Ethan

Ethan estava em seu limite. O céu cinzento da manhã não refletia apenas a ameaça de chuva iminente, mas também o peso que ele carregava em seus ombros. A batalha contra o Uchiha desconhecido havia sido brutal, e Ethan agora se arrastava pela vila, cada passo um tormento.

O desafio havia sido lançado de maneira misteriosa, uma mensagem críptica entregue por um mensageiro. Ethan, com sua honra inabalável, não hesitou em aceitar. Mas, ao confrontar o adversário, percebeu que havia subestimado a ameaça. O combate foi implacável, e, apesar de sua habilidade excepcional, Ethan foi vencido, saindo da luta com uma perna esquerda fraturada e uma cabeça latejante devido a uma pancada violenta.

Com a perna inutilizada, ele usava uma improvisada muleta feita de um galho de árvore, manobrando pelas ruas de Iwagakure com dificuldade. Cada passo era uma lembrança dolorosa da derrota. Sua visão turva e o zumbido incessante em seus ouvidos tornavam a caminhada ainda mais penosa.

Os habitantes de Iwagakure, habituados à figura imponente de Ethan, agora o viam com preocupação e respeito renovado. Ele sempre fora uma rocha inabalável, mas agora exibia uma vulnerabilidade que nunca haviam testemunhado. As ofertas de ajuda eram constantes, mas Ethan, fiel ao seu orgulho, recusava educadamente cada uma delas.

Finalmente, ele avistou a entrada do hospital de Iwagakure, um edifício robusto de pedra que se erguia no centro da vila. Ao cruzar as portas, sua visão escureceu momentaneamente, e ele quase desabou. Uma enfermeira, alarmada, correu ao seu encontro.

— Ethan! — exclamou, sustentando-o. — O que aconteceu?

Ele tentou responder, mas sua voz saiu fraca e entrecortada.

— Desafio... inimigo... preciso me recuperar...

A enfermeira o guiou para uma maca, e, em questão de minutos, uma equipe médica estava ao seu redor. Seus ferimentos foram rapidamente avaliados: a perna esquerda estava gravemente fraturada e exigia uma intervenção imediata, enquanto a pancada na cabeça levantava suspeitas de uma concussão.

Enquanto os médicos discutiam o melhor curso de ação, Ethan permaneceu semiconsciente, lutando contra a dor que pulsava por todo o seu corpo. Sua mente vagava entre fragmentos da batalha e pensamentos de vingança. Ele precisava se recuperar, precisava voltar a treinar e, acima de tudo, precisava encontrar aquele que o havia derrotado.

As horas seguintes foram um borrão de agulhas, suturas e gesso. Ethan foi sedado, e sua perna imobilizada com precisão cirúrgica. A equipe médica estava determinada a proporcionar a melhor recuperação possível para o ninja que tanto havia protegido a vila.

Quando Ethan acordou, encontrou-se em um quarto tranquilo, a luz suave do sol filtrando-se pelas janelas. A dor ainda estava lá, mas agora era mais controlada, um lembrete constante de sua fraqueza momentânea. Ele tentou se levantar, mas a sensação de peso e imobilidade em sua perna o fez cair de volta na cama.

Dias se passaram, e Ethan enfrentava a recuperação com a mesma seriedade que enfrentava seus inimigos. As enfermeiras eram pacientes e gentis, trazendo atualizações sobre a vila e investigações em andamento sobre o misterioso inimigo. Ethan, embora impaciente, sabia que precisava seguir as recomendações médicas. Ele assistia ao movimento pela janela, sentindo-se aprisionado, mas consciente da necessidade de uma recuperação completa.

As sessões de fisioterapia começaram logo que foi possível. A cada movimento doloroso e lento, Ethan visualizava sua volta aos campos de treinamento. Ele sabia que a recuperação seria árdua, mas sua determinação era inabalável. Seus músculos protestavam a cada exercício, mas ele se forçava a continuar, ignorando a dor e focando em sua missão.

Os dias transformavam-se em semanas, e Ethan gradualmente recuperava a força. A fratura na perna cicatrizava bem, e as tonturas causadas pela pancada na cabeça diminuíam. Ele sabia que o verdadeiro teste ainda estava por vir, quando deixasse o hospital e retornasse às suas responsabilidades como ninja de Iwagakure.

Finalmente, após semanas de recuperação intensiva, Ethan estava pronto para deixar o hospital. Ainda usando uma muleta, mas com passos mais firmes, ele agradeceu às enfermeiras e médicos que o ajudaram. A determinação em seus olhos era evidente.

Ao sair do hospital, o ar fresco da manhã o envolveu. Ele olhou para a vila, sentindo uma renovada força interior. Ethan sabia que a jornada de recuperação ainda não estava completa, mas estava pronto para enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente. E, acima de tudo, estava determinado a encontrar seu inimigo desconhecido e provar que, mesmo quebrado, um verdadeiro ninja de Iwagakure jamais se rende.