Cidadela do Deserto

Como símbolo de um poder de outrora, a Cidadela do Deserto ergue-se numa região relativamente privilegiada: cerca de algumas centenas de metros atrás do Gabinete do Kazekage, no centro da vila. Supostamente localizada no que, num passado distante, teria sido o centro da Vila Oculta da Areia, o castelo é uma estrutura bastante emblemática, que remete a um passado distante de Suna. Com linhas limpas e uma paleta de cores que reflete os tons arenosos dos desertos do País do Vento, o castelo é uma maravilha da arquitetura brutal. Suas paredes externas são feitas de um material semelhante ao concreto, mas com a capacidade de dissipar o calor intenso do sol do País do Vento, mantendo o interior do castelo em uma temperatura agradável.

O pátio de entrada é margeado por duas filas paralelas de imponentes palmeiras, sistematicamente cuidadas devido ao duro clima do deserto. Ao fim de sua extensão, pátio é bloqueado por imensas portas de ferro, revestidas de sakin e gravadas com o símbolo do Clã Sabaku. Constituídos em referência à kekkei genkai do clã, os portões se abrem para um átrio vasto e iluminado por uma luz suave, filtrada por um teto de vidro tratado especialmente para amenizar o intenso sol desértico. Arquitetadas em um ângulo de excelente aerodinâmica, as paredes externas da cidadela são altamente eficientes contra as tempestades de areia do clima local, protegendo seus ocupantes com conforto.

No interior, o castelo é um labirinto de corredores e salas, boa parte delas decorada com tapeçarias que contam a história dos Sabaku e da fundação da Vila Oculta da Areia. O piso de alguns dos cômodos mais imponentes são um mosaico de pedras polidas, coletadas de várias partes do País do Vento. Suas paredes e móveis são adornados com peças decorativas referentes aos povos que, juntos, originaram a Vila Oculta da Areia.

Ainda que seja só mais umas das várias propriedades relevantes dos Sabaku, dentro do Clã reza a lenda que, há muito tempo, seu salão central já foi considerado o centro de poder da vila. Reminiscente a um salão do trono, trata-se de uma sala ampla com um teto alto, sustentado por colunas robustas que parecem brotar do próprio chão. O suposto antigo assento do Kazekage é esculpido em uma única peça de pedra branca com adornos dourados. Composição esta que, segundo as mesmas lendas, simbolizaria a resiliência e pureza necessárias para liderar a vila oculta que, talvez, seja a de clima mais hostil dentre todas.

O castelo também conta com outros ambientes internos considerados emblemáticos. Dentre eles, talvez o mais distinto seja a sala de reuniões, que consiste em uma larga plataforma cercada por consideráveis espelhos d’água. Ainda que sua mobília seja de alta rotatividade, uma característica marcante sempre permanece: é quase como se o piso de mármore flutuasse, isolado, em meio a um lago límpido. O único meio de acessar seu ambiente é por meio de uma sequência de plataformas retangulares menores, que em conjunto agem como uma espécie de passarela descontínua sobre o lago. O ambiente de funcionalidade mais significante, no entanto, talvez seja a sacada incrustada quase no topo da grande fachada em declive, logo acima do pátio de entrada. Separada dos aposentos principais — que supostamente deveriam pertenciam aos kages num passado distante — por uma série de portas metálicas rotativas, esta varanda tem vista do centro da vila e de seus principais prédios administrativos. Algo que, aparentemente, é estrategicamente planejado, visto que os kages do passado estariam sempre bem posicionados para o uso de suas linhagens elementais em prol da vila.

O design da propriedade incorpora elementos que são tanto funcionais quanto estéticos, como sistemas de reciclagem de água, de resfriamento natural — usando os ventos e fontes de água da vila — e jardins de estufa, que não apenas parecem ser o esboço das ideias que levaram a vila a criar sua renomada estufa no presente, mas também são um raro toque de verde na paisagem desértica. A combinação de design inteligente e respeito pelas tradições antigas locais faz da Cidadela do Deserto uma representação física do equilíbrio entre o antigo e o novo, o poder e a responsabilidade, o humano e o ambiente hostil de Sunagakure no Sato.

Corpos 00/10:

Armamento 000/150:

Matéria Prima 000/150:

Biblioteca 000/100:

Cidadela do Deserto

Hakuryū permaneceu enfurnado em seu quarto por algumas horas naquele dia. Entretanto, por mais que já até mesmo tivesse reavido a cadeira de rodas que na outra ocasião utilizou para compensar a perna quebrada, dessa vez não estava nada a fim disso. Afinal, ele sabia ninjutsu médico, tinha conhecimentos científicos e anatômicos para se curar. Deveria ser capaz de remendar ossos se quisesse, afinal. Seu problema, porém, era ter noção de como os ossos da perna direita haviam ficado após o treinamento com Ziusudra. E, nesse aspecto, não tinha tanta perícia. A parte diagnóstica era mais coisa de médico, afinal, coisa que nunca tinha passado perto de ser. Tinha no seu arsenal o jutsu perfeito para remendar ossos, mas faltava saber como ele estavam e o que teria que fazer para remendá-los.

Após muito se debatendo, não teve outra opção se não pedir para que algum dos funcionários fosse pedir para que um médico fosse até lá.

Passadas algumas horas, o médico ninja finalmente chegou. Aparentemente era o próprio que havia tratado Hakuryū a pedido de Ziusudra no dia anterior. Então, ele parecia já ter alguma noção do que havia acontecido com a perna.

Haku não demorou a pedir explicações sobre qual era o exato tipo de fratura da sua perna e o médico não demorou a elucidar.

Aparentemente, o golpe tinha sido forte o suficiente para estilhaçar a metade do fêmur de Hakuryuu em múltiplos pedaços. Em tratamento sozinho, o médico tinha apenas conseguido organizar os pedaços de osso, montando o “quebra-cabeças”, e imobilizar a perna com gesso, para que o fêmur pudesse se regenerar normalmente. Algo que Haku entendia: o contato entre os fragmentos faria com que eles eventualmente se reunissem em um osso só. Entretanto, isso levava tempo, já que mais tecido ósseo teria que ser produzido. O médico logo lamentou que, por estar sozinho, não havia conseguido aplicar técnicas mais avançadas de cura. Disse, ainda, que precisaria de pelo menos mais três médicos se Haku quisesse resolver a situação de imediato. Contudo, versado no assunto, Haku prontamente revelou que sabia exatamente de qual técnica ele falava e que tinha grande domínio da mesma.

Da própria cama, Hakuryū efetuou uma série de selos e, ao que a nuvem de fumaça desencadeada se dissipou, quatro copias suas foram reveladas diante do médico. Com uma simples manipulação, o jōnin convocou a sakin de suas vestes numa cadeira próxima e suspendeu o colchão para fora da cama. Sustentando-o por completo com a mão surgida logo abaixo de si, cuidadosamente posicionou seu corpo no chão do quarto, onde havia espaço para os indivíduos abordá-lo das quatro direções.

Os clones, então, se posicionaram acima, à esquerda, à direita e abaixo do Haku deitado no colchão.

Com outra simples manipulação, Haku convocou mais um pouco de areia para fazer o desenho simplificado da fórmula do Chikatsu Saisei. Algo que o ninja médico encarou com os olhos arregalados. Afinal, o acumulo das habilidades necessárias para utilizar uma técnica tão complexa com clones e ainda com uma fórmula simplificada era, sem dúvidas, algo um tanto raro. Mesmo dentre os médicos. Não bastava ter um excelente controle de chakra inato e habilidade treinada em ninjutsu, mas também ser um verdadeiro especialista em ninjutsu.

Coordenando-se, os três clones e o médico logo ativaram a técnica de cura. Conforme as informações passadas pelo médico, Hakuryuu seguiu guiando os clones e o médico para que os fragmentos do próprio osso fossem utilizados como material-fonte para a regeneração do osso completo. Como a fratura era fechada e nenhuma massa havia sido perdida no processo, bastava alterar a proporção das células de uma forma muito mais simples do que normalmente a técnica requere para remontar o osso.

Após algumas horas de intenso tratamento, Hakuryuu estava novinho em folha. O médico retirou o gesso com uma expressão de satisfação. Afinal, não era todo dia que se participava de uma operação daquelas.

Palavras: 649

Pseudo-Kyūbi: 2750 | 2750 CH
Reservatório: 3000 | 3000 un. — Ambiente: 500 | 400 un.

Legenda:
Falas: — Texto — descrições. | Pensamentos: "Texto" — descrições.

Cidadela do Deserto

Hakuryū ficou trancado em seu quarto por algumas horas naquele dia. Assim como da outra vez, ele estava ansioso para reparar seus ossos. Afinal, ele dominava ninjutsu médico, tinha conhecimentos científicos e anatômicos para se curar. Sabia ser mais do que capaz de consertar ossos, se quisesse. Seu problema era entender o estado dos ossos do braço esquerdo após o treino com Ziusudra. E, nesse aspecto, ele não tinha tanta prática. A parte diagnóstica era mais coisa de médico, algo que ele nunca chegou — ou desejou — a ser. Ele possuía o jutsu perfeito para reparar ossos, mas não sabia exatamente como eles estavam e o que precisariaser feito.

Depois de muito ponderar, Hakuryū não teve outra opção senão pedir a um dos funcionários para chamar um médico.

Algumas horas se passaram até que o novo médico ninja chegou. Era o mesmo que havia tratado Hakuryū a pedido de Ziusudra no dia anterior, então já tinha alguma ideia do estado da perna. Haku rapidamente pediu explicações sobre o tipo exato de fratura em sua perna, e o médico prontamente esclareceu.

O golpe fora suficientemente forte para estilhaçar o terço médio do úmero esquerdo de Hakuryū em múltiplos fragmentos. Sozinho, o novo médico conseguiu apenas organizar os pedaços de osso, montando o "quebra-cabeças", e imobilizar o braço com gesso para permitir que o úmero se regenerasse naturalmente. Haku compreendia isso: o contato entre os fragmentos permitiria que eles eventualmente se reunissem em um único osso, embora levasse tempo, já que novo tecido ósseo precisava ser produzido. O médico lamentou não ter conseguido aplicar técnicas mais avançadas de cura por estar sozinho, dizendo que precisaria de pelo menos mais três outros médicos para resolver a situação imediatamente. No entanto, Haku prontamente revelou que dominava a técnica mencionada.

Da própria cama, Hakuryū realizou uma série de selos e, após a dissipação da nuvem de fumaça, quatro cópias suas apareceram diante do médico. Com uma simples manipulação, convocou a areia de suas vestes para uma cadeira próxima e moveu o colchão para fora da cama. Sustentando-o com a mão surgida abaixo de si, posicionou seu corpo cuidadosamente no chão do quarto, onde havia espaço para que os indivíduos o abordassem de quatro direções.

Os clones se posicionaram acima, à esquerda, à direita e abaixo do Haku deitado no colchão.

Com outra simples manipulação, Haku desenhou a fórmula simplificada do Chikatsu Saisei com a areia. O ninja médico ficou surpreso, pois a habilidade necessária para usar uma técnica tão complexa com clones e uma fórmula simplificada era rara, mesmo entre médicos. Requeria não apenas um excelente controle de chakra e habilidade em ninjutsu, mas também especialização em ninjutsu.

Coordenando-se, os três clones e o médico ativaram a técnica de cura. Seguindo as informações do novo médico, Hakuryū guiou os clones e o médico para usar os fragmentos do osso como material para regenerar o osso completo. Como a fratura era fechada e nenhuma massa foi perdida, bastava alterar a proporção das células de forma mais simples do que a técnica normalmente requeria.

Depois de algumas horas de tratamento intenso, Hakuryū estava totalmente recuperado. O novo médico removeu o gesso com uma expressão de satisfação, pois não é todo dia que se participa de uma operação tão extraordinária.

Palavras: 541

Pseudo-Kyūbi: 2750 | 2750 CH
Reservatório: 2340 | 3000 un. — Ambiente: 500 | 400 un.

Legenda:
Falas: — Texto — descrições. | Pensamentos: "Texto" — descrições.

Cidadela do Deserto

De volta à sua casa depois de algumas pesquisas, Hakuryū permanecia inquieto. Tinha atualizações a serem feitas ao contratante de uma das informações que havia adquirido, mas não estava tão próximo assim de uma solução. Conhecendo melhor a natureza dos Hōki, conseguia entender melhor o contexto acerca dos últimos eventos. As pesquisas médicas deviam servir para dar poder aos membros do clã que, por suas tendências conhecidamente arrogantes, dificilmente aceitariam ficar fora do poder. De certa forma, o atual regime de Ken-kun estava constantemente ameaçado pela presença de, pelo menos, alguns certos indivíduos na liderança dos Hōki. Seus conhecimentos e habilidades eram um recurso útil para a vila. Não achava que seria vantajoso para ninguém simplesmente expurgar culpados e inocentes. Entretanto, talvez tivesse que levar ao Kazekage que uma revisão da liderança do clã seria necessária. Sagishi e nenhum de seus apoiadores eram confiáveis. Eles quem precisavam ser eliminados para que suna continuasse a prosperar sem golpes ou outros eventos que causassem atrasos ou destruição. Entretanto, nem de longe Hakuryū estava perto de entender a conexão entre o Senninka e o aumento de poder dos membros. Unohana havia o feito por meio de habilidades próprias, como o Shikujutsu, e com a cópia do Juinjutsu de Soramaru. Entretanto, por não haver uma conexão óbvia entre esses fatos, as cobras traiçoeiras daquele clã ainda poderiam alegar que não passava de uma pesquisa médica com interesses puramente científicos.

Sentado na sala do espelho d’água, Haku roía as unhas tentando encontrar uma forma de ligar os fatos. Qualquer hipótese já seria alguma coisa: teria pelo menos alguma coisa para fazer e, quem sabe, melhorar suas chances de se aproximar da verdade. Contudo, fora interrompido pelo anúncio de que um enviado de Ziusudra havia chegado.

Seu foco foi imediatamente redirecionado ao tal fato pela pura curiosidade.

— Hakuryū-dono, é um prazer. Sou uma aluna de Ziusudra-sama — a mulher sob mantos e um chapéu de palha em disco cumprimentou com uma reverência. — Ele me pediu para que viesse lhe treinar um novo elemento. Pelo que ele me disse, você sabe fūton e doton, é isso? — elevando-se, ela olharia firmemente para o rapaz, ainda meio surpreso com a ideia.

— Hum, sim… Mas… — tentando se reorientar, Haku moveu-se na cadeira.

Entretanto, apesar de calma, a mulher não parecia ser do tipo que dava brechas para os outros. Aliás, talvez aquilo também fosse uma ordem do mestre de ambos.

— Pois bem, ele me pediu para te ensinar a liberação relâmpago — ainda sem revelar seu rosto, ou nome, ela prosseguiu imediatamente. — Por favor, leve-me até o local de treinos — voltando-se para a saída e caminhando graciosamente, era como se ela flutuasse dentro dos mantos negros. A única coisa que marcavam suas passadas era o soar ritmado de um guizo, preso em algum lugar de suas vestes.

Incapaz de completar sentenças pela completa falta de decisão naquilo, Haku se levantou para seguí-la e, então, mostrar-lhe o caminho do campo de treinamento. Claro, Kinsetsu não era um tolo. Se não concordasse com a sugestão do mestre Ziusudra, que raiton talvez fosse uma boa opção, não aceitaria o treinamento e ponto. Entretanto, após raciocinar um pouco, conseguiu imaginar o porquê. Ouro e eletricidade poderiam ser uma combinação interessante, afinal.


No Karesansui da cidadela, a discípula desconhecida pediu para que Hakuryū sacasse uma kunai. Sem objeções, ele o fez. Então, ela pediu para ele segurar a arma em postura de combate, voltando o rosto na direção do horizonte e fechando os olhos para entrar em estado meditativo.

Em meio à escuridão de seus pensamentos, ela começou a guiá-lo na meditação. Seu tom monótono, mas firme, contribuia para o foco de Hakuryū. Era um exercício interessante, cujo propósito Kinsetsu não demorou a compreender. Ela estava constantemente dando-lhe comandos para que visualizasse imagens que o fizessem entender a sensação de produzir o raiton com chakra. E, por mais abstrato que aquilo pudesse ser, a escolha de palavras e imagens estavam comunicavam muito bem o que realmente deveria ser a sensação de usar raiton.

Ao que passaram uns bons minutos assim, a discípula começou a orientá-lo tentar forçar chakra na kunai e, então, imaginá-lo causando as sensações e imagens que havia visto em seu olho da mente até então.

Haku era bastante versado em ninjutsu e não demorou a conseguir produzir algumas faíscas elétricas na faca metálica. Entretanto, era como se a sua visualização do elemento estivesse incompleta. Conseguia visualizar o funcionamento da eletricidade e sua aparência, mas a sensação tátil e auditiva de usá-la ainda permanecia desconhecida para ele.

Foi então que, após alguns instantes de silêncio, uma mão tocou-lhe as costas. Haku sentiu seu corpo retorcer endurecido. Uma quantidade razoável de energia elétrica estava correndo em seu corpo e a sensação não era das boas. Entretanto, o sentir do chakra de liberação relâmpago propagando-se na própria pele, o ouvir dos seus estalos próximos da palma que lhe dava origem pareceram subitamente preencher a lacuna em sua visualização.

Num primeiro instante, a corrente produzida pela mulher uniu-se à sua na kunai, fazendo-a zunir da forma que deveria originalmente. E, com isso, Haku pode finalmente entender qual era a exata sensação de usar raiton com as próprias mãos.

A discípula permaneceu por mais alguns instantes eletrocutando-o. E, por mais que doesse, Haku continuou emitindo a própria corrente em harmonia com ela. No entanto, ao que ela subitamente parou, como uma criança que até então era apoiada pelas mãos do pai para não perder equilíbrio numa bicicleta, Hakuryū simplesmente continuou eletrificando a arma por conta própria.

— Perfeito. O elemento você conhece — afastando-se das costas dele, a mulher reagiu. — Os jutsus, no entanto, ficarão por sua conta — gradativamente mais distante, porém, ela eventualmente fez silêncio completo.

Kin abriu os olhos e prontamente se virou para agradecê-la. Contudo, ela visivelmente não era do tipo que curtia conversa mole ou sentimental. Afinal, ao que o rapaz se virou, a ficura encapuzada e de chapéu já não estava mais lá.

Palavras: 987

Pseudo-Kyūbi: 2750 | 2750 CH
Reservatório: 3000 | 3000 un. — Ambiente: 500 | 500 un.

Legenda:
Falas: — Texto — descrições. | Pensamentos: "Texto" — descrições.