Depois de um longo dia de trabalho, Nezuko finalmente conseguiu lidar com metade da papelada em sua mesa. Ela arrumou os papéis novamente, criando pilhas ordenadas que prometiam mais trabalho para o dia seguinte. Com um último olhar para o gabinete, ela se levantou e saiu, deixando para trás o silêncio do escritório vazio.

A caminhada até o hospital foi tranquila, as ruas de Kirigakure agora silenciosas sob o manto da noite. A névoa noturna envolvia tudo, transformando a vila em um mundo de sombras e silhuetas. Nezuko parou em frente a porta do hospital, assim como da última vez, e logo Mizuki veio encontrá-la.

– Você é bem pontual né – a Otsutsuki falou enquanto se aproximava e logo em seguida juntou os lábios no da Hyuga, dando-lhe um rápido beijo.

– Sempre – Nezuko respondeu sorrindo – o que acha de ir lá em casa hoje pra conhecer minha mãe?

– Eu já conheço minha sogra… – Mizuki falou em um tom brincalhão.

– Conhece só como paciente né – Nezuko respondeu.

– Eu to brincando, vamos lá sim – a Otsutsuki pegou a mão da mais velha e começou a andar em direção a Mansão Hyuga.

Nezuko e Mizuki caminhavam lado a lado pelas ruas de Kirigakure, envoltas na névoa característica da vila. A luz suave da lua iluminava o caminho, criando sombras dançantes enquanto conversavam. A conversa fluía facilmente entre elas, preenchendo o ar com risos e palavras gentis, criando uma atmosfera de camaradagem e compreensão.

Finalmente, a silhueta imponente da mansão Hyuga surgiu à vista, um marco familiar que indicava que estavam quase em casa. A mansão, com sua arquitetura tradicional e jardins bem cuidados, era um símbolo do prestígio e do poder da família Hyuga.

Elas entraram na mansão, o som suave de seus passos ecoando pelo corredor silencioso. Nezuko chamou por Fumiko, sua voz ressoando pelas paredes da mansão. Não demorou muito para Fumiko aparecer na sala, seu rosto iluminado por um sorriso acolhedor ao ver Nezuko e Mizuki.

– O que minha médica faz aqui? – Fumiko perguntou curiosa – tem alguma coisa acontecendo comigo?

– Não, mãe… – Nezuko respondeu após gargalhar – eu vim apresentar ela como… minha namorada – completou.

– Oh… – a mais velha fez uma expressão surpresa – então quer dizer que agora eu tenho uma nora?

– Sim – Mizuki respondeu enquanto sorria.

– Parece que pelo menos minha saúde ruim serviu pra alguma coisa de bom – a mulher respondeu sorrindo – espero que vocês tenham uma vida longa e feliz, minhas filhas.

– E como a senhora está se sentindo? – a Otsutsuki perguntou.

– Estou bem, vou até caminhar pela vila agora – Fumiko respondeu animada.

– Que ótimo! – Mizuki parecia animada.

– E onde estão Uzui, Shinobu e Kazuki? – Nezuko perguntou curiosa ao notar que a casa estava bem quieta.

– Eles saíram, a casa vai ficar só pra vocês – Fumiko piscou para filha enquanto falava em um tom de brincadeira.

– Mãaae… – a Mizukage respondeu enquanto suas bochechas coravam.

– Estou brincando… – a mulher riu enquanto andava em direção a porta – Mizuki, foi bom te conhecer novamente, depois nos falamos mais – ao terminar de falar, ela deixou a casa.

Nezuko se acomodou no sofá, o tecido macio acolhendo-a após um longo dia. Mizuki, sem hesitar, sentou-se ao lado dela, uma proximidade que falava sobre a intimidade entre elas. Com um suspiro suave, Mizuki se inclinou, deitando-se no sofá e descansando a cabeça na perna de Nezuko.

Foi um gesto simples, mas carregado de confiança e carinho. Nezuko, por sua vez, aceitou o gesto com um sorriso suave, sua mão encontrando os cabelos de Mizuki. Ela começou a acariciá-los, seus dedos deslizando suavemente, proporcionando um conforto silencioso.

– Preciso de pedir uma coisa… – Nezuko quebrou o silêncio, fazendo com que a Otsutsuki a encarasse.

– O que foi? Pode pedir… – a mais nova falou curiosa.

– Eu preciso do seu chakra… – a Hyuga voltou a falar – pra evoluir o meu byakugan pro tenseigan – no final da frase ela apontou para o olho esquerdo.

– E eu vou ganhar muitos beijos com isso? – a Otsutsuki perguntou enquanto sorria.

– Com certeza! – Nezuko respondeu enquanto ria.

– Então é claro que eu faço isso por você – ao terminar de falar, ela se levantou e sentou no colo da Mizukage – você precisa ir atrás das pessoas que fizeram isso com seus pais e se eu precisar te dar o meu chakra pra você ficar mais forte e conseguir realizar isso… pode contar comigo – completou e logo em seguida deu um rápido beijo nos lábios da Hyuga.

Nezuko e Mizuki passaram o restante da noite no sofá, envoltas em uma conversa tranquila e íntima. Falaram sobre tudo e sobre nada, suas vozes suaves preenchendo o silêncio da sala. Era um momento de conexão, um momento de partilha, um momento que só pertencia a elas.

Conforme a noite avançava, Mizuki começou a se sentir cada vez mais sonolenta. O calor do corpo de Nezuko ao lado do seu, a suavidade do sofá sob ela, e a voz calmante de Nezuko criaram um ambiente perfeito para o sono. Sem resistir, Mizuki acabou adormecendo ali mesmo, sua cabeça ainda repousando na perna de Nezuko.

Nezuko, percebendo que Mizuki havia adormecido, diminuiu o volume de sua voz até parar de falar completamente. Ela continuou acariciando os cabelos de Mizuki, um gesto suave e carinhoso que parecia embalar Mizuki ainda mais profundamente no sono. Após alguns minutos, ela pegou a Otsutsuki no colo e a levou para o quarto.

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