魔神

O sol começava a surgir no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, aquela paisagem até mesmo me fazia ter saudade do local em que fui criado, afinal nosso dojo havia sido construído distante do centro de movimento do vilarejo e com isso éramos presenteados com uma bela vista do vilarejo do trovão. Era uma manhã serena apesar do extremo froo, mas o som das espadas cortando o ar já preenchia o ambiente. Estava no meu lugar de treino favorito, um campo aberto rodeado por árvores. Sabia que o silêncio e a tranquilidade daquele lugar eram ideais para o meu treinamento.

A velocidade, como eu havia sido ensinado quando mais jovem, era o que diferenciava um bom espadachim de um verdadeiro mestre das lâminas. Não bastava só ter força e técnica, afinal a rapidez nos movimentos era essencial para vencer meus oponentes. Então por conta disso comecei com um aquecimento vigoroso, correndo em círculos ao redor do campo de treinamento. Sentia o sangue correr nas veias, preparando meus músculos para o que viria a seguir. Cada passo era medido, controlado, buscando o equilíbrio perfeito entre força e agilidade.

Depois do breve aquecimento, peguei minhas espadas, sentindo seu peso familiar na mãos. Iniciei uma série de cortes rápidos, focando em aumentar a velocidade sem perder a precisão. Cada movimento era uma explosão controlada de energia, um corte que passava pelo ar quase invisível de tão rápido. Repeti os movimentos inúmeras vezes, cada corte mais rápido que o anterior, até que a espada se tornasse uma extensão natural do meu corpo “Então era sobre isso que o velhote mencionava sobre ser apenas um com as suas lâminas” pensei enquanto aproveitava aquela sensação por mais rápida que ela fosse.

Para tornar o treino mais desafiador, coloquei uma série de alvos improvisados de madeira ao redor do campo, cada um em diferentes alturas e distâncias. O objetivo era atingi-los em rápida sequência, movendo-me de um para outro sem hesitação. Esse exercício não apenas testava minha velocidade, mas também minha capacidade de resposta e adaptação de situações. Movia-me como um predador entre os alvos, a espada fluindo em minhas mãos como se tivesse vontade própria.

Durante o treino, percebia cada pequeno ajuste necessário, algumas vezes até mesmo conseguia escutar a voz de meu velho criticando meus movimentos improvisados, afinal para ele deveríamos seguir à risca os movimentos da família, enquanto para mim parecia muito mais divertido lutar do meu jeito. A inclinação do pulso, o movimento dos pés, a rotação do tronco – tudo precisava estar em perfeita harmonia para maximizar a velocidade. Cada erro era uma oportunidade de aprendizado, cada acerto, uma confirmação de evolução. A concentração era total, o mundo exterior desaparecendo enquanto me focava completamente no treino.

Além dos cortes, treinava minha velocidade corporal. Corria de uma árvore a outra, de um lado para o outro para simular movimentos em combate. Saltava sobre troncos caídos, rolava pelo chão, levantando-me rapidamente para continuar. Este treinamento corporal era exaustivo, mas sabia que a agilidade era tão importante quanto a rapidez da espada. Precisava ser rápido não apenas com as mãos, mas com todo o corpo.

No fim do meu treino, respirei fundo, sentindo a exaustão nos músculos, mas também uma sensação de progresso. Cada dia de treino me aproximava mais do meu sonho de me tornar o maior espadachim do mundo. Olhei ao redor do campo, satisfeito com o trabalho feito, e sabia que amanhã seria outro dia de desafios e melhorias. Cada gota de suor, cada corte feito no ar, tudo fazia parte dessa jornada implacável para virar uma lenda.