Depois de dormirem quase a madrugada inteira e acordarem logo de manhã cedo, Nathaniel e Hanzo sairam da casa do garoto e comeram em uma cafeteria simples, mas saborosa, com tudo pago pelo elfo. O garoto contou para o Yondaime sobre a sua juventude em Kusa, sobre como teve que lidar com as intimidações dos jovens encrenqueiros e com corações partidos, e em alguns momentos, Nate se lembrou da própria história. Eles foram até a casa da mãe de Hanzo, e durante o trajeto, ele não pode deixar de notar os olhares das pessoas, impressionados pela sua presença ali e pelo fato do Hokage estar andando com alguém que não era ninguém na Vila da Grama. Eles almoçaram na casa da Srta. Chinoike, que tratou Nathaniel com todo o respeito e admiração que lhe era merecido, e de lá, seguiram para o templo de Erasmus Grey.

Em poucos minutos de caminhada por uma floresta, eles chegaram no templo de Erasmus, que ficava no Distrito Norte, e tinha todos os traços de uma arquitetura projetada por mentes de Silvermoon, sendo tão grande quanto o Templo da Fênix. Hanzo ficava impressionado ao ver aquilo, não tendo chegado a estar naquele local enquanto morava ali. Os dois foram recebidos pelo líder do local, que estava junto de Masako e o seu filho, que já tinha mais idade, e o pequeno Michael, sobrinho de Nate, que tinha todos os traços de Abraham, desde o cabelo branco aos olhos vermelhos. A esposa de Erasmus ficou emocionada ao saber que Hanzo tinha sido salvo por Ryuuzaki e que o admirava profundamente por isso.

Enquanto Nate caminhava pelos corredores externos do templo com os familiares, ele pode ver que haviam muitos Greys treinando alguns movimentos de combate com Azrael, manuseando armas e socando alguns bonecos de treino. Viu também um grupo de jovens em uma roda enquanto dois jovens treinavam Taijutsu, parando quando percebiam a presença de Nathaniel no recinto, admirando o elfo. Passou em um outro local e viu alguns jovens e adultos meditando com as pernas flexionadas em uma sala em quatro fileiras, sendo ministrados por Anastasia. Alguns deles conseguiam liberar uma energia bordô de seus corpos, manifestando uma fênix da mesma cor, significando um conhecimento mais apurado dos dois caminhos do Clã Grey e o equilíbrio entre os dois. Terminaram em uma sala, onde pergaminhos eram transcritos, fornecendo conhecimentos que em várias gerações, eram considerados secretos.

— Quantos elfos… Com todo o respeito, é claro. — Hanzo olhou para Erasmus.
— Tudo isso começou quando seu amigo desafiou aquela que amaldiçoou todo o nosso clã, na Lua, enfrentando os seus cavaleiros e a sua monstruosidade. A admiração que o mundo tem com ele se transformou em nossa maior arma. De repente, os conhecimentos secretos não se tornaram secretos, e muitos buscaram por eles. Entender os caminhos da Luz e das Trevas é o primeiro passo para acabarmos com as barreiras impostas pelos nossos opressores. Alguns sairam de Silvermoon, e até mesmo de outras vilas, e se concentraram aqui. — Erasmus pode ver os olhos brilhando de admiração pela história contada por ele. — Não somos muitos, comparados a uma nação inteira, mas somos o suficiente para incomodar os oligarcas.
— E é por causa deles que estamos aqui. — Nate entrou na conversa, chegando no escritório de Erasmus, observando todos sairem.

O dia já tinha ido embora, dando lugar a uma noite fria na Vila da Grama. E então, quando somente ele, Hanzo e seu mentor estavam sentados em cadeiras, Nate contou sobre a chegada do mensageiro dos oligarcas de Silvermoon em seu templo, a oferta realizada por eles e o que eles desejavam. Também acrescentou detalhes sobre a sua visita ao Castelo de Fukashi e as revelações que se sucederam no evento que houve naquela noite, também mostrando o envelope que tinha o papel vazio, o mesmo que não tinha queimado anteriormente. Esperava que Erasmus tivesse uma resposta para o seu questionamento.

— A única coisa que posso dizer a você é que eles não são capazes de fazerem o que propuseram a você, não pelos próprios esforços, mas os antigos sábios conseguem, o que envolve todos os tipos de artes proibidas, coisas que envolvem todos os tipos de energias pesadas e consequências ainda piores. — explicou, pegando um livro. — Eles não ofereceriam isso a você se não tivessem muito mais a ganhar com o Templo da Fênix. Você deve tomar cuidado, pois se tem uma coisa que os oligarcas não aceitam é não como resposta. Eles não irão desistir do templo com facilidade.
— Então eu lutarei por ele. — avisou em um tom de voz determinado.

Depois de um belo banquete serviço por Masako e interagir com os Greys, Nathaniel foi para uma área mais reservada do templo de Erasmus para fumar. Os elfos que frequentavam o templo durante o dia já tinham retornado para as suas casas e tendas que ficavam na floresta, onde residiam. Não era como se tivesse conseguido algum tipo de informação relevante, mas era melhor do que sair dali sem respostas, fora que ver tantos elfos reunidos por uma causa que era nobre lhe trazia ânimo. De repente Ravenna foi se aproximando, dando uma risada ao ver Nate, parecendo um pouco alcoolizada. Fazia muito tempo que os dois não se viam, e as coisas tinham mudado muito desde que se conheceram. Ravenna era uma mulher madura, determinada e parecia seguir os passos de seu padrinho.

— Seu amigo está ouvindo algumas histórias sobre o Ryuuzaki e os Garotos, igualzinho a uma criança empolgada. Eu saí da sala porque tinha que colocar o Michael para dormir, e porque algumas partes me fazem lembrar de um passado que ainda é doloroso. — ela parou ao seu lado, olhando para a Lua. — Um dia, meu filho irá ouvir as mesmas histórias. Vai ser difícil explicar para ele que o tio dele era o grande herói, mas que o pai dele era um dos vilões.
— Se o seu problema é esse, então não deveria explicar as coisas de forma tão maniqueista. Eu não busco enxergar minha história como se fosse um filme épico, mas de maneira prática eu não sou o vilão, mas também não sou o herói. Mas se for para contar ao Michael, você poderá contar sobre uma história de redenção. — continuou fumando o seu cigarro.
— Talvez eu devesse deixar você contar então. — ela deu uma risada mais alta que o normal.
— Acho melhor minha mãe contar. Falar nisso, ela deseja ver o neto dela, então você nos deve uma visita. — amassou o cigarro, jogando-o no lixo.
— Você curte um vinho? Quer dizer, eu tenho uma garrafa lá em cima. Podemos trocar histórias, eu sei que você deve ter um monte, principalmente agora que se tornou Hokage, e… — ela ficou com o rosto corado, mas Nathaniel a interrompeu.
— Ravenna, eu não sou muito bom em entender códigos sociais, mas acho que esse é bem explicito, não é? — ele a encarou, percebendo que ela desviou o olhar.
— Desculpa… Aqui tem sido bem solitário, e pelo que vejo, você também está bastante solitário. Você é irmão do pai do meu filho, onde eu estou com a cabeça? — ela lamentou, batendo com a mão no rosto.
— Você não deveria se sentir culpada por ter desejos, mas minha mente está muito longe daqui agora. — ele olhou para Lua junto com a cunhada.
— Erasmus me disse que existem homens em Konoha, pessoas que querem ver você cair. Homens com muito dinheiro e poder, que agem nas sombras e usam os seus testas de ferro para passarem os seus recados. Isso me faz pensar que eles podem vir atrás de nós um dia.


Nathaniel podia ver os seus perseguidores em seus pesadelos, mas como Ravenna mesmo descrevia, não conseguia identificar os seus rostos. Ainda que houvesse o tal Byakuya, ele parecia ser o tipo de homem que tinha muitos segredos, e que esses segredos se transformavam em vantagem para a sua empreitada. A maior habilidade deles não era disparar bolas de fogo ou criar clones de sombra, mas influenciar uma grande parcela da sociedade, o que incluia os shinobis, a tomarem as decisões que trarão benefícios a sua pequena casta. Ao olhar para a ruiva, Nate se lembrou do falecido marido dela, o primogênito de Solomon e Elleanor, que morreu para passar um recado para o filho adotivo da família.

— Essas pessoas… Esses malditos abutres se alimentam de tudo o que puderem tomar. Eles não tem os mesmos princípios que nós, eles não tem limites, nem mesmo escrúpulos. É por causa deles que sempre haverão grupos como a H.Y.D.R.A e a Boryuukodan. Talvez tenhamos que revisar as nossas próprias regras para jogarmos esse jogo sombrio, até porque eles não jogam pelas regras convencionais, então porque nós deveríamos?  — olhou para Ravenna.
— Porque um dia, contaremos nossas histórias para as crianças das futuras gerações, e eles devem nos ver como heróis, não como assassinos.
— De novo você com essa visão dualista. — falou em um tom repreensivo.
— O mundo é dual para a maioria das pessoas, Nate. Você pode até ter a mente mais esclarecida, mas isso não diz respeito a maioria das pessoas, principalmente os mais jovens. Você se lembra de quando eramos jovens e idiotas? Nós acreditávamos que a dança era somente uma forma de extravasar, de nos divertirmos, mas com o tempo, aprendemos que é algo muito maior do que isso. — suas palavras deixaram Nate confuso. — Espera, você realmente não sabe, não é? — ela riu ao ver a face do Hokage, segurando em sua mão. — Então eu devo mostrá-lo. Se tiver sorte, hoje você descobrirá o porquê do seu maior dom.

E então, os dois sairam do templo e seguiram para a floresta não muito longe dali, trilhando um caminho que no começo era iluminado somente pela luz do astro-lunar, porém podiam ver uma fogueira acesa não muito longe, e o barulho de música e vozes de pessoas. Assim que chegaram, Nathaniel pode ver um grupo de moças dançando ao redor de uma fogueira, rodeando-a com as suas túnicas. Alguns jovens e adultos ficavam observando as pessoas dançando ao redor. Nathaniel ficou maravilhado com a cena, como não poderia deixar de ser.

A noite se tornava mais fria naquele ambiente, mas aquilo não impedia as pessoas ali de festejarem. Enquanto andava por aquela área um pouco mais aberta da floresta, Nathaniel podia observar os jovens ali interagindo e dançando diversas músicas, mas para ele, era como se estivesse voltando a um passado que não lhe pertencia mais, numa época em que pensava ser livre. Ao contrário dos jovens e mais adultos que usavam roupas festivais, e até casuais, o Hokage desfilava com o manto que indicava a sua posição na sociedade, algo que não era muito importante no local onde estavam. Seu olhar era um pouco rígido, denunciando a sua sobriedade, em contraste com os elfos alcoolizados, alguns rindo mais do que o comum.

— O que foi, Nate? — Ravenna o encarou por um segundo.
— Eu não entendi porque me trouxe aqui, e o que me falou lá no templo. — parou ao ver algumas moças dançando uma música com batida mais envolvente.
— A sociedade humana, até mesmo os elfos mais conservadores, nunca aceitaram a nossa forma de viver, de experimentar a vida. A dança, a música, a arte, tudo isso é uma forma de nos conectarmos com a nossa essência, de evocarmos os espíritos. Quando nossos corpos estão em movimento, nós nos libertamos dos cordões que nos prendem. — ela parou em sua frente, analisando o seu rosto e respirando fundo. — Ficar trancado no escritório o dia inteiro, analisando folhas e se envolvendo em política, isso tudo vai acabar matando você, Nate. Esse manto vai roubar a sua essência. — ela deu um puxão no seu manto.
— Eu não tenho escolha. Konoha precisa de mim, e esse lugar também. Quando nos conhecemos, eu era só um carteiro, e por muito tempo, eu preferia quando eu era somente isso. Mas depois eu virei um dos Sannins, depois o Guardião da Paz, o Mensageiro do Caos, o Arauto da Fênix, e agora, Hokage. Eu não sou mais aquele cara que você ajudou em Iwagakure, Ravenna.
— É engraçado, porque eu não vejo isso. Para mim, ele ainda está aí, só evoluiu. — ela deu um sorriso para o mesmo, um que ele tentou responder de forma recíproca, até que uma kunai atingiu o seu ombro esquerdo e atravessou a sua carne, a jogando para o solo. De repente, ouviu um grito de alguém que também era atingido por uma kunai nas costas, caindo no chão.


Nathaniel, ajoelhado na frente de sua cunhada raivosa pelo golpe sofrido, ativou o Byakugan imediatamente, usando da sua visão periférica acurada e também da visão de seu longo alcance. Podia ver também figuras andando entre as árvores, buscando se esconder atrás dela, no momento em que suas assinaturas de chakra sumiam entre os objetos sólidos. O Yondaime pode perceber que o local inteiro ficou agitado, e mesmo os mais alcoolizados podiam sentir que a atmosfera havia mudado de repente, instaurando o pânico nas pessoas ali, que sabiam que não podiam fugir dali. Ele também percebeu que o local estava cercado. Quando a garota respondeu que estava bem, o Arauto da Fênix se levantou e se preparou para um confronto onde teria que medir os seus golpes para não ferir civis.

— Eu sei que estão aqui, e que cercaram o local, mas se vocês desistirem desse ataque, eu reconsiderarei o meu próximo movimento. Vocês feriram algumas pessoas,m as não mataram ninguém, então recuem enquanto minha paciência não chegou ao limite.  — falou em voz alta, dando um ultimato aos invasores que estavam em uma distância máxima de 25 metros.
— VIEMOS AQUI PARA EXPULSAR VOCÊS, CRIATURAS REPUGNANTES, DE NOSSAS TERRAS! ESSE LUGAR SAGRADO NÃO MERECE SER CONTAMINADO PELOS FILHOS DO CONDENADO! — uma kunai veio em linha reta em altíssima velocidade na direção da testa de Nathaniel, que conseguiu agarrar a arma a tempo no ar, antes dela atingir o seu rosto, jogando-a para o alto ao perceber que tinha uma tarja explosiva atrelada a ela.
— Pela ordem de quem!?
— Pela ordem dos nossos contratantes. — várias kunais com tarjas explosivas foram lançadas, e alguns elfos mais sóbrios ergueram barreiras violetas e vermelhas que protegiam as pessoas ao redor, revelando o poder do Shogai, a barreira “invisível” dos Greys, até que bolas de fogo, dragões elétricos e tubarões de água começaram a se colidir com os escudos.

Alguns dos elfos acabavam sendo atingidos por golpes que destruiam os escudos conjurados, tendo os seus escudos desfeitos e seus corpos lançados para bem longe, caindo nocauteados, mas não mortos. Ao ver, através das assinaturas de chakra, que alguns dos adversários que estavam a oeste do local se preparavam para um ataque corpo-a-corpo, Nathaniel acumulou uma grande quantidade de chakra em sua mão esquerda, observando que Ravenna removia a flecha de si própria, enquanto uma mulher mais velha se ajoelhou na sua frente, buscando curá-la. Quando dez mercenários com roupas acinzentadas e membros enfaixados saltaram das árvores e dos seus galhos na direção dos elfos com suas espadas na mão, Nate então executou um soco no ar, liberando todo chakra que havia armazenado ali, gerando uma onda de choque que jogava todos os dez para longe, os assistindo dar mortais involuntários para trás, enquanto soltavam suas armas e gritavam de dor.

— Vocês ainda querem lutar? — ele realizou selos manuais rapidamente, criando dois clones de sombra, fazendo um aceno para eles.


Assim que receberam o sinal, os clones começavam a evacuar os civis, guiando-os para um caminho onde os inimigos estavam em menor número, usando de taijutsu e armas para lidar com os que tentavam atacar os civis, para assim para levá-los em direção ao templo de Erasmus. Nathaniel acabou ficando sozinho perto daquela fogueira, observando a aproximação do grupo de 30 ninjas, todos encapuzados, retirando os pesos de treino das suas pernas, deixando elas cairem no chão. Mesmo em menor número, Nate permanecia tranquilo, consciente do seu desafio, mas confiando em sua habilidade para lidar com a situação.

— A pessoa que contratou você deve ter pago muito bem para isso. Qual de vocês é o líder? Quem contratou vocês, hein? — apontou o dedo na direção deles, procurando pelo seu mentor intelectual, se é que ele sabiam quem era. — Então tá bom… Parece que eu terei que perguntar um por um. O lado bom… É que não preciso controlar a minha força agora.

Nathaniel ficou parado na frente dos inimigos durante alguns segundos, com a mão esquerda próxima do seu martelo, pronto para sacá-la a qualquer momento. Com o seu Byakugan ativado, ele conseguia ver tudo o que acontecia ao seu redor em um ângulo de 359º. Em um determinado momento, os seus clones explodiram, então recebeu de volta as lembranças da escolta bem sucedida ao templo de Erasmus. Quando uma brisa leve e fria passou pelo ambiente, balançando as roupas e o cabelo de Nate, um dos mercenários começou a fazer selos manuais, batendo com as mãos no chão, criando uma fissura de terra de 10 metros de largura e cinco de comprimento, obrigando o elfo a dar um salto rápido para cima, antes de cair dentro da armadilha do inimigo. Enquanto estava no ar, dois dragões de fogo vieram em sua direção, obrigando Nate a fazer selos com a mão direita, usando a mão esquerda na frente do seu rosto e liberando uma parede de água que transformava aqueles dragões de água em fumaça.

Depois de fazer selos manuais rapidamente, um feixe violeta saiu de dentro da fumaça, atingindo pelo menos cinco dos membros na região do peito, enquanto os outros se espalhavam ao redor. As áreas atingidas pelo feixe de energia se transformaram em poeira, separando os corpos dos alvos atingidos. O ataque do elfo gerava medo nos inimigos, que assistiam o Yondaime retornar ao solo a três metros de distância da grande fogueira com a mão no martelo, quando dois mercenários se aproximaram, deslizando os seus pés na grama. Aproveitando-se do fato de que um deles estava próximo o bastante da fogueira acesa, fazendo um único selo manual para que ela se propagasse e atacá-lo pelas costas, incinerando-o. Menos de um segundo depois, Nathaniel sacou o martelo e lançou-o contra o outro inimigo, que era jogado contra uma das árvores, batendo com as suas costas nela. Vários trovões caiam do céu e batiam no chão, bem no local onde Nathaniel estaria, se não desse cinco mortais para trás em altíssima velocidade, segurando no cabo do seu martelo novamente.

De repente, a terra ao seu redor começou a tremer, obrigando o elfo a dar um salto para trás, antes que fosse emboscado por um homem que saia do solo. Dez mercenários foram se aproximando de todos os lados com suas espadas empunhadas, obrigando o elfo a ter que lidar com um por um, buscando desviar dos seus ataques de espada gingando o seu corpo para o lado oposto dos seus ataques, e golpeá-los em regiões mais sensíveis com o seu martelo e a sua mão, onde só precisaria de um golpe para nocauteá-los, escolhendo atingi-los no nariz, no queixo, na têmpora e na boca do seu estômago. Em menos de trinta segundos, todos eles acabaram caindo diante de seus golpes. Ele ainda tinha fôlego e chakra o suficiente para lutar muito mais, mas de certa forma, havia provado o seu ponto. Quando estava achando que havia terminado, o chão ao seu redor tremeu, balançando-o por alguns segundos, até que dois mercenários buscaram se aproximar com os braços estendidos para assim realizarem o Lariat, mas Nate esticou o braço esquerdo para cima, concentrando chakra na palma de sua mão, socando o solo e liberando uma cratera de cinco metros de diâmetro, gerando uma onda de ar que reprimiu o movimento dos inimigos, os fazendo dar pulos para trás.

— Ok, acabou a brincadeira. — ele avançou contra um dos ninjas que recuava, agarrando o seu pescoço e o erguendo no ar, chocando-o contra o solo quebrado, colocando o pé em cima do seu pescoço. Em menos de dois segundos, o restante dos mercenários cercou o elfo, não tremendo o que estava por vir.  — É melhor vocês revelarem o nome do seu contratante, ou então irei queimar os seus corpos e assistir enquanto vocês agonizam. Eu não ia dizer nada, mas deixe-me lembrá-los: eu não estou sozinho. — assim que falou isso, Nathaniel liberou toda a sua intenção assassina, fazendo com que todos eles enxergassem a aura da Matatabi. Ele não podia ver os seus rostos, mas pela maneira como as suas pernas e mãos tremiam, conseguia entender que havia concluído o seu objetivo de intimidar psicologicamente os seus inimigos, que se dispersaram imediatamente. — É bem difícil assistir um grupo que parecia tão unido por uma causa desfalecer com tanta facilidade. Mas vamos ao que interessa: quem contratou vocês?

Diante de uma figura tão imponente que possuia tantos recursos, o medo da morte era um sentimento inevitável, e Nathaniel conseguia infringir tal sentimento nos seus inimigos. Sozinho e completamente sem apoio dos seus colegas, que tinham fugido de medo do que poderia acontecer com eles se ficassem, o mercenário ficava com as pernas trêmulas e com dificuldade em suas palavras, levando o elfo a apertar mais forte o pescoço dele, lhe roubando o ar por alguns segundos para lhe dar um vislumbre do que o esperava nos próximos minutos. Ao ver as suas bochechas ficando avermelhadas, o Grey soltou-o para que o mesmo recuperasse o fôlego, assistindo-o cair de bunda no chão e tossir copiosamente, até que tivesse ar em seus pulmões o suficiente para expor tudo o que Nathaniel precisava saber.

— Nós não sabíamos que você estaria aqui. Nossa única tarefa era expulsar todos os Greys desse vilarejo, essa foi a ordem que nos deram. — avisou, ainda respirando de maneira ofegante, levando a mão ao coração como se fosse ter uma parada cardíaca a qualquer momento.
— E quem foi que contratou vocês? — olhou para o homem sem ligar para o seu estado.
— Ele não disse o seu nome, apenas nos deu dinheiro e uma missão. Ele era igual a você… Igual a todos vocês.
— Descreva-o.
— Ele era loiro, jovem e tinha cabelos longos, e estava muito bem vestido. — assim que ouviu a descrição do mercenário, uma imagem se formou na mente do Grey, que cruzou os braços, refletindo sobre os responsáveis pelo ataque dos mercenários. De repente, aquele homem com o rosto enfaixado caiu no chão tendo convulsão, sendo assistido pelo elfo.
— Eu poderia ajudá-lo, se eu quisesse, mas você estragou a minha noite junto com os teus colegas, então… Boa sorte no outro mundo. — ele deu-lhe as costas, dando um salto para longe dali.

Em poucos minutos, na madrugada fria de Kusagakure, ele chegou ao templo de Erasmus e vendo que algumas pessoas estavam armando tendas na área externa do local, com fogueiras acesas em vários pontos, percebendo que alguns elfos estavam sob cuidados, fosse pelo cansaço ou por ferimentos que poderiam ter sido gerados pelo ataque dos mercenários. Ravenna, que tinha sido atingida por uma flechada, estava melhor. Nathaniel caminhou entre eles, até que uma adolescente parou na sua frente, travando o seu caminho, abaixando a cabeça num gesto de gratidão, um gesto que chamou a atenção das pessoas que estavam ao redor.

— Obrigada por ter salvo a nossa vida, Nathaniel-sama! O senhor é a nossa inspiração! — ela o agradeceu, e de repente, outros elfos saiam de onde estavam e juntaram a ela, rodeando e tocando em suas vestes, dizendo palavras de agradecimento ao Hokage, que ficava sem saber o que dizer ou falar. Nate olhou para cima e viu Erasmus na varanda do seu quarto, que ficava no segundo andar do templo.

[...] No dia seguinte, o dia estava mais claro, e o frio rotineiro dos dias de inverno dava lugar a um clima mais ameno, indicando a vinda da primavera. As pessoas saiam de suas tendas e buscavam por alimentos na floresta, que agora estava mais segura sem a presença dos invasores. Ninjas da vila recebiam uma denúncia de tentativa de ataque ao Hokage, uma ordem vinda dele para enterrar  os corpos dos mortos em uma área apropriada para tal coisa. Logo após o café da manhã, Nathaniel contou tudo para os membros da família e o seu novo companheiro de aventuras na sala de reunião. Todos ficaram surpresos e ao mesmo tempo revoltados com as suas revelações, considerando todas as ações possíveis.

— Primeiro temos que saber se esse idiota está agindo por conta própria, ou está servindo como garoto de recados. — Azrael foi o primeiro a falar. — Se esse for o caso, talvez tenhamos que partir para a ofensiva.
— Se fizermos isso, Silvermoon inteirá cairá sobre nós, e ainda seriamos vistos como inimigos pelo resto do mundo. — Anastasia bebeu a sua xícara de chá.
— Temos que pensar nas pessoas que estão aqui, que só querem viver as suas vidas em paz. Nós ensinamos eles a se defenderem, não a guerrearem. Nós prometemos liberdade para eles, não uma guerra. — Erasmus falou de pé.
— Os oligarcas não pensam desse jeito, Erasmus. Ei, camarada, nos ajude aqui! — Azrael e Erasmus olharam para Nathaniel, que não dizia nada. O Hokage olhou para Hanzo, que ficou nervoso quando o encarou.
— Eu vou cuidar deles. Vocês continuem acolhendo e treinando os elfos daqui. — suas palavras sairam como um pedido, e não como uma ordem.
— Você não poderá usar os recursos de Konoha contra Silvermoon, ou então causará uma guerra. — Masako alertou.
— Então eu usarei os meus, que são muito melhores. — garantiu. — Em todo o caso, está pronta para ir? — olhou para Ravenna, que respondeu que sim com a cabeça.