— Mestre, o que o senhor está pensando? — Kiara permanecia ao lado do seu mestre, enquanto ele olhava para o céu, com a mente muito longe dali, de pé em cima da sua própria estátua na Montanha dos Hokages.
— Os mesmos pensamentos de sempre, Kiara… Será que estou fazendo a coisa certa? Eu trabalho praticamente todos os dias, ficando trancado no escritório o dia inteiro com reuniões e preenchendo documentos, e a noite fico patrulhando a vila. Eu disse para todos que era importante dar um bom exemplo tanto para os shinobis quanto para o povo, mas quando foi a última vez que eu pude ter um tempo só para mim? Parece que todos agora possuem uma parte de mim, menos eu. — seu rosto, antes com o queixo erguido para cima, ia se inclinando para baixo, com os olhos voltados para Konoha.


— O senhor está fazendo um ótimo trabalho para alguém que sempre deixa claro, pelo menos para mim, que nunca desejou ser Hokage, o que me faz pensar o porquê de ter decidido se promover ao cargo. — a Kumorineko manteve a sua face inclinada para ele, buscando entender os sentimentos do mestre.
— Eu fiz isso pelo bem de Konoha, e pelo futuro da vila, que estava em jogo após a morte do Chokorabu. Quando eu fui exilado em Otogakure, ficou bem claro que, na ausência do Chokorabu, alguém pior poderia tomar o posto no lugar dele… Só espero que esse alguém pior não seja eu. — ele olhou para Kiara, que lhe respondia com um semblante de preocupação, depois para o céu novamente. — Sabe o que eu mais sinto falta? De ser carteiro. Eu viajava o mundo inteiro, vivia muitas aventuras, conhecia pessoas… E dos Garotos. Eramos nós contra o mundo, enfrentando o sistema, os bandidos… Agora parece que o mundo tá ganhando. — sua mente o fez lembrar de uma luta contra viciados cheios de “esteróides” na floresta de Konoha, onde ele, Ryuuzaki, B.A, Kimiko e River lutaram na chuva contra aqueles seres grotescos, quando ainda era um Tokubetsu Jounin sem alcunha, sem reputação e nada do que tinha atualmente.
— Acho que você sente falta mesmo é de ser o “azarão”, mestre. Quando ninguém sabia quem você era e sobre os seus feitos, você se imaginava sendo reconhecido por todos, pisando naqueles que um dia humilharam e menosprezaram você, mas quando esse dia finalmente chegou e você obteve o que queria, percebeu que aquilo não fazia nenhum sentido, e não apagava o seu passado. — memórias dele bebendo sozinho em seu quarto, logo após o enterro de Ryuuzaki, vinham em sua mente.
— Você não está totalmente errada, Kiara, mas existe algo a mais, algo que talvez eu não saiba explicar corretamente. — ele estava prestes a se sentar no chão, quando olhou para o horizonte e viu algo se aproximando em alta velocidade no céu, batendo suas asas enormes. — Aquilo é um pássaro? — estreitou os seus olhos, não dando tempo dele ativar o Byakugan, pois o falcão chegou a vinte metros de distância da montanha dos Hokages, revelando a face de Shimura Gekko, com um olhar psicótico e um sorriso largo em seu rosto, saltando do falcão e pulando para a montanha, sacando uma espada embainhada atrás da sua cintura.



Nathaniel segurou no cabo do seu martelo e o desbainhou, iniciando um combate brutal contra Gekko, rebatendo os seus ataques e tentando golpeá-lo com a sua arma, mantendo-se na mesma posição, mas o seu atacante se mostrava hábil no manejo da espada, vez ou outra tentando chegar mais perto do Grey. Paralelo a essa luta, o falcão do Shimura voou contra Kiara, que correu para afastar-se, pegando impulso e abrindo a suas asas, fazendo um giro de 360º no meio do ar, alcançando a invocação do inimigo do seu mestre e se atracando com ela.

— Por que está fazendo isso agora, Gekko? Depois de tanto tempo? O que você realmente quer? — buscava neutralizar o inimigo, ao mesmo tempo em que tentava dialogar com o mesmo.
— Porque eu tenho que provar para todo mundo! — sua voz soava enfurecida, e ao mesmo tempo, desesperada.
— Provar o que? — Nathaniel deu um salto para trás, ficando a cinco metros do adversário.
— Que eu mereço o que o mundo tem para mim! EU VOU PROVAR PARA TODO MUNDO QUE EU ME ESFORCEI O SUFICIENTE PARA CONQUISTAR O QUE É NOSSO, POR DIREITO!


O corpo do líder do Clã Shimura parou de se mover de repente, com o mesmo tentando fazer algum movimento, mas falhando no processo. Um segundo depois, suas pernas mergulharam na terra, o aprisionando ali, enquanto shinobis mascaravam surgiam, três fazendo a proteção do Hokage e dois colocando suas katanas no pescoço de Gekko, neutralizando-o. “Eu nem mesmo posso lutar as minhas lutas.” bufou.

— A sua própria equipe de segurança, hein? Um homem, com tantas alcunhas e histórias, agora precisa andar por aí sendo escoltado. Você não é um Guardião da Paz, você é uma fraude! — sua voz saiu mais alta, mergulhado em ódio e desprezo, sem conseguir se mover um centímetro que fosse.
— Você está preso por conspirar contra a vila e por atentar contra a vida do Hokage. Levem ele. — ordenou aos seus comandados.
— Chegará o dia em que precisará se defender sozinho, e o que fará, Hokage-sama!? — Gekko era algemado com as mãos para trás, mas ria do líder de Konoha, sendo levado de lá para a delegacia, enquanto Nate ficava para trás junto com Kiara.

Ao invés de ir para a sala de interrogatório arrancar informações de Gekko, Nathaniel voltou para casa somente na companhia de River e Kimiko, ordenando que um dos empregados do templo fosse até a floresta buscar por uma senhora que era muito amiga de sua mãe, e que era muito respeitada entre os Greys que viviam lá, pedindo que ela viesse com os seus itens. Uma hora depois, uma senhora na faixa dos sessenta anos era levada ao bar de Nate, que fumava um cigarro e enchia um copo de whisky e se sentou em uma cadeira frente a uma mesa.

— Sra. Margot, primeiramente eu gostaria de pedir desculpas por chamá-la tão tarde, mas eu preciso de uma opinião de alguém com a sua sabedoria e, principalmente, com os seus conhecimentos. — ele esticou a mão em direção a cadeira posicionada frente a ele, observando ela se sentar calmamente enquanto dispensava os empregados. — Minha mãe disse que muitos Greys, quando estão perdidos, vão até você. Dizem que você tem dons, que conversa com os espíritos e também vê o futuro.
— Sim e não, meu jovem. Eu converso sim com os espíritos, mas ninguém pode ver o futuro. Tudo o que eu vejo são os caminhos, aqueles que estão abertos e os que estão fechados. — ela sorriu para o Hokage. — Aliás, esse é o motivo pelo qual eu já esperava pelo seu chamado devidamente arrumada. A minha intuição me dizia que eu receberia um chamado essa noite, o que não é incomum, então não se preocupe. Me conte, o que lhe aflige?
— Bom, você me diz. O que os espíritos estão falando para você agora?


— Bom… — a senhorinha fechou os olhos e respirou fundo, esticando as suas mãos na mesa, mas Nathaniel não sabia se era para segurá-las ou não. — Eles me dizem que existem pessoas querendo acabar com o seu mandato como líder dessa vila.
— Isso sai no jornal toda semana, não é algo que seja muito difícil de saber. — continuou fumando, olhando para a senhora.
— Eles me dizem que os verdadeiros inimigos não estão neste lugar, mas ao redor dela, tramando a sua queda nas sombras. Eles também me contaram que você planeja desesperadamente a queda dos seus inimigos, mas isso sempre leva a mais mortes. O Cíclo Infinito.
— Me desculpe, mas ainda não estou convencido de que você é realmente capaz de fazer aquilo que as pessoas dizem que é capaz de fazer. — ele bebeu todo o seu whisky.
— É claro que não, você não confia nas pessoas. Você traz pessoas para perto de si, desajeitados e excêntricos, para perpetuar um legado que puseram em suas mãos. Mas você não confia realmente neles, não é? — ela abriu os olhos e olhou diretamente para o Hokage, que semicerrava os olhos. — Eu entendo… Nem em todos eles. Me dê a sua mão, Nathaniel. — ela falou com um tom de voz gentil, mexendo as mãos.

Mesmo que a contragosto, Nate esticou a sua mão esquerda para ela, deixando que a mesma a pegasse, passando o seu dedo indicador destro sobre as linhas da mão do elfo, enquanto segurava o seu pulso com a outra mão. Depois de muito analisar, ela soltou a mão do Yondaime.

— Eu vejo uma pessoa, mas ela está envolvida em uma grande névoa escura. Ela tem olhos vermelhos e uma boca enorme. Ela está de olho em você. Eu também vejo alguém do seu passado, alguém que está pronto para acertar as contas com você. Você terá que enfrentar ambos, ou então essas perseguições nunca terminarão — alertou Margot. — Para fazer isso, você deve retornar ao início de tudo.


— Obrigado, Sra. Margot. A senhora me deu muito o que pensar. — ele se levantou e caminhou para a porta, chamando pelos seus empregados. — Eles levarão você de volta para a floresta.
— Mais uma coisa… Tome cuidado com quem deixa se aproximar de você. — ela passou a mão por seu braço de forma gentil, se despedindo do rapaz.

[...] Nathaniel observou uma carroça levar a velha elfa para a floresta da porta do seu templo, quando duas figuras mascaradas e mantos negros se aproximavam, ficando um a sua esquerda e outro a sua direita. Quem estava a sua direita começou a fazer gestos com as mãos, gestos que o Grey não conseguia entender, mas por sorte, tinha alguém ao seu lado para traduzir.

— Kimiko querr saberr se não confiarr na gente,  Petite Nate. — os dois mascarados ficaram olhando para o elfo. ”É claro que ela ouviu toda a conversa”
— Em vocês dois, eu confio. Nos outros… É mais complicado, River. Mas o Gekko tem razão em uma coisa: eu não posso ficar sendo vigiado o tempo inteiro. Quando as coisas piorarem, e elas vão piorar, nenhum de vocês poderá me proteger. — olhou para trás, não vendo os rostos dos seus amigos.


— Tirem as máscaras. — se virou para eles.
— Como assim? — os dois mascarados  viraram os seus rostos um para o outro.
— Eu estou removendo vocês da ANBU Ne. Os outros são muito habilidosos e, se enfrentássemos os elfos negros e os mercenários do Byakuya juntos, seria muito fácil, pelo menos na teoria. Depois que eu virei Hokage, tudo se tornou tão burocrático, tudo minimamente planejado. Eu não quero ter que escolher os que estarão do meu lado numa ficha, e sim a lealdade. Eu cometi um erro colocando vocês dois como meus assassinos particulares. Eu fiz vocês abdicarem dos seus sonhos por conta da lealdade de vocês comigo, e não é isso que eu quero, não mais. — ele deitou-se no chão, curvando a cabeça para baixo. — Por favor, eu peço que me perdoem por ter feito vocês abdicarem de suas vidas por mim. Eu nunca deveria ter colocado os meus objetivos acima dos seus.

A postura de Nathaniel fez com que Cobra e Loba retirassem as suas máscaras, abaixando os seus capuzes e se ajoelhassem no chão, levantando o Yondaime e o abraçando no meio da porta. A moça de cabelo azul fazia carinho nas costas do amigo, todos eles deixando que as emoções tomassem conta do momento.

— Nós non culparr você, Petite Nate. Você serr muito mais que um amigo para nós. — River falou baixinho para ele, quando uma quarta pessoa surgiu no cenário.
— Que cena mais comovente. — B.A surgiu com uma pasta na mão, observando os três se levantando. — Encontrei um dos seus empregados no caminho, e eles disseram que você estava acordado.
— Está no turno da noite agora? — Nathaniel cruzou os braços.
— É, sobre isso… Mais tarde, nós precisamos conversar sobre você me dar uma moral nisso depois. Essa coisa de trabalhar no turno da noite, isso não tá deixando a Karen muito feliz. — ele passou a mão pela nuca.
— Você não veio aqui só para isso, né? E essa pasta aí? — semicerrou os olhos.
— Bom, você não vai acreditar no que descobrimos na Polícia de Konoha.

O dia veio e foi embora, e então Nathaniel chegou em um restaurante que era localizado em uma área mais luxuosa e um pouco mais distante do centro da vila, onde figuras importantes do País do Fogo e até mesmo estrangeiros costumavam frequentar, tendo uma lista de necessidades para entrar no local, como agendamento antecipado, pagamento adiantado, entre outras coisas. Ao chegar na frente do restaurante, ele ignorou a fila formada do lado de fora e foi diretamente ao maitre, acendendo um cigarro na frente do homem, que mantinha uma postura corporal ereta, a face arrogante.

— Boa noite, Hokage. O que o senhor deseja aqui?
— Eu soube que Kaminari Byakuya está aqui esta noite. Eu desejo vê-lo. — seu tom de voz deixou claro que aquilo não era um pedido.
— Desculpe, senhor, mas o lugar está lotado, e o senhor não está vestido conforme o exigido para frequentar o estabelecimento. Se o senhor me dá licença, eu preciso continuar meu trabalho. — ele fez um sinal com a mão para que o elfo desse alguns passos para trás.
— Eu não vim aqui para comer nesse lugar, eu vim aqui conversar com um homem que está lá dentro. — deu um trago em seu cigarro.
— Mesmo assim, não será possível que faça isso. Se o senhor insistir, terei que chamar o gerente. Lembre-se, senhor, que está em uma propriedade privada, e mesmo o Hokage não pode invadir este lugar sem um mandato. — avisou com a sua postura arrogante.
— Quem tem que lembrar de uma coisa aqui é você. Você é só um trabalhador, um lacaio dessa gente rica e arrogante que pensa que podem rotular as pessoas. Voc~e pode manter essa postura o quanto quiser, mas nunca será um deles. Você quer um mandato? Aqui está o mandato. — Nathaniel segurou no cabo do martelo e o retirou de seu coldre, colocando-o na frente do homem, que recuou. — Não precisava ser assim, não é?
— Não, senhor… — o maitre abaixou a cabeça, observando o Grey tirar um maço de dinheiro do bolso e colocar em cima da mesa, sem dizer absolutamente nada.

Nathaniel seguiu o seu caminho pelo restaurante, guardando o seu martelo, sendo observado pelos frequentadores do local, homens e mulheres ricos e poderosos em seus vestidos caros e acessórios dourados, todos com olhares de espanto e tons de desprezo, se recusando a acreditarem que alguém de fora do seu círculo social furava a sua bolha, mais uma vez. Enquanto passava, um senhor baixinho, calvo e de óculos redondos numa mesa com  homens velhos e mulheres jovens  disparou uma ofensa enquanto ele passava.

— Duende desgraçado. — a ofensa fez o Grey parar, dar meia voltar e parar na mesa dele, ficando a um metro de distância. — Tente qualquer coisa contra mim e veja o inferno cair sobre a sua cabeça, moleque. — olhou para o Hokage de forma prepotente.
— Bom… — ele curvou o tronco, semicerrando os olhos e deixando que ele sentisse a sua intenção assassina,  fazendo o senhor gritar de susto. — Faça o seu pior. — colocou um sorriso no rosto, saindo dali e caminhando direto para a mesa de Byakuya, ignorando os surtos do senhor, que estava sendo acudido pelos garçons.
— Os frequentadores desse lugar pagam muito caro para terem privacidade nesse lugar. Se você tornar isso um hábito, nós não teremos escolha a não ser parar de frequentar aqui. — Byakuya se deliciava com um bife bem caro, enquanto o elfo puxava uma cadeira.
— Bom, pelo menos se esse lugar fechar, nós poderemos transformar esse local em algo útil. — um sorriso desafiador apareceu em seu rosto.
— Aquele senhor que está se urinando ali quase tendo um ataque cardíaco é um juíz do País do Fogo, de uma geração de juízes. Você acha que esse tipo de atitude vai trazer coisas boas para você, Hokage? — Byakuya serviu-se de um copo de whisky, referindo-se ao seu posto com desprezo, como se o seu cargo não fosse nada para ele. — Está mexendo com pessoas mais poderosas do que imagina. — ele sorriu pretensiosamente, mas Nate não se intimidou.
— Kenpachi, o Estripador. — falou baixo, olhando o sorriso de Byakuya se desfazer. — Orochimaru, Azshara Grey, Ootsutsuki Kaguya. Eu enfrentei todos eles, e mais um punhado de gente perigosa, e sobrevivi. Vocês são apenas humanos patéticos com dinheiro em cofres… Eu posso moldar a realidade. Eu posso transformar os seus templos em castelos de areia, e desfazer suas construções com um sopro. Eu poderia colocar fogo nesse lugar aqui em um minuto, e se vocês enviassem seus cães contra mim, eu faria minha bijuu surgir. Eventualmente, o mundo entraria em guerra, e com certeza eu morreria nela, mas as pessoas veriam como uma insurreição surge. — desafiou o homem na sua frente, mas ele não se intimidou.
— Você realmente pensa que é um revolucionário, não é, Nathaniel Grey? Esse discurso não é só da boca para fora… Isso é triste de saber. Por muito tempo, eu achei que você era só uma fraude, mas a realidade é que você não passa de um hipócrita, um riquinho idealista brincando de revolução em seu grandioso templo. — ele colocou os talheres no prato, deixando que um garçom o levasse, enquanto um segundo colocou um pedaço de bolo de nozes na sua frente, despachando os garçons. — Ele não vai querer nada, senhores, obrigado. Veja, Nathaniel, você repete para todo mundo ouvir que as fortunas dos bilionários foi construída com a exploração do trabalho alheio, mas me conte, quantas pessoas você matou para chegar onde está agora? Quantos incidentes internacionais, quantas operações clandestinas? O que você se esforça para não entender é que homens como nós só chegamos na posição em que estamos por causa dos segredos que ocultamos. Sim, as grandes fortunas são construídas com o suor e o trabalho de muitos, mas o que acha que aconteceria se, de repente, a sua revolução tivesse sucesso? — sua pergunta deixava o Yondaime pensativo.


— Você cresceu e conviveu entre nós, Nathaniel, mas você nunca nos entendeu completamente. Os seres humanos são egoístas, individualistas e não suportam essa ideia de igualdade. Desde crianças, nós sempre competimos para ver quem é melhor, e fomos ensinados a nunca aceitarmos a derrota ou a segunda posição. Nós sempre queremos estar no topo, a nossa glória é sermos melhores do que os outros. É isso que traz inovação ao mundo, que faz a sociedade progredir. Você não consegue realmente imaginar como seria um mundo pela sua visão utópica, não é?
— Sim, você tem razão, eu não consigo imaginar como seria esse mundo, Byakuya. Vocês, filhos da puta prepotentes, roubaram os meus sonhos. Então parabéns para vocês… — ele bateu palmas em ritmo lento, chamando atenção de algumas pessoas próximas, assistindo Byakuya comer um pedaço do bolo. — Eu pensei nisso essa madrugada, e cheguei a uma conclusão: não serei eu que trará a revolução para o mundo. Eu sou apenas um, e você tem razão, eu sou alguém numa posição privilegiada. A única coisa que posso fazer é usar a minha voz para espalhar a mensagem de liberdade aos oprimidos. Um dia, daqui a um ano, uma década, ou um século, minhas ideias se transformarão em ação. Então, você pode me quebrar, me matar, tirar tudo o que eu tenho. Vocês podem manchar o meu nome com mentiras, queimar o meu templo, me tirar do meu mandato e me jogar numa jaula, mas não poderão destruir as minhas ideias, porque existe verdade nelas. — pela primeira vez, Nate viu algumas caretas em Byakuya, o assistindo ficar com o corpo rijo.
— Seu elfo arrogante e inconsequente, é melhor ter cuidado como fala comigo. Você não sabe até onde vai o meu poder. — segurou firme a sua faca, apontando-a para Nate, ficando um clima tenso na mesa por uns cinco segundos, até que o Yondaime se levantou.
— Eu preciso ir. Foi uma conversa muito produtiva para mim, Byakuya. Me deu muitas ideias do que fazer agora. — arrumou o seu manto.
— Tenha um bom retorno para a sua casa, Hokage. Desfrute-o, enquanto pode. — acenou com o copo de whisky para ele. — Temos o costume de apertarmos as mãos quando terminamos uma conversa entre duas pessoas importantes, mas eu prefiro não apertar a sua. — voltou a comer bolo, então o Grey pôs as duas mãos no bolso.
— Eu também não apertaria a sua mão, Byakuya. Tem muitos trabalhadores decentes aqui, gente do povo, e eu não quero que me vejam apertando a mão de gente da sua laia. — sua voz saiu normal, sem ligar se outros ouviam o que ele dizia, caminhando para fora do restaurante, mas não sem antes de parar e falar com ele. — Aliás, eu descobri uma coisa interessante sobre uma certa empresa que é comandada pelo seu grupo…. Não, deixa pra lá. Você vai saber em breve, para que estragar a surpresa? — ele sorriu para o homem, voltando a caminhar para fora dali. Tinha muita coisa para fazer.