A noite havia caído sobre Kirigakure. A lua, em sua plenitude, lançava um brilho prateado sobre as ruas, enquanto as estrelas pontilhavam o céu, como pequenos faróis no vasto oceano da noite. A névoa, uma constante na vila, envolvia tudo em um manto de mistério, tornando as luzes ainda mais etéreas.

Nezuko estava em sua casa, preparando-se para o descanso merecido após um longo dia. Ela se aconchegou em sua cama, o silêncio da noite apenas interrompido pelo ocasional sussurro do vento. Foi então que ela ouviu. Uma melodia suave, quase como um sussurro, flutuando através da névoa. O som de um violão sendo tocado com delicadeza, a música se entrelaçando com a brisa noturna e parecia estar vindo de algum lugar perto.

A Hyuga se levantou, curiosa. Ela caminhou até a janela, olhando para fora. A rua estava vazia, exceto pela figura de uma pessoa parada um pouco distante, sob a luz da lua. A pessoa estava tocando o violão, a música enchendo a noite silenciosa. Era Mizuki que parada ali na névoa, tocando seu violão enquanto olhava para a janela de Nezuko.

– Nezuko, sob a luz da lua, eu canto, com você, sinto que posso voar – assim que a Mizukage apareceu na janela, Mizuki começou a cantar. Sua voz cheia de emoção. As palavras flutuavam no ar, carregadas pela brisa noturna, atravessando a janela aberta do quarto da Hyuga – Nezuko, Nezuko, luz do meu caminho, com você, sinto que posso explorar – a Otsutsuki continuava cantando, fazendo com que as bochechas de Nezuko corassem, um rubor suave espalhando-se por seu rosto – Nezuko, Nezuko, você é minha inspiração, com você, sinto que posso sonhar.

A Mizukage agiu rapidamente. Com um movimento fluido, ela concentrou chakra em seus pés permitindo que ela descesse pelas paredes da casa como se estivesse caminhando no chão. Ela desceu com velocidade, seus pés mal tocando a superfície antes de se moverem novamente. Em poucos momentos, ela estava no chão, correndo em direção ao portão de sua casa.

O portão se abriu com um rangido suave, revelando Mizuki do lado de fora. A Otsutsuki estava terminando sua canção, as últimas notas flutuando no ar. Nezuko parou na frente dela, seu rosto iluminado pela luz da lua. As últimas notas da canção de Mizuki ainda ecoavam no ar, flutuando na brisa noturna.

A música tinha sido uma confissão, uma declaração de sentimentos expressa através das cordas do violão. E agora, com a canção terminada, um silêncio suave se instalou, preenchido apenas pelo som suave da respiração de ambas.

Nezuko não hesitou. Ela deu um passo à frente, diminuindo a distância entre ela e Mizuki. Seus olhos encontraram os de Mizuki, um olhar intenso e cheio de emoção. E então, sem dizer uma palavra, ela se inclinou para frente.

O beijo foi caloroso, um encontro de lábios que expressava mais do que palavras jamais poderiam. Foi um beijo de amor, de paixão, de uma conexão que ia além do físico. Nezuko envolveu Mizuki em seus braços, puxando-a para mais perto, aprofundando o beijo.

– Nossa… Isso quer dizer que você gostou da música? – a Otsutsuki falou após terminar o beijo. Ela tinha um sorriso encantador em seus lábios.

– Sim… – a Hyuuga respondeu um pouco sem jeito – ainda mais porque ela veio de você.

– Então eu vou aproveitar e te fazer uma pergunta… – Mizuki voltou a falar enquanto se separava de Nezuko por alguns centímetros.

– Que seria…? – Nezuko perguntou curiosa.

– Você aceita namorar comigo? – a Otsutsuki finalmente perguntou.

Nezuko estava em território desconhecido. Ela nunca havia experimentado um sentimento tão profundo e intenso por alguém antes. O beijo, a proximidade de Mizuki, a canção de amor - tudo isso era novo para ela. Ela estava acostumada a ser uma kunoichi, sem envolvimento amoroso com alguém. Mas neste momento, ela se sentia vulnerável, exposta de uma maneira que nunca havia estado antes.

Ela ficou parada por alguns segundos, os braços de Mizuki ainda envolvendo-a, o gosto do beijo ainda em seus lábios. Seu coração batia forte em seu peito, cada batida ecoando os sentimentos que Mizuki havia expressado em sua canção.

Ela estava confusa, sim, mas também curiosa. Ela queria explorar esses novos sentimentos, queria entender o que Mizuki despertava nela. E então, lentamente, ela começou a reagir. Ela retornou o abraço da Otsutsuki, seus braços se movendo quase que por conta própria.

– Sim! – finalmente ela respondeu com um sorriso no rosto.

– Nossa, mas que susto! – Mizuki riu – por um momento eu achei que você ia negar.

– É que isso é tudo novo pra mim e você me pegou desprevenida – a Mizukage riu – mas é claro que eu aceito.

Mizuki, ainda envolvida no abraço com Nezuko, olhou para ela com um sorriso suave nos lábios. Havia uma luz em seus olhos, uma mistura de alegria e ternura que fez o coração de Nezuko bater mais rápido. Mizuki não disse nada, mas seu sorriso disse tudo. Ela estava feliz, contente, e não tinha medo de mostrar.

Então, lentamente, Mizuki levantou a mão para acariciar o rosto de Nezuko, seus dedos traçando a linha de sua mandíbula com uma delicadeza que fez Nezuko estremecer. E então, com um movimento suave, Mizuki puxou Nezuko para si, seus lábios encontrando os de Nezuko em um beijo.

Foi um beijo suave, mas cheio de promessas. Um beijo que falava de sentimentos não ditos, de desejos não expressos. Um beijo que, apesar de sua suavidade, ardia com a intensidade do amor que Mizuki sentia por Nezuko. E enquanto elas se beijavam sob a luz da lua, tudo o mais parecia desaparecer. Tudo o que importava era aquele momento, aquele beijo.

– Eu queria muito ficar mais tempo com você agora – Mizuki começou a falar ao terminarem o beijo – mas amanhã eu preciso acordar cedo pra ir pro hospital – fez uma cara de triste.

– Eu te entendo – a Hyuga suspirou – eu também tenho que acordar cedo.

– Então nos vemos amanhã? – a Otsutsuki perguntou curiosa.

– Com certeza – Nezuko respondeu enquanto sorria e se afastou da namorada.

– Até amanhã então – a Otsusuki se despediu e logo voltou a andar para casa com o violão em mãos.

Nezuko permaneceu parada no portão, observando Mizuki se afastar na névoa noturna. A figura de Mizuki, iluminada pela luz da lua, parecia quase etérea enquanto se movia lentamente para longe. Nezuko observou até que a silhueta de Mizuki desapareceu completamente, engolida pela névoa e pela escuridão.

Foi só então que Nezuko se virou e voltou para sua casa. Ela fechou a porta atrás de si, o som ecoando no silêncio da noite. Ela estava sozinha agora, mas a casa parecia diferente de alguma forma. Como se a música de Mizuki ainda estivesse lá, flutuando no ar, preenchendo os cômodos vazios.

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