Em um local dentro do País do Relâmpago, havia um pequeno vilarejo. Dentro do vilarejo, havia um pequeno rio. Próximo àquele pequeno rio, havia um shinobi. Esse shinobi estava desaparecido há alguns dias, e alguns questionavam se o ninja ainda estava vivo. Enquanto isso, no País do Relâmpago, naquele pequeno vilarejo, próximo daquele pequeno rio, Kaito Hatake estava deitado, preso em pensamento enquanto descansava. Sentia que as chamas que queimavam em seu coração estavam extinguidas. Sentia que, não só não estava se tornando mais forte, mas também não contribuía o suficiente para sua vila como shinobi. Enquanto alguns ninjas estavam no País do Relâmpago, ajudando como podiam, alguns estavam fora, ajudando como podiam. Mas e o que o Genin estava fazendo? Deveria ele se render e desistir, ou deveria ele entregar seu corpo e alma, sangue e suor?

Depois de ponderar por alguns minutos, o Hatake retornava ao seu treinamento. Utilizando algumas shurikens e kunais que levava, treinava sua habilidade em arremesso. Desde a precisão, até a força e velocidade. Depois, ainda usando a kunai e também o tantō que carregava, treinava suas habilidades de combate corpo-a-corpo. De certo, sua habilidade nesse tipo de combate não era marcante. Entretanto, essa área nunca foi seu foco. A área em que mais demonstrava potencial certamente era em Ninjutsu. Ainda não havia muita experiência, e o catálogo de jutsus do qual havia conhecimento era bem pequeno. Mesmo assim, o espaço para desenvolvimento era grande, e era isso que antes o motivava. Pouco tempo depois, o Genin continuava a treinar, notando o quanto de seu chakra gastava, o tempo que demorava para preparar certos jutsus e a eficiência daquilo que usava. Tudo isso para ter consciência de seus limites, para que então pudesse ultrapassá-los. Testava cada um de seus jutsus, dando pausas para restaurar suas energias antes de continuar.

Eventualmente, a noite começaria a cair. Percebendo isso, o ninja recolheria suas coisas e as guardaria. Em seguida, ele se dirigiria de volta para a sua antiga casa, onde morava quando ainda era uma criança. Era estranho estar de volta lá depois de alguns anos, mas ao mesmo tempo o Genin sentia uma certa nostalgia. Deitando-se em um futon, tentaria dormir, mas os pensamentos de antes começariam a lhe incomodar. Por mais que tentasse ignorá-los, eles eventualmente voltavam, questionando a própria existência do ninja. Foi a exaustão de seu corpo que permitiu-lhe dormir, apesar de sua mente não conseguir descansar, motivo pelo qual acordara no dia seguinte com uma tremenda dor de cabeça. Procurando por uma forma de tratar a dor, dirigiu-se para uma pequena loja de ervas medicinais, que lembrava existir no vilarejo quando ainda morava lá.

Ao entrar na loja, algo estava estranho. Normalmente, cumprimentaria um gentil idoso que possuía bastante conhecimento sobre medicina e era extremamente respeitado dentro da vila. No entanto, se deparava com uma mulher desconhecida. Por mais que intrigado, não era capaz de pensar naquilo no momento e apenas perguntou por algo que pudesse ajudá-lo. A moça lhe indicou uma erva que poderia ser usada para fazer um certo tipo de chá, que deveria aliviar sua dor. Kaito as comprou, mas antes de sair, a lojista, que havia reparado no protetor de testa do Hatake e concluído que ele era um ninja de Kumogakure, pediu-lhe um favor. Aparentemente, a loja não possuía uma planta medicinal, então seria de grande ajuda se o shinobi fosse capaz de pegar um pouco e trazer de volta a ela. Como seria uma tarefa fácil, o Genin deveria ser capaz de realizá-la rapidamente. Após receber as instruções de o que procurar e onde, ele se dirigiu até o local e, depois de um certo tempo, as encontrou.

Voltando para a loja, ele retornaria as ervas guardadas em um pequeno recipiente. Após entregá-las, a moça lhe agradeceria, dizendo: “Ah, muito obrigada! Sabe, em situações normais, eu mesma colheria essas plantas. Acontece que, na verdade, é meu pai que é o dono dessa loja. Mas ele ficou doente há pouco tempo, e eu fico por aqui, cuidando dele e da loja dele.”. Ela pausa por um tempo antes de suspirar e continuar. “O velho é cabeça-dura. Se esforçando mesmo depois de eu falar para ele descansar um pouco. Ele é o único da minha família que ainda está vivo, mas ele fica trabalhando demais e...”, ela pausa e dá uma pequena risadinha, limpando uma lágrima de seus olhos. “Desculpa, isso não tem nada a ver com você. Aqui, fique com isso.”, a mulher pega um pouco de dinheiro e oferece para o Genin como recompensa. Mas Kaito recusa, dizendo: “Seu pai já fez muito bem nessa vila. Entenda isso como uma forma de retribuir a gratidão de todos pelo vosso trabalho.”. Ouvindo isso, uma lágrima escorreria dos olhos da moça, que agradeceria o ninja. O Hatake então se despediria e se dirigiria para sua casa.

No meio do caminho, ele começaria a refletir. Talvez, ele não precisasse fazer muito naquele momento. Talvez, por ser um Genin ainda inexperiente, ele ainda podia ir com calma. Talvez, ele devesse dar um passo de cada vez. Todo ser humano, quando começa a aprender a andar, leva tempo até conseguir desenvolver tal habilidade. É esperado que uma criança comece engatinhando, antes de se levantar e tentar andar. No meio do caminho, é normal que tal criança caia. Mas está tudo certo, desde que ela continue levantando e dando um passo de cada vez. É de passo a passo que o ser humano aprende a andar, para depois aprender a correr. O Genin engatinhava e caía, mas desde que continuasse se levantando para que um dia aprendesse a andar, então talvez não houvesse problema. Pouco tempo depois de sua reflexão, Kaito chegaria a sua casa, onde prepararia seu chá. No próximo dia, ele estaria de volta à Vila Oculta da Nuvem, preparado para tentar andar novamente.

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