Hakuryuu Kinsetsu

De pé na sacada da Cidadela do Deserto, Hakuryū observava a noite de Sunagakure com certa preocupação no olhar. Já fazia alguns dias desde que descobrira sobre os Hōki e, até então, nenhuma contra-medida havia sido tomada por ambos os lados. Era suspeito que os envolvidos, dentro do clã de médicos, ainda não tivessem feito nada. E, também, era preocupante que ele próprio estivesse demorando tanto para ter alguma ideia sobre o que fazer.

Estava prestes a retornar para dentro de seu quarto, fechando as portas rotativas no processo, quando uma ave pousou sobre o parapeito da sacada. Pendendo a cabeça de lado, como se tentasse entender uma situação alienígena, a ave observou Haku que, boquiaberto, permaneceu inerte por alguns instantes.

— Ahh, sasuga, Ken-kun — cerrando os olhos, ao perceber, num flash, do que se tratava, aproximou-se do falcão.

Os dizer de “como esperado” relativo ao Kazekage vieram com certa empolgação. Afinal, por mais que Kin estivesse falhando naquele aspecto, Ken-kun parecia já ter lidado com o assunto. A máscara havia deixado óbvio que aquilo deveria se tratar do teste para o esquadrão do qual ele havia falado no outro dia. Se aquilo não fosse uma contra-medida direta para o que lhe preocupava, com certeza era um passo adiante em direção a uma resolução.

A leitura da mensagem, após a coleta da máscara, deixou claro que o Kage estava ainda mais adiante naquele assunto.

Como ainda não tinha seus reservatórios encomendados à Maeda prontos, teria de se contentar com o uso de Ars Occulta naquela tarefa. Preparou todos os seus equipamentos e esperou a proximidade com o horário estipulado. Quase duas da manhã, Haku vestiu a máscara e dirigiu-se para o teto do hospital designado.

Pousando silenciosamente no teto, buscaria pelos aliados naquela missão. Uma voz familiar, porém, seria reconhecida. Por razões de disfarce, no entanto, não falaria seu nome.

— Será bom ter sua companhia. Podemos ir mais a fundo na investigação juntos — voltar-se-ia para o amigo, em tom amigável. — Não é preciso que seja. Você não será um peso por isso. Basta que um rastreie e é suficiente — respondeu, calmo, buscando tranquilizá-lo.

Ao que percebeu estar pronto para ir, olhou para o colega e, junto dele, avançou noite adentro.

Não demoraram a chegar próximo do distrito Hōki e, consequentemente, do laboratório que Hakuryū havia investigado anteriormente. Dessa vez, porém, as coisas pareciam diferentes: havia guardas em diversos dos pontos da instalação. Algo que poderia ser um forte sinal de que haviam realmente tomado precauções para ocultar seus passos desde a última vez em que estivera ali.

Haku estava áereo, a distância com Maeda, tentando pensar em como entrar. Entretanto, sinais do colega lhe disseram que ele já tinha um plano. Também possuia o jutsu de ficar invisível e ocultar cheiros, mas disfarçar os sons era algo inteiramente diferente. Por isso, optou em ficar para trás, observando se o aliado conseguiria resolver o problema sozinho.

Com o sinal de sucesso do colega, momentaneamente ativaria seu Meisaigakure no Jutsu, ocultando também o cheiro com sua Habilidade em Ninjutsu. Sabia que o caminho adiante do ponto em que Maeda estava era livre. Entretanto, o mesmo poderia não valer para o trajeto até lá. Sensores olfativos ou mesmo técnicas visuais capazes de ver no escuro poderiam acabar localizando-o no trânsito até o lugar. Quanto aos sons, como não ia se aproximar de nenhum guarda que estivesse consciente, evitaria saltos muito dramáticos e tomaria cuidado com as suas passadas. Contanto que ficasse o mais longe possível dos demais guardas, aquele nível de ocultação deveria bastar.

Dando-lhe um toque no ombro para sinalizar sua chegada, ainda que invisível, saltaria janela adentro logo atrás dele. Tomando cuidado para não fazer barulho com os pés, tomaria a dianteira, atento aos arredores para sinais visuais, auditivos ou olfativos de inimigos se aproximando.

Ao que a barra parecesse limpa, começaria a aplicar suas habilidades de rastreamento em perfeita sinergia para encontrar pistas que os levassem para os escritórios ou demais cômodos que pudessem conter os arquivos das pesquisas. Para tanto, aplicaria não só suas habilidades de rastreador e sua inteligência [Rastreador (0) | Inteligência 5  + Inteligência Avançada], como todo aprendizado prévio em rastreamento e na sua experiência como investigador[2x Treinos de Rastreamento + 3 pontos de Rastreio pela profissão → Rastreamento 7/10 no Total]. Além disso, também tentaria se aproveitar das suas experiências com ambientes laboratoriais, adquiridas nas ocasiões em que estudou anatomia, ciência e ninjutsu médico [Conhecimentos Anatômicos + Conhecimentos Científicos + Iryō Ninjutsu Prático].

Documentos experimentais eram basicamente algo obrigatório em pesquisas. Com o que sabia sobre o assunto, sabia que testes científicos eram, basicamente, uma forma de obter uma quantidade bruta de dados. Os quais, posteriormente, seriam analisados pelo cientista que, então, tomaria suas conclusões e aprimoraria suas hipóteses. Este era um processo repetido indefinidamente, até que a hipótese se tornasse uma teoria sólida e bem fundamentada. Era um método excelente para o aprendizado seguro sobre tudo, mas muito ruim em termos criminais. As informações constantemente eram muitas e precisavam ficar registradas para consulta posterior. E, isso, configurava uma ponta solta.

Ponta esta que Hakuryū buscaria abusar.

Além da liberação das cobaias, que com certeza estariam dispostas a testemunhar contra seus captores, documentos e registros escritos a mão eram boas provas. Caligrafias podiam ser fidedignamente reconhecidas por peritos, afinal. Eventuais equipamentos e amostras de coleta que fossem muitíssimo sugestivas — do tipo de aparato ou de coleta que não se tem ou se faz em laboratórios normais, geralmente pelos riscos de uso dos mesmos ou do procedimento em si — também poderiam ser boas provas contra os Hōki. Outro aspecto a se lembrar é que registros fotográficos ou audiovisuais também poderiam ser mantidos para fim de coleta de dados a serem processados pelos cientistas.

Ao que procurasse por esses principais aspectos, Haku estava razoavelmente confiante de que teria provas o suficiente contra o clã. Claro, se conseguisse identificar quem eram os integrantes do grupo responsável, indicando que nem todo clã estava envolvido no esquema, também levaria o mesmo ao kage. Era de interesse próprio e do bem-estar da vila que nem todos os Hōki fossem presos. E, apesar de não fazer questão de que esse fosse o caso, também não faria força para que todos fossem condenados. Julgava tal ato como, simplesmente, errado.

Palavras: 1013

Pseudo-Kyūbi: 2750 | 2750 CH
Chakra da Maldição: 000 | 300 CM
Reservatório: 3000 | 3000 un. — Ambiente: 500 | 500 un.

Legenda:
Falas: — Texto — descrições. | Pensamentos: "Texto" — descrições.

Hakuryuu Kinsetsu

A locomoção dentro do ambiente laboratorial não foi tão desafiadora quanto imaginou que seria. Não demorou a localizar duas portas, uma de madeira e uma de chapas de aço. A primeira, claramente, deveria levar a um ambiente luxuoso e, portanto, deveria ser o escritório pelo qual havia entrado permeando uma de suas paredes há alguns dias. A segunda, por sua vez, deveria estar contendo algo perigoso. Afinal, não fosse o risco de derrubarem a porta, não teria porque reforçá-la com aço.

Decidido a seguir primeiro pela parte que aparentava ser mais fácil e, portanto, mais rápida, Haku adentrou a porta de madeira. A localização de um relatório que descrevia o processo de tentativa de controle e replicação do senninka, pessoalmente assinado por um Hōki soou como ganhar o jackpot no tigrinho. Sabendo da discrição, porém, Haku optou por não comemorar. O único aspecto que o preocupou foi a citação de um novo elemento naquela equação. Não sabia quem Srta. Shiin era, mas não gostava da ideia de que aquela teia de influência estivesse indo tão longe assim. De qualquer forma, tinha que levar as informações para o alto escalão para que medidas pudessem ser tomadas.

Durante a análise, porém, surpreendeu-se com os sons causados do lado de fora. Voltando-se para trás, guardou cuidadosamente o documento em sua hip-pouch. Daquela vez, a visita aos Hoki era de outra natureza e, portanto, não tinham que se importar com os rastros deixados. Entretanto, logo que chegou ao corredor para ver o que havia por trás daquele par de obstáculos, acabou sendo também surpreendido por um rugido e um poderoso sakki.

Estava prestes a adentrar pelo portal das portas arrombadas, quando foi completamente paralisado pela sede se sangue. Experiente no assunto, no entanto, ainda que seu corpo não respondesse pelo medo instintivo — e aquele fosse o sakki mais poderoso que já havia sentido —, Haku buscou respirar fundo. Concentrando a energia física de seu corpo, forçaria a sua libertação da paralisia psicológica com base em força pura [43 vs 50 Sakki → -1 Stamina]. Ainda que isso reduzisse sua estamina, não seria tanto quanto das outras vezes, já que dessa vez sentia-se mais preparado graças à sua extensa experiência no assunto.

No meio do processo, porém, perceberia que a cobaia descontrolada, cuja aparência batia com o que conhecia do senninka, ativava auras desconhecidas de raiton, num sinal claro de que estava se preparando para atacar.

Por sorte, Maeda já estava preparado para aquilo e, sem que Haku pudesse acompanhar a situação adequadamente — pela falta de recursos para ajudar na percepção — [Velocidade 5 → acompanha até 6 (26 m/s)], o inimigo seria prontamente restringido pelo mokuton do amigo.

— Com certeza evoluíram. Esse capacete é muito suspeito — Haku completaria o comentário do amigo, observando o capacete da besta e já preparando os selos para seu próximo jutsu.

Dada a situação, o capacete parecia ter algum envolvimento no estado mental da cobaia. E, nesse aspecto, o mecanismo talvez fosse ilusório. Restringir a cobaia fisicamente por conta do ataque havia sido algo útil. Entretanto, não resolveria o problema da extração das vítimas para testemunharem contra os Hōki. Graças ao que sabia do senninka, a sanidade do sujeito já deveria estar bastante prejudicada e, consequentemente, seu nível de inteligência também. Por isso, Haku acreditava — com base em seus conhecimentos de genjutsu — que aplicar uma segunda ilusão talvez pudesse vir a se mostrar bastante eficaz. Não só porque acalmaria a cobaia, mas também porque uma ilusão sobreporia à outra.

Técnicas ilusórias não eram sua especialidade, por isso também não acreditava que só aquilo resolveria. Porém, devia facilitar a situação e abrir uma maior brecha para que ele efetuasse um teste. Acreditava que o capacete, acessório atípico naquele tipo de situação, talvez pudesse ter alvo a ver com o estado. E, por isso, retirá-lo parecia ser algo pertinente a se fazer.

Por isso, ao que Maeda estivesse ao seu lado e longe da região ao redor da cobaia, aplicaria seu genjutsu na área dentro da sala. O Nehan Shōja no Jutsu deveria colocar o alvo num estado de sonolência que deveria ser suficiente para acalmá-lo [Genjutsu Rank A | 8 s/s | Genjutsu Kai: 4 Genjutsu ou 4 Inteligência].

Enquanto isso, pulando os selos, um tentáculo de areia avançaria na direção do capacete da criatura presa [1 Manipulação Rank A | ME → 0 selos | 44 m/s | 1040 de Força]. Permeando os espaços entre o aparato e a cabeça da besta, Kin daria o comando para que a areia arremessasse o aparato suspeito para longe. O movimento buscaria ser rápido e preciso, para livrar o sujeito antes que ele escapasse da prisão de Maeda.

Palavras: 729

Pseudo-Kyūbi: 2750 | 2750 CH
Chakra da Maldição: 000 | 300 CM
Reservatório: 2820 | 3000 un. — Ambiente: 500 | 500 un.

Legenda:
Falas: — Texto — descrições. | Pensamentos: "Texto" — descrições.