Nezuko acordou com a suavidade do amanhecer. Os primeiros raios de sol se infiltravam pela janela aberta, pintando o quarto com tons dourados e tocando seu rosto com um calor gentil. Seus olhos, ainda pesados de sono, se abriram lentamente, revelando o mundo ao seu redor.

Ao seu lado, Mizuki ainda estava perdida nos braços de Morfeu. A luz do sol dançava em seus cabelos, criando um halo dourado ao redor de sua cabeça. Seu rosto estava sereno, os cílios longos lançando sombras suaves em suas bochechas. Seus lábios estavam levemente entreabertos, e o ritmo constante de sua respiração enchia o quarto com uma calma pacífica.

Nezuko permaneceu imóvel, observando Mizuki. Ela estudou cada detalhe de seu rosto, cada linha e curva que a tornava única. Ela se perdeu na visão de Mizuki, seu coração batendo em um ritmo suave e constante que parecia em sintonia com a respiração de Mizuki. Ela passou longos minutos assim, apenas observando, apreciando a visão de Mizuki adormecida ao seu lado.

“Preciso acordar ela…”, pensou hesitante. “Ela tem que trabalhar hoje?”, a voz de Saiken ecoou em sua cabeça. “Não… Mas eu preciso fazer o transplante e preciso dela para a infusão de chakra”, a Hyuga respondeu e logo em seguida deu um beijo na testa da Otsutsuki.

– Ei… Acorda – ela falou baixinho, tentando não acordá-la de forma bruta – já está de manhã.

– Hmm… – Mizuki reclamou enquanto se mexia na cama – mas já? – aos poucos ela abria os olhos para olhar para Nezuko.

– Infelizmente sim – a Hyuga respondeu com um sorriso no rosto – eu preferia ficar aqui te olhando por mais algum tempo, mas preciso fazer o transplante…

– Ah é… Tem isso ainda – ao terminar de falar, a Otsutsuki espreguiçou-se e abraçou a Hyuga – então vamos – ao terminar de falar, ela deu um rápido beijo nos lábios de Nezuko e se levantou.

Depois de acordar, Nezuko e Mizuki passaram a próxima hora cuidando de sua higiene básica. Elas se revezaram no banheiro, cada uma respeitando o espaço e a privacidade da outra. Escovaram os dentes, lavaram o rosto e se arrumaram para o dia que estava por vir. Esse tempo também foi uma oportunidade para elas acordarem completamente, deixando para trás o último vestígio de sonolência.

A Hyuga abriu o guarda roupa e pegou os instrumentos cirúrgicos que seriam usados: luvas, uma espátula, uma pinça hemostática, um separador de pálpebras, uma bandeja, anestesia, bisturi, seringa, agulha e um frasco com álcool, objetos esses que foram todos colocados sobre uma pequena mesa que tinha em seu quarto.

– E você vai fazer isso sozinha? – Mizuki perguntou curiosa.

– Sim… Eu prefiro –  Nezuko respondeu enquanto posicionava um espelho em cima da mesa e se sentava na poltrona – chama a minha mãe lá, por favor.

– Ta bom, já venho – Mizuki saiu do quarto logo após terminar de falar.

Primeiro a Mizukage começou a esterilizar todos os objetos com álcool para evitar infecções e complicações. Após terminar ela prendeu a agulha na seringa e em seguida a encheu com anestesia. Delicadamente a Hyuuga iria aplicar a anestesia na região do olho esquerdo e esperar para que a mesma fizesse efeito enquanto esperava Fumiko e Mizuki chegarem.

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A porta do quarto se abriu suavemente e Mizuki entrou, acompanhada por Fumiko. Ambas caminharam silenciosamente, seus passos quase inaudíveis no chão macio. Mizuki, com um olhar de preocupação suavizado pela compaixão, se aproximou, enquanto Fumiko permaneceu um pouco atrás, uma presença constante e tranquilizadora.

– Deita na cama aí mãe, vou tirar o seu olho primeiro – Nezuko falou enquanto se levantava. Fumiko rapidamente se deitou, a Mizukgae pegou a seringa com a anestesia e foi até o lado da mãe – vou aplicar na região do seu olho, vai sentir só uma picadinha – após terminar de falar, ela aplicou a anestesia na região do olho esquerdo da mais velha – quando a anestesia começar a fazer efeito, me avisa – completou enquanto deixava a seringa em cima da mesa e pegava o afastador de pálpebra.

– Já está fazendo efeito – Fumiko avisou assim que começou a ter sua visão embaçada e sentir parte do rosto dormente.

– Então vamos lá – Nezuko falou enquanto levava o afastador de pálpebras em direção ao olho esquerdo de sua mãe, em seguida posicionou-o cuidadosamente no olho escolhido, afastando as pálpebras do globo ocular – me passa a espátula por favor, Mizuki – ela estendeu a mão e a Otsutsuki logo entregou o instrumento pedido.

A Mizukage então pegou a espátula e começou a extração do olho, fazendo com que ele saltasse para fora da cavidade e segurando-o cuidadosamente com a mão livre. Seus movimentos eram sempre precisos e cautelosos, buscando não prejudicar o olho que estava sendo retirado.

– Agora a pinça hemostática – voltou a estender a mão, recebendo o objeto pedido e usando-o para segurar o nervo óptico e a artéria para evitar o sangramento ao desconectá-los do orbe ocular – agora o bisturi – ao certificar-se que estavam corretamente presos, a menina iria cortá-los delicadamente com o bisturi, fazendo com que o olho estivesse finalmente solto. Ela colocou cuidadosamente o olho em um recipiente de vidro.

– Já tirou? – Fumiko perguntou parecendo estar um pouco nervosa.

– Já sim, mãe – Nezuko respondeu enquanto concentrava chakra medicinal na mão e o usava para fechar o corte no nervo óptico e artéria. Infelizmente ela não tinha outro olho para colocar no lugar. Em seguida, ela tirou a pinça e fechou a pálpebra – pega a faixa aí pra mim, Mizuki – ela pediu.

– Prontinho – a Otsutsuki entregou o objeto pedido e Nezuko rapidamente enfaixou aquela parte da cabeça da mais velha.

– Pronto, mãe – a Mizukage se afastou – pode esperar a anestesia passar pra depois levantar – enquanto falava, ela voltava a sentar na cadeira. Nesse momento, seu olho esquerdo já estava anestesiado. Ela novamente usou o álcool para esterilizar todos os materiais.

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– Agora é minha vez – Nezuko suspirou enquanto pegava o afastador de pálpebras, levando-o em direção ao olho esquerdo, em seguida posicionou-o cuidadosamente no olho escolhido, afastando as pálpebras do globo ocular. “É bem esquisito fazer isso em mim mesmo”, ela pensava enquanto olhava no espelho.

A Hyuga então pegou a espátula e começou a extração do olho, fazendo com que ele saltasse para fora da cavidade e segurando-o cuidadosamente com a mão livre. Seus movimentos eram sempre precisos e cautelosos, buscando não prejudicar o olho que estava sendo retirado. Ela trocou a espátula pela pinça hemostática para segurar o nervo óptico e a artéria para evitar o sangramento ao desconectá-los do orbe ocular. Ao certificar-se que estavam corretamente presos, a menina iria cortá-los delicadamente com o bisturi, fazendo com que o olho estivesse finalmente solto.

Ela colocou o olho na bandeja com cuidado e pegou o recipiente onde tinha colocado o olho de Fumiko, retirando o olho guardado ali para que pudesse dar continuidade ao transplante. Com a ajuda da pinça hemostática Nezuko daria início ao transplante do novo olho. Ela conectaria o nervo óptico e a artéria ao novo olho, tendo o cuidado para fazer um encaixe perfeito das conexões. Em seguida iria concentrar o chakra verde medicinal na mão em que segurava o olho, usando o Shousen Jutsu para curar os cortes feitos com o bisturi e unir as conexões.

Assim que tudo estivesse devidamente conectado, a Hyuuga iria pegar novamente a espátula para que pudesse colocar o globo ocular dentro da cavidade vazia, fazendo movimentos lentos e cautelosos para que o olho não fosse danificado de forma alguma e ficasse posicionado da forma certa, resultando em um transplante perfeito. Quando tudo estivesse perfeito, ela iria retirar a espátula e em seguida o afastador de pálpebras, concluindo o transplante do olho.

– Pronto, agora é sua vez, Mizuki – ela se virou para a namorada, essa seria a hora em que ela faria a infusão de chakra.

– Isso vai doer… – Mizuki avisou enquanto se aproximava, parando em frente a Nezuko.

– Não tem problema, eu aguento… Pode começar – a Hyuuga respondeu confiante, mas no fundo sabia que seria muito doloroso.

Mizuki, com uma expressão de concentração intensa, colocou ambas as mãos sobre o olho transplantado. Ela fechou os olhos, respirando fundo para se centrar. Então, começou a concentrar seu chakra, um poderoso fluxo de energia que emanava de suas mãos. O quarto ficou em silêncio, a única coisa audível era a respiração controlada de Mizuki. Aos poucos, o chakra começou a se infundir no órgão transplantado. Era como se uma luz suave estivesse brilhando de dentro do olho, uma luz que só podia ser vista por aqueles sensíveis ao chakra.

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– Ai… – ela deixou escapar quando começou a sentir pulsações dolorosas. Eram como ondas, começando como um leve formigamento antes de se transformar em uma dor aguda que irradiava de seus olhos. No início, essas pulsações tinham um intervalo maior, permitindo-lhe recuperar o fôlego entre cada onda de dor.

Mizuki encarou Nezuko por um momento. Seus olhos refletiam preocupação. Ela podia ver a dor que Nezuko estava sentindo, e isso a atingiu como uma faca no coração. Mas ela sabia que não podia parar. Não agora. Não quando estavam tão perto. Então, com um aceno de cabeça silencioso para si mesma, a Otsutsuki continuou com o processo. Ela podia sentir o chakra fluindo de suas mãos, infundindo-se no olho transplantado.

A dor intensificou-se, com as pulsações tornando-se mais frequentes. Nezuko agarrou os braços da poltrona em que estava sentada, seus dedos se apertando contra o tecido. Ela podia sentir a dor pulsando em seu olho, cada onda mais intensa que a anterior. Ela queria gritar, liberar a dor que estava sentindo, mas se controlou. Ela não queria preocupar sua mãe e Mizuki mais do que já estavam.

– Você está bem? – Mizuki perguntou preocupada.

– Uhum, pode continuar – a voz de Nezuko tremendo ligeiramente. Mas suas palavras não conseguiram esconder a verdade. A dor em sua voz era evidente, e Mizuki podia dizer que Nezuko estava sofrendo.

A pedido de Nezuko, Mizuki continuou a infundir o chakra. Ela podia sentir a energia fluindo de suas mãos e envolvendo o olho transplantado. Nezuko, por sua vez, estava lutando. Seu corpo começou a suar, a umidade se acumulando em sua testa e escorrendo por seu rosto. Sua respiração se tornou ofegante, cada inalação e exalação um esforço consciente. As pulsações estavam se tornando mais frequentes, a dor aumentando a cada batida. Mas mesmo assim, ela se manteve firme. Continuava os braços da poltrona, seus dedos cravados no tecido. Ela podia sentir a dor, a intensidade de cada pulsação, mas ela não iria desistir.

Enquanto a dor continuava, algo começou a acontecer. O doujutsu de Nezuko, que antes era de um branco puro, começou a mudar. Aos poucos, uma cor azul começou a se infiltrar, começando nas bordas e se espalhando para o centro. Era um azul claro, quase como o céu diurno, e parecia brilhar com uma luz própria. A mudança foi lenta, quase imperceptível no início. Mas à medida que o tempo passava, o azul se tornava cada vez mais proeminente.

Com a mudança de cor do doujutsu, a dor que Nezuko estava sentindo começou a se intensificar. Era como se cada pulsação de dor estivesse em sincronia com a mudança de cor, cada onda de azul trazendo consigo uma nova onda de dor. Nezuko começou a se contorcer levemente, seu corpo se movendo involuntariamente em resposta à dor. No entanto, apesar da dor intensa, a Hyuga manteve a cabeça parada. Ela se recusou a deixar a dor controlá-la, se recusou a deixar que ela a impedisse. Ela continuou a se concentrar, a manter o controle, mesmo quando seu corpo se contorcia de dor.

À medida que o processo se aproximava do final, a dor que Nezuko estava sentindo parecia insuportável. Era como se cada fibra do lado esquerdo de seu rosto estivesse sendo rasgada, cada pulsação de dor mais intensa que a anterior. Seu corpo estava molhado de suor, a umidade se acumulando em sua pele e escorrendo por seu rosto e pescoço. Cada respiração era um esforço, cada movimento um desafio.

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Com a dor atingindo seu ápice, Nezuko não conseguiu mais segurar. Ela soltou um grito, um som que ecoou pelo quarto e fez o coração de todos parar. Era um grito de dor, de luta, de determinação. E então, assim que o grito deixou seus lábios, algo incrível aconteceu. Seu olho, que antes estava em transição entre o branco e o azul, de repente se tornou completamente azul.

Era um azul claro, quase como o céu diurno, e brilhava com uma luz própria. Era o mesmo azul de seu olho direito, um espelho perfeito do poder que Nezuko possuía. E assim, apesar da dor, apesar do esforço, Nezuko conseguiu. Ela havia suportado, havia passado pelo processo, e agora estava do outro lado. Seu doujutsu agora era completamente azul, um testemunho de sua força e determinação.

Mesmo com a dor ainda presente, a intensidade agora era bem menor. Nezuko podia sentir a dor diminuindo, recuando para um zumbido constante em vez das ondas agudas de antes. Isso permitiu que ela relaxasse o corpo, seus músculos tensos finalmente começando a se soltar. Ela respirou fundo, cada inalação e exalação um lembrete de que havia passado pelo pior.

– Você está bem, amor? – Mizuki perguntou enquanto a encarava preocupada.

– Sim… Muito melhor agora – Nezuko respondeu cansada enquanto deixava a cabeça recostar no encosto da poltrona.

– E como está o seu olho? – a Otsutsuki voltou a perguntar.

– Está tudo meio embaçado ainda – respondeu – traz água pra mim?

– Trago sim – Mizuki rapidamente saiu do quarto.

– Mãe, você está bem? – perguntou para Fumiko que permanecia deitada.

– Estou sim, filha – a mais velha respondeu – a anestesia está passando agora – enquanto falava, a mulher se levantava.

Nos dias seguintes à operação, Nezuko passou por um período de adaptação ao seu novo olho. No início, tudo parecia estranho e desconfortável. Ela tinha dificuldade em focar objetos, e as cores pareciam mais brilhantes e intensas do que antes. Além disso, a dor ainda estava presente, embora muito menos intensa do que durante a operação.

No entanto, com o passar dos dias, Nezuko começou a se acostumar com seu novo olho. Ela passou horas treinando seu foco, tentando se acostumar com a nova maneira de ver o mundo. Ela também passou muito tempo descansando, permitindo que seu corpo se recuperasse da operação.

Mizuki esteve ao seu lado durante todo o processo, oferecendo apoio e conforto. Ela ajudou Nezuko a se adaptar, guiando-a através de exercícios de foco e ajudando-a a lidar com a dor.

Com o tempo, Nezuko começou a se sentir mais confortável com seu novo olho. Ela começou a se acostumar com a maneira como as cores pareciam mais brilhantes, e a dor começou a diminuir. Ela também começou a se sentir mais confiante, sabendo que havia superado um grande desafio.

No final, a adaptação de Nezuko ao seu novo olho foi um processo difícil, mas gratificante. Ela teve que enfrentar muitos desafios e superar muitas dificuldades. Mas, com o apoio de Mizuki e sua própria determinação, ela conseguiu. E, no final, ela saiu do processo mais forte e mais resiliente do que nunca. Ela havia superado um grande desafio, e estava pronta para enfrentar qualquer coisa que viesse em seu caminho.

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