審判のカード

A névoa matinal pairava sobre as montanhas, criando um cenário quase etéreo. Minha missão hoje era simples e solitária: vigiar a fronteira daquelas terras ainda pouco conhecidas e relatar qualquer atividade suspeita aos superiores. Mesmo sabendo que provavelmente seria um dia tranquilo, mantinha todos os meus sentidos alerta, era como se eu estivesse ansiando por alguma ação, afinal as missões de ninjas básico eram bastante entediantes.
Caminhei ao longo da linha de árvores que demarcava a fronteira, observando os arredores. O vento frio trazia consigo a familiar sensação de vigilância constante. A mão na empunhadura da minha katana, sentia a presença tranquilizadora da arma, pronta para qualquer eventualidade.
Nada parecia fora do comum. Os animais seguiam seus padrões habituais como em qualquer outro lugar e o silêncio era interrompido apenas pelo ocasional farfalhar das folhas. A tranquilidade do lugar contrastava com a intensidade de nossos dias passados em Kumogakure, oferecendo um raro momento de paz.
Após algumas horas sem problemas, completei o circuito de patrulha. Satisfeito com a segurança da área, retornei ao vilarejo, pronto para relatar a ausência de ameaças. A neve continuava a cair levemente, cobrindo as pegadas deixadas para trás, como se a natureza guardasse nossos segredos.

Shimugakure estava passando por tempos de mudança. A chegada dos ninjas sobreviventes de Kumogakure tinha transformado a pacata vila em um lugar movimentado. A sujeira acumulada nas ruas estava fora de controle, e os trabalhadores locais não conseguiam dar conta. Por isso, genins como eu foram designados para ajudar na limpeza. Pode parecer uma tarefa simples, mas para mim, era uma oportunidade de treinar, afinal como meu velho sempre falava "toda tarefa poderia servir de treinamento se nossa mente estivesse alinhada com as espadas".

Com uma vassoura em mãos, comecei a varrer a rua principal. Cada movimento da vassoura era uma oportunidade de treinar mentalmente meus movimentos de espada. Enquanto afastava a sujeira para o lado, imaginava-me executando cortes precisos e rápidos. O som das cerdas na calçada se transformava no som de uma lâmina cortando o ar.

Desenhei em minha mente cada passo de uma sequência de golpes, visualizando a posição dos pés, a rotação dos quadris, a força aplicada em cada movimento. Varri em linhas retas, como se estivesse esgrimindo com precisão, e em círculos amplos, simulando golpes de arco. A vassoura se tornava uma extensão do meu braço, tal como minha katana.

O exercício mental era intenso. Sentia cada músculo responder aos movimentos imaginários, aprimorando a memória muscular. Concentrei-me em manter a postura correta, equilibrar o peso do corpo e sincronizar a respiração com cada varrida.

Os transeuntes podiam me ver apenas como um genin maluco varrendo as ruas, mas dentro da minha mente, estava em um campo de batalha, enfrentando adversários invisíveis. Cada passo dado, cada varrida realizada era um treino, uma preparação para os verdadeiros duelos que viriam no futuro.