HP: 425/425 — CH: 425/425 — ST: 0/4 — SAKKI: 04/50
Crisântemos
Filler de Status
A brisa gélida de inverno é áspera, atravessa minhas vestes com uma pressão cortante. Logo me vejo trêmulo e sou obrigado a fechar a única janela circular do meu pequeno quarto. O inverno é cruel na Névoa, penso. O que chamo de "quarto" nada mais é do que uma dispensa redesignada de sua função, mas não totalmente — caixotes com sacas de semente e temperos da estação passada almiscaram o aroma do ambiente. Meu único espaço de pertencimento naquela casa é uma mensagem óbvia: não faço parte do planejamento de seus anfitriões.
Olho de soslaio pelo vidro. A neve é agressiva naquele humilde distrito comercial, fazendo total questão de salpicar tudo o que toca de branco. Gosto da cor. Permito-me demorar naquela vista por alguns momentos, mas nem tanto. Minha manhã precisa começar. Ergo-me do colchão endurecido e escapulo das vestes de dormir, num frenesi gelado, em busca de trajes mais aconchegantes. Me estufo em um casaco acinzentado esquecido há muito naquele armário — dou-lhe tapas leves para remover a película de poeira de alguns pontos –, calças de trabalho pretas e coturnos de couro. Por fim, ajeito a bandana no pescoço e a bolsa de itens na cintura, atrás.
A mercearia da minha mãe não abriria hoje, então não haveria motivos para acordar cedo. Meu avô não voltou para casa durante a madrugada — da dispensa aonde eu dormia, era incapaz de ignorar o barulho de sua entrada trôpega e enebriada todas as noites —, o que significava que devia estar moribundo em algum beco. Sendo assim, minha saída é silenciosa e imperceptível, e logo sou recebido pelo frio da alvorada.
A estrada está quieta quando faço o caminho habitual, envelopada num paraíso esbranquiçado. Sinto os pequenos fractais tocarem meu rosto, e sua umidez gelada é estranhamente familiar. Minha estação favorita, contemplo. Uma tosse incômoda me acompanha, fruto da minha baixa imunidade ao clima frio, mas ali, naquele dia e momento, isso não importa. Quero sentir a neve. Sigo meu caminho cantarolando mentalmente uma melodia boba.
Um pouco além da clareira de treinamento, nos arredores aonde a vegetação parasítica cresceu demais devido o descuido da patrulha da cidade, além de ser muito incômoda de ser atravessada por aqueles que não sabem do segredo escondido, é onde fica meu pequeno paraíso. Sigo os atalhos que me são tão familiares com a destreza de sempre, tomando o cuidado de não pisar em falso ou nas armadilhas conhecidas. Um pouco mais adiante, desviando das plantas rasteiras, há um pequeno jardim de crisântemos amarelos — minha flor favorita. O fascínio que me acomete é o mesmo todas as vezes: fico alguns segundos admirando a pequena maré dourada, agora de neve. Caminho por entre as flores tomando o cuidado para não ferí-las, deixando que meus dedos toquem suavemente em seus lindos aglomerados de pétalas losangulares.
Deito-me por entre os caules e, assim, tão logo estou envolvido pelo aroma fresco de suas folhas. Sinto-me coberto e aquecido em meio a neve, mesmo com os fractais ainda tocando meu rosto. Não há sensação mais importante que aquela para mim. Sinto paz. Uma inexorável e aterradora tranquilidade que nada no mundo substitui.
Minha mente não demora a flutuar para a importância das coisas; a calmaria de um dia de folga, as responsabilidades de um shinobi, o legado de um clã — eu. Aquela data. Treze anos, penso com certo amargor. Pouco mais de algumas estações atrás e eu ainda estava falhando na Academia. Havia algum progresso, eu precisava admitir, apesar do meu constante pessimismo. As memórias do confronto em Sungakure ainda eram vívidas e cruéis, e melhores deixadas para trás. E agora, para onde vou? Miro os flocos de neve que caem lentamente sobre mim. Para onde quer que olhe, estou perdido.
É então que ouço o primeiro rosnado. Meus instintos respondem com certo atraso, mas logo estou sentado no campo de flores, assustado. Olho para os lados em busca da origem daquele som. Ainda é bem cedo, o breu habitual fazia a sombra ser presente naquela clareira. Engulo em seco, atento. Ouço um uivo e, então, um par de olhos surge de um dos arbustos. Sua expressão ferínea está contraída a fim de mostrar as presas, mas o que me chama a atenção acima de tudo é o tom escarlate que pincela seu focinho — sangue. Um dos maiores lobos selvagens que já vi —o primeiro, por sinal — rosna em minha direção, e é quando outros dois surgem; um nas minhas costas e um à direita. São menores que o líder, e é provável que só tenham se aproximado após o aval do mesmo. Também não têm presas gotejando em vermelho. Menos mal, tento me convencer de que aquilo é uma boa notícia.
Me ergo de pé. Encurralado. Minha mão tateia pela bolsa de itens na parte de trás da minha cintura, tomando cuidado para que o movimento não seja brusco demais. enquanto mantenho contínuo contato visual com os bichos, meus dedos se esgueiram para dentro do bolso com sutileza... e não encontram nada. É a bolsa errada, percebo, com terror. Deixei a outra lavando e não repus os itens. Retorno com o braço para frente do corpo, em defesa; os lobos parecem cada vez mais próximo. O que me resta? Penso no arsenal de Jutsus que sou capaz de realizar. Precisarei de tanto?
Um sentimento tolo me acomete: pena. Não quero matá-los. A conclusão é irredutível, assim com os grunhidos que aumentam. Agora, tenho pouco tempo. E então... me lembro. A pressão que senti atrofiando meus músculos, a força onisciente capaz de dobrar minha mente e força de vontade. Instinto assassino. A figura do Rei Vampiro surge diante de mim, sua violência, sua carnificina. Concentre-se. Fecho os olhos. Canalizo, respirando fundo, aquela energia, aquela intenção poderosa. Ali, naquele segundo, eu sou feríneo — que meus dentes afiados não me falhem. Naturalmente, eu rosno de volta ao abrir os olhos. Devolvo aquela energia intimidadora para os animais.
Com isso, os dois lobos menores aquietam as orelhas e dão meia volta. O líder da alcateia, ainda com o focinho comprimido e sangrento, me encara por mais alguns instantes antes de, finalmente, também ceder. Ele dá uma última olhada cruel antes de desaparecer entre os arbustos.
Dou um suspiro. Deixo aquela canalização se dissipar e meus músculos relaxarem, outrora contraídos. Nem percebo que minhas mãos estão firmadas em punho. Suspiro de novo. Quem é você? Contemplo naquele campo de flores douradas, no início do meu décimo terceiro aniversário.
Colho um crisântemo amarelo e prendo-o na orelha antes de partir dali.
Turno(s): 01/01
Total: 01/01
Tópico(s) anterior(es): —
Palavras: 1103/1000
Vício: --/--
Objetivo(s): +100 de Status [+100 de Boost]
Resumo: Naritoshi relembra seu solitário aniversário de treze anos em um dia de neve, aonde quase sofre um ataque de lobos selvagens.
Intervalo: —
Modificador(es): Boost de Status | Pedido de Ativação - narrativa:
FAMA E ALCUNHA5 de Fama Geral — 5 Positiva | 0 Negativa
Alcunha Mundial: —
Alcunha em Kirigakure: —
PERSONAGEMPersonalidade atual: Naritoshi é um garoto tímido com dificuldade para interações sociais; gagueja e age de forma desajeitada na frente de outras pessoas. Sempre teve uma saúde frágil, portanto desde cedo preferiu estudar pergaminhos do que combates. Adora flores e o mar. Presenciou a morte de perto em sua primeira missão sem que pudesse fazer nada para ajudar; portanto, está atualmente dedicado em ficar mais forte.
Aparência atual: Naritoshi está vestindo uma blusa de linho branco com mangas longas sobre a jaqueta de combate para Genin. Sua bolsa de armas está atrás da cintura. A bandana está amarrada ao pescoço.
ARQUÉTIPODevoto: É constituído pelo desejo de ajudar algo ou alguém a obter êxito e conquistas. Está disposto a dar sua vida pelo bem de sua devoção, pouco contestando os objetivos da pessoa ou entidade. Pode matar outras pessoas, se sacrificar, entre outras coisas absurdas; tudo para o bem-estar do que está acima deles.
- considerações:
- combate:
CÁLCULOS—
ALTERAÇÃO DE STATUSGastos: —
Recuperações: —
JUTSUS OFENSIVOS [00/02]—
JUTSUS DEFENSIVOS [00/03]—
JUTSUS CURINGA [00/01]—
MANIPULAÇÕES [00/02]—
INVOCAÇÕES [00/01]—
JUTSUS EM PREPARO [00/01]—
JUTSUS PASSIVOS [00/02]—
JUTSUS ATIVOS [--/--]—
ITENS UTILIZADOS—
ESTILOS DE LUTA—
- arsenal:
BOLSA DE ARMAS [19/20][05] 5 Kunai — 01
[05] 5 Shuriken — 01
[04] 8 Senbon — 0,5
[01] 4 Kibaku Fūda — 0,25
[02] 2 Kemuridama — 01
[02] 2 Hikaridama — 01
- databook:
PRIMÁRIO
[03] Ninjutsu — Estudado | 18m/s
[00] Taijutsu — Inapto | 1 golpe máximo
[03*] Genjutsu — Estudado
[01] Inteligência — 0 de armadilha por turno
[00] Força — 5m | 4m/s | +20HP de dano recebido
[01] Velocidade — 2m/s
[02] Stamina — 4 posts | 2 golpes básicos
[01] Selos — 2s/s
- qualidades e defeitos:
QUALIDADES
[00] Perícia Elemental: Suiton
[02] Comedor de Chakra
[02] Habilidade em Genjutsu
DEFEITOS
[02] Vício [Água]
[02] Imunidade Baixa