemente desconfortável. —— Esse homem... ele se despediu há cerca de um mês e meio. Não deu muitos detalhes sobre o motivo. Eu realmente não sei onde ele mora, mas deixou um endereço para onde enviar o pagamento dos últimos dias de trabalho.

—— Esse endereço. —— Hiroshi pediu, firme mas educado. —— Pode nos fornecer?

O homem assentiu novamente, saiu da sala por alguns minutos e voltou com um pequeno pedaço de papel onde estava escrito o endereço solicitado. Hiroshi pegou o papel, agradeceu, e eles saíram da empresa.

O endereço ficava relativamente próximo das casas que haviam sido roubadas, mas ainda levaria cerca de quinze minutos para chegar lá a pé. Ryūji manteve-se em silêncio durante o percurso, sua mente alternando entre a adrenalina da investigação e a sombra que sempre pairava sobre ele — um medo profundo do que poderia encontrar, não apenas em termos de evidências, mas dentro de si mesmo.

Quando chegaram à morada, viram uma pequena casa simples, talvez com as divisões básicas. Hiroshi, experiente, sabia que não podiam ser descuidados. Ele deu ordens aos dois colegas para que circundassem a casa, garantindo que ninguém escapasse sem ser notado. Só então, ele bateu à porta, aguardando.

A tensão no ar era palpável enquanto esperavam uma resposta que não veio. Hiroshi tentou mais uma vez, desta vez com mais força, mas novamente o silêncio foi a única resposta. Com um aceno para Ryūji, Hiroshi preparou-se para arrombar a porta. Com um golpe firme, a porta cedeu, abrindo-se para revelar o interior.

A casa estava limpa, organizada de uma forma quase artificial, como se fosse mais um cenário do que um lar. Havia sinais de que alguém vivia ali — um casaco pendurado, algumas louças na pia — mas algo estava estranho. Ryūji sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao perceber que a maioria das janelas estavam fechadas, deixando o ambiente em penumbra.

—— Vamos abrir essas janelas. —— disse Ryūji, sua voz traindo um leve tremor enquanto se movia para deixar a luz entrar. Enquanto fazia isso, algo chamou sua atenção. Uma tábua no chão estava fora do lugar, levantada de maneira sutil. Ele se abaixou e tocou na madeira, confirmando suas suspeitas.

—— Hiroshi-san, aqui. —— chamou Ryūji, apontando para a tábua solta.

Hiroshi aproximou-se rapidamente e, com uma kunai, levantou a tábua. Debaixo dela, havia uma abertura, como uma entrada para um espaço subterrâneo. Ao removerem mais tábuas, revelaram uma escada que descia para as profundezas. A luz do dia iluminava apenas os primeiros degraus, deixando o resto envolto em escuridão.

Ryūji sentiu seu coração acelerar, a respiração ficando curta. A escuridão à sua frente era como um abismo que chamava por ele, um lugar onde seus piores medos se manifestavam. Mesmo assim, ele forçou-se a continuar, descendo os degraus com Hiroshi ao seu lado.

Cada passo em direção ao fundo era uma luta contra o crescente terror que se formava em seu peito. Quando finalmente alcançaram o chão, a luz fraca revelava uma série de materiais de escavação encostados à parede. Era evidente que alguém estava abrindo túneis, possivelmente como uma rota de fuga ou para acessar outros locais de forma secreta.

—— Isso explica muita coisa —— comentou Hiroshi, olhando em volta. Mas suas palavras mal alcançaram Ryūji, que estava sendo consumido pela escuridão ao redor e dentro de si.

Aquela escuridão apertava seus pensamentos como uma mão fria e implacável. Imagens da noite em que seus pais morreram começaram a invadir sua mente. O som das explosões, o cheiro de queimado, a escuridão completa que o envolveu quando tudo desmoronou. Era como se estivesse lá novamente, impotente, sozinho.

As mãos de Ryūji começaram a tremer, um tremor que logo se espalhou pelo seu corpo. Ele tentou lutar contra isso, manter-se focado no presente, mas as memórias o puxavam para baixo como uma correnteza. Ele deixou-se cair de joelhos, os olhos arregalados de terror, as mãos agarrando a cabeça como se tentasse manter sua sanidade intacta.

—— Ryūji! O que está acontecendo? —— A voz de Hiroshi parecia distante, abafada pelos gritos em sua mente. Os outros dois ninjas também se aproximaram, alarmados, mas para Ryūji, eles eram meras sombras em meio à tempestade que se desenrolava dentro de si.

Para Hiroshi, parecia um ataque de pânico. Ele tentou segurar Ryūji pelos ombros, chamando seu nome na esperança de trazê-lo de volta, mas a mente de Ryūji estava perdida em um redemoinho de medo e dor. Cada vez mais, ele se afundava nas memórias daquela noite fatídica, incapaz de escapar do horror que revivia.

O que era apenas uma investigação comum tinha se tornado um pesadelo vivo para Ryūji, e ele estava à mercê das sombras que sempre espreitavam em sua mente. A escuridão, sempre presente, finalmente o havia envolvido.

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20/8/2024, 08:37

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Problemas no paraíso

A tensão na pequena sala subterrânea era palpável, com a respiração de Ryūji oscilando entre a angústia do medo e o esforço de manter a compostura. A escuridão ao redor parecia ter vida própria, envolvê-lo como um manto sufocante que reavivava os horrores de seu passado. Sentado no chão frio, as mãos ainda trêmulas, ele lutava para se reconectar com a realidade. Hiroshi, ao seu lado, percebeu rapidamente o estado do jovem ninja e, sem perder tempo, começou a procurar algo que pudesse iluminar o local. Ryūji observou com uma mistura de admiração e inveja a calma com que o companheiro vasculhava as paredes em busca de um interruptor.

Após alguns segundos de busca, Hiroshi finalmente encontrou o que procurava. Com um leve clique, uma pequena lâmpada acendeu, lançando uma luz suave que revelou o espaço à sua volta. A iluminação tênue revelou a verdadeira extensão da caverna. Um túnel estreito seguia na direção das casas de Konoha, enquanto armários e baús alinhavam-se contra as paredes, recheados com equipamentos ninja e outros itens roubados. A visão daqueles objetos confirmou o que Ryūji já suspeitava: estavam no lugar certo, mas o criminoso ainda não fora encontrado.

Respirando fundo, Ryūji esforçou-se para afastar as sombras que ainda se aglomeravam em sua mente. A frustração queimava em seu peito — ele odiava como seu passado ainda o aprisionava em momentos cruciais. Levantou-se, esforçando-se para parecer mais calmo do que realmente estava, e começou a se mover pelo local, observando o que os rodeava.

—— Ryūji, o que aconteceu? —— Hiroshi perguntou, aproximando-se com cautela, sua voz carregada de preocupação genuína. —— Você está bem?

Ryūji hesitou antes de responder, sentindo o peso da vergonha misturado com a necessidade de manter sua compostura. —— Sim... estou —— respondeu, sua voz rouca. —— Foi só... só uma coisa do passado. Não vai acontecer de novo.

Hiroshi manteve o olhar fixo em Ryūji por um instante mais longo, como se avaliasse a veracidade daquelas palavras, antes de assentir. Sabia que cada ninja tinha seus próprios demônios, e não era sua intenção pressionar Ryūji a expor os seus. Em vez disso, focou-se na missão. —— Estamos no lugar certo, mas o ladrão ainda não apareceu. Precisamos ser inteligentes sobre como lidar com isso.

O olhar de Ryūji voltou-se para os armários e baús ao seu redor, o sentimento de que algo estava prestes a acontecer era quase tangível. Ele concordou com um aceno de cabeça. —— O que você sugere?

—— Vamos esperar por ele. —— disse Hiroshi, o tom de voz prático, como se estivesse sugerindo algo óbvio. —— Colocaremos a casa como a encontramos. Quando ele voltar, estaremos prontos para agir.

Hiroshi deu algumas instruções breves aos outros dois ninjas que os acompanhavam. A equipe começou a recolocar as tábuas no chão, fechando a abertura que levava ao subterrâneo, e Ryūji fechou a janela que havia aberto anteriormente. Hiroshi, com um sorriso leve nos lábios, sugeriu. —— Que tal deixar algumas luzes acesas, só para garantir que você fique confortável?

Ryūji franziu o cenho, surpreendido pelo comentário. —— Estou bem. —— respondeu de forma rápida, quase defensiva, mas notou o olhar de compreensão que Hiroshi lhe lançou. Aquele simples gesto de manter algumas luzes acesas pareceu mais significativo do que Ryūji estava disposto a admitir.

Com a casa reorganizada, eles se posicionaram estrategicamente. Hiroshi e os dois outros ninjas ficaram escondidos atrás da porta, prontos para surpreender o ladrão assim que ele entrasse. Ryūji, por sua vez, posicionou-se em frente à porta, mas mantendo uma distância segura de cerca de três metros. O plano era simples: ele serviria de isca, distraindo o homem enquanto os outros agiam.

O tempo parecia se arrastar enquanto esperavam. Ryūji sentia o ritmo constante do seu coração, cada batida lembrando-o do que estava em jogo. Embora a adrenalina mantivesse seus sentidos aguçados, uma parte dele ainda lutava contra os fantasmas que a escuridão recente havia evocado. O silêncio da espera era perturbador, mas também lhe dava a oportunidade de recuperar o controle sobre suas emoções.

Finalmente, ouviram o som suave de passos se aproximando da porta. Ryūji prendeu a respiração, preparando-se. A maçaneta girou lentamente, e a porta se abriu, revelando a figura do ladrão. O homem, vestindo roupas escuras e com uma expressão desconfiada, congelou no momento em que viu Ryūji diante dele. Era evidente que ele percebeu que algo estava errado, mas antes que pudesse reagir, Ryūji já havia completado os selos de mão necessários.

O homem imediatamente ficou paralisado, seu corpo rígido e incapaz de se mover. Em um instante, os três ninjas que estavam escondidos atrás da porta saltaram para fora, prendendo o ladrão antes que ele pudesse sequer tentar escapar. Eles o algemaram com destreza, forçando-o a se sentar no sofá da sala.

Hiroshi aproximou-se lentamente, com os olhos fixos no homem que agora oscilava entre a raiva e o medo. —— Vamos fazer isso da maneira mais fácil ou mais difícil? —— ele perguntou, o tom casual, mas com uma ponta de ameaça subjacente.

O ladrão, ainda se recuperando do genjutsu, olhou em volta, percebendo a situação em que estava. —— Vocês... vocês cometeram um erro —— ele sussurrou, a voz carregada de falsa confiança. —— Nada disso é meu.

Hiroshi riu, uma risada baixa e sem humor. —— Claro que não. E os equipamentos ninja que encontramos lá embaixo? Também não são seus, certo?

—— Eu só estou de passagem. —— insistiu o ladrão, os olhos buscando desesperadamente uma saída, mas encontrando apenas as expressões impassíveis dos ninjas à sua volta. —— Vocês estão perdendo tempo comigo.

Enquanto Hiroshi continuava o interrogatório, Ryūji se afastou um pouco, observando a cena. Ele sentiu uma mistura de alívio e irritação. A missão estava praticamente concluída, mas sua mente ainda estava presa ao momento em que quase sucumbira ao medo. Mesmo agora, na luz do dia e com a situação sob controle, uma parte dele ainda estava na escuridão daquele porão, lutando contra os demônios que nunca pareciam deixá-lo em paz.

Hiroshi fez um sinal para os dois ninjas que o acompanhavam, e eles deixaram a casa, indo em direção ao quartel para chamar uma equipe que pudesse inventariar todos os itens roubados. A sala ficou em um silêncio tenso, apenas quebrado pelo som das perguntas de Hiroshi e as respostas cada vez mais evasivas do ladrão. Ryūji observava tudo, tentando absorver cada detalhe, cada técnica de interrogatório usada por Hiroshi. Ele sempre admirou a capacidade de outros ninjas de manter a calma e o foco, algo que ele próprio ainda lutava para conseguir.

Participar daquela missão, mesmo com os altos e baixos, foi uma experiência reveladora para Ryūji. A ideia de atuar como investigador o intrigava; talvez fosse um caminho que pudesse seguir no futuro, um modo de usar suas habilidades analíticas em um contexto que não envolvia apenas combate direto. Mas, por ora, ele sabia que ainda tinha muito a aprender, tanto sobre a profissão quanto sobre si mesmo.

Hiroshi continuava a fazer perguntas, pressionando o ladrão a confessar, mas o homem mantinha-se obstinado, negando qualquer envolvimento. Ryūji observava, atento, enquanto aguardavam a chegada da equipe para recolher as provas e levar o prisioneiro. O tempo parecia desacelerar, cada minuto arrastando-se enquanto Ryūji refletia sobre o que aquilo significava para ele. Por enquanto, ele estava ali, observando, aprendendo, e, quem sabe, se preparando para o que viria a seguir.

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20/8/2024, 11:44

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O tempo passava lentamente para Ryūji enquanto ele observava Hiroshi continuar o interrogatório do prisioneiro. O jovem ninja estava concentrado em cada palavra, em cada movimento, buscando aprender o máximo possível daquela experiência. Ele ainda sentia as sombras do porão rondando sua mente, mas a luz do dia e a presença de Hiroshi ao seu lado traziam-lhe uma sensação de segurança que pouco a pouco apagava o pavor recente.

Duas horas depois, o som de passos do lado de fora anunciou a chegada da equipe de recolha de evidências. Vários ninjas entraram na casa, trazendo consigo equipamentos para catalogar e armazenar todos os itens roubados. Hiroshi, sempre calmo e eficiente, deu ordens claras sobre como proceder. —— Quero que recolham tudo e comparem com a lista de materiais roubados. —— disse, enquanto Ryūji observava a equipe começar a trabalhar. —— Certifiquem-se de que nada seja deixado para trás.

Enquanto os ninjas cumpriam suas tarefas, dois outros entraram e levaram o prisioneiro, que, ainda algemado, lançou um olhar de desprezo para Hiroshi e Ryūji. O olhar, no entanto, foi rapidamente ignorado. Eles sabiam que o homem seria interrogado mais tarde, e não havia pressa em arrancar informações agora. O importante era garantir que tudo fosse devidamente inventariado e encaminhado ao quartel-general para análise.

Assim que as ordens foram dadas e a equipe começou a trabalhar, Hiroshi fez um sinal discreto para Ryūji, indicando que era hora de partir. Saíram da casa juntos, e Hiroshi quebrou o silêncio com uma voz amistosa. —— Você fez um excelente trabalho hoje, Ryūji. Sua ajuda foi vital para resolvermos esse caso.

Ryūji, que normalmente preferia o silêncio, não pôde evitar um pequeno sorriso ao ouvir as palavras de Hiroshi. A aprovação do ninja mais experiente era algo que ele valorizava, mesmo que não fosse de se gabar. —— Apenas fiz o que precisava ser feito. —— respondeu Ryūji com humildade, a voz serena.

Hiroshi riu, um som curto e sincero. —— Não seja tão modesto. Sua inteligência e habilidades analíticas são raras. Já pensou em se tornar um investigador? Acredito que você seria excepcional nisso.

Ryūji ponderou por um momento. A ideia era intrigante, mas havia algo em seu íntimo que o fazia hesitar. —— Talvez... mas não tenho certeza se estou preparado para isso. Ainda tenho muito a aprender.

—— Todos temos. —— replicou Hiroshi com uma expressão compreensiva. —— Mas você tem o que é preciso. Quando estiver pronto, eu estarei aqui para ajudar.

Enquanto caminhavam, o clima ameno de Konoha envolvia-os, as folhas de outono dançando suavemente ao vento. O dia estava ensolarado, mas a temperatura era agradável, com o ar fresco proporcionando um contraste revigorante ao calor do início da manhã. Ryūji sentia-se mais à vontade agora, longe da escuridão do porão e na companhia de Hiroshi, cujas palavras eram sempre carregadas de uma calma contagiante.

No entanto, a tranquilidade da caminhada foi abruptamente interrompida por um ninja ofegante correndo em direção a eles. Ao se aproximar, Ryūji reconheceu o uniforme de um jōnin, cujos olhos estavam arregalados de urgência. O ninja parou bruscamente na frente de Hiroshi e Ryūji, curvando-se levemente enquanto tentava recuperar o fôlego. —— Temos uma situação de reféns. —— disse o jōnin, entre respirações pesadas. "Numa área remota da vila. Todos os chūnins e genins estão sendo convocados para o resgate."

As palavras do jōnin caíram como uma pedra no estômago de Ryūji. Uma situação de reféns era algo perigoso, que exigia rapidez, habilidade e, acima de tudo, sangue-frio. Ele engoliu em seco, a mente já trabalhando nos cenários possíveis. Mesmo com o receio que tal missão trazia, a determinação de não falhar crescia em seu peito.

Hiroshi, por sua vez, manteve a calma habitual. —— Entendido. Vamos para lá imediatamente —— respondeu com firmeza, antes de voltar-se para Ryūji com um sorriso leve, mas decidido. —— Parece que vamos continuar juntos.

Ryūji assentiu, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. —— Vamos. —— Sua voz era baixa, mas firme, refletindo a mistura de emoções que o dominava. Ele sabia que não havia tempo a perder. As sombras que o haviam assombrado mais cedo agora pareciam insignificantes diante do novo desafio. A missão de resgate era prioridade, e Ryūji estava determinado a dar o melhor de si.

Sem mais palavras, os dois ninjas partiram rapidamente em direção ao local indicado, prontos para enfrentar o próximo desafio que os aguardava.

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20/8/2024, 13:45

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Problemas no paraíso

Ryūji e Hiroshi corriam pelas ruas de Konoha, o som de seus passos ecoando nos becos e entre as casas à medida que se aproximavam do local onde a situação de reféns se desenrolava. O coração de Ryūji batia forte, não apenas pelo esforço físico, mas também pela tensão que crescia dentro dele. Embora a temperatura estivesse amena e o outono trouxesse um ar fresco e limpo, o peso da missão tornava o ambiente ao seu redor denso e opressivo. Ryūji sentia a responsabilidade sobre seus ombros, como uma sombra que o seguia desde o incidente no porão.

Ao chegarem ao local, Ryūji e Hiroshi pararam à distância, avaliando a situação. A casa, uma construção simples de madeira com telhado inclinado, estava isolada em uma área de cultivo. As janelas estavam todas fechadas, bloqueando qualquer visão do interior, e o campo aberto ao redor dificultava qualquer tentativa de abordagem furtiva. Hiroshi aproximou-se de um ninja que estava no local, claramente no comando da situação até aquele momento. —— Qual é a situação? —— perguntou Hiroshi, com uma seriedade que deixava claro o seu foco total na missão.

O ninja respondeu, com uma expressão tensa. —— Não sabemos muito. Um homem foi visto entrando na casa e trancando a porta. Logo depois, ouvimos um grito de mulher. Sabemos que essa casa é habitada por um casal e seus dois filhos, mas não temos certeza de quantos estão dentro agora. Sempre que alguém tenta se aproximar, ouvimos gritos, como se alguém estivesse sendo ferido. Não conseguimos estabelecer contato.

Ryūji permaneceu em silêncio ao lado de Hiroshi, absorvendo cada detalhe. As informações eram poucas e a situação era delicada. Cada movimento errado poderia resultar em tragédia. Hiroshi agradeceu ao ninja e, puxando Ryūji para um canto mais reservado, começou a planejar. —— Precisamos contornar a casa, tentar achar algum ponto cego. Mas com o campo aberto e a vigilância constante, isso pode ser impossível.

Ryūji assentiu, mas sua mente estava trabalhando em alta velocidade. A cada passo que davam ao redor da casa, ele analisava o terreno, as distâncias, os ângulos. O campo aberto era um obstáculo, mas ele sabia que cada problema tinha uma solução. Enquanto eles completavam a primeira volta ao redor da casa, a frustração começou a crescer. Não havia cobertura suficiente, e qualquer movimento mais ousado poderia colocar os reféns em risco.

Mas então, uma ideia começou a se formar na mente de Ryūji, como um raio de luz perfurando as nuvens escuras de sua mente. Ele parou por um momento, olhando para a casa novamente, dessa vez com um foco diferente. —— Hiroshi. —— começou Ryūji, sua voz calma, mas carregada de uma nova clareza. —— todas as tentativas foram por terra. E se tentássemos pelo ar? Se conseguíssemos chegar ao telhado sem sermos vistos, poderíamos usar a chaminé. Pelo menos, conseguiríamos descobrir quantas pessoas estão lá dentro.

Hiroshi parou e olhou para Ryūji, seus olhos avaliando a proposta. —— Pelo ar, hein? —— Ele parecia ponderar a ideia por alguns segundos, analisando as possibilidades. —— Isso pode funcionar, mas como vamos chegar ao telhado sem sermos notados? Esse é o grande problema agora.

Ryūji sabia que não seria fácil. A casa estava isolada e qualquer tentativa de voo ou salto seria arriscada, mas havia uma lógica por trás de sua ideia. —— Precisamos de um ponto alto, talvez uma árvore próxima ou outra estrutura que nos dê acesso ao telhado sem expor nossa posição. Podemos criar uma distração em outra direção.

Hiroshi ouviu as palavras de Ryūji, e por um momento, ele ficou em silêncio, avaliando o terreno e a ideia de seu jovem companheiro. —— Precisamos de um plano sólido. Qualquer movimento em falso pode custar vidas.

Ryūji sabia disso melhor do que ninguém. O peso da responsabilidade pulsava dentro dele, mas ele também sabia que não podia se deixar paralisar pelo medo. A escuridão, tanto literal quanto figurativa, sempre havia sido sua maior inimiga, mas ele não podia deixar que isso o controlasse agora. —— Eu sei. Vamos pensar em um jeito seguro de subir. Precisamos de tempo para planejar isso direito.

Hiroshi assentiu, sua expressão permanecendo séria, mas com um brilho de confiança nos olhos. —— Vamos dar mais uma volta e ver se encontramos o ponto de acesso. Talvez algo que ainda não percebemos.

Eles continuaram a circundar a casa, agora com a mente focada em encontrar uma solução. O vento do outono soprou suavemente, fazendo com que as folhas caídas se agitassem no chão, e Ryūji sentiu a urgência aumentar com cada segundo que passava. O desafio de enfrentar seus medos estava à sua frente, mas ele sabia que, ao lado de Hiroshi, poderia superá-los.

Eles ainda não tinham a resposta para o problema, mas Ryūji estava determinado a encontrar um caminho, mesmo que isso significasse enfrentar as sombras mais uma vez.

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21/8/2024, 11:14

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Problemas no paraíso

Ryūji e Hiroshi continuaram a circular ao redor da propriedade, suas mentes trabalhando em alta velocidade enquanto tentavam encontrar uma maneira de se aproximar da casa sem serem vistos. O campo aberto em volta, sem cobertura suficiente, tornava a tarefa quase impossível. Não havia uma árvore alta, uma estrutura que pudesse ser escalada ou qualquer elemento do terreno que facilitasse a aproximação sem levantar suspeitas. A frustração crescia a cada passo, e o tempo parecia estar contra eles, com cada segundo passando como uma sentença para os reféns.

Hiroshi, sempre calmo e calculista, sugeriu a criação de algo que bloqueasse a visão de uma das janelas, mas qualquer método que eles imaginavam parecia ser muito óbvio e arriscado. Eles sabiam que o sequestrador estava alerta, e qualquer movimento em falso poderia resultar em uma tragédia. Foi então que uma ideia ousada e perigosa surgiu na mente de Ryūji. —— E se... criássemos um incêndio? —— A ideia escapou de seus lábios, e por um momento, ele sentiu o peso de suas palavras no ar.

Hiroshi virou-se para Ryūji, a surpresa evidente em seus olhos. —— Incêndio? —— Ele perguntou, incerto, mas ao mesmo tempo, curioso.

Ryūji reformulou rapidamente sua ideia. —— Sim. Não um incêndio grande, mas um pequeno, controlado. Se direcionarmos o fumo na direção da casa, ele pode ofuscar a visão de uma das janelas. Com a ajuda de usuários de Suiton para controlar o fogo e de Fūton para direcionar o fumo, podemos criar uma distração eficiente.

Hiroshi ponderou por alguns segundos. A ideia era arriscada, ousada, mas fazia sentido. —— E o perigo do fogo se espalhar?

—— Teremos os usuários de Suiton para conter o fogo. O risco existe, mas é nossa melhor chance de se aproximar sem sermos vistos. O fumo também nos dá cobertura, mas será perigoso para nós também. Quem avançar para a casa terá que segurar a respiração para evitar inalar muito fumo.

Hiroshi assentiu lentamente, considerando as implicações. Era um plano que dependia da precisão e do controle absoluto dos elementos, algo que exigiria uma execução perfeita. —— Você está ciente de que, se isso falhar, podemos colocar a vida dos reféns em risco imediato?

Ryūji sabia disso, mas a urgência da situação pesava mais. —— Sim, eu sei. Mas também sei que se não fizermos nada, o desfecho pode ser pior. O fumo só precisará cobrir a casa por alguns segundos, o suficiente para nos aproximarmos e avaliarmos a situação dentro da casa.

Hiroshi finalmente cedeu. —— Certo. Vamos precisar de um grupo pequeno e habilidoso para isso. Vamos fazer isso parecer um acidente, algo natural, para não alarmar o sequestrador.

Eles retornaram ao local onde os ninjas estavam posicionados e rapidamente reuniram dois usuários de Suiton e dois de Fūton, explicando o plano com precisão. Não era necessário criar um incêndio grande, mas sim um que gerasse uma quantidade significativa de fumo. A tensão entre o grupo era palpável, mas a determinação em seus olhos mostrava que estavam prontos para arriscar.

Em um terreno vizinho, cuidadosamente selecionado, o fogo foi iniciado. O outono havia deixado folhas secas e galhos espalhados pelo chão, perfeitos para alimentar o fogo, mas também para provocar uma grande quantidade de fumaça. Os ninjas de Suiton rapidamente começaram a molhar o perímetro para evitar que as chamas se espalhassem, enquanto os de Futon direcionavam o fumo denso e escuro em direção à casa.

Ryūji e Hiroshi aguardavam, cobertos pela fumaça que se espalhava pelo ar, suas roupas cobrindo a boca e o nariz para filtrar o máximo de fumo possível. Os segundos pareciam se esticar em horas enquanto eles esperavam o momento certo para avançar. Quando a fumaça finalmente envolveu uma das janelas, criando a cortina necessária, Hiroshi deu o sinal.

Em um movimento ágil, Ryūji e Hiroshi correram em direção à casa, os passos rápidos e silenciosos como sombras na escuridão. O fumo estava espesso ao redor deles, o que dificultava a respiração, mas eles sabiam que não podiam parar. Em sete segundos, eles estavam agachados sob a janela, o coração de Ryūji batendo acelerado, mas sua mente permanecia focada.

Dentro da casa, um grito furioso ecoou. —— Se esse fumo não desaparecer, eu vou matar um de vocês! —— A voz era áspera e cheia de ameaça, claramente do sequestrador. Ryūji trocou um olhar rápido com Hiroshi, ambos cientes de que tinham pouco tempo. O fumo estava começando a dissipar, mas a breve distração havia funcionado.

Eles tinham a oportunidade, mas o próximo passo era crítico. Entrar na casa sem serem detectados e neutralizar o sequestrador era o objetivo, mas como fariam isso ainda precisava ser decidido. Ryūji respirou fundo, sentindo a familiar ansiedade tentar tomar conta de sua mente. Mas ele empurrou o medo para o fundo, concentrando-se no que precisava ser feito.

A respiração de Ryūji estava pesada, e ele sabia que não tinham muito tempo antes de precisarem recuar. Eles precisavam de um plano rápido, mas cada segundo era precioso.

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21/8/2024, 12:24

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Problemas no paraíso

Agachados sob a janela, o fumo começava a dissipar e a pressão do tempo pesava sobre Ryūji e Hiroshi. A situação exigia ação imediata, e foi nesse momento que Hiroshi teve uma ideia. —— Você tem Hikaridamas? —— perguntou ele, com a voz baixa mas urgente. Ryūji assentiu, retirando uma Hikaridama de sua bolsa ninja. —— Sim, tenho.

Hiroshi esboçou um plano rápido. —— Eu vou quebrar a janela com o meu cotovelo. Assim que eu fizer isso, você lança a Hikaridama. Possivelmente vai afetar os reféns também, mas a cegueira será temporária. Eles vão se recuperar rápido. —— Era um risco calculado, mas a única chance de desorientar os sequestradores sem machucar gravemente os reféns.

Sem tempo a perder, ambos trocaram um olhar firme, um entendimento silencioso de que não havia espaço para erros. Ryūji segurou a Hikaridama firmemente, sentindo a textura fria do metal em sua mão. Por um momento, a escuridão ameaçou invadir sua mente, trazendo consigo o medo que sempre o acompanhava, mas ele o afastou, focando apenas na missão.

Hiroshi, com um movimento rápido, levantou-se e quebrou a janela com uma cotovelada precisa. O som do vidro estilhaçando-se ecoou pela casa, e os cacos atingiram o homem que estava do outro lado, surpreendendo-o. Ryūji, mantendo o foco, lançou a Hikaridama em direção ao teto, calculando o ângulo para evitar que ela fosse bloqueada pelo corpo do homem.

Dois segundos depois, uma explosão de luz branca encheu o interior da casa, cegando temporariamente todos que estavam lá dentro. Sem hesitar, Hiroshi entrou pela janela, empurrando o homem ferido pelos estilhaços para abrir caminho. Ryūji seguiu imediatamente, seus sentidos aguçados pela adrenalina, focando no sequestrador próximo aos reféns.

Em uma fração de segundo, Ryūji percebeu a posição do homem e lançou-se sobre ele, usando todo o seu peso para derrubá-lo no chão. O impacto foi forte, e o sequestrador soltou um grunhido de dor ao cair. Ryūji imobilizou-o rapidamente, suas mãos pressionando os ombros do homem contra o chão com força. —— Fujam! —— Ryūji ordenou aos reféns, a voz firme e autoritária, mas não agressiva. Os reféns, que não tinham sido afetados pela luz devido a estarem de costas para a mesma, perceberam a oportunidade e correram em direção à porta, deixando o caminho livre para escapar.

A sala estava envolta em caos. A luz da Hikaridama havia se dissipado, e agora Ryūji e Hiroshi estavam lidando com uma situação extremamente perigosa. Dois sequestradores ainda estavam livres, embora temporariamente cegos, e estavam começando a recuperar os sentidos. O homem sob Ryūji lutava ferozmente, tentando se soltar, sua força impulsionada pelo desespero. Ryūji sentiu o homem tentar virar o corpo para escapar, mas ele usou toda a sua força e habilidade para manter o sequestrador imobilizado.

Ao mesmo tempo, Hiroshi enfrentava um desafio similar, lutando para manter seu oponente no chão. Eles sabiam que o tempo estava contra eles; a cegueira temporária dos sequestradores não duraria muito, e logo estariam lutando contra inimigos em plena força.

A escuridão em volta, o caos, e a proximidade da morte tentavam invadir a mente de Ryūji, trazendo de volta memórias que ele sempre lutava para manter enterradas. Mas ele não cedeu. A lembrança dos gritos de seus pais, da escuridão que engoliu sua vida, ameaçava paralisá-lo, mas ele usou essa dor como combustível. —— Você não vai fugir! ——, gritou ele, num raro momento de raiva controlada. Suas mãos tremiam ligeiramente, mas ele não as deixou enfraquecer. Ele sabia que precisava se manter focado, por ele, por Hiroshi, e pelos reféns que tinham confiado neles.

O sequestrador sob ele continuava a lutar, mas Ryūji estava determinado. Ele pressionou o joelho contra o tórax do homem, imobilizando-o ainda mais. No entanto, ao seu redor, o som de passos e grunhidos indicava que os outros sequestradores estavam começando a se levantar. Ryūji olhou para Hiroshi, que também lutava para manter seu oponente sob controle. Ambos sabiam que o pior ainda estava por vir, e que precisavam agir rápido para desarmar a situação antes que os sequestradores se recuperassem completamente e transformassem aquela sala num verdadeiro campo de batalha.

A tensão no ar era palpável. A batalha estava longe de terminar, e eles precisavam encontrar uma maneira de imobilizar os sequestradores restantes antes que fosse tarde demais.

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21/8/2024, 13:28

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Problemas no paraíso

A situação estava prestes a sair do controle. Ryūji sentia a força do homem embaixo dele diminuir, mas a cada segundo que passava, o sequestrador resistia mais ferozmente. O garoto, ainda que habilidoso, era apenas um adolescente de doze anos, e a força do homem adulto logo prevaleceu. Com um movimento brusco, o sequestrador inverteu as posições, jogando Ryūji de costas no chão e imobilizando-o. O peso do homem era esmagador, e logo ele pressionou o joelho contra o tórax do garoto, enquanto o braço se firmava em sua garganta, apertando cada vez mais.

Ryūji lutava para respirar, cada inspiração se tornava uma tarefa árdua. O medo começava a se infiltrar em sua mente, trazendo de volta lembranças escuras, sufocantes. O teto da casa parecia se fechar sobre ele, a escuridão que tanto temia ameaçando engoli-lo por completo. O estresse pós-traumático começou a se manifestar, mas ele lutou para se manter focado. Não agora, pensou, eu não posso ceder.

Os olhos de Ryūji começaram a embaçar, e sua visão ficou turva. Hiroshi, percebendo o desespero do companheiro, gritou por ele, mas a resposta que veio foi fraca, quase inaudível. Ryūji não conseguia falar, o peso no peito e na garganta era esmagador. Foi então que Hiroshi, num ato de desespero, lançou uma kunai em direção ao homem que sufocava Ryūji. A lâmina encontrou o alvo na lateral do tronco do sequestrador, que cedeu momentaneamente, permitindo a Ryūji recuperar o fôlego e a clareza dos pensamentos.

A dor no lado esquerdo do corpo pulsava, mas a pequena folga que ganhou foi suficiente para que Ryūji percebesse a oportunidade. Com a perna esquerda livre, ele usou o joelho para pressionar a kunai ainda mais fundo no corpo do sequestrador, torcendo a lâmina para maximizar o dano. O homem gritou, sua força diminuindo por um breve momento.

Mas o ataque de Hiroshi trouxe problemas adicionais. O homem que ele estava imobilizando se soltou e, com a ajuda de outros dois, começou a agredir Hiroshi com golpes rápidos e pesados. O espaço confinado da casa tornava difícil qualquer movimento evasivo, e Hiroshi estava claramente em apuros. —— Droga, Ryūji, levanta! —— Hiroshi rosnou, lutando para manter o controle da situação.

Ryūji tentou aproveitar o momento em que o sequestrador acima dele retirou o braço que prendia seu lado esquerdo para afastar o joelho da kunai. O homem estava determinado a arrancar a lâmina do próprio corpo, e Ryūji sabia que, se ele conseguisse, a situação se tornaria ainda mais perigosa. Quando o sequestrador ergueu a kunai, os olhos de Ryūji se arregalaram, percebendo o perigo iminente.

No entanto, antes que o golpe pudesse ser desferido, a casa foi subitamente invadida por um grupo de ninjas de Konoha. A entrada foi rápida e coordenada, com vários ninjas atravessando portas e janelas ao mesmo tempo, transformando o espaço apertado em um cenário de caos organizado. De repente, o que antes era uma luta desesperada entre seis pessoas se transformou em uma sala cheia de vinte ninjas experientes, prontos para tomar controle da situação.

O homem que segurava a kunai sobre Ryūji foi rapidamente desarmado e imobilizado contra o chão, enquanto outros ninjas tomavam conta dos sequestradores restantes. Ryūji permaneceu deitado no chão, ofegante e tossindo, tentando recuperar a respiração que havia sido roubada por longos segundos. O medo e a escuridão ainda pairavam em sua mente, mas a visão dos aliados ao seu redor trouxe uma sensação de segurança que ele não sentia há muito tempo.

Do outro lado da sala, Hiroshi também se permitia um momento de alívio. Ele limpava o sangue que escorria de um corte na testa, a respiração pesada, mas aliviada. Ambos haviam passado por um momento crítico, mas a intervenção oportuna dos ninjas de Konoha havia evitado o pior.

Ryūji tossiu mais uma vez, sentindo a dor residual no peito e na garganta, mas forçando-se a sentar-se. Seus olhos encontraram os de Hiroshi, que, apesar das feridas, sorriu de forma cansada. —— Você... conseguiu? —— perguntou Ryūji, a voz ainda rouca. Hiroshi assentiu, e juntos, os dois respiraram fundo, aliviados por ainda estarem vivos, mas cientes de que a missão, embora quase no fim, ainda exigiria mais deles.

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21/8/2024, 14:32

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Após alguns minutos de recuperação, o silêncio da casa destruída foi quebrado por Hiroshi, que se aproximou de Ryūji, estendendo a mão para ajudá-lo a levantar do chão. O peso das batalhas anteriores ainda estava presente nos corpos dos dois, mas havia um alívio palpável no ar. O perigo tinha passado, e eles estavam vivos.

Hiroshi, sempre com seu bom humor, não perdeu a chance de brincar com a situação. —— Acho que você não vai querer me ter como companheiro de missão depois de hoje. —— disse ele, com um sorriso travesso no rosto. Ryūji, ainda um pouco ofegante, aceitou a mão estendida e respondeu com um leve sorriso. —— Certamente encontrarei situações piores —— murmurou, sua voz baixa como de costume, mas havia um tom de cumplicidade em suas palavras.

—— Vamos para fora. —— sugeriu Hiroshi, e os dois seguiram para a saída da casa, onde a luz do fim de tarde os envolveu, trazendo uma sensação de paz e normalidade. Assim que pisaram do lado de fora, foram recebidos pela família que haviam resgatado. A mãe, o pai e uma criança correram até eles, lágrimas escorrendo pelos rostos aliviados, enquanto agarravam as mãos dos dois ninjas, agradecendo profundamente. Era um misto de emoção e gratidão que só aqueles que estiveram à beira do desespero podiam expressar.

Ryūji, ainda desconfortável com grandes demonstrações de emoção, apenas acenou com a cabeça, dizendo baixinho. —— Apenas fizemos o nosso dever. —— Hiroshi, por sua vez, retribuiu os agradecimentos com um sorriso caloroso, confortando-os com palavras gentis. —— Estamos aqui para manter todos vocês seguros. Fiquem tranquilos agora, vocês estão a salvo.

Depois de algum tempo, a confusão ao redor da casa começou a se dissipar. Os sequestradores, agora fora da casa, estavam sendo interrogados por um ninja de Konoha. O transporte que os levaria para a prisão chegaria a qualquer momento. Hiroshi e Ryūji, ainda um pouco afastados da cena principal, observavam tudo de longe, em silêncio.

Um ninja se aproximou deles, o semblante sério, mas com um toque de gratidão nos olhos. —— Obrigado pela intervenção. Foi corajosa e eficaz. Recomendo que vocês dois passem pelo hospital para cuidarem dos ferimentos. —— Ryūji olhou para suas mãos e braços, notando pequenos cortes e hematomas, mas nada que o preocupasse. Hiroshi também balançou a cabeça, minimizando a necessidade de cuidados médicos. —— Estamos bem. —— disse Hiroshi, sorrindo. —— Mas obrigado pela preocupação.

Com a missão oficialmente concluída, os dois começaram a se afastar do local, lado a lado. O sol já estava se pondo, tingindo o céu com tons alaranjados e rosados. O ar de outono era ameno, trazendo uma sensação agradável após um dia tão intenso. O estômago de Ryūji roncou suavemente, lembrando-o de que estavam há muito tempo sem comer. Hiroshi, sempre atento, percebeu e sugeriu com um sorriso. —— Que tal um ramen? Acho que depois de tudo isso, nós merecemos.

Ryūji, que raramente aceitava convites sociais, surpreendeu-se ao perceber que gostava da companhia de Hiroshi. —— Aceito. —— respondeu simplesmente, e os dois caminharam juntos em direção a um dos restaurantes de ramen de Konoha. O aroma reconfortante do caldo quente logo os envolveu, trazendo uma sensação de normalidade que ambos ansiavam.

Durante a refeição, Hiroshi falou sobre a missão, mas também sobre outras coisas triviais, fazendo piadas e contando histórias engraçadas. Ryūji, que normalmente era reservado, se permitiu relaxar um pouco. Embora não risse alto, um sorriso discreto surgia no canto de seus lábios de tempos em tempos. Ele percebeu que, apesar de suas diferenças, havia algo em Hiroshi que o fazia se sentir à vontade, talvez fosse a maneira como ele tratava a vida com leveza, mesmo nas situações mais difíceis.

Enquanto o céu escurecia e as luzes de Konoha se acendiam, os dois decidiram que era hora de voltar para casa. A noite se aproximava, e embora a acluofobia ainda fosse uma sombra na mente de Ryūji, ele sentiu que o dia havia sido um passo importante na superação de seus medos. Não era fácil, mas a presença de Hiroshi, a segurança que ele sentiu ao lado do companheiro, o ajudou a enfrentar a escuridão com um pouco mais de coragem.

—— Foi um longo dia. —— disse Hiroshi, enquanto se despediam. —— Mas valeu a pena. Até a próxima, Ryūji.

—— Até. —— respondeu Ryūji, com um aceno discreto. Enquanto os dois se afastavam, cada um seguindo seu caminho, Ryūji refletiu sobre o dia. Sentiu que algo havia mudado dentro dele, uma sutil, mas importante transformação. Havia encontrado em Hiroshi mais do que um companheiro de missão; talvez, pela primeira vez, ele tivesse encontrado um amigo.

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