A manhã estava calma. Com a temperatura baixa e as janelas todas fechadas. Estava com uma roupa mais pesada, tomando um pouco de café enquanto relaxava em meu sofá. Ouvi duas batidas na porta e me levantei, dando alguns passos até abri-la. O mesmo garoto de outro dia estava diante de mim, com um sorriso no rosto e todo agasalhado. —‌ Bom dia, senhor Kira. ‌—‌‌ Carregava algo em suas mãos, algo que não fazia ideia do que se tratava. —‌ Bom dia. O instrutor o mandou aqui novamente? ‌—‌ O garoto balançou a cabeça positivamente, mantendo o sorriso infantil nos lábios.

—‌ Ele precisa que eu vá até ele? ‌—‌ A resposta dessa vez foi não. Ao notar isso, sinalizei para que o pobre garoto entrasse e saísse daquele frio. —‌ Quer beber alguma coisa? ‌—‌ O jovem deu alguns passos para dentro, vasculhando com os olhos cada canto da casa. —‌ Ah não, muito obrigado. Eu vim mesmo porque o nosso instrutor pediu para lhe entregar isso aqui. ‌—‌‌ O jovem colocou a mão dentro da sua mochila, e pouco depois retirou um pergaminho. —‌ Ele falou que faz parte daquela habilidade que você aprendeu. ‌—‌‌ Esse parecia muito mais novo do que o anterior. Peguei das mãos do jovem, e o abri.

Passei o olho pelas palavras, e notei do que se tratava. —‌ Agradeço pela ajuda, certamente vai ser muito útil. Tem mais alguma coisa que precise fazer? ‌—‌ O garoto sinalizou que não, e pouco depois seguiu até a porta. —‌ Bom, agora preciso ir. Se cuide, senhor. ‌—‌‌ O jovem me deixou sozinho com aquele pergaminho. Havia muito o que ler. Sentei-me na poltrona e olhei bem o que havia nele, vendo toda a descrição daquela técnica. Não era algo tão diferente do que eu havia aprendido, mas era muito mais forte. Prestei bastante atenção, lendo cada detalhe do que havia ali.

Depois de terminar a leitura, fui direto para o quintal na parte de trás da residência. Era algo amplo, com algumas árvores mais ao fundo. Observei bem a descrição da técnica, e invoquei o arco que levei um tempo para dominar. Não era igual ao que estava descrito, tinha que ser algo mais sólido do que o que eu criava. Fui canalizando um pouco mais do meu chakra a cada instante, melhorando o arco já criado e o tornando ainda mais sólido. A energia era tanta, que precisava conte-la para não perder o controle.

Conforme o tempo passava, ficava mais fácil manter toda aquela energia. Comecei a invocar algumas flechas, as tornando ainda mais sólidas como fazia com o arco. Quanto mais colocava em prática, melhor ficava. Não era algo tão simples, assim como foi quando aprendi aquela habilidade, mas estava mesmo pegando o jeito conforme executava a técnica constantemente. As árvores haviam se tornado meus alvos, e começavam a ficar todas perfuradas.

O frio era o meu grande inimigo naquele momento, mas não me deixei abater. Continuei executando aquela técnica, mais e mais, uma vez após outra. Os disparos começaram a ficar mais rápidos, as flechas passaram a ficar mais fortes. O suor começava a escorrer pelo rosto, demonstrando todo o esforço que tive por algumas horas. No fim, dominar aquela técnica foi uma das melhores coisas até o momento.

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