Tensai — 天才

O calor do dia ainda pairava no ar quando o Prodígio Senju atravessou os portões de Sunagakure, retornando de uma missão distante. O crepúsculo tingia o deserto com tons de púrpura e dourado, e a brisa suave trazia consigo a promessa de uma noite tranquila. As ruas estavam menos movimentadas, mas a vida na vila continuava, com os comerciantes encerrando suas atividades e os moradores se reunindo em pequenas praças. O rapaz trajava suas vestes características da ANBU e a máscara que ocultava seu rosto, parecia uma sombra entre as luzes e sombras da vila. Ele se dirigiu ao quartel-general, uma construção austera de pedra que se erguia como um bastião de segredos e poder. O silêncio dentro dos corredores era profundo, interrompido apenas pelo eco suave de seus passos. Ao entrar na sala de reuniões, encontrou Ubuyashiki, o chefe maior, conversando com alguns membros da elite. O semblante do velho era severo, seus olhos marcados pela experiência e pela constante vigilância. Ele se voltou para Maeda quando este entrou, acenando para que se aproximasse.

— Ryū, — disse Ubuyashiki, a voz carregada de autoridade. — Retornou em boa hora. Há algo que precisa de sua atenção.

Maeda fez uma breve reverência. Ubuyashiki entregou-lhe um pergaminho selado. — Não é uma missão comum. Há algo que precisa ser investigado nos limites da vila. Encontros secretos foram relatados. Preciso que descubra o que está acontecendo.

Maeda pegou o pergaminho, sentindo o peso da responsabilidade. — Será feito.

Enquanto se preparava, a voz de Kurama ecoou em sua mente, carregada de curiosidade. — Sempre as sombras e segredos. Você nunca se cansa?

— É necessário, — respondeu mentalmente.

Ele deixou o quartel-general e dirigiu-se aos limites de Sunagakure. A noite caía rapidamente, e as sombras se alongavam, tornando o deserto uma extensão de mistério. Ele se movia com graça, seus sentidos aguçados para qualquer sinal de atividade. Chegando ao local indicado, encontrou uma pequena clareira entre as dunas. Ele se escondeu nas sombras, observando com atenção. Não demorou muito para que duas figuras encapuzadas surgissem, falando em sussurros. O Senjh se aproximou silenciosamente, tentando captar suas palavras.

— …precisamos agir rapidamente, — disse uma das figuras, a voz baixa e urgente. — Não podemos permitir que descubram nossos planos.

— Eles estão se tornando mais vigilantes, — respondeu a outra figura. — Mas temos um aliado dentro da vila. Ele garantirá nosso sucesso.

Maeda franziu o cenho. Um traidor dentro de Sunagakure complicaria tudo. Ele se afastou silenciosamente, decidido a relatar suas descobertas a Ubuyashiki. De volta ao quartel-general, encontrou o sujeito esperando. Ele entregou o relatório, detalhando suas observações.

— Interessante, — murmurou o velho, pensativo. — Isso confirma nossas suspeitas. Precisamos agir com cautela.

— E o traidor? — perguntou Maeda, a voz baixa.

Ubuyashiki ergueu os olhos, a convicção brilhando em seu olhar. — Primeiro, precisamos identificar quem é. E então, eliminaremos a ameaça.

O ANBU assentiu, sabendo que a tarefa à frente seria árdua. Enquanto se preparava para sair, o chefe-maior o deteve.

— Antes de partir, — disse ele, — há algo que você precisa aprender. Venha comigo.

Eles se dirigiram à sala de treinamento, onde Ubuyashiki pegou uma tantō e entregou a Maeda. — Este estilo de combate é reservado para os melhores da ANBU.

O Senju pegou a lâmina, sentindo o peso do metal frio. O velho começou a demonstrar os movimentos, cada corte desenhando arcos perfeitos no ar. O aprendiz observava atentamente, absorvendo cada detalhe.

— Agora, você, — ordenou Ubuyashiki.

Ubuyashiki parou diante de Maeda na sala de treinamento, um espaço austero com paredes de pedra, onde tochas lançavam sombras vacilantes. Em suas mãos, ele segurava uma tantō com lâmina reluzente, refletindo a luz como uma promessa de precisão e morte. Ele entregou a tantō a Maeda, seus olhos fixos nos do jovem shinobi. O jovem pegou a arma, sentindo o frio do metal se fundir com sua determinação. Ele ajustou a postura, as pernas ligeiramente afastadas, o corpo relaxado mas preparado. Ele respirou fundo, a máscara escondendo qualquer traço de emoção, mas seus olhos, visíveis pelas fendas, brilhavam com uma confiança serena. Ele girou a tantō em um movimento fluido, a lâmina cortando o ar com um sussurro mortal. Seu corpo se movia com a graça de um dançarino. Ele atacou os alvos dispostos na sala, golpes executados com precisão cirúrgica. A lâmina encontrava o ponto exato, o corte limpo e fatal. Ele sabia onde acertar — a jugular, o coração, os pulmões — e cada golpe demonstrava seu entendimento profundo da anatomia e da letalidade. Ubuyashiki observava em silêncio, os olhos seguindo cada movimento. Ele havia visto muitos aprendizes, muitos guerreiros, mas o Senju era diferente. Não era apenas a força ou a habilidade; era a maestria com que ele usava a tantō, como se a lâmina fosse uma extensão de sua própria vontade.

O velho aproximou-se, os olhos avaliando o desempenho. — Impressionante, — disse ele finalmente. — Seu treinamento aqui parece uma formalidade.