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[CENA] Um Dilema no Vento: Entre Sombras e Tempestades
[CENA] Um Dilema no Vento: Entre Sombras e Tempestades

Hemumu

Chūnin

[CENA] Um Dilema no Vento: Entre Sombras e Tempestades OMWpE2F

Yukari Miso

Post 1/10 - Início da Missão Rank-C
Objetivos do RP: Realizar missões com desenvolvimento de atributos e superação de defeito.
(1) Localização e Captura de um Ninja Renegado +1 ponto em Ninjutsu;
(2) Resgate de Reféns em um Oásis + Superação de Código de Honra - Humanitário.

OBS: Uso de 1 Redutor de Treino p/ Superação de Defeito

Pela primeira vez, ser convocada para realizar outro trabalho me deixou nervosa. Isso porque as palavras de aviso do supervisor após reportar minha última missão ainda ecoavam em minha mente. “Em algumas situações, a morte é a única saída.” Suspirei, tentando me acalmar e superar aquela mensagem simples e sutil. Ainda não havia encontrado uma forma de responder ao sensei sem que ele me achasse fraca e não confiável. Muita coisa estava em jogo, minha carreira como ninja incluído.

Andei a passos lentos até o balcão, onde o homem me aguardava com um olhar sério. Ele me entregou um pergaminho detalhando minha nova missão: localizar e capturar um ninja renegado de Sunagakure. O nome do alvo era Kaito, um baderneiro que cresceu na bandidagem e em algum lugar dos territórios de Suna. Agora estava se achando o dono do mundo, saqueando vilarejos inteiros. Como ele prejudicava a segurança das rotas e a reputação da vila, não dava mais pra ignorar.

— Yukari, sua missão é localizar um nukenin que usa o nome de Kaito para realizar suas atividades criminosas. Ele está atacando algumas vilas pequenas, roubando os moradores e viajantes. É preferível que você traga ele vivo para arrancarmos informações. Temos dúvidas se ele trabalha sozinho, possui subordinados ou segue algum líder. Como ele aparenta ter habilidades de shinobi, é provável que tenha sido treinado por alguém em algum momento. Caso não seja possível, pode se livrar dele e depois entendemos como fica a situação — o supervisor fez uma pausa para que eu absorvesse a informação. A sua indiferença foi quase um banho de água gelada. — Devo dizer que Kaito não pode ser subestimado. Traga-o vivo apenas se conseguir garantir a sua segurança, mas não se preocupe em mantê-lo inteiro. Não hesite em usar força letal se necessário. Entendido?

Engoli em seco antes de responder, aceitando o pergaminho como desculpa para desviar o olhar. Assenti com a cabeça, sentindo um peso se formar no meu peito. Considerando que havia a possibilidade de trazê-lo vivo, tentaria primeiro dessa forma. Com o pergaminho em mãos e sob o olhar desconfiado do sensei, deixei a sala e comecei a me preparar.

Peguei meus equipamentos e conferi o local dos últimos ataques de Kaito. Encontrei dois registros no pergaminho: um roubo em uma pequena vila ao sul do País, e um problema nas estradas próximo dali. Caminhei até o portão da vila, pronta para começar a viagem naquela noite fria. Esperava chegar no local e iniciar minhas investigações por lá.

Atravessei os portões na vila rumo ao deserto, pretendendo ter sucesso nessa empreitada.

Palavras: 428

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Texto - Pensamentos
— Texto - Falas de Yukari
— Texto - Falas de terceiros

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Hemumu

Chūnin

Dom 28 Jul - 0:00

Yukari Miso

Post 2/10 - Continuação da Missão Rank-C

Descrição da Missão I:

Alcancei o pequeno vilarejo batendo os dentes. Com exceção do frio, a viagem pelo deserto foi tranquila, pelo visto ninguém se arriscaria atravessá-lo nesse período. O local era um conjunto de poucas construções ao redor de uma pequena praça com um poço – provavelmente o único reservatório de água da região, compartilhado por todos os moradores dali. Se não havia nenhum poço subterrâneo, provavelmente eles traziam água de algum lugar, então precisavam de uma boa convivência para manter a paz e o bom uso daquele bem precioso. O vilarejo era cortado por uma única estrada, que passava bem no centro da vila.

Segui até o único lugar que parecia ter alguma atividade naquele horário – um pequeno casebre com as janelas abertas e luz saindo de dentro. Caminhei até a porta e bati algumas vezes, ouvindo passos se aproximarem e a porta abrir com um estrondo.

— Olá… Quem é você? — fui recepcionada por uma idosa pequena e desconfiada. Seus cabelos grisalhos estavam presos em um coque.

— Olá, senhora. Sou Yukari Miso, ninja de Sunagakure. Estou investigando o ataque de Kaito que aconteceu aqui faz alguns dias. Consegue me dar mais informações sobre ele?

— Finalmente enviaram alguém para tratar daquele vândalo — a idosa comentou, suspirando de alívio. Ela encarou bem o meu rosto e olhou a bandana com o símbolo da Vila da Areia antes de voltar a conversar. — Entre, está muito frio pra conversar aí fora e estou muito velha para aguentar isso. Vou compartilhar o que sei.

Ela tinha razão, então dei alguns passos para dentro do local e senti um alívio quando ela fechou. Aquela ventania gelada parou de açoitar meu corpo. A parte de dentro era simples, com pouco mobiliário e algumas portas para uma parte mais privada. Ela esticou o braço para que eu me sentasse à mesa, pronta para conversar.

— Recebi uma mensagem da vila de que alguém deveria vir investigar. Duvidei que fosse aparecer por aqui até amanhã, mas aqui está você… Enfim. Meu nome é Misaki, assumi a liderança desse pequeno vilarejo desde que meu marido faleceu. Kaito, ou seja lá o nome daquele delinquente descontrolado, apareceu por aqui há quase uma semana. Ordenou que entregássemos ryous e bens de valor — a mulher mais velha comentou, sentando-se na mesa. Fiz a mesma coisa, parecia mais educado do que ficar encarando de pé, já que ela já tinha oferecido essa hospitalidade. — Mas veja bem, não somos comerciantes nem temos terras férteis para ter esses recursos financeiros todos. Somos uma pequena comunidade que se juntou para se fortalecer no meio desse deserto. Ele se irritou com a quantidade de ryous que arrecadamos e cuspiu fogo em uma das casas antes de ir embora. Precisamos tirar uma boa quantidade de água do poço para apagar as chamas…

— A senhora se lembra por qual caminho ele seguiu?

— Sim, ele seguiu rumo ao sul. Tentou até roubar um camelo… Mas o bicho não quis cooperar, então ele largou pra lá. Ficamos felizes que ele não ateou fogo nela também. Junima está por aqui há bastante tempo…

— Obrigada pelas informações. Vou dar uma olhada na casa em chamas por agora, se não se incomodar.

— Deixe para amanhã. Pode dormir aí na sala pra não pegar uma doença e morrer no frio do deserto. Queremos evitar o trabalho de falar com a vila para mandar outro ninja para retirar seu corpo e resolver o problema.

— Ããhn… Certo, obrigada.

Agradeci a oferta e peguei o pergaminho da missão, juntando com as informações novas. Se Kaito seguiu para o sul, o problema na estrada que ficava mais distante surgiu depois desse roubo à vila. O rapaz parecia deixar um rastro de confusão para trás. Pela hospitalidade oferecida, Misaki estava fazendo o que podia para que a situação fosse resolvida, então havia um interesse comum para resolver aquele problema.

A idosa apagou as luzes, fechou as janelas e portas, me desejou um boa noite e foi se deitar. Aguardei até o dia raiar para me despedir e voltar ao trabalho.

Palavras: 665

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Hemumu

Chūnin

Dom 28 Jul - 10:11

Yukari Miso

Post 3/10 - Continuação da Missão Rank-C

Descrição da Missão I:

No dia seguinte, antes de sair da propriedade de Misaki, perguntei sobre as características físicas de Kaito, para poder identificá-lo. Fui informada de que o alvo se tratava de um homem corpulento de estatura média, cabelos ruivos, cara de poucos amigos e muita sujeira sobre o corpo e vestes. Tinha problemas com mau-gênio e falava bem alto.

Me despedi da idosa e agradeci a hospitalidade, seguindo até uma das construções indicadas sobre o último ataque do nukenin. Era uma casa simples e pequena, e sua lateral tinha marcas de fogo. Felizmente, graças ao material construtivo e provável agilidade da comunidade em apagar as chamas, aquilo só ficou naquela parte mesmo.

Já tinha sido informado que Kaito sabia uma coisa ou outra de ninjutsu, será que o Katon estaria entre seus conhecimentos? Pela descrição que recebi (cuspir fogo), imaginei que sim. Com minhas tarefas concluídas naquela vila, segui em direção ao sul, utilizando a estrada principal, considerando que Kaito também estava fazendo isso.

Como eu tinha poucas informações sobre as habilidades combativas do alvo, que nesse momento era o que mais importava, considerei um plano de cansá-lo de alguma forma antes de partir para um combate direto. Durante a viagem, atravessando o vasto deserto com rochas e vegetação rasteira, encontrei um homem solitário no meio da estrada. As características não batiam com as do vândalo, fora que o sujeito parecia perdido e desesperado.

— Olá, senhor. Aconteceu alguma coisa? — perguntei, após considerar que poderia se tratar de um Henge no Jutsu. Como o velho permaneceu naquele estado por muito tempo, e não havia sinal de uma alma viva ao redor além de mim, acabei deixando pra lá.

— Um ruivo descontrolado levou meu camelo com minhas coisas no caminho que passa no meio das montanhas! Eu perdi tudo! Onde que vou achar trabalho no meio desse deserto? — o homem balbuciava em estado de choque.

— Calma, senhor. Vou tentar recuperar suas coisas. Consegue me informar como esse homem era? E quando foi que isso aconteceu? — tentei tranquilizá-lo.

As informações que ele me passou batiam com as que eu tinha adquirido de Kaito. Por um lado, foi bom para mim encontrar algo assim antes que eu andasse à esmo pelo deserto. O lado negativo é que o rapaz tinha feito mais uma vítima. O ataque havia acontecido há algumas horas e essa era a estrada das informações da missão onde ele havia realizado alguns roubos dias atrás. Pelo visto, o bandidinho gostou da região.

— Siga rumo ao norte, vai encontrar um pequeno vilarejo por lá em umas duas horas de caminhada. Talvez eles possam te ajudar temporariamente — apontei o sentido que ele deveria seguir e o vi se distanciar a passos lentos.

Com informações de que Kaito estava na região e uma localização aproximada, andei com mais cuidado, até identificar o local informado. Mais a frente, o caminho serpenteava ao redor de duas cadeias montanhosas, limitando fugas e o campo de visão de quem estava fora dele. Deve ser por isso que o rapaz havia escolhido aquele local.

Saí da estrada e comecei a dar a volta, querendo encontrar outro ponto para acessar a região sem ser notada. Não sabia o quão atento ele estaria agora, considerando que já tinha roubado alguém. Gastei algumas horas nesse plano, mas consegui um acesso ao terreno alto, que me faria ganhar uma boa visão da estrada. Após alguns minutos caminhando, vi um sinal de fumaça, como se fosse um ponto de fogo. Uma fogueira, talvez? Segui até lá cautelosamente, encontrando uma espécie de cabana improvisada com galhos secos, rochas e panos sujos.

De costas para mim, um ruivo parecia fazer algo com o que seria a fogueira. Me escondi atrás de uma rocha bem a tempo dele olhar sobre o ombro. Sem sombras de dúvidas, aquele era Kaito.

Palavras: 630

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Hemumu

Chūnin

Dom 28 Jul - 14:18

Yukari Miso

Post 4/10 - Continuação da Missão Rank-C

Descrição da Missão I:

A visão de Kaito, tão próxima e desprotegida, fez meu coração acelerar. A adrenalina correu pelas minhas veias enquanto planejava minha abordagem. Ele estava distraído, mexendo na fogueira, o que me dava uma vantagem. Me abaixei, escondida atrás de uma rocha, observando seus movimentos e tentando antecipar suas ações. Minha mente trabalhava rápido, considerando as opções.

Lembrei das palavras do supervisor: "Use força letal se necessário." Não era o que eu queria, mas a advertência estava clara. Minhas mãos tremiam. Respirando fundo, decidi que a abordagem inicial seria tentar imobilizá-lo e capturá-lo vivo, dando um jeito de arrastá-lo até a vila (não que eu tivesse forças para isso). Porém, no tempo que levei para decidir o que fazer, o homem concluiu seus afazeres e entrou na cabana, fazendo com que eu o perdesse de vista.

“Droga…” Sem visão do inimigo, precisei me reposicionar, procurando outras rochas para me esconder. Nessa movimentação, acabei vendo o camelo roubado, deitado atrás da barraca. Como não tinha nenhuma comida ou água disponível para o bicho, duvidei que Kaito estivesse se importando se ele viveria ou não, estranhando e me irritando com aquela displicência.

Enquanto me movia para ver melhor a situação, acabei pisando em um galho seco, que estalou com um barulho alto. Me joguei atrás de uma rocha para sumir de vista, percebendo que Kaito saiu da tenda em um pulo.

— QUEM É VOCÊ? O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI? — o rapaz gritava, irado que estava sendo observado.

Imaginei que seria melhor responder, então me pus de pé, mas foi uma péssima ideia. Tive que me abaixar novamente, já que uma bola de fogo foi lançada imediatamente. Senti uma dor lancinante no braço, provavelmente fui alvejada pela habilidade, e percebi que independente de quem eu fosse, ele não queria conversar.

— HAHAHA! AGORA JÁ SEI ONDE VOCÊ TÁ, OTÁRIA!

Considerei que não valia a pena responder, ele não parecia em um estado muito normal. Infelizmente, meu plano de pegá-lo de surpresa foi por água abaixo, mas ao menos ele não estava se preocupando em poupar energia. Talvez eu pudesse usar aquilo contra ele. Preparei um Oboro Bunshin no Jutsu para que eu pudesse confundi-lo, enviando os clones incorpóreos para locais distintos. Na adrenalina do momento, pode ser que funcionasse.

Uma parte dos clones seguiu primeiro pela direita, enquanto eu iria com o restante pela esquerda. O objetivo era tirar o camelo do alcance dos meus jutsus, caso o homem desviasse. Utilizei os selos para ativar o Raigeki no Yoroi, pronta para seguir em velocidade máxima. A estratégia acabou dando certo: outra bola de fogo foi lançada contra as cópias.

Imediatamente, corri preparando um Wind Release: Air Bullets para tentar lançar contra o homem. Os ataques acertaram Kaito, mas não foram suficientes para derrubá-lo. Ele acabou andando para o lado contrário da tenda e do animal, distanciando-se.

— Aaaa… Então você tem seus truques, ninja suja! — ele continuava grasnando, irritado.

— Sou Yukari, estou aqui para levá-lo à Sunagakure para ser julgado. Renda-se e ninguém se machuca.

Ele soltou uma gargalhada, um som áspero e desdenhoso.

— Uma ninjazinha de Sunagakure? Você acha mesmo que pode me levar de volta?

Das vestes ele tirou uma kunai enferrujada, mostrando que não se renderia. Preparei um Fūton: Atsugai para lançar contra ele, percebendo tarde demais que a kunai dele possuía uma tarja explosiva. O jutsu rebateu a kunai e acertou o homem. A explosão que se seguiu, próxima de Kaito, me assustou. Será que eu tinha matado ele? Meu coração parou.

Corri até o corpo do homem, que estava extremamente machucado. Aproximei-me para confirmar; não tinha nenhum conhecimento médico, mas ele respirava pesadamente e provavelmente só estava desacordado. Senti um alívio tremendo pelo homem ainda estar vivo.

Aproveitei para amarrar bem seus braços e pernas com o fio de aço, usando pelo menos uns cinco metros dele. Verifiquei as vestes e encontrei mais algumas kunais enferrujadas, aproveitei para jogá-las longe. Entrei na tenda e me deparei com um monte de bagunça – restos de comida, sacos de couro com tapetes dentro, uma bolsa de ferramentas, água e muita sujeira. Comecei a separar o que poderia ser útil para devolver para a vila, separando água e comida para oferecer ao camelo e fechando algumas sacolas. Sabia que nem tudo ali era deles, mas ficaria melhor do que perdido ou na mão do bandido.

Palavras: 720

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Hemumu

Chūnin

Dom 28 Jul - 16:36

Yukari Miso

Post 5/10 - Finalização da Missão Rank-C

Descrição da Missão I:

Comecei a ouvir uns xingamentos, notando que Kaito havia acordado. Amarrei um pano sujo em sua boca, para silenciá-lo, e ordenei que ele se jogasse sobre o lombo do camelo para ser carregado até a vila. Amarrado como estava, ele não conseguia mexer as pernas ou braços. Demorou um pouco para ter sucesso com isso, até eu perder a paciência e começar a espetá-lo com uma Kunai. Com tudo preparado nas costas do camelo (algumas sacolas e um Kaito debruçado e devidamente calado), e com o bicho devidamente alimentado e hidratado, iniciei a viagem de volta até vilarejo para deixar alguns itens. Segui a pé, puxando o camelo (que me seguiu sem muita dificuldade após a comida) e sentindo a ardência da queimadura do braço, mas sem poder fazer nada sobre.

O retorno ao pequeno vilarejo foi tranquilo, ainda que com aquelas novas adições a viagem seguisse bem mais lenta. Ao chegar, fui recebida com alívio pelos moradores, especialmente por Misaki. Expliquei a situação e devolvi os itens recuperados da tenda de Kaito. O viajante anterior havia chegado por ali, e a boa notícia é que era um construtor. Ficaram felizes em compartilhar que o homem ficaria por mais tempo para reformar a casa incendiada em troca da hospitalidade. Mizaki não perdia tempo com suas relações.

— Aqui estão as coisas que ele roubou. Fiz o possível para recuperar tudo — disse, mostrando as sacolas e o camelo.

— Obrigado, Yukari. Pode ficar com o camelo para levar esse bandido para Sunagakure. Eles disseram que vão enviar alguém com você para trazê-lo de volta, acho que precisam comprar água, algo assim — o homem respondeu, satisfeito.

Agradeci pela generosidade e preparei-me para a longa jornada de volta a Sunagakure. Um morador ofereceu cuidar do animal, para que ele mantivesse a boa forma durante a viagem. Após algumas horas, com Kaito bem amarrado e silenciado, iniciei a viagem determinada a entregar o criminoso à justiça e com um acompanhante de viagem.

Ao chegar em Sunagakure, fui direto ao quartel-general. Deixei Kaito com os guardas na entrada da vila, sabendo que ele seria levado para outro lugar. Considerei passar no hospital para verificar meus ferimentos, mas deixei para segundo plano. Despedi-me do acompanhante de viagem, que ficaria na vila por um tempinho para resolver algumas questões antes de seguir viagem. Fora que o animal que nos acompanhou também precisava descansar. Afaguei a sua cabeça e fui até a Central de Missões. Meu sensei, um homem severo e de poucas palavras, me esperava.

— Vejo que conseguiu trazer Kaito de volta... — ele começou, seus olhos estavam bem frios e sua expressão séria.

Expliquei toda a situação. Ele ouviu atentamente, mas sua expressão não mudou.

— Yukari, essa será uma advertência oficial. Eu não esperava que você trouxesse-o com vida, mas nem por um segundo passou por sua cabeça a ideia de eliminá-lo, e é um comportamento bem perigoso para alguém que almeja seguir como shinobi. Seu cálculo de riscos precisa melhorar muito. Sua determinação também. Você teve sorte nessa missão, mas não pode depender disso. A vila também não. De qualquer forma, já extraímos as informações que precisamos de Kaito e ele já foi eliminado — o homem suspirou irritado, vendo meu choque ao receber aquela notícia. — Está liberada. Reflita se deseja seguir nesse caminho. As coisas podem piorar daqui pra frente.

Aceitei a advertência em silêncio e senti o peso da culpa, sabendo que entreguei um homem para a morte. A missão havia sido complicada e perigosa, e eu cumpri um papel a mais que não estava esperando. Por mais culpado que Kaito fosse, causando caos e uma tonelada de problemas para a região, descartá-lo desse jeito era demais. Com um peso na consciência, segui até o hospital para tratar a queimadura.

Eu, por outro lado, precisava de um descanso merecido antes de me preparar para a próxima missão. Provavelmente levaria um gelo do supervisor de missões por um tempinho, que seria ótimo para colocar minha cabeça no lugar.

Palavras: 660

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Hemumu

Chūnin

Dom 28 Jul - 20:45

Yukari Miso

Post 6/10 - Início da Missão Rank-C

Descrição da Missão II:

Passei os dias seguintes em uma rotina de recuperação da queimadura e treinamento para não perder a forma. As novas palavras do supervisor martelavam junto com a conversa que já tinha tido anteriormente. Eu sabia que ele estava se referindo a algo bem específico ao comentar sobre melhorar o cálculo de riscos e determinação. Aumentar meu grau de letalidade iria refletir na minha capacidade de continuar evoluindo como shinobi. Passei boa parte do tempo refletindo sobre essa questão, ao mesmo tempo que tentava preencher a cabeça com outras coisas para esquecê-la.

Poucos dias depois, em uma manhã, quando estava prestes a iniciar uma corrida, fui chamada ao centro de missões com certa urgência para realizar uma nova missão. Eu não estava esperando retomar ao trabalho tão rápido assim, e dessa vez a tarefa parecia ser ainda mais desafiadora: resgatar reféns em um oásis.

O supervisor de missões me recebeu com um semblante ainda mais sério do que o habitual. Achei que ele iria retomar o último papo, mas desatou a falar assim que me aproximei:

— Yukari, temos uma situação urgente e nesse momento só tenho você disponível para enviar. Um grupo de bandidos invadiu uma pequena vila ao oeste na noite anterior e está fazendo alguns moradores de reféns em um oásis próximo. A vila é minúscula, mas está em um local estratégico, então a situação afeta bastante a região — ele fez uma pausa para respirar, mas logo continuou. — Sua missão principal é resgatar os reféns, mas há espaço para neutralizar os bandidos, e provavelmente você precisará fazer isso para salvar as pessoas. Não temos muitas informações sobre o poder de fogo da gangue, mas não são muito numerosos. Essa é sua chance de mostrar que pode tomar decisões firmes quando necessário. Você deve agir imediatamente.

Assenti, preocupada com o fato de não ter ganhado nenhum conselho ou informação adicional dessa vez. Pelas palavras dele, eu também não seria a primeira opção, mas deixei isso passar. Dada a gravidade da situação e a forma como o sensei falava, tentando colocar tudo para fora para me liberar o mais rápido possível, sabia que poderia não existir a opção de poupar vidas, o que me fez tremer.

— Entendido, sensei. Vou partir imediatamente.

Após receber os detalhes sobre a localização, corri para pegar meus equipamentos e seguir até o portão da vila. Eu continuaria meu caminho como kunoichi e pensaria em alguma forma para resolver essa questão.

Sabia que a missão exigiria não apenas força, mas também astúcia e planejamento. As palavras do supervisor ecoavam em minha mente enquanto eu atravessava o deserto. Aproveitei o tempo que teria até chegar ao local para planejar minhas futuras ações. Mesmo que tudo saísse diferente no final, ter algum plano era melhor do que ter nenhum. Precisaria fazer um reconhecimento do lugar, localizar os reféns, entender a situação deles e analisar os inimigos. Não tinha nenhuma informação exata além de “não são numerosos”, principalmente no quesito força. Talvez fosse interessante montar algumas armadilhas e tentar atraí-los.

No fim, tudo dependerá do que eu encontrar por lá. Engoli em seco, temendo pelas decisões que precisaria tomar.

Palavras: 519

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Hemumu

Chūnin

Seg 29 Jul - 11:47

Yukari Miso

Post 7/10 - Continuação da Missão Rank-C

Descrição da Missão II:

A viagem pelo deserto durou quase o dia inteiro, mas juro que foi menos tempo do que eu esperava – ou minhas reflexões sobre o que eu tinha que fazer que demoraram muito. O Sol já havia se posto quando vislumbrei o oásis bem ao longe com as casinhas do vilarejo.

As palmeiras e a pequena lagoa ofereciam um contraste vívido com o árido deserto. No entanto, a tranquilidade do cenário era enganosa – eu sabia bem que a paz do local estava manchada pelo medo e pelo perigo que os moradores enfrentavam. Também havia pontos de fumaça, um sinal preocupante de possíveis ataques. Pelas informações que tinha, por conta do oásis, esse local servia para abastecer a região. Controlá-lo seria como controlar os vilarejos vizinhos. Imaginei que água por ali provavelmente seria o bem mais valioso, com exceção de algumas vilas que extraíam minérios. Ainda assim, essas vilas precisavam de água, então a lógica ainda funcionava.

Conforme me aproximava, notei algo esquisito pela estrada, alguma coisa abandonada ou jogada no chão. Pareciam roupas, mas ficou mais esquisito conforme eu me aproximei. Não demorou muito para notar que eram corpos, pelo menos três. Conferi os arredores e me aproximei para investigar.

Um homem, uma mulher e uma criança com muito sangue ao redor. Todos mortos, pelo que parecia. Provavelmente fugitivos da vila… A situação era lastimável. Até um leigo conseguia perceber pela situação dos corpos que todos estavam cheios de hematomas. O homem ainda tinha o braço e dedos em ângulos esquisitos. Consegui encontrar algumas kunais na parte traseira, mas deixei-as onde estavam. Encarei aquilo por um tempinho, sem compreender o que levaria alguém a fazer isso.

Fiquei congelada observando a situação. Talvez eu pudesse tirar os corpos do meio do caminho para dar um pouco de privacidade para a família em seu estado de morte? O choque do momento não me permitiu pensar direito – e isso acabou me cobrando.

Assim que tentei virar o corpo da mulher, notei uma espécie de fio que ligava todos ao corpo da criança, que estava um pouco mais afastado do resto, percebendo tarde demais do que se tratava. Uma Kibaku Fuda explodiu no menor corpo e me lançou para trás. Como estava distante, acabei nem me queimando, apesar de sentir o impacto da queda.

O maior problema foi o som da explosão, que daria para ser ouvida de longe, possivelmente o objetivo principal da armadilha. Se antes eu estava petrificada de choque, agora eu queimava com o jato de adrenalina. Fiquei de pé e tentei me esconder atrás de algumas rochas, vendo que tochas saíam dos limites do vilarejo e pareciam vir na minha direção.

Palavras: 440

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Chūnin

Seg 29 Jul - 14:41

Yukari Miso

Post 8/10 - Continuação da Missão Rank-C

Descrição da Missão II:

A desvantagem de andar com luz no meio da escuridão do deserto é se tornar um chamariz. Vi uma dupla com tochas se aproximando de onde eu estava – duas figuras altas, com roupas escuras e mascaradas. Andavam com cuidado, passando o olho por tudo que a vista alcançava.

— Não vejo corpo nenhum, será que um animal ativou a armadilha? Dizem que tem coiotes por aqui… — o primeiro sussurrou para o que estava mais atrás. — Espero que você tenha certeza sobre aquele rapaz…

— Sei muito bem onde mirei o ataque, ele só deve ter se escondido no meio do deserto. Vamos verificar os rastros de sangue… Vá pelo outro lado.

Congelei. Nem havia pensado no sangue quando me escondi, agora meu lugar estava sendo denunciado. E pior, estava sendo cercada. Precisaria usar o elemento surpresa como única vantagem para iniciar a investida. Os corpos já haviam me mostrado o nível de barbaridade daqueles bandidos, tinha que debilita-los o mais rápido possível, antes que eu me tornasse a próxima vítima.

Preparei os selos do Raiton: Sandāboruto e aguardei até o último momento, quando a luminosidade das tochas atravessaram o limite da escuridão que me protegia. Disparei a descarga ao meu redor, pretendendo atingir os dois. Enquanto o da esquerda foi atingido no tronco, o outro conseguiu reagir com um salto para trás e foi atingido na perna. Tentei sair de onde estava, mas tomei uma pedrada assim que passei pelo oponente caído, caindo arfando próximo a ele. O responsável pela pedrada, que devia ser um jutsu, gritava para que o parceiro me segurasse ou algo desse tipo, mas ele estava ocupado lidando com os efeitos de paralisia do meu raiton anterior. Notei o lançamento de algumas kunais, e percebi que ele não estava preocupado com quem iria levar aquele golpe.

Utilizei a pedra que ele lançou e o corpo do aliado do atacante para me proteger do ataque. Consegui sentir umas batidas na pedra e ouvi um urro de dor do corpo ao meu lado. Não existia aliança alguma ali. Precisava resolver a situação antes que mais bandidos aparecessem.

Olhei por cima daquilo e vi o inimigo do outro lado preparar alguns selos de mão e bater no chão. Outra pedra viria? Mas o que vi foi pedras surgirem no solo e seguirem na minha direção. Rolei o mais rápido que pude para sair do alcance daquele ataque, mas o inimigo à minha frente não foi capaz de fazer o mesmo, sendo atingido pelo golpe.

Preparei o Wind Release: Air Bullets, na tentativa de acertar o homem com os disparos de vento. Quando me levantei para ganhar visão e disparar, ele estava preparando outra kunai. O jutsu bateu contra a kunai e lançou-a de volta, fincando-a no pescoço do homem com os disparos restantes que seguiram.

Tentei tirar a kunai do pescoço do homem, mas sem ter o que fazer para parar aquele sangramento. Ele agarrou meus braços, não sei se ainda tentava me levar junto pro além ou estava se agarrando a vida. Depois de alguns minutos agonizando, seu corpo parou com um último som de engasgo. Ali estava a primeira morte pelas minhas mãos. Tirei os acessórios que cobriam a identidade do homem e descobri que nem devia ser alguém tão mais velho do que eu. Sangue empapava as suas vestes e as minhas também. Afastei-me, sentindo um misto de emoções.

Fúria, decepção, tristeza – ondas vindo com intensidades diversas, mas sem ficar e sem conseguir me afetar diretamente. Estava trancada em uma escala cinza, sem conseguir sentir absolutamente nada, além de um vazio. Minha mente mantinha um silêncio tão forte que o primeiro pensamento ecoou e rebateu nas paredes do cérebro.

“Mexa-se.”

Robóticamente, levantei e me afastei daqueles dois. Agora mais do que nunca precisava que alguém me dissesse o que fazer, mas estava sozinha. Deixei o vilarejo e os corpos para trás, correndo para o lado oposto.

Palavras: 648

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Chūnin

Seg 29 Jul - 16:43

Yukari Miso

Post 9/10 - Continuação da Missão Rank-C

Descrição da Missão II:

Após boas horas de caminhada, sem rumo e com um zumbido constante na cabeça, alcancei um riacho seco. Tentei tirar o líquido carmesim que grudou em minhas mãos e vestes, mas não tive muito sucesso. Nem o frio da noite do deserto eu estava sentindo direito. Meu corpo e minha mente pareciam estar em uma guerra fria, ambos esperando o embate, mas sem realizar nenhuma iniciativa que denunciasse suas posições.

Sentada em silêncio, encarando meu reflexo na água corrente, as imagens foram invadindo minha mente. Os corpos, os inimigos, o sangue escorrendo… Olhei novamente para as minhas mãos, que agora tremiam de incerteza. Lembrei da família morta – abandonar a missão seria abandonar os moradores para passarem por uma situação parecida. Sabe-se lá o que estava ocorrendo por lá. As palavras do sensei, antes um aviso assustador, agora serviam como um alívio mórbido.

Tentando me afastar da parte emocional, mas sem muito sucesso, precisei me dar ordens mentais para me colocar em movimento. Massageei as mãos tentando fazer com que elas parecessem menos descontroladas, mas falhei miseravelmente nisso. Só me restou ficar com as mãos doloridas de tanto apertar, mas sem resolver a tremedeira.

Pensei dar uma volta para me localizar, mas como só corri em uma direção, não achei que seria necessário. Retornei na linha reta que segui, voltando a sentir o frio ao meu redor. Não fiquei muito satisfeita que meu corpo fosse voltar a dar sinais de vida por agora. Um zumbido se mantinha em meus ouvidos, mas não acho que iria sair por agora.

Lembrei dos corpos e comecei a dar a volta, não querendo alcançar a vila pelo mesmo lado nem observar aquilo novamente. Caso os inimigos estivessem dividindo a atenção para proteger vários lugares, estariam propensos a se protegerem menos, me dando uma vantagem. A escuridão da noite me cobriria até chegar na luz do oásis. Ao longe, vi um patrulheiro solitário com uma tocha, rondando do lado contrário onde eu estava.

Caminhei entre as sombras, esgueirando-me até chegar na parte traseira de uma casa. Escalei a parte traseira e me mantive em um pedaço escuro do local. A visão dali era ainda pior do que a anterior. Minha expressão congelou, voltei a não sentir nada.

Havia uma quantidade de corpos espalhados pelo local, cadáveres queimados em residências incendiadas e um local onde poucas pessoas eram mantidas presas. Um homem careca, alto e corpulento, cheio de cicatrizes e marcas de queimadura, andava pelo centro da praça, com um sorriso no rosto, como se a cena toda fosse um entretenimento. Não entendi muito o que ele estava dizendo, havia alguma coisa com religião envolvida, e enquanto andava, só espalhava dor por onde passava, cortando pessoas sem motivo com a kunai que tinha em mãos, chutando, esmurrando ou ameaçando queimá-las.

Olhando para ele, notei algo que havia ignorado por muito tempo. Eu mesma podia fazer isso, não haveria ninguém para punir, só para vingar. Não achei esse pensamento nem um pouco confortante, só senti um peso.

Preparei uma kunai com uma Kibaku Fuda. De nenhuma forma havia como salvar aquele homem insano. Desci e comecei a seguir o homem, até ficar próxima o suficiente para lançar o explosivo de forma que não atingisse as vítimas. Ainda emocionalmente anestesiada, vi a explosão derrubar o homem monstruoso.

Palavras: 548

Informações

Legenda:

Texto - Pensamentos
— Texto - Falas de Yukari
— Texto - Falas de terceiros

Considerações:

Resumo:

Jutsus:

Bolsa de Armas:

Ficha de Personagem :

Gestão de Fichas :

Hemumu

Chūnin

Seg 29 Jul - 18:46

Yukari Miso

Post 10/10 - Finalização da Missão Rank-C

Descrição da Missão II:

Não foi suficiente para desacordar o homem. Apesar dos ferimentos feios, ele se levantou irado e interessado na nova ameaça. Ele realizou selos em uma velocidade considerável e cuspiu uma bola de fogo sobre mim, enquanto eu usava os selos para utilizar o Raigeki no Yoroi para ganhar velocidade e tentar esquivar. Não foi o suficiente para escapar ilesa do golpe, mais uma vez senti meu braço queimando. Lancei mais uma kunai com kibaku fuda, atingindo o oponente e lançando-o contra uma casa em chamas. Ele carregava um sorriso esquisito, mesmo naquela luta. O zumbido impedia que eu ouvisse qualquer coisa que ele estava falando.

Bati a mão na areia do chão para apagar as chamas, sentindo a intensidade do ferimento no braço direito. O homem ainda tentava se recuperar, mas era evidente que as explosões cobraram muito dele. Fora a energia que gastou com essa brincadeirinha pela vila. Utilizei um Fūton: Atsugai, que o lançou novamente para dentro da casa em chamas e fortaleceu o fogo. Ele não saiu mais de lá.

Virei a tempo de ver um homem segurando uma tocha. Acho que era o patrulheiro que estava do lado de fora, talvez ele tenha ouvido o som das explosões. Não sei exatamente o que ele viu, mas abandonou a tocha e correu pelo deserto. Particularmente, eu não tinha mais energia para caçar ninguém pelo deserto. Segui direto para os reféns, soltando as amarras e encontrando uma chave perto dali para soltar as correntes. Havia muita dor na visão de todos – e poucos motivos para ficar ali.

— Quem é você? — um dos prisioneiros perguntou, notando que eu não fiz mais nada após liberá-los.

— Sou Yukari, uma kunoichi de Sunagakure. Fui enviada para resgatar vocês… — comentei, com uma voz sem entonação ou qualquer emoção. Um silêncio se estendeu por alguns minutos, mantive meu olhar na casa onde o brutamontes pegou fogo.

— Você consegue levar a gente para outro lugar? — recebi outra pergunta.

— Sim, vamos — mecanicamente, desviei o olhar e observei os sortudos. Dois idosos, seis adultos, dois adolescentes e duas crianças.

O grupo de pelo menos 10 pessoas começou a se dirigir até a saída, discutindo a direção da vila mais próxima com algum curandeiro. Não consegui ouvir bem, um zumbido abafava qualquer som de conversa que não fosse diretamente comigo. A única coisa que entendi é que eles iriam para o leste.

Após um momento de silêncio longo que me fez entender que eles estavam me aguardando, fui até a frente do grupo para guiá-los até a vila mais próxima. Andei sentindo apenas o frio do deserto e a dor da minha queimadura. Não havia nada em minha mente, minha respiração estava ficando carregada e minhas mãos não paravam de tremer.

— Preciso reportar a situação para a vila. Há um fugitivo… — foi minha primeira frase completa após deixar o grupo em um local perto.

— Obrigado pela ajuda. Não acha melhor descansar um pouco ou se lavar? — alguém perguntou.

Dei as costas antes mesmo de ouvir o agradecimento. Ouvi uivos próximos e tive que afastar alguns insetos enquanto atravessava o deserto, sinal de que minha situação não estava das melhores. Assustei os ninjas que estavam de guarda na entrada da vila, mas minha entrada foi liberada. Fui direto reportar a missão, antes que desmaiasse de estresse.

— Yukari? — foi a primeira vez que ouvi a voz do supervisor vacilar.

— A situação com os reféns foi resolvida, mas há um fugitivo. Ele tem quase a minha altura, usa vestes escuras, máscara e capa preta. O cabelo é espetado e cor de palha. Acredito que não vamos precisar conversar sobre o assunto das minhas advertências.

— Está liberada — o homem comentou, avaliando-me do topo da cabeça até o dedinho do pé.

Segui até o hospital para, mais uma vez, tratar da queimadura do meu braço. Levou um bom tempo e vários banhos para conseguir tirar todos os vestígios de sangue da pele e das vestes. Os dias seguiram com um torpor emocional e com pesadelos me acompanhando quase todas as noites. Seria uma recuperação um pouco mais longa, em todos os sentidos possíveis.

Palavras: 680

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