Após o primeiro e nada amistoso embate com Enji, o espadachim envergando vestes azuis, Torū, cujo semblante agora ostentava a cicatriz infligida durante o confronto, encontrava-se inquieto em seus aposentos no imponente Castelo que lhe servia de refúgio. Em sua solitária contemplação, mergulhado em um mar de pensamentos, as palavras de Enji ecoavam incessantemente em sua mente, ecoando como um grito de desafio em seu âmago. Como aspirante a herói do vilarejo, Torū não poderia permanecer em uma letargia introspectiva por muito tempo, pois sentia em sua essência o fardo de sua responsabilidade. Se alguma facção criminosa ou grupo nefasto se levantasse contra Kumogakure, caberia a ele, como primeiro abaixo do Raikage, aniquilar os inimigos e restaurar a ordem. Erguendo-se de uma poltrona avermelhada, na qual repousava em um estado de pensamento profundo, Torū enfim envergou a imponente Oroborosu no Yoroi, armadura que lhe conferia uma aparência majestosa e imponente. Seu olho esquerdo encontrava-se envolto em ataduras, não por estar ferido, mas para ocultar a cicatriz que se estendia da maçã esquerda de seu rosto até o início de sua sobrancelha direita, um símbolo das provações enfrentadas e do caminho árduo que o aguardava.

No entanto, aquela cicatriz não o impediria de cumprir sua missão atual. Consciente de que um submundo criminoso existia em Kumogakure, mesmo que relativamente inofensivo, as autoridades da aldeia muitas vezes fechavam os olhos para suas atividades. Era hora de se mostrar útil à sua amada terra natal, de trazer à tona as informações ocultas que possuía. Em sua mente, Torū recordava um ladrão em particular, um conhecido com quem compartilhou os bancos da academia ninja em tempos mais jovens. Por um capricho do destino ou mera coincidência, esse antigo conhecido havia se envolvido em negócios escusos, levando uma vida tão díspar daquela que Torū escolhera trilhar. Contudo, acreditava o jovem guerreiro que esse velho conhecido poderia fornecer-lhe alguma informação relevante, ainda que se tratasse apenas de um rumor ou murmúrio escutado nas profundezas sombrias do submundo de Kumogakure. Torū lançou um olhar penetrante sobre suas armas, decidindo que não as levaria consigo, confiando somente na proteção oferecida pela imponente Oroborosu no Yoroi e nas armas etéreas que podia materializar através do Ōdachinagi, uma extensão de sua alma guerreira. Apoiando-se na janela mais próxima, o jovem shinobi lançou-se no vazio, deslizando habilmente em direção às ruas de Kumogakure. Seu destino era claro e sombrio: adentrar o submundo de vielas obscuras e descobrir a verdade oculta que o aguardava.


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O primeiro gesto tomado por Torū foi o de envolver os seus cabelos negros, tão distintivos, com o capuz avermelhado-escuro da Oroborosu no Yoroi. As estreitas vielas, imundas e úmidas, que compunham o sombrio labirinto daquele obscuro setor da Aldeia, onde a pobreza e a criminalidade imperavam, despertavam em Torū um profundo sentimento de desesperança, ao mesmo tempo que acendiam uma chama interior, nutrindo a sua inabalável determinação de, um dia, transformar aquele sombrio panorama em algo radiante e próspero. Contudo, não poderia se dar ao luxo de se deixar envolver pelas correntes de seus pensamentos. Ele estava ali com um propósito inequívoco e, assim, prosseguiu determinado em direção ao ponto onde a presença do velho conhecido, Chrollo, seria facilmente encontrada. Os passos de Torū eram cautelosos e silenciosos, movendo-se pelas passagens menos frequentadas, de modo a não atrair atenção indesejada. Foi então que avistou, à distância, a figura de Chrollo, solitário, acendendo um cigarro em um beco sombrio e de pouca luminosidade. Mantendo-se no lado oposto da viela, Torū, com um sutil movimento de mão, fez um gesto para atrair a atenção de Chrollo, de forma a não surpreendê-lo negativamente. O indivíduo esguio, com o cigarro pendendo entre os lábios, estreitou os olhos e logo reconheceu Torū, mesmo que seu rosto estivesse parcialmente envolto por ataduras e um capuz sombreasse sua cabeça.

Chrollo vasculhou ambos os lados da viela, certificando-se de que não havia testemunhas próximas, e sinalizou para que Torū se aproximasse. Prontamente, o jovem guerreiro respondeu ao chamado e se aproximou do antigo conhecido —— Que prazer revê-lo, Torū —— pronunciou Chrollo, soltando uma nuvem de fumaça entre os lábios —— Infelizmente, não posso dizer que senti sua falta —— brincou Torū em resposta, aliviando momentaneamente a tensão daquele encontro, ignorando a discrepância de suas posições opostas na vida shinobi. Após esse breve momento de descontração entre os velhos conhecidos, ambos cientes de que suas alianças divergiam, Torū interpelou Chrollo de forma direta —— Ouça, Chrollo. A razão de minha visita é simples. Cruzei caminho com um ronin vestido de azul, que alegava fazer parte de um Esquadrão Safira, mencionando ainda a existência de um outro grupo denominado Esquadrão Ametista. Você sabe algo a respeito?

Chrollo silenciou por um instante, cerrando os olhos e assumindo uma postura mais séria. Em seguida, respondeu com firmeza —— Então você encontrou um deles. Quem diria que ele teria deixado uma marca tão peculiar em seu rosto? Veja bem, essa gente é perigosa, e não possuo muitas informações a respeito. Porém, correm boatos de que possuem um esconderijo subterrâneo, acessível pelos arredores ou por meio de passagens secretas que se espalham pelo Centro. No entanto, não tive contato com alguém que possa confirmar essa informação —— A notícia trouxe certo alívio a Torū, que, ainda que negativa, continha pistas valiosas. Contudo, as informações fornecidas não eram suficientes, e por um breve instante, o jovem considerou pedir a ajuda de Chrollo na missão investigativa. Porém, ciente de que envolvê-lo seria perigoso e complicaria ainda mais as circunstâncias, Torū decidiu seguir adiante de forma independente —— Escute, meu caro. Caso venha a descobrir algo que possa ser útil à investigação, peço que me informe. Esses indivíduos estão tentando roubar contratos de missões e ameaçam a integridade de nossa aldeia por dentro. Ambos os lados de Kumogakure sofrerão caso não sejam detidos —— declarou Torū com veemência. Chrollo assentiu com a cabeça e, descartando o cigarro já consumido, afastou-se lentamente, dissolvendo-se na escuridão que engolia o beco. Torū, por sua vez, decidiu que exploraria os arredores em busca de qualquer indício que pudesse revelar movimentações suspeitas por parte dos ronin.


Torū; 2025/2025; 4425/4425; 0/7;

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Assim que Torū emergiu do sombrio ventre da Aldeia, despojou-se do capuz que encobria seus cabelos e dirigiu-se a um dos picos majestosos que adornavam o coração do Centro da vila. Ali, deteve-se por um breve instante, absorto em reflexões profundas e meditativas. Contemplando a deslumbrante paisagem que se desenrolava com o crepúsculo, as luzes trêmulas das velas que enfeitavam as fachadas das residências e estabelecimentos fechados, ele vislumbrou as ruas imersas em uma tranquilidade efêmera, alheias ao tormento que se avizinhava. Tomado pela consciência de suas crescentes responsabilidades, como Assistente do Raikage e mentor de um Genin, Torū sentiu a força de sua determinação intensificar-se. Mais do que nunca, ele estava decidido a desvendar o paradeiro do covil inimigo, arrancando segredos ocultos que pudessem conduzi-lo à vitória. Executando saltos calculados, preservando sua resistência física, Torū percorreu uma trilha sinuosa que o levou aos arredores da vila, onde as montanhas escarpadas e uma pitada de árvores preenchiam a paisagem.

Consciente da necessidade de avançar com cautela e focar em seus sentidos, ele prosseguiu com passos lentos e seguros, evitando o movimento entre os galhos das árvores. Ele acreditava que, desta forma, seria mais fácil rastrear os vestígios deixados pelos inimigos. Sua perspicácia revelou-se acertada. Embora muitos indícios observados fossem ambíguos, tanto poderiam ser atribuídos aos adversários quanto à presença de animais selvagens, havia algo incontestável. Flores despojadas de suas pétalas, galhos quebrados em locais inusitados e até mesmo uma pedra virada de cabeça para baixo, com a umidade notoriamente deslocada para o lado errôneo, compunham um enigma ardiloso. No entanto, entre todas essas incógnitas, destacava-se uma pista irrefutável: uma pegada solitária, indubitavelmente humana. Agindo com destreza e acuidade mental, Torū inferiu que tal marca pertencia a uma jovem mulher, deduzindo isso com base no tamanho e formato do rastro. A direção apontada por essa singular pegada coincidia com uma área densamente arborizada, o que, considerando a proximidade com a aldeia em si, constituía uma anomalia intrigante. Sem titubear, Torū seguiu o curso indicado, mantendo-se vigilante e atento aos segredos ocultos nas sombras que o cercavam, enquanto o silêncio noturno ecoava sua determinação.

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As suspeitas que tomaram conta de Torū, levando-o a acreditar que aquelas pegadas insólitas pertenciam aos inimigos, logo se revelaram notavelmente acuradas. Enquanto avançava com destreza e firmeza pela vegetação peculiamente sinuosa daquela região, Torū foi brindado com o sutil e quase inaudível som de um fio de aço cintilando ao ser perturbado. Como se o destino estivesse entrelaçado a cada passo seu, uma sensação mínima de resistência atravessou-lhe os sentidos, e talvez por uma pitada de fortuna, sua movimentação lenta e calculada salvou-o de uma armadilha meticulosamente tecida pelos inimigos. Num estalo de consciência, ele desviou o olhar para baixo e notou que estava a ponto de romper um fio de aço que se estendia horizontalmente, apenas dez centímetros acima do solo, estrategicamente posicionado na altura do calcanhar de qualquer transeunte desavisado.

—— Então, eles estão à espera de visitantes. Parece que nosso encontro teve algum impacto —— murmurou Torū consigo mesmo, enquanto recuava um passo e se agachava para inspecionar a armadilha.

A localização meticulosa, habilmente camuflada pelas sombras e folhagens, evidenciava um conhecimento mínimo das artes shinobi, mesmo que viesse de ronins. Eram esses os alvos de Torū, afinal. Pelo menos, sua presa estava começando a se revelar. Com passos calmos e firmes, Torū seguiu a trilha até uma das extremidades do fio, determinado a desvendar os segredos intricados daquela armadilha. Quem sabe, assim, ele poderia extrair informações preciosas sobre seus inimigos. Ao alcançar o ponto culminante, deparou-se com um nó notoriamente negligente, malabarismo grosseiro de um aro de kunai. Tal descuido entregava algo sobre os adversários. Por mais que possuíssem um conhecimento superficial das artimanhas shinobi, faltava-lhes a sutileza e perícia necessárias para executar tal empreitada com precisão. Era uma armadilha típica de ronins, revelando uma certa inexperiência que pulsava nas sombras.

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A conjunção entre a armadilha ardilosamente urdida e a pegada deixada para trás foi o suficiente para que Torū encontrasse uma melhor orientação em meio à vastidão do desconhecido. Como se a escolha fosse uma senda trilhada com desembaraço, ele impulsionou-se em um salto gracioso em direção a um galho robusto, agachando-se ali para, com a visão do ambiente, varrer minuciosamente os arredores em busca de qualquer sinal, por mais ínfimo que fosse, que lhe indicasse a presença do esconderijo inimigo. Passaram-se meros segundos, mas suficientes para que a perspicácia de Torū identificasse uma espécie de abertura camuflada por folhas murchas, provavelmente arrancadas de seus ramos há tempos já idos.

Com a entrada descoberta, Torū desceu cautelosamente do galho e avançou em sua direção com a máxima prontidão, mantendo-se em estado de alerta absoluto, precavendo-se de quaisquer emboscadas sorrateiras que pudessem assolar seu caminho. Movendo-se com meticulosidade, o jovem guerreiro afastou delicadamente alguns galhos secos que obstruíam a abertura e adentrou o recinto lentamente, permitindo que seus olhos se adaptassem à penumbra desvanecida que o envolvia. O corredor inicial revelou-se uma descida íngreme que se bifurcava em duas direções distintas. Torū, com discernimento exacerbado, optou pela vereda à esquerda, prosseguindo com uma vigilância redobrada. Seus passos, compassados e vigilantes, procuravam silenciar-se para não provocar quaisquer ruídos indesejados que pudessem atrair atenção indesejada.

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O percurso escolhido por Torū culminou em um corredor imbuído de uma atmosfera enigmática, adornado com portas de inquestionável exuberância artística. Duas delas, majestosas em sua imponência, repousavam em um lado, enquanto outras duas, igualmente imponentes, flanqueavam o oposto. Com um arrojo destemido, Torū adentrou a primeira porta à direita e viu-se imerso em uma câmara intrigante, que se revelou como uma sala de interrogatório. Ali, uma mesa de metal, ladeada por duas cadeiras dispostas simetricamente, dominava o espaço central. Ao se aproximar da quina da mesa, onde um amassado marcava sua superfície impoluta, Torū contemplou um flagelo indelével: uma mancha rubra que teimava em persistir. Era como se um ato de violência feroz tivesse se desdobrado ali, projetando o espírito de confrontação em cada gotícula derramada.

Sua mão, movida pela curiosidade e pela ânsia de compreender a verdade oculta, tocou o rastro sanguíneo já coagulado. A textura enrijecida sob sua pele denotava que se passara, pelo menos, um ciclo solar desde a ocorrência. Um indício inequívoco de que o tempo se esvaía inexoravelmente, enquanto o enigma se aprofundava. Ainda que tentado a regressar à aldeia e averiguar se algum dos shinobi sob sua tutela havia desaparecido, buscando estabelecer uma ligação entre suas buscas e o destino de seus protegidos, Torū decidiu-se a explorar, no mínimo, mais uma sala enigmática que habitava aquele lugar misterioso. A chama da curiosidade e a necessidade de desvendar a trama sombria que se desenrolava ali persistiam como seu farol incansável.

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Com passos cadenciados e vigilantes, Torū seguiu em direção à sala paralela àquela que acabara de explorar, a primeira no lado esquerdo do corredor. Sua mão repousou na maçaneta fria, e com um movimento silencioso, a porta se abriu, revelando uma visão imponente. A sala se encontrava abarrotada de pergaminhos que se empilhavam, formando uma constelação de conhecimento ao redor das paredes adornadas com prateleiras de madeira. No fundo da sala, posicionada estrategicamente em relação à porta, uma mesa acolhia um livro aberto. Guiado por sua insaciável curiosidade e pela ânsia de obter respostas, Torū aproximou-se cautelosamente do livro e, com habilidade veloz, folheou suas páginas em busca de revelações. Foi então que a magnitude do desafio que se desvelava à sua frente se revelou em toda sua complexidade.

Os Esquadrões Safira e Ametista, mencionados por Enji, eram apenas duas facetas de uma intricada rede hierárquica. O Esquadrão Safira ocupava a posição modesta de segundo mais fraco, enquanto o Ametista ostentava a posição de terceiro mais forte. Entre eles, erguiam-se ainda o Esquadrão Citrino e o Obsidiana, como sentinelas da força e da sombra, respectivamente. Tal descoberta atormentou momentaneamente o espírito do jovem Torū. A percepção da vastidão e da estratificação dentro daquela facção inimiga não apenas obscurecia sua visão sobre o panorama geral, mas também evocava a urgência de aprimorar suas habilidades e táticas em resposta a um desafio que se erguia como uma montanha intransponível. Contudo, sua reflexão foi abruptamente interrompida pelo eco de vozes que se entrelaçavam em tom ríspido na sala adjacente. Embora a compreensão do conteúdo das palavras se lhe escapasse, a mera existência daquela discussão fervilhante era um presságio inequívoco de que o momento de deixar aquele refúgio subterrâneo havia chegado. A responsabilidade agora pesava sobre os ombros de Torū, exigindo que ele trouxesse luz aos que eram merecedores de conhecer a existência daquele covil e da facção que se escondia nas sombras.

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Com a mesma celeridade e silêncio que marcaram sua entrada naquele obscuro domínio, Torū se viu novamente emergindo para a liberdade. Em um ímpeto frenético, o jovem guerreiro se lançou em direção ao vilarejo, seus sentidos em alerta constante. No entanto, mesmo com toda a sua vigilância, a turbulência emocional que o envolvia poderia facilmente conduzi-lo à surpresa e ao inesperado, distorcendo sua visão racional dos acontecimentos. Saltando ágil e graciosamente entre as imponentes formações rochosas que pontilhavam o caminho, Torū impulsionava-se com vigor, impelindo-se em direção a Kumogakure a velocidades impressionantes. Seu objetivo primordial era manter a paz na aldeia, evitando qualquer alvoroço causado por uma divulgação inadequada das informações que agora pesavam sobre seus ombros.

Assim que adentrou os portões de seu castelo no coração da Aldeia da Nuvem, o primeiro ato de Torū foi enviar uma mensagem urgente a Chrollo. Era um apelo desesperado por ajuda. Embora relutasse em envolver alguém tão imprevisível e sombrio como Chrollo, o jovem guerreiro reconhecia as características descritivas que essa missão exigiria no futuro próximo. Era imperativo permitir que os inimigos permanecessem na ilusão de não terem sido descobertos, evitando assim que se afugentassem e se esvaíssem novamente entre as sombras. O sigilo era uma arma poderosa, e Torū entendia a necessidade de manter sua descoberta em segredo, pelo menos por enquanto. A aliança com Chrollo se tornava uma opção inevitável, buscando complementar suas habilidades e, assim, desvendar os segredos ocultos nesse jogo perigoso.

Torū; 2025/2025; 4425/4425; 0/7;

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