Maeda

Agora que a herança do clã repousava seguramente em minhas mãos, o verdadeiro desafio estava diante de mim: dominar suas habilidades e utilizá-las em todo o seu potencial. Embora tivesse alcançado o feito mais notável, que era herdar o Mokuton, não podia ignorar as palavras contidas no pergaminho sobre o alto custo necessário para dominar tais habilidades. Compreendia apenas parcialmente o significado dessas palavras, mas a falta de detalhes precisos e a incerteza sobre o que me aguardava alimentavam minha ansiedade por mais conhecimento sobre o Mokuton. Abandonando os confins da casa de meus pais, dirigi-me ao exterior, aos recônditos do quintal, onde um antigo boneco de madeira, remanescente de minha infância, aguardava pacientemente como testemunha silenciosa de minha jornada ninja. Era com ele que eu praticava minhas habilidades de shinobi antes mesmo de ingressar na academia, e agora, mais uma vez, ele se tornaria meu fiel companheiro de treinos. Posicionando-me diante do boneco de madeira, senti uma mistura de nostalgia e determinação. Era hora de começar, de mergulhar de cabeça na árdua jornada rumo à maestria do Mokuton, um caminho repleto de desafios e sacrifícios, mas também de promessas e glória.

Com as palmas das mãos pressionadas contra o solo, entreguei-me à conexão com a natureza que me cercava, buscando sintonizar-me com a energia pulsante da terra, com a vida que fluía através das raízes entrelaçadas sob meus pés. Fechei os olhos, mergulhando em meu próprio ser, em meu lado mais íntimo e sereno. Ali residia minha verdadeira essência, minha natureza mais profunda e pacífica, pronta para ser despertada. Com a mente concentrada e determinada, visualizei minha próxima ação, imbuindo-a com toda a força do meu ser. As raízes, finas e pontiagudas, começaram a emergir do solo, serpenteando em direção ao boneco de treinos, meu alvo momentâneo. No entanto, algo estava errado. O movimento era lento, desajeitado, carente de velocidade e precisão. Antes que as raízes pudessem alcançar seu objetivo, interrompi o fluxo de energia, reconhecendo a necessidade de aprimorar minha técnica. Apesar do sucesso inicial em aplicar o Mokuton, ficou claro que ainda havia muito a ser feito. Mais treino, mais concentração, mais disciplina. A jornada rumo à maestria estava apenas começando, e eu estava determinado a percorrê-la com perseverança e dedicação.

Maeda

Decidi que não haveria espaço para falhas. Era imperativo que eu superasse meus limites, que me tornasse mais forte, mais habilidoso. Consciente das demandas energéticas exigidas pelo uso do Mokuton, compreendi a importância de cada tentativa inicial. Cada movimento impreciso representava um desperdício de energia preciosa, um desvio de foco do verdadeiro objetivo: o aprimoramento constante. Com determinação renovada, mergulhei novamente na conexão com o solo, infundindo meu chakra na terra como um canal para fortalecer e controlar as raízes que jaziam ocultas abaixo de meus pés. Num instante de epifania, raízes robustas e resilientes emergiram do solo, lançando-se com violência em direção ao boneco de treinos. Com uma força implacável, elas se entrelaçaram ao redor do objeto, aplicando pressão suficiente para rachar lentamente sua estrutura de madeira. Um sorriso de satisfação iluminou meu rosto enquanto testemunhava o sucesso de meus esforços. Era um momento de triunfo, um vislumbre do potencial que residia dentro de mim.

Levantei-me com determinação, dirigindo-me ao boneco de madeira rachado que agora jazia aos meus pés. Inspirado pelo recente domínio adquirido sobre o Mokuton, deixei que minha habilidade recém-descoberta moldasse a matéria à minha vontade. Utilizando as raízes e a própria madeira do antigo boneco, reconfigurei-o, conferindo-lhe uma forma mais humana, mais próxima daqueles que um dia cruzaram meu caminho. Contemplando o rosto recém-modelado com uma expressão menos benevolente, permiti-me adicionar detalhes que evocassem a memória da figura paterna que desaparecera misteriosamente quando eu ainda era criança. Era minha maneira de honrar sua memória, de manter viva a lembrança daquele que, mesmo ausente, continuava a influenciar minha jornada. Com um último olhar de despedida para o boneco agora transformado, despedi-me de minha mãe e parti, retomando o caminho de volta para casa.