O párvulo de fios enegrecidos levemente bagunçados e espetados através de um rabo de cavalo, estava sentado em seu dormitório, cercado por suas duas marionetes, cada uma delas representando um pedaço de sua alma e do passado no Circo da Loucura. O cheiro familiar da madeira e do verniz misturava-se ao aroma doce do chiclete que mascava incessantemente, como forma de sustentar o próprio vício que se atenua, principalmente, quando se pensa sobre o passado. Seus olhos estreitos e profundos estavam fixos em uma marionete em particular, uma que ele havia obtido anos atrás, ganho por sua passagem meteórica na Academia Ninja de Kumogakure no Sato. Ela trazia à tona memórias dos dias de glória do circo, onde a inovação e a criatividade eram o coração do espetáculo.

Os olhos de Hiei brilharam com determinação. Ele sabia que, para honrar o legado do circo e elevar suas marionetes a um novo patamar, precisava incorporar tecnologias mais avançadas à elas. A nostalgia daquele tempo impulsionava seu desejo de evolução. Decidido, Hiei levantou-se, deixando a cadeira ranger suavemente. O chiclete estalou entre seus dentes enquanto mastigava-o mais vigorosamente, simbolizando sua resolução firme.

A decisão estava tomada. Hiei dedicaria seu tempo e esforço, durante aquele dia, para aprender mais sobre as tecnologias do mundo, principalmente voltadas ao seu estilo de luta com marionetes. Sabia que seria um dia árduo, repleta de estudos e pesquisas - coisas que, naturalmente, odiava mas compreendia serem necessárias para seu desenvolvimento pessoal -, mas a ideia de suas marionetes se tornarem obras-primas tecnológicas o motivava profundamente. Com um último olhar para sua Karasu, o titeriteiro saiu do dormitório, pronto para iniciar uma busca única.

No instante seguinte, começou a caminhar pelas vielas geladas de Shimogakure, sentindo o frio característico do vilarejo cortar sua pele. A neblina envolvia as ruas estreitas, criando uma atmosfera misteriosa que parecia ecoar seus próprios pensamentos. Estava determinado a encontrar todo o conhecimento necessário para se tornar um Tecnólogo. Seu destino era a pequena biblioteca do vilarejo, um lugar repleto de sabedoria antiga e moderna, onde esperava encontrar as respostas que buscava.

Ao entrar na biblioteca, o calor acolhedor contrastou com o frio lá fora, e o cheiro familiar de papel envelhecido envolveu seus sentidos. Hiei se dirigiu imediatamente às prateleiras carregadas de pergaminhos e livros, buscando informações sobre tecnologias ninjas e mecânicas. Cada página que virava era uma descoberta, cada pergaminho desenrolado revelava segredos dos maiores inventores. Ele leu sobre mecanismos intricados que mesclados a seus bonecos poderiam melhorar a precisão dos movimentos das marionetes, sistemas de defesa avançados que poderiam proteger suas criações de ataques inesperados e dispositivos de propulsão que aumentariam a mobilidade e agilidade delas.

Hiei anotava tudo meticulosamente, seus olhos brilhando com a excitação do conhecimento adquirido. Pergaminhos antigos narravam histórias de inventores lendários, detalhando suas invenções revolucionárias que mudaram o curso de batalhas e protegeram vilarejos inteiros. Estudou sobre dispositivos que utilizavam selos de chakra para criar escudos impenetráveis, mecanismos de retração automática que permitiam movimentos rápidos e precisos, e até mesmo sistemas de camuflagem que poderiam tornar suas marionetes invisíveis aos olhos inimigos.

Os livros mais recentes explicavam as inovações tecnológicas modernas, como a integração de circuitos de chakra que aumentavam a eficiência energética das marionetes, e o uso de materiais leves e duráveis que melhoravam a resistência e flexibilidade. Hiei mergulhava profundamente nessas descrições, imaginando como cada nova descoberta poderia ser aplicada às suas próprias criações.

Determinando-se a aprofundar ainda mais seu conhecimento, Hiei buscou as plantas de invenções feitas por tecnólogos reconhecidos mundialmente. O jovem marionetista, com sua mente fervilhando de curiosidade, encontrou escritos detalhados de engenheiros e inventores renomados, suas anotações meticulosas preenchendo as lacunas de seu entendimento. Cada novo aprendizado era uma peça do quebra-cabeça tecnológico que ele estava montando em sua mente.

Hiei lia avidamente os relatos de mestres da tecnologia, absorvendo suas experiências e sabedoria. Ele sentia-se como um aluno em uma sala de aula, cercado pelos melhores professores que o mundo poderia oferecer, embora tudo ocorresse através das páginas que manuseava. "Como este mecanismo poderia melhorar a mobilidade?" ele se perguntava ao estudar um sistema de articulações avançadas. "De que maneira este sistema de defesa pode ser integrado?" ele anotava ao encontrar detalhes sobre barreiras de chakra que poderiam ser incorporadas às suas marionetes.

A cada descoberta, o párvulo se via imerso em questionamentos e hipóteses. Ele imaginava suas marionetes movendo-se com a precisão das engrenagens descritas pelos tecnólogos, protegidas por escudos invisíveis e armadas com dispositivos ocultos. Os detalhes sobre a integração de circuitos de chakra o fascinavam especialmente; ele via potencial em usar esses circuitos para amplificar as habilidades de suas criações, tornando-as não apenas mais eficientes, mas também mais poderosas.

Com uma atenção cuidadosa, Hiei anotava todas as respostas que encontrava, cada nova informação se tornando um alicerce para sua crescente base de conhecimento. Ele passou horas, mergulhado nesses estudos, sentindo sua confiança crescer à medida que seu entendimento se expandia. Havia uma magia naquelas descobertas, uma sensação de que estava desvendando os segredos de um mundo oculto.

A jornada de aprendizado estava longe de terminar, mas o marionetista já sentia os benefícios do conhecimento adquirido. As anotações dos mestres da tecnologia se tornavam cada vez mais familiares, seus conceitos mais claros e aplicáveis. Hiei começou a visualizar com mais clareza as melhorias que poderia implementar em suas marionetes, e a nostalgia do Circo da Loucura, com sua atmosfera de inovação e criatividade, o inspirava continuamente.

Ele sabia que ainda havia muito a aprender, mas cada passo o aproximava de transformar suas marionetes em verdadeiras obras-primas tecnológicas. Cada avanço, cada nova ideia, era um tributo à memória do circo que o formara, um testemunho de seu compromisso em honrar aquele legado de criatividade e engenhosidade.

Armado com uma vasta gama de novos conhecimentos, Hiei retornou ao seu dormitório com um objetivo claro. Ele se sentou diante de uma grande mesa de trabalho, espalhando os pergaminhos e livros ao seu redor. Com um lápis em mãos, começou a desenhar esquemas detalhados de possíveis implementações tecnológicas em suas marionetes.

Hiei teorizava sobre sistemas de defesa que poderiam proteger suas criações de ataques inesperados e mecanismos de ataque que aumentariam significativamente seu poder ofensivo. Cada linha traçada no papel representava uma ideia nova, uma inovação pronta para ser testada. Ele escrevia anotações detalhadas, descrevendo como cada componente funcionaria em sincronia.

Os desenhos tomaram forma rapidamente, mostrando marionetes com articulações aprimoradas, armaduras reforçadas e sistemas de propulsão avançados. Hiei imaginava suas marionetes em combate, visualizando os movimentos precisos e a eficácia de suas novas habilidades. A empolgação crescia a cada esboço concluído, e ele sentia-se mais próximo de transformar suas ideias em realidade.

Cada teoria desenvolvida era um passo adiante em sua jornada. Hiei sabia que o verdadeiro desafio viria na hora de construir e testar esses sistemas, mas a base estava firmemente estabelecida. Ele olhou para seus esquemas com orgulho, sabendo que estava prestes a levar suas marionetes a um nível nunca antes alcançado. Mascou um chiclete enquanto analisava suas teorias.

Após dias intensos de estudos e teorizações, Hiei sentou-se em sua cama, refletindo sobre sua jornada. O pôr do sol lançava uma luz dourada sobre suas marionetes, criando sombras dançantes que pareciam ganhar vida. Ele mastigava um chiclete lentamente, saboreando o gosto doce enquanto seus pensamentos vagavam.

Hiei percebeu o quanto havia aprendido desde o momento em que decidiu se tornar um Tecnólogo. O conhecimento anatômico e tecnológico que adquiriu não só melhorou suas habilidades como marionetista, mas também expandiu sua visão de mundo. Ele sentia a mesma empolgação e orgulho que sentia nos dias do Circo da Loucura, sabendo que estava honrando seu passado ao evoluir continuamente.

Com um sorriso, Hiei olhou para seus esquemas e anotações. Sabia que estava pronto para aplicar tudo que havia aprendido e transformar suas marionetes em verdadeiras obras-primas tecnológicas. A jornada estava apenas começando, e ele estava ansioso para ver onde o conhecimento recém-adquirido o levaria.

Levantando-se, Hiei deu um último olhar para suas marionetes. "O Circo da Loucura pode ter acabado, mas sua essência vive em mim", pensou. Com essa determinação renovada, ele estava pronto para levar suas habilidades a um novo patamar, transformando o passado em uma fonte inesgotável de inspiração e inovação.