Mais uma manhã tranquila no meu Laboratório. O Sol mal surgira no horizonte e eu já estou aqui, imerso em meus experimentos. O aroma familiar dos produtos químicos e o som suave dos equipamentos trabalhando são a trilha sonora perfeita para começar o dia. Estava analisando a amostra de um composto mineral quando veria uma silhueta aparecer na entrada rapidamente, deixando algo com formato de pergaminho e sumindo logo em seguida. — O dever me chama. — Bufaria, me direcionando até o objeto lacrado. Alcançando-o e o pegando, abri o pergaminho e li rapidamente. E... nada muito distante do que já estou acostumado. Um grupo de Nukennin’s de Rank S foram avistados nos arredores de Kirigakure. Eles estão causando problemas significativos e precisam ser eliminados imediatamente. Para isso, fui chamado. Não posso dizer que é uma ideia ruim. Afinal, estou no tédio já há algum tempo, e um pouco de fervor de batalha pode ser benéfico para o Kāma.

Suspiraria fundo, fitando por alguns instantes a farpa de pirâmide nas costas da minha canhota, refletindo um pouco enquanto passaria a destra por cima desta. — Apesar de eu saber se tratar de uma maldição, por que tô com saudades de você, hein? — Indagaria para mim mesmo, sorrindo.

De todo modo, partiria, em direção à última localização vista do QG dos Nukennin's, deixando Kirara avisada da minha ausência temporária.

Rumando os Arredores de Kirigakure, iria sentindo a brisa matinal colidindo rente à meus cabelos e minha pele albina. De fato, uma sensação viva. — Será que eles estão bem? — Lembraria de Naritoshi e Nobara, fitando o azul celeste do céu, imaginando se eles devem estar se divertindo ou mesmo se sentem falta de mim; enfim, conforme me aproximo, veria, ao longe, diversas assinaturas de Chakra frias e silhuetas por intermédio dos meus orbes celestes. Duas dessas no que parece ser o portão para dentro de uma grande morada, talvez sendo o tal "QG dos Nukennin's que estou procurando.

Ainda utilizando dos meus olhos divinos, caminharia sem muita preocupação em direção à entrada principal, evitando com facilidade todas as armadilhas montadas no campo simplesmente percebendo-as e andando sobre elas. Eventualmente, me veria de frente com as duas assinaturas de Chakra e silhuetas avistadas de longe, dois homens altos e avantajados protegendo a entrada com lanças. De fato, os dois guardas do lugar não-tão-secreto assim. Ao passo em que parei entre os dois, perceberia ambos suando frio enquanto seguraram suas armas, reconhecendo a minha faceta e nitidamente demonstrando medo — ou respeito? —. — Bom dia. Quero entrar. — Seria incisivo, desde já demonstrando minhas intenções. Sem tardar e pestanejar, os guardas abririam o caminho, permitindo minha entrada no recinto.

Lá dentro, veria diversos Nukennin's. Minha visão de longa distância contabilizam dezoito (18), além dos dois (2) do lado de fora, totalizando vinte (20). Quando me vissem, todos parariam seus afazeres, e focariam suas atenções em mim, como se estivessem vendo uma divindade diante de si. — Procuro o chefe de vocês. Quero negociar. — Bradaria, em tom uníssono. — Caso ele não apareça em dez segundos, todo esse lugar vai pro chão, vou acabar com todos vocês e suas cabeças serão entregues para a Rokudaime Mizukage. — Finalizaria minha ordem. Após, aguardaria as movimentações inimigas, esperando a aparição do "chefão".

Com os dedos, contaria até cinco, quando um homem alto, de terno e fumando um charuto com um ar sério e um fluxo de Chakra bem mais frio do que os demais se apresentaria. — O que você quer, Hakari Ōtsutsuki? Nós não temos nada a ver com você. — Ele indagou, tentando manter a postura, mas seus olhos entregando seu verdadeiro temor. — Ah, mas têm sim. Quero informações. Se mentir, eu espanco vocês. — Emitiria, minha voz carregada de sarcasmo, cruzando os braços e inclinando a cabeça ligeiramente para o lado, degustando um chocolate logo após. — Pois bem, vamos começar com algo simples. Quais são os locais estratégicos que vocês usam para se esconder? Sabe, aqueles cantinhos seguros onde gostam de se reunir e planejar seus pequenos atos de rebeldia? — Olharia ao redor após a fala, observando cada um dos Nukennins que me cercam. Eles se encolhem, os olhos arregalados e as mãos tremendo. É quase cômico.

— Nós... nós não temos locais fixos. Estamos sempre em movimento, nunca ficamos em um lugar por muito tempo. — Arquearia uma sobrancelha frente a elucidação do criminoso, claramente não acreditando. — Interessante. E quanto à localização de outros grupos de renegados? Estou certo de que vocês não são os únicos a causar problemas por aqui. — Levantaria um novo questionamento, curioso. Os Nukennin's ao redor começaram a murmurar entre si, o medo em suas vozes crescendo. O chefe limpou a garganta, tentando manter a fachada de coragem. — Não temos contato com outros grupos. Somos... independentes. — Elucidara o mesmo, nitidamente mentindo aos meus olhos.

Dei um passo à frente, aproximando-me perigosamente do chefe, ainda cercado pelos outros demais. Fitaria-o olho no olho com meus orbes celestes. — Você tem problemas de audição? Pensei ter dito pra não mentir. — Bradaria de forma séria. Logo após, sentiria uma onda de... Intenção Assassina?

A Intenção Assassina me atingiu em cheio. Meu corpo ficou rígido, incapaz de se mover. A pressão? Esmagadora, uma sensação opressiva que tenta me dominar. Dois espadachins surgiram, atacando-me por trás. No entanto, antes que pudessem me atingir, uma força invisível os parou a poucos centímetros de mim. A Técnica Telecinética entraria em vigor, protegendo-me do ataque traiçoeiro. Os espadachins pararam no ar, seus olhos arregalados de choque e medo, lutando contra a força invisível que os segura. Sem sucesso. No mesmo instante, respirei fundo, forçando minha mente a focar. Não posso deixar a Intenção Assassina me dominar. Lembrei-me de todas as batalhas que enfrentei, das adversidades que superei. Um sorriso debochado surgiu em meu rosto, imaginando que... Alguém como eu não pode ser intimidado por criminosos irrelevantes como esses. — É bem cômico que imaginaram que isso daria certo. — Minha voz soou alta e clara, ecoando pelo ambiente. A Intenção Assassina começou a rachar, como vidro diante de um martelo. Enfim, a quebraria, removendo a paralisia que acomete meu corpo.

Sem dar tempo de resposta, concentraria meu Chakra nas mãos, ativando meu Kongoken e sentindo a energia pulsar através de meus punhos. Com um movimento rápido e poderoso, soquei os dois espadachins, de costas, arremessando-os longe. Eles voaram pelos ares, colidindo com as paredes e desmaiando instantaneamente, para o pavor dos demais. Logo em seguida, voltaria-me para o chefe dos Nukennins, que ainda tentava manter uma postura confiante, mas o medo em seus olhos é inconfundível. Ergueria ambas minhas mãos, utilizando a Técnica Telecinética para sufocá-los lentamente. Seus olhos se arregalaram enquanto eles lutam para respirar, suas mãos tentando inutilmente afastar a força invisível que apertam seus pescoços. — Lutando pela vida? Você parecia mais confiante. — Debocharia, enquanto veria ambos desmaiando, soltando-os.

Mais dezesseis renegados avançaram sobre mim, suas armas brilhando à luz fraca. Sorri para eles, sentindo a adrenalina correr em minhas veias. O primeiro renegado avançou com uma espada, tentando um corte rápido e preciso. Desviei facilmente, girando o corpo e utilizando minha para desarmá-lo e socá-lo para longe em direção ao segundo renegado, cujo qual já estara próximo de mim, desabando os dois. O terceiro e o quarto tentaram um ataque pela esquerda enquanto outro veio pela direita. Saltei, usando um dos renegados como plataforma, impulsionando-me para o alto. No ar, girei, ficando de ponta cabeça e usando minhas mãos para pressionar suas cabeças contra o chão, fazendo uma enorme rachadura e os neutralizando antes de pousar graciosamente no chão.

Agora, sobram doze. Três deles avançaram simultaneamente, suas lanças reluzindo. Desviei dos ataques com agilidade, usando os orbes celestes para enxergar seus movimentos em detalhes e de forma campal. Executando um rápido movimento, desarmei o primeiro renegado, girando e usando sua própria espada para bloquear os ataques dos outros dois. Um soco bem colocado no estômago de um deles o fez dobrar-se, e uma cotovelada na cabeça do outro o deixou inconsciente. O terceiro tentou fugir, mas com um chute preciso em suas costas enquanto em fuga, o derrubei no chão. Os nove restantes estavam em pânico. Três deles jogaram suas armas no chão e levantaram as mãos, rendendo-se sem luta. Passando rapidamente por eles, os nocautearia, apenas por desencargo de consciência. Tentando aproveitar a distração, outro deles lançou uma série de kunai's em minha direção. Desviaria das kunai's com facilidade, avançando em direção a ele. Um soco no queixo o fez cair de costas, desmaiado. Olhei para os cinco restantes, que se espalharam, tentando me cercar.

Dois avançaram juntos, um à esquerda e outro à direita. Usei minha agilidade para desviar de seus ataques, conjurando, enquanto isso, um imponente golem de pedra por intermédio do Doton: Gōremu no Jutsu, que emergiria rapidamente. Ao surgir, os cinco que restaram simplesmente largariam suas armas, começando a suar frio e a temer o colosso, impotentes. — Acaba com eles, vai. — Murmuraria, falando com o meu construto e dando dois tapinhas em um de seus enormes pés, que acataria minha ordem e avançaria correndo, seus passos fazendo tudo estremecer enquanto ele iria cacetando todos, um a um e os abatendo sem dificuldades. Agora, restam zero.

— Bom garoto. — Elogiaria o golem, que se agacharia para que eu pudesse dar um toque de mão com o punho fechado junto a ele.

Finalizada a batalha, teria que agora, terminar o serviço antes de retornar para Kirigakure. Sendo assim... — Junta eles e encontre algo que sirva pra amarrá-los juntos. — Ordenaria ao golem, enquanto me aproximaria do chefão e ele começaria seu trabalho. Ao alcançá-lo, colocaria minha mão sob a testa de seu corpo desmaiado e concentrei meu Chakra, conectando minha mente à dele. A sensação de invasão é estranha, mas sei que é necessário, de certa forma. Imagens começaram a fluir, fragmentos de memórias e pensamentos se desdobrando diante de mim. Vi mapas de locais estratégicos, planos de ataques futuros, e até a localização de outros grupos de renegados. Cada detalhe é importante e eu absorvera tudo com atenção, gravando as informações na minha mente. Arquearia a sobrancelha diante de uma informação em específico vista por mim

Quando terminei, afastei minha mão e respirei fundo, sentindo o peso da mente do chefe deixar a minha. Olhei para o golem, que havia concluído sua tarefa de empilhar e amarrar os renegados. — Valeu. Até logo! — Agradeceria ao golem de pedra, fazendo um sinal de "Legal" com a canhota enquanto meu gesto seria replicado pelo mesmo. Então, desfiz o jutsu, e o golem se desmoronou em uma pilha de pedras, voltando à terra de onde veio. Amarraria o chefe dos Nukennin's junto aos demais, e retornaria para Kirigakure no Sato, aonde reportaria a missão e a localização dos renegados abatidos, avisando que irão dormir por alguns dias devido meus potentes socos. Com as formalidades devidamente feitas e a missão completa, rumaria meu Laboratório, para descansar.

— Conversas recentes com um albino de chifres e farpa de pirâmide em uma parte do corpo... Então há mais dos meus por aí. — Um múrmuro ecoaria dos meus lábios, pensativo sobre as coisas que captei da mente do chefe Nukennin.