Depois de passar tantos dias postergando o seu treinamento, cansado de esperar o seu avô retornar, Ethan tinha decidido dar sequência as atividades que já tinham sido programadas pelo velho. Ele ainda não sabia o que faria, mas a situação não continuaria a mesma por muito tempo, já que obteria a informação lendo as anotações feitas por Oliver. Ethan podia não conhecer muito bem o avô, mas se tinha algo que sabia sobre, era que ele fazia questão de anotar tudo, como se fosse obcecado em documentar cada passo que fosse ser dado. Sabendo disso, Ethan demorou muito tempo para entrar na barraca de Oliver e começar a procurar algo útil na pilha de pergaminhos que ele tinha trago para a viagem. Embora estivesse concentrado na busca, não conseguia deixar de reparar em como tudo estava perfeitamente arrumado, até mesmo a sujeira da barraca tinha sido organizada para se comportar de acordo com a vontade do velho.

Depois de dedicar alguns minutos da sua noite na procura, finalmente Ethan havia encontrado algo que valia o seu tempo. Se tratava de um pergaminho empoeirado que falava sobre uma forma especifica de se movimentar, dando ênfase à imprevisibilidade dos movimentos e a graciosidade com que deveriam ser executados. Lendo aquilo pela primeira vez, Ethan ficou um pouco curioso, haja vista que nunca pensou que teria que “dançar” no meio de uma luta. Conforme se aprofundava mais no que aquelas palavras tinham a dizer, enfim chegara a hora de interpretar os rabiscos de Oliver, sendo exposto a alguns movimentos básicos da habilidade.

No início, enquanto se movia ao ar livre, de frente para uma árvore, mudar por completo a forma como se movia não foi uma tarefa fácil. Quanto mais praticava, seguindo à risca as instruções do velho, mais sentia dificuldade em coordenar e ligar os golpes, falhando incontáveis vezes no processo. Durante algum tempo, a impressão que havia ficado era a de que Ethan não sabia se mover, como se aquela fosse a primeira vez que treinava o seu taijutsu. Entretanto, à medida que o tempo continuava a correr, initerruptamente, Ethan entendia o que precisava fazer para não continuar a perder o equilíbrio entre um chute e outro; ele apenas precisava deixar o corpo se mover como uma pena, livre no ar, dançando e rodopiando até encontrar o chão.

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