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Revouv

Tokubetsu Jonin

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YUKIKITSUNE.

Uma noite é convidativa aos olhos daqueles que vêem a lua de tão de perto. O sol é de certa forma, óbvio demais. Seu propósito é entendível a qualquer um, não há interpretação no ensolarado. Mas o luar é tênue, é ambíguo, e nele, é cabível um olhar contemplativo. Não somente porque é impossível ver o sol por tanto tempo, de tão de perto, mas é como se houvesse algo ali naquele prateado límpido que embeleza o céu enegrecido. Não sei dizer se é os mistérios jazem naquele resplandecer melancólico, ou se é sua própria luz, que norteia perante a noite onde nada e nem ninguém se sente norteado. É esses pequenos momentos que gosto de deleitar na varanda de alguma casa qualquer de Kumogakure. Ali, parado, sonhando acordado, como se a arte fosse tão intrínseca em mim que é da minha natureza refletir sobre a vida, tal qual a vida é um reflexo da arte, ou justamente o contrário. Esse espelhamento é como um vínculo, que existe ali e que nem sempre pode ser posto de forma tão clara quanto o sol. É um vínculo que apenas artistas como eu são capazes de ver, mesmo que jamais possam explicar. É com a arte que tentamos, com nossos corações, expressar aquilo que vemos e que ninguém mais vê. Aquilo que não há no mundo, mas é através do deste mesmo mundo que a inspiração surge.

— Não concorda, lesminha~ — Entoo. Estávamos no terraço de uma edificação qualquer, com o luar sobre a minha cabeça: — A arte inspira o mundo ou o mundo inspira a arte? — Questiono, aconchegando minhas costas na parede que havia atrás de mim, enquanto sentado no chão. Eu me inclino para que alcance meus joelhos, nos quais apoio meus cotovelos: — Anda, quando alguém te faz uma pergunte, espera uma resposta.
— O que exatamente está esperando, Kaonashi?

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
ST. (00 • 12).
Rokubi. (4000• 4000).

_______________________

Yukikitsune Kaonashi

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Tokubetsu Jonin

Seg 1 maio - 16:20

YUKIKITSUNE.

— Sua vida tem que ser bem triste pra alguém falar contigo, e tua primeira dedução ser essa. Como se alguém tivesse que querer algo pra falar contigo. Triste. — Entoo: — Você tende a ser pretensioso quando conversamos dessa forma. — Responde a besta: — Dessa forma como? — Questiono, ainda apreciando o luar: — Dessa forma... Reflexiva. Quando você começa a falar e não consegue parar.
— Eu sou um artista. Ser desse jeitinho é parte do meu charme. E sim, tenho algo pra te perguntar, mas não necessariamente porque estamos nesse clima amigável. — Prossigo. Acredito que, mesmo que uma Bijū não possa tal, Saiken suspirou profundamente: — Eu fiquei me perguntando esses dias se tem algum tipo de limite 'pro quanto eu consigo extrair de ti, e vice versa, mesmo que 'cê nunca tenha comentado de pegar nada meu emprestado.
— Presunçoso de sua parte acreditar que você teria algo a me oferecer que se equipare ao que eu tenho.
— E então, tem algo desse tipo? — Continuo: — Um "esse é o tanto que você suportar antes do seu corpo evaporar" ou "é esse o limite do seu cérebro"?
— O corpo de um receptáculo sim, possui um limite. Forçá-lo é destruí-lo, até que você não seja mais capaz de me prender em seu corpo, o que resulta em minha soltura. Muitos jinchūriki, desatentos a sombra de suas próprias venturas, desafiam seus limites. É então que a besta retorna ao mundo ninja inteiramente, sem nenhum selo para restringi-la.
— Acho que agora é entendível o porquê de você ser tão incômodo algumas vezes. 'Cê tá propositalmente enchendo o saco pra me testar, né não?
— Se minha mera presença é incômoda, que você nunca tenha que estar preso dentro de si mesmo. — Termina a besta. Eu rio, me levantando e indo em direção ao parapeito do terraço, me apoiando sobre ele: — Falando nisso, como que está sendo a estadia no meu corpo?
— O que?
— A pergunta não é difícil de responder. O que você está achando de ficar de passagem por ai?
— ... Eu nunca consigo diferenciar o seu tom sarcástico do seu tom habitual.
— A pergunta veio do coração. Quero realmente saber... Sinceramente, eu quero saber se tem alguém que consiga ficar a vontade preso a alguma coisa.
— O que você fará se eu disser que preferiria que você estivesse morto?
— Que você não é o primeiro, e que não será o último. E também diria um "vá a merda", ou coisa parecida... — Revelo, me virando de costas para o parapeito e apoiando os antebraços nele: — Não sei se alguém como você entenderia, mas tem algumas vezes que eu queria estar desse jeito, e algumas vezes, que eu abomino isso. Estar preso a algo, sem ter como lutar pela sua soltura, fadado a uma função inquestionável. Ou então, livre para voar para o quão longe puder, ou o quão perto quiser.

Considerações:

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Yukikitsune Kaonashi

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Tokubetsu Jonin

Dom 7 maio - 21:10

YUKIKITSUNE.

— O que você está tentando dizer, Kaonashi? — Questiona a besta: — Sobre mim, o que não é nada especial. — Respondo: — Não que eu não seja especial, ou que não é especial porque eu falo sobre mim o tempo todo pra você. É mais um lance de tornar isso nada simbólico. To tentando fazer dessas nossas pequenas conversas avanços mais substanciais.
— O que você está tentando dizer, Kaonashi?
— No nosso relacionamento. Na nossa amizade.
— Você acha que somos amigos?
— Não é tarde demais para sermos. E, bom, meus parâmetros são bem mais baixos do que quando eu era mais novo. — Prossigo, respirando profundamente enquanto volteio meu indicador direito pelas mechas de meu cabelo: — Não restaram muitos dos meus antigos amigos, e não estou mais tão aberto a novos. Talvez você seja a minha chance de mudança. Ou pelo menos, minha última amizade. — Termino: — ... Você é, no mínimo, difícil de entender, Kaonashi.
— Eu até diria que faz parte do meu charme, mas o que te faz pensar assim?
— Sua mentalidade, comportamento e maturidade não acompanham o mesmo ritmo. Sua mente é... Perturbada. Seu comportamento é desleixado, e sua maturidade parece forçadamente ríspida. Você viveu e passou por eventos incomensuráveis, e quanto mais eu descubro a seu respeito, mais eu percebo que é como se você não entendesse a si mesmo. Como se cada parte de você lutasse contra si. É um caos perfeitamente equilibrado.
— Ha! Isso deve ter sido o melhor elogio que eu já tenha ouvido de você. — Gracejo, esboçando um sorriso: — Bom, no fim, ainda temos tempo para aprendermos mais sobre mim. E talvez você me ajude a entender quem eu sou, se essa é sua opinião sobre mim. Mas agora, quero conversar sobre aquilo que havia perguntado.
— Sobre o quanto você é capaz de me usar?
— Sobre o quanto você consegue me emprestar. Não estou te forçando a isso, foi você quem me deu a possibilidade. E cá entre nós, é uma puta ajuda. — Prossigo. Se Saiken fosse capaz, tenho certeza que ouviria um longo suspiro antes de sua resposta: — Não há de fato um limite, se não o esgotamento do meu próprio chakra. Bestas são inteiramente feitas de chakra, o que significa que, se você fosse capaz, e não é, de tomar para si tudo que eu tenho, isso resultaria em minha morte. Em outras palavras, esse é o limite. De toda forma, seu corpo não seria capaz de manter esse poder por um longo tempo. Talvez alguns poucos segundos, à um minuto se tivesse sorte.
— Bom, eu já estou chegando lá, aos passos curtos. Mas na minha situação atual, seria possível passar do limite?
— ... Sim, é possível.

Considerações:

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Tokubetsu Jonin

Dom 14 maio - 16:52

YUKIKITSUNE.

— Entretanto, a partir desse ponto, seu corpo não contempla mais a vastidão daquilo que eu sou. Eu sou uma Bijū, e nada nesse mundo é como eu. — Prossegue Saiken: — To ansioso pra parte que você para de falar de você mesmo.
— Silêncio. — Interrompe: — ... Bom, se o seu interesse é deter maior domínio de minha manifestação, a partir desse ponto, você terá de ser mais cauteloso. Estamos a alguns poucos passos de uma transformação irreversível para você, que é quando eu me manifesto inteiramente. Sem o devido controle, seu corpo cederá, e você morrerá. Você entende isso? — Questiona. Apesar de não poder vê-lo, sei que ele não está blefando: — Esse risco já não existia a tipo, alguns meses atrás, quando te botaram dentro de mim?
— De uma forma diferente, sim. É fato que, se você não fosse capaz de suportar meu chakra, ou sequer os sintomas agravados pelo selamento, como quando o forcei a reviver seus próprios traumas, seria fácil fazê-lo sucumbir ao ódio. É então que, me aproveitando desse momento de frenesi, eu o forçaria a abrir os portões para minha manifestação íntegra e perfeita. Eu surgiria, enquanto você seria desfeito. Essa é a relação de um Jinchūriki e a Bijū que ele aprisiona. Um receptáculo mortal, para uma besta imortal.
— Não me parece saudável.
— Você é tolo em acreditar que deveria. Sua existência é pífia, irrelevante. Eu sou, para todos os propósitos, uma força natural, indominável e impetuosa.
— Talvez impetuoso, mas não indomável. 'Cê me parece até bem dócil na verdade.
— Eu já estou acostumado com sua insolência, Kaonashi. Me poupe dela, ao menos, por essa noite.
— E na disputa de "Quem é mais irritante", Kaonashi um, Lesminha zero.

—

O momento era acomodativo, mas eu não conseguiria manter a nova transformação se não me preparasse para o feito. Eu me levanto, me atirando pelos telhados das casas até que pudesse encontrar um lugar onde pudesse manifestá-lo, sem que a vida de algum cidadão de Kumogakure estivesse em risco. Haja o que houver, eu precisava estar pronto.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
ST. (00 • 12).
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Yukikitsune Kaonashi

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Tokubetsu Jonin

Dom 21 maio - 4:29

YUKIKITSUNE.

Não muito além do campo de treinamento do vilarejo, um vale descampada logo adiante, escondida entre rochedos e a encosta das montanhas. Havia um desfiladeiro a alguns passos a frente. Abaixo de mim, somente as nuvens. Adiante, nada além do assovio do zéfiro. Acompanhado da besta que em mim é mantida, eu me sento, cruzando as pernas e erigindo a postura. Inspirando e fechando os olhos, é como se me atirasse do desfiladeiro, mas a queda é amortecida. Eu não despenco para o solo firme, mas sim, para uma voraz maré. Aquelas águas não me afogavam, já me eram cômodas, apesar de se lançar tão violentamente para si mesma. Era ali que Saiken estava. Quando eu enfim nado para cima, não é necessário que eu concentra chakra em meus pés. Eu sou capaz de caminhar pelas águas instintivamente, e conforme caminho, o que antes era agitado se acalmava. Apesar de escuro, eu podia ver o que estava a minha frente, uma grande grade de ferro, com um selo sobre a fechadura da grade. Atrás dela, contido, estava a besta.

Ele bate contra a grade, agarrando-a com seu corpo moluscular. O corpo se desfaz em chakra, e ele vagueia até mim. Como uma névoa alaranjada que consome meu corpo, o que antes era o corpo da besta agora se tornava meu corpo. Mesmo que aquilo estivesse se tornando um comigo, é como se me esvaísse a humanidade. Tal como se parte da besta se perdia, minha alma parecia estar sendo vendida para ela. Não sei o quanto de nós restará, ou o quanto de mim ainda se manterá meu depois de cruzarmos o limite. Um receptáculo, é o que ele diz. Ao meu ver, eu sou mais do que isso. Talvez ele, no fundo, também saiba.

—

Ao fim, aliado aos meus próprios braços, dois tentáculos haviam se formado, que vazavam pelas mangas do meu yukata. Eram viscosos, mas não pareciam me causar danos. Eram familiares a mim, quase que como se fossem meus próprios membros, mesmo que eu soubesse que Saiken estava os cedendo. Tudo ali parecia, estranhamente, familiar, mesmo que fosse a primeira vez que tivéssemos ido tão longe com a transformação Jinchūriki: — Você sentirá aos poucos que meus membros agirão de acordo com sua vontade. O chakra se uniu a você, e como tal, você é capaz de manipulá-lo ao seu bel prazer. Não seja imprudente.
— Já tô bem a vontade, na real. Agradeço, Saiken.
— ... "Saiken"?
— Sabia que você também preferia Lesminha. — Termino.

Considerações:

━ Número de palavras: 417.
━ Número de posts: 5 • 5, terminado.
━ Intervalo de tempo: 4 hora.
━ Objetivos: Forma Jinchūriki, Transformação Parcial da Bijū: Saiken.