A casa de Shigaraki Tomura em Sunagakure é uma residência simples, mas funcional, situada em uma das vielas estreitas da vila. A fachada é feita de adobe e pedra, refletindo o clima árido e quente de Sunagakure. Lanternas de papel penduradas ao longo da entrada adicionam um toque de cor ao ambiente, enquanto toldos de tecido protegem a casa do sol escaldante.


Quarto:
O quarto de Shigaraki é pequeno e espartano. Uma cama baixa com um colchão fino ocupa o centro do espaço. Há uma mesa de cabeceira de madeira desgastada ao lado da cama, onde ele mantém um livro e uma lâmpada a óleo. As paredes são desprovidas de decoração, exceto por uma única janela pequena coberta por uma cortina leve, permitindo a entrada de luz natural.

Sala:
A sala é o coração da casa, onde Shigaraki passa a maior parte do tempo quando está em casa. Um sofá de dois lugares, gasto pelo uso, está posicionado contra uma parede, enquanto uma mesa baixa fica no centro, geralmente coberta com pergaminhos e anotações. Há também um tapete simples que cobre parte do chão de pedra. Nichos nas paredes contêm alguns objetos pessoais e utensílios.

Biblioteca e Arsenal:
Este quarto multifuncional serve tanto como biblioteca quanto como arsenal. De um lado, estantes de madeira abarrotadas de livros e pergaminhos cobrem a parede, organizadas de maneira caótica, refletindo a mente inquieta de Shigaraki. Do outro lado, armas ninjas estão dispostas de maneira ordenada em suportes e prateleiras. Kunais, shurikens e outros equipamentos estão ao alcance, prontos para uso a qualquer momento. Uma mesa de trabalho no centro do quarto é usada tanto para leitura quanto para a manutenção das armas.

A casa de Shigaraki Tomura reflete sua personalidade prática e focada, com cada elemento disposto para maximizar a eficiência e funcionalidade, sem perder a essência de sua origem em Sunagakure.

Após um dia longo e exaustivo de missões e batalhas, Shigaraki Tomura finalmente chegou em casa, um pequeno e modesto apartamento em Sunagakure. O sol já estava se pondo, lançando sombras longas e douradas através das janelas. Ele suspirou aliviado ao fechar a porta atrás de si, o peso das missões concluídas ainda pressionando seus ombros. No entanto, ele sabia que o trabalho ainda não estava terminado.

Ele caminhou até uma pequena área de armazenamento em sua casa, onde guardava materiais para suas marionetes. Com cuidado, começou a retirar as peças de madeira que havia obtido durante suas últimas missões. Cada peça era selecionada meticulosamente, cada uma com um propósito específico em mente para futuras criações. Enquanto organizava as madeiras, seus pensamentos começaram a vagar.

Shigaraki tinha um objetivo claro em mente: superar seu defeito. Um tique nervoso que o fazia se coçar incessantemente, especialmente nos momentos de maior estresse ou ansiedade. Esse comportamento não apenas distraía, mas também o fazia parecer menos confiante diante dos outros. Ele sabia que, como um shinobi e mestre titeriteiro, precisava exibir uma imagem de controle e compostura.

Após terminar de guardar a madeira, Shigaraki se dirigiu para o centro de sua sala de estar, onde havia um pequeno espaço livre. Ele se sentou no chão, cruzando as pernas e fechando os olhos. Respirou fundo, inspirando pelo nariz e expirando lentamente pela boca. Este era o início de seu treinamento de preparo emocional. Ele havia lido sobre várias técnicas de controle emocional e havia decidido que a meditação seria a primeira ferramenta a ser utilizada.

Enquanto respirava, ele começou a se concentrar em seu corpo. Sentiu o ar frio entrando em seus pulmões, a tensão nos músculos começando a se dissipar. No entanto, assim que sua mente começou a se acalmar, ele sentiu a familiar coceira em seus braços. Seu primeiro instinto foi se coçar, mas ele se forçou a permanecer imóvel. Precisava vencer essa batalha interna.

“Eu sou mais forte que isso”, pensou ele, repetindo a frase como um mantra silencioso. “Eu sou mais forte que isso.”

Continuou respirando profundamente, focando em cada inspiração e expiração. A coceira se intensificava, mas ele permaneceu firme, tentando redirecionar sua atenção para outros aspectos de seu corpo. Sentiu o chão frio sob ele, o ritmo de seu coração desacelerando, os músculos relaxando. Aos poucos, a coceira começou a diminuir. Não havia desaparecido completamente, mas estava sob controle.

Após algum tempo, Shigaraki abriu os olhos lentamente. A sala estava banhada em uma luz suave e ele se sentia mais centrado. Sabia que a meditação era apenas uma parte do processo, mas era um começo promissor. Ele se levantou e se dirigiu a uma pequena estante onde mantinha alguns livros e pergaminhos. Havia estudado técnicas de controle emocional, mas também sabia que precisava entender mais sobre o funcionamento de sua mente.

Passou a noite lendo sobre psicologia e práticas de controle de tiques. Aprendeu que os tiques frequentemente eram respostas a altos níveis de ansiedade e estresse, e que a prática regular de técnicas de relaxamento poderia ajudar a reduzi-los. Decidiu incorporar exercícios físicos leves em sua rotina diária para liberar energia e reduzir a ansiedade. Flexões, abdominais e uma breve corrida pelo deserto seriam ideais.

Nos dias seguintes, Shigaraki implementou sua nova rotina. Começava cada manhã com exercícios físicos, seguido por uma sessão de meditação. O exercício ajudava a manter seu corpo em forma e sua mente clara, enquanto a meditação continuava a ser uma ferramenta poderosa para controlar seus pensamentos e emoções. Sempre que sentia a coceira começando, parava por um momento, respirava fundo e redirecionava sua atenção. Não era fácil, mas com o tempo, notou que os episódios de coceira se tornavam menos frequentes e menos intensos.

Durante uma de suas sessões de treinamento com marionetes, Shigaraki percebeu que sua concentração havia melhorado significativamente. Conseguia manipular Karasu e Kuroari com mais precisão e fluidez. O controle emocional estava impactando positivamente suas habilidades como titeriteiro. A coceira ainda surgia de vez em quando, mas ele estava aprendendo a controlá-la sem se distrair ou perder o foco.

Além disso, Shigaraki começou a se abrir mais sobre seu tique com alguns amigos próximos e mentores em Sunagakure. Falar sobre o problema o ajudou a desmistificá-lo e a receber apoio emocional. Compartilhar suas experiências e receber conselhos de outros shinobis que também enfrentavam desafios similares fez com que ele se sentisse menos isolado e mais compreendido.

Certa noite, enquanto se preparava para dormir, Shigaraki refletiu sobre o progresso que havia feito. Sabia que a jornada para superar completamente seu tique seria longa e cheia de desafios, mas estava determinado a continuar. A disciplina e o controle que estava desenvolvendo não apenas o ajudariam a superar seu tique, mas também o tornariam um shinobi mais forte e resiliente.

Com um suspiro de contentamento, ele sela novamente suas marionetes em pergaminhos separados, apaga as luzes e se deita. Sabia que o caminho à frente não seria fácil, mas estava preparado para enfrentá-lo, um passo de cada vez. Afinal, cada batalha interna vencida o aproximava mais de se tornar o mestre titeriteiro que sempre sonhou ser.