Hakuryuu Kinsetsu

Ainda invisível, saltando e pousando próximo da região onde ocorrera a batalha, Haku podia ver uma evidente tentativa de ocultação. Afinal, os rastros de sangue eram claros, mas ainda presentes: o sinal de um trabalho bastante mal feito e, muito provavelmente, feito com desespero às pressas. E, não à toa, já que outras autoridades deviam ter vindo visitá-los para saber mais do que Maeda devia ter relatado mais cedo.

Apagados, mas ainda presentes, Haku utilizou o máximo de seu conhecimento em Rastreamento para tentar reconstruir os eventos que haviam acontecido ali.

Pela forma que o sangue havia jorrado, muitos cortes de espada haviam sido acertados e, considerando que o indivíduo estava em um estado bestial, o portador da lâmina só poderia ser Maeda. Pela quantidade de sangue espalhado por vez, dava para ver que os golpes eram rápidos e não tão profundos. A duração da batalha havia sido considerável pelo que tudo indicava. Entretanto, por mais que essas observações lhe viessem em ramificações de pensamento, sabia que este não era o foco.

Ao que seguiu a cronologia oculta daquela batalha de forma reversa, não demorou a se ver em um ponto em que os prédios pareciam recém-reformados. Novamente, serviço mal-feito e concluído às pressas. Aparentemente, a quantidade de testemunhas de que algo havia acontecido era grande, mas ninguém tinha exata certeza do que estava acontecendo dado o pânico coletivo que havia se instaurado entre os civis. Entretanto, as reformas, num primeiro momento, deviam ter ajudado a moldar uma narrativa que fosse favorável aos Hōki. A princípio, tudo indicava que, o que quer que fosse, o homem-besta devia ter vindo de algum local desconhecido da vila. Tratando-se de um humano, ainda, devia estar entre os civis e, então, entrado em descontrole por algum motivo. Mas, para um coronel experiente como Hakuryuu, as reformas não passaram de tentativas baratas.

Após mais algum tempo investigando os rastros de destruição deixados pela besta em seu descontrole, Hakuryuu se viu diante de uma parede com uma grande área de tinta mais ou menos fresca.

Palavras: 339

Pseudo-Kyūbi: 2750 | 2750 CH
Reservatório: 3000 | 3000 un. — Ambiente: 500 | 500 un.

Legenda:
Falas: — Texto — descrições. | Pensamentos: "Texto" — descrições.

Hakuryuu Kinsetsu

O prédio na totalidade era muito suspeito. A estrutura era grande e, pelo que se lembrava da sua época de estudante, muitíssimo similar aos laboratórios que frequentava. Sua localização, inclusive, não parecia nem um pouco aleatória, inclusive. Ainda estava dentro do distrito do clã Hōki, porém era mais do que adjacente à região mais rica em hospitais e laboratórios da vila: estava contida nesta.

Apesar de tudo isso, seu esquema de pintura estava completamente descaracterizado. A escolha da paleta de cores era extremamente discreta, o que também fez Haku desconfiar. E, por fim, não havia qualquer identificação de que tipo de prédio aquele era. Eram poucas as janelas e entradas para um ambiente tão considerável.

Sendo um investigador de patente alta, bom rastreador e experiente quanto o assunto era ciência, anatomia e medicina — pelo menos, no que tangia os locais de formação para ninjutsu médico, o qual tinha proficiência —, não demorou a deduzir do que se tratava.

O fato do laboratório, até pouco tempo, ter sua parede destruída num buraco daquele tamanho era altamente sugestivo de que a besta devia ter fugido de lá dentro. Ou então, no mínimo, passado por lá.

Sabendo que não poderia simplesmente entrar pela porta da frente, Haku faria rapidamente os preparativos para usar seu Hiding in Surface Technique. Mergulhando na lateral bem rente ao limite da discreta mancha de tinta nova, Haku atravessaria a parede até o interior do prédio.

Provando que suas suspeitas eram corretas, Haku viu-se no que parecia o escritório de um grande laboratório. Pelo horário, o local estava vazio e, portanto, parecia o momento perfeito para começar suas investigações naquele comodo mesmo.

Abrindo as gavetas de arquivos, Haku gastou um tempo considerável escaneando os documentos um a um, com os olhos, sob a luz de uma luminária na escrivaninha do escritório. Com seus conhecimentos científicos e anatômicos, guiou-se através dos registros, tentando identificar qual seria a pesquisa que procurava.

Passou-se quase uma hora até que Haku finalmente encontrou um fundo falso em uma das gavetas de arquivo. Abrindo-o com avidez, alcançou uma pasta escondida e, ao que finalmente pôs os olhos em seu conteúdo, encontrou os registros do dono do corpo que Maeda armazenava em seu castelo. A foto da cobaia colada na ficha continha o mesmo rosto que vira no local. Sem se atentar tanto às origens do sujeito, ou seu nome, Haku focou em tentar encontrar que tipo de estudo faziam nele.

Lendo o documento, descobriu que, para sua surpresa, o sujeito possuia uma kekkei genkai chamada de “Senninka” e não o Selo Amaldiçoado como previra. Apesar do erro na dedução irritar-lhe, não conseguiu ficar tanto tempo preso a ele. O novo paradigma era apetitoso demais para sua mente ávida por conhecimento. Afundando-se nas pesquisas, utilizou-se de seus conhecimentos científicos e anatômicos para filtrar e aprender o máximo possível sobre os poderes do sujeito. Algo que não pareceu tanto difícil, já que a pesquisa parecia orbitar inteiramente ao redor das capacidades especiais de seu corpo.

Pelo que leu, o senninka era uma transformação decorrente de uma mutação que fazia o corpo do portador absorver algo chamado "energia natural" em abundância de forma inteiramente passiva. Não tinha a mínima ideia do que seria essa energia, mas, pelas descrições, ao que ela adentrava o corpo do usuário, havia um aumento da capacidade física e a possibilidade da realização de diversas proezas quanto à mudança de forma. Ou seja, quando transformado pela presença da tal energia desconhecida, o alvo tornava-se capaz de criar vários apêndices corporais como armas ou até mesmo consumir outros seres humanos, além das melhorias físicas anteriormente mencionadas. No quesito aparência, o cientista responsável também havia registrado que a tal transformação eremita possuíam certos padrões identificáveis entre os usuários: a pele sobre a área afetada tornava-se castanha e, se isso incluísse a região dos olhos, a esclerótica ficava escura. O cientista também havia registrado alguns outros fatos, cujos mecanismos de ação eram impossíveis de determinar para o conhecimento de Hakuryuu, mas que ainda soaram interessantes de se memorizar para investigar no futuro. Por exemplo, havia descrições detalhando que, apesar do clã poder absorver a dita "energia natural" passivamente sem serem transformado em "estátuas", como acontece naqueles que não conseguiram aprender "a arte sábia", seus corpos não podem controlar os grandes picos da energia que acompanham o senninka. Por isso, muitos dos portadores dessa kekkei genkai eram propensos a perderem esporadicamente a sanidade.

Ao que leu a informação, os relatos de bestialidade de Maeda subitamente fizeram sentido. A cobaia havia perdido a sanidade e, graças aos aprimoramentos físicos, havia fugido da instalação, muito provavelmente abrindo um buraco na parede que Haku havia visto mais cedo.

Consideráveis horas já haviam se passado e, apesar de Hakuryuu estar inclinado a estudar mais, ao que pode apenas concluir a investigação sobre o Senninka, pode ouvir portas abrindo. Sabendo que seu tempo havia acabado, ele rápida e organizou silenciosamente os documentos e objetos da forma que estavam. Então, com mais um Hiding in Surface Technique, ele atravessou o mesmo ponto da parede pelo qual havia entrado.

Colocando a cabeça para fora do outro lado, Haku observou se o perímetro estava limpo e, ao constatar que sim, rapidamente saltou para fora, escondendo-se entre os prédios para não ser visto. Movendo-se em sua velocidade máxima, ele deixou o distrito para trás, tomando máximo cuidado para que não fosse visto.

Palavras: 894

Pseudo-Kyūbi: 2750 | 2750 CH
Reservatório: 3000 | 3000 un. — Ambiente: 500 | 500 un.

Legenda:
Falas: — Texto — descrições. | Pensamentos: "Texto" — descrições.