Meus últimos dias foram corridos como de costume, na verdade acho que corridos até demais, não havia um dia que não tivesse uma missão mais estranha que a outra para realizar, mas isso não queria dizer que eu não estava gostando de tudo isso, infelizmente nenhuma tinha me trazido um grande desafio ou a emoção que eu tanto buscava, entretanto ainda sim serviram como um entretenimento. - ”Eu diria que é quase como a calmaria antes da tempestade.” - Esse pensamento era o que me fazia seguir em frente, pois por mais que um clima estranho circundasse o mundo ninja nada fora do padrão estava acontecendo, era como se algo ou alguém estivesse na espreita esperando alguma coisa especifica acontecer.

De qualquer forma, existindo um perigo eminente a espreita ou não eu ainda possuía trabalho para fazer, e sim eu estava falando de mais missões. - E uma estranha para variar. - Os conteúdos das missões eram uma grande montanha russa, um dia eu estava servindo de guarda costas para uma ninja médica famosa da vila e no outro caçando um animal selvagem não identificado. - Um animal selvagem causando problemas não parece trabalho para um genin, acho que no mínimo não estamos falando de um javali aqui. - Suspirei comigo mesmo enquanto terminava de arrumar minhas coisas, principalmente minhas vestes para então partir em direção aos arredores da vila para encontrar o tal animal assassino de origem misteriosa.

Considerações:

Me dirigi até o portão da vila enquanto fazia uma breve recapitulação da missão, aparentemente um animal desconhecido estava assassinando pessoas que se distanciaram demais da vila por um motivo ainda desconhecido. - “Essa informação sozinha não significa muita coisa já que o animal pode ter um objetivo ou esteja só defendendo seu território.” - As possibilidades eram muitas, podia ser realmente só um animal desconhecido perdido pelas redondezas, alguma criatura afetada pela lua vermelha como já aconteceu antes ou quem sabe, a maior suspeita pelos relatórios: uma kuchyose de um ninja inimigo.

Seja qual for o motivo do animal estar assassinando pessoas nas redondezas de Konoha eu precisava resolver isso. Comecei a percorrer as redondezas com cautela, saltando entre as árvores e observando qualquer movimentação suspeita, inicialmente preferi passar próximo às estradas principais de acesso já que eram um bom ponto estratégico para serem atacados por inimigos, mas não vi nada fora do normal, algumas carruagens estavam transitando normalmente sem qualquer problema. - “Estranho, tudo parece normal por aqui.” - Parei em cima de uma árvore para observar em volta. - “Se os ataques estão acontecendo com quem se afasta então talvez eu deva ir mais além.” - A busca aparentemente daria mais trabalho do que imaginado, mas se a criatura estava atacando quem quer que se afastasse da vila, provavelmente eu teria resultados se me colocasse no lugar da vítima.

Considerações:

Seguindo a ideia de me colocar no lugar da vítima, comecei a me afastar da vila, indo em direção à região onde os incidentes haviam ocorrido com maior frequência. Decidi adotar uma postura mais despretensiosa, caminhando pela trilha como se fosse um simples cidadão da vila, alguém perdido e desavisado, e não um shinobi treinado e preparado para o combate, meu objetivo era atrair o inimigo, me passando por uma presa fácil.

O caminho era tranquilo, e o silêncio ao meu redor só aumentava a tensão que eu sentia, demorou um pouco, mas então, algo fora do comum chamou minha atenção, ouvi um barulho estranho, como se algo pesado tivesse caído no chão com força, olhei em volta, tentando localizar a origem do som. - Estranho... - Murmurei, forçando a vista para enxergar através das árvores e da vegetação densa, para manter o disfarce, resolvi chamar, como se realmente não soubesse o que estava acontecendo. - Tem alguém aí? - Perguntei, minha voz carregada de uma falsa ingenuidade, tentando parecer um aldeão ignorante, alheio aos perigos que o cercavam.

Após a primeira batida, o silêncio voltou a reinar, o que só tornou o clima ainda mais tenso, o vento soprava suavemente, fazendo as folhas sussurrarem, mas nada além disso se movia. - Ok... - Murmurei, sentindo meu coração bater mais rápido, dei mais um passo à frente, e o som seco de um graveto quebrando sob meu pé pareceu ecoar pela floresta, foi então que o barulho estranho voltou, mas desta vez, era mais forte e muito mais intenso, o som se repetia, cada vez mais rápido e alto, como se algo gigantesco estivesse se aproximando. - Mas que merda é essa... - Minha mente estava em alerta máximo, e meu corpo instintivamente se preparou para o que estava por vir, me coloquei em posição defensiva, pronto para reagir a qualquer ataque que pudesse surgir de repente. - Vamos lá, cadê você...? - Eu sussurrei, minha voz agora cheia de expectativa.

A tensão no ar era palpável, e o suspense começou a mexer comigo de uma forma que poucas coisas conseguiam, minhas mãos começaram a suar, e meu coração acelerou ainda mais, a espera estava começando a me deixar inquieto, mas também um pouco empolgado.

No entanto, mesmo com toda a preparação, não estava totalmente pronto para o que surgiu entre as árvores, Um som estrondoso de algo se quebrando, e, de repente, uma criatura gigantesca apareceu, derrubando árvores como se fossem gravetos, meus olhos se arregalaram de surpresa ao ver um elefante alaranjado com grandes presas, avançando em minha direção com uma força aterradora. - Ehn? - Exclamei, atônito, rapidamente tentei erguer uma defesa com meus braços, mas a criatura, com sua força descomunal, atropelou minha defesa como se não fosse nada, me arremessando violentamente a vários metros de distância. - Aaaarg! - Gemi de dor quando minhas costas colidiram com força contra o tronco de uma árvore, a dor pulsou em meu corpo, mas eu sabia que não podia me dar ao luxo de parar. - Um elefante aqui? - Eu murmurei, ainda tentando processar o que estava acontecendo.

Considerações:

Um elefante no meio da floresta com certeza me pegou desprevenido, mas eu precisava me recompor se não quisesse ser esmagado já que a criatura continuava a avançar em minha direção. Juntei forças nas pernas e pulei , permitindo-me alçar voo. - Uuh, essa foi por pouco. - Voei por cima do elefante que passou reto destruiu mais algumas árvores e então parou.

Fiquei observando o animal que parecia mais inteligente do que o esperado, ela não estava agindo impulsivamente como pensei inicialmente mas sim me analisando de longe .- O que você vai fazer agora? - Resmunguei curioso e logo me arrependi disso, pois o elefante começou a sugar uma grande quantidade de ar ao seu redor. - Ehn? - Arregalei os olhos já imaginando o que viria a seguir. Logo em seguida, utilizando sua tromba o animal disparou uma forte rajada de Futon que me empurrou alguns metros de distância, algumas árvores foram arrancadas no processo e me atingiram fazendo-me cair no chão e ser soterrado por toda a tralha que voou junto.

- Mas que merda de elefante é esse? - Sacudi a cabeça e me preparei para contra-atacar, mas neste momento percebi algo estranho, sobre o animal avermelhado agora existia uma figura esguia, um homem vestido de preto. - Ham? Você sobreviveu a isso? - Ele parecia um pouco surpreso. - Bogi, você pegou leve com ele por ser uma criança? Eu já disse para não relaxar independente de quem seja, vamos, termine o serviço uma vez que já chamamos atenção demais! - Se antes havia alguma dúvida de que era uma invocação, agora não é mais o caso.

Considerações:

Com o verdadeiro inimigo a vista as coisas ficam mais simples agora. - Então era realmente uma invocação de alguém. - Encarei o sujeito que ainda parecia um pouco confuso com tudo que estava acontecendo. - Hum? Você por acaso estava me procurando? Fico até lisonjeado. - Ele se curvou fazendo toda uma pose de deboche. - Por que está atacando as pessoas com esse elefante? - Uma pergunta que sequer tinha motivo, sua resposta não mudaria nada, mas ainda assim eu estava curioso. - Por quê? Bem, meu amigo Bogi aqui precisa se exercitar e que forma melhor de fazer isso do que esmagando algumas formigas e faturando com isso? - Um sorriso maquiavélico se formou em seu rosto, enquanto preparava para dar um golpe no inimigo.

- Bogi, acaba com ele! - O animal bufou e avançou em direção ao meu ataque. - Vai encarar de frente? - Um leve sorriso se formou em meu rosto, essa eu queria ver. Não demorou muito e a criatura se chocou contra meu punho, houve um estrondo e as árvores que ainda estavam de pé sacudiram. - Ele é realmente durão. - Mas o elefante também estava perdendo força e começou a ser empurrado para trás aos pouco, pelo que parecia o animal não estava com sua força total, então foi mais fácil de se combater. - O que foi Bogi? - Foi tudo que o rapaz conseguiu dizer antes da sua invocação desaparecer, provavelmente tinha chegado ao seu limite e retornou ao seu reino antes que se ferisse gravemente com o soco que estava lhe subjugando. - Eh? - Sem mais um apoio o responsável pelos ataques foi ao chão.

Sem a invocação o rapaz magricela não parecia representar grande ameaça, na verdade ele estava até desesperado. - Bogi? Bogi! Seu covarde volte e lute! - Era uma cena até patética de observar. - Sabe, eu quase sinto pena de você. - Aquela situação tirava toda satisfação da vitória, um homem que só era corajoso atrás da sua invocação, me pergunto como alguém daquele tipo sequer foi capaz de adquirir uma. - Peça desculpas para o Bogi em outra vida por ter sido um mestre tão patético. -

O sujeito ainda tentou escapar desesperadamente do golpe que vinha a seguir, mas os punhos era mais rápida do que ele. - Estilo Goken - Esgueirando-se como uma serpente pela terra, os punhos lhe alcançou e atingiu sua cabeça, consumindo o resto de esperança que o homem tinha. - Não, não, por favor eu…! - Antes que pudesse concluir o golpe terminou o trabalho. - Usar animais para fazer seu trabalho sujo. - Balancei a cabeça em negação e recuperei meu folego. Com a ameaça neutralizada retornei para a vila com objetivo de reportar o sucesso da missão, os moradores e visitantes não precisavam mais ter medo do animal assassino que no fim só teve o azar de ter um mestre incompetente.

Considerações: