O sol começava a surgir lentamente no horizonte, lançando raios tímidos sobre as dunas de Suna. A luz pálida da manhã trazia uma sensação de calma, mas o Senju não se deixava enganar pela tranquilidade aparente. Vestiu-se rapidamente, os movimentos precisos e eficientes de um shinobi acostumado à disciplina. Ao sair de casa, a brisa matinal trouxe um leve consolo, mas não afastou a sensação de inquietude que se enraizava em seu peito. As ruas de Suna estavam desertas, envoltas em um silêncio que parecia amplificar cada um de seus passos. O caminho até o dojo da casa era familiar, mas hoje ele parecia mais longo, mais introspectivo. Maeda sentia que estava em um ponto de inflexão, um momento que poderia mudar o curso de sua jornada. Ao entrar no local, foi recebido pelo familiar cheiro de tatame e madeira polida. O espaço estava vazio, o silêncio era absoluto. No centro do tatame, um pergaminho antigo estava desenrolado, algo que ele não havia visto antes. A curiosidade o guiou até o pergaminho, onde símbolos antigos e complexos estavam escritos em um padrão que ele não conseguia decifrar imediatamente. Maeda se ajoelhou diante do pergaminho, os olhos fixos nos símbolos. Sentiu uma conexão estranha com aqueles caracteres, como se algo dentro dele estivesse respondendo à chamada silenciosa. Tocou o pergaminho com a ponta dos dedos e sentiu uma leve vibração, uma energia que parecia percorrer seu corpo. Decidido a entender o significado daquele pergaminho, Maeda começou a estudar os símbolos com mais atenção. Passou horas tentando decifrar a escrita, sentindo uma conexão crescente com cada palavra que desvendava.

A medida que o sol subia no céu, ele começou a perceber que os símbolos formavam uma antiga técnica de invocação, algo que poderia lhe conceder um poder desconhecido até então. Enquanto traduzia o texto, o Ssnju se lembrou das histórias que ouvira sobre contratos de sangue e invocações. Era um poder temido e respeitado, algo que só os mais habilidosos shinobi podiam controlar. Ele sabia que estava prestes a entrar em um território perigoso, mas a curiosidade e a vontade de se aprimorar o impulsionavam. Ao entardecer, ele finalmente decifrou o último símbolo. O pergaminho descrevia um ritual para formar um contrato de sangue com uma invocação chamada Gōmon Heya, uma câmara de tortura que poderia ser chamada ao seu comando. Sentiu um frio percorrer sua espinha ao compreender o verdadeiro poder daquela técnica. Era uma ferramenta de intimidação e controle, algo que poderia mudar o curso de suas batalhas. Decidido a seguir adiante, preparou o dojo para o ritual. Desenhou um círculo de invocação no centro do tatame, usando tinta e areia misturadas. Sentou-se no meio do círculo, o pergaminho aberto diante de si. Com um pequeno corte na palma da mão, deixou que o sangue pingasse sobre os símbolos, ativando a magia antiga que ali residia.

— Gōmon Heya — murmurou, sentindo a energia do ritual envolver seu corpo.

A sala começou a girar ao seu redor, as paredes do dojo se dissolvendo em uma névoa espessa. Maeda sentiu-se puxado para um espaço diferente, um lugar entre realidades. Quando a névoa se dissipou, ele estava em uma câmara escura e úmida, iluminada por tochas tremeluzentes. As paredes de pedra estavam cobertas de correntes e instrumentos de tortura, e o ar estava impregnado com um cheiro metálico e acre. No centro da câmara, uma figura alta e sinistra o aguardava. Era um ser encapuzado, com olhos brilhantes e uma presença intimidante.

— Você buscou o contrato de sangue — disse a figura, a voz ecoando pela câmara — Está preparado para o preço que isso exige?

Maeda engoliu em seco, mas não hesitou — Estou. Eu, Maeda Senju, formo este contrato de sangue com Gōmon Heya.

A figura avançou, estendendo uma mão esquelética. Maeda cortou novamente a palma da mão e apertou a mão da figura, sentindo uma dor lancinante enquanto o sangue se misturava. Uma marca começou a se formar em seu braço, brilhando com uma luz vermelha intensa. Sentiu a conexão se solidificar, uma ligação inquebrável entre ele e a câmara de tortura.

Quando a conexão foi selada, o Senju sentiu-se puxado de volta ao dojo. A névoa se dissipou, e ele estava novamente no centro do círculo de invocação, o pergaminho diante de si. Mas algo havia mudado. Sentia a energia de Gōmon Heya pulsando em seu arsenal, uma nova força que ele poderia invocar quando necessário. Ao caminhar de volta para o interior dacasa, Maeda refletia sobre o que havia conquistado. O contrato de sangue com Gōmon Heya era um poder que ele nunca havia imaginado possuir, algo que poderia mudar o curso de suas batalhas e sua própria jornada. Sabia que ainda tinha um longo caminho a percorrer, mas sentia-se mais preparado para enfrentar os desafios que viriam.

As sombras dentro de si não eram inimigas, mas partes de um todo que ele precisava integrar. Com essa nova compreensão e o poder recém-adquirido, ele estava pronto para seguir em frente, um passo de cada vez, sempre em busca de harmonia e maestria. Ao chegar no interior do castelo, sentou-se à mesa, olhando para a marca em seu braço. Sentia uma estranha mistura de orgulho e apreensão. Sabia que o poder de Gōmon Heya era uma responsabilidade enorme, algo que exigiria controle e discernimento. Ele se julgava pronto para essa nova etapa de sua vida, determinado a usar esse poder com sabedoria e força. Eventualmente adormeceu.