Desde o dia em que meu pai foi brutalmente assassinado diante de mim, minha vida se transformou em um turbilhão de raiva e vingança. Para mim, Suna sempre foi um lugar tranquilo, mas as areias escaldantes do deserto sempre escondiam sujeira e sangue inocente. Meu velho sempre foi um homem honrado, respeitado por todos na comunidade, mas infelizmente se envolveu com as pessoas erradas. Contudo, sua integridade e virtudes não foram suficientes para impedir que ele caísse nas garras de uma sombra que se arrastava pelos desertos da Suna. Uma dívida impagável, um acordo malicioso e, finalmente, a traição que ceifou sua vida e o tirou de mim.

Depois desse fatídico dia, a fúria incendiou meu coração. Os cobradores de dívida que haviam cortado fora a cabeça do meu pai eram alvos da minha ira descontrolada e embora outros do ramo não tivessem nada a ver com a história, não os deixaria sair impune. Eu faria das ruas de Suna um campo de batalha se fosse preciso, sujaria cada centímetro da vila com o sangue desses vampiros malditos. Aquela tarde, as ruas estavam agitadas, e eu sentia o calor da ira acumulada queimando em meu peito. Encontrei um dos malditos que tornaram a minha vida em um inferno em uma rua mais estreita do vilarejo.

[Cobrador]—Sai da frente, porra, não tá vendo que tá atrapalhando? Um deles disse, enquanto eu me mantinha em silêncio atrapalhando sua passagem.

[Daisuke]—O que os merdas estão fazendo aqui? Vieram morrer mais cedo? Eu respondi.

Uma risada estridente misturava-se ao som do vento uivante. [Cobrador]—E quem vai me matar? Você? Se coloca no seu lugar de ninja barato e vaza logo da minha frente antes que... O som da sua voz foi cortado pelo meu punho de encontro ao seu rosto, fazendo-o cair no chão e gritar de dor enquanto segurava o nariz para parar o sangramento. A viela era curta e escura, eu não enxergava nada além dele a minha frente e sinceramente eu não queria enxergar, só queria aproveitar aquele momento para vingar o meu pai, mas como num estalo a viela estava cheia de homens usando roupas pretas, alguns com armas, outros apenas com a força bruta.

[Cobrador]—Matem esse merda! Agora!

A violência eclodiu de uma forma que nunca havia visto. A raiva que eu sentia impulsionava cada soco que eu desferia, mas a realidade cruel da situação começou a se impor. Eles eram mais numerosos, mais experientes, e logo percebi que minha busca por vingança era uma batalha perdida. A pancadaria continuou, mas minha força começou a diminuir. Eles eram como serpentes, deslizando ao meu redor, me encurralando em um beco sem saída. Embora eu tivesse grande agilidade devido a herança sanguínea que herdei de meu velho, fui atingido por todos os lados, cada golpe uma lembrança dolorosa da impotência que senti quando meu pai foi tirado de mim.

Num momento de desespero, quando minhas pernas já fraquejavam, encontrei uma abertura e corri para longe daquela rua ensanguentada com toda agilidade e rapidez que possuía fazendo a poeira subir aos céus. O gosto metálico do sangue preenchia minha boca, e minhas pernas pareciam feitas de chumbo. Mas a sobrevivência alimentava minhas ações. Encontrei refúgio nas sombras, afastando-me do olhar vigilante dos cobradores. O preço da vingança tinha sido alto, meu corpo estava marcado pelas marcas da batalha, e minha alma, mais pesada do que nunca. O esconderijo tornou-se meu lar temporário, onde eu poderia curar minhas feridas físicas e emocionais. Dias se transformaram em semanas, e eu permaneci oculto, observando o movimento das ruas de Suna de longe. Me acostumei a viver nas sombras, evitando qualquer confronto desnecessário. A experiência nas ruas havia me ensinado uma lição cruel sobre a brutalidade, mas também alimentou uma chama silenciosa de resistência. E por lá eu fiquei por vários e vários dias, tentando curar as feridas do meu corpo e da minha alma, mas com a certeza de que o fogo da vingança que me movia estava mais aceso do que nunca. Finalmente, quando estava curado, deixei o esconderijo e voltei as ruas de Suna pronto pra mais uma rodada de aventuras e adrenalina.

HP:  225/225 • CH:  225/225 • ST: 00/03
Post: 01/01 • Palavras:693

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