Torū, um jovem de alma sonhadora e coração vibrante, era um apreciador voraz da beleza da vida. Seus dias eram meticulosamente planejados, reservando sempre um espaço para deleitar-se nas maravilhas que a natureza oferecia. Não era incomum vê-lo aninhado no topo do telhado de seu quarto, situado no majestoso Castelo de Takeda, no coração da Aldeia da Nuvem, extasiado pela magnificência do pôr do sol, que banhava a paisagem com um intenso tom de laranja que deixava seus olhos brilhantes.

Naquela tarde, porém, Torū preferiu explorar os arredores do vilarejo, onde encontrou um lugar perfeito para meditar em meio aos campos floridos. Seus passos calmos e seguros revelavam a serenidade e pureza de sua alma. Contudo, ele se perguntava por que ninguém mais compartilhava de sua paixão pela beleza natural. Será que as outras pessoas não enxergavam a poesia que a vida oferecia?

Foi então que um acontecimento singular mudou o curso dos seus pensamentos. Uma borboleta esvoaçante e solitária, que parecia ter sido retirada do mais vibrante dos jardins, surgiu das flores ao seu redor. A criatura colorida, exibindo toda a sua graciosidade e beleza, voou em sua direção, com um voo um tanto quanto desajeitado, quase como se fosse uma dança improvisada com o vento. Torū, fascinado, estendeu a mão semiaberta e a borboleta pousou delicadamente em seu dedo indicador. Com admiração, o jovem contemplou a borboleta em silêncio, completamente entregue àquele momento de deslumbramento.


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De forma abrupta e inesperada, como se fosse transportado através de um portal mágico, Torū encontrou-se envolvido em uma multidão de borboletas. Centenas delas emergiram das flores do jardim, dançando em um frenesi vibrante de cores e movimento, que deixou o jovem totalmente extasiado. O espetáculo inebriante era uma celebração divina, um prenúncio do desconhecido, e Torū não conseguia deixar de pensar se aquilo era um sinal dos deuses ou uma advertência de um destino funesto. Porém, mesmo diante daquele esplendor, o coração de Torū estava carregado de inquietações. Enquanto suas pálpebras tremulavam sob a intensidade daquela visão, uma sensação de urgência o assombrava. Seria ele o escolhido para uma jornada épica, ou apenas uma peça no jogo sinistro da vida? O jovem se perdeu em pensamentos, mas a beleza das borboletas era tão deslumbrante que, por alguns instantes, ele esqueceu todas as suas dúvidas.

De repente, as borboletas se dispersaram, deixando para trás um cenário deslumbrante e surreal. Torū ainda estava em um jardim, mas tudo ao seu redor era diferente. Era como se ele tivesse sido transportado para um mundo mágico, onde tudo era maior, mais vivo e mais exuberante. Flores de tamanhos inimagináveis pareciam tocar o céu, enquanto a vegetação exalava vida e pulsava com energia. Contudo, mesmo diante daquela beleza majestosa, Torū não podia ignorar a sensação de que algo estava errado. De repente, ele ouviu um som distante e familiar, o bater de asas de borboletas. A melodia celeste ecoou pelo ar, envolvendo o jovem em um misto de admiração e apreensão. De onde vinha aquele som divino? Torū vasculhou a paisagem, procurando alguma resposta para aquela questão desconcertante, enquanto seus sentidos eram invadidos por uma mistura de medo e excitação.


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Aquele som crescia gradualmente, emanando de trás de sua posição, como se fosse uma sinfonia executada por um único instrumento celeste. Contudo, não se tratava do delicado bater de asas de uma borboleta comum, mas sim de um estranho e desconhecido bater de asas que o envolveu, deixando-o paralisado e indefeso ante àquela força poderosa. A brisa arrebatadora provocada pelo bater de asas tocou seu corpo, despertando suas sensações mais profundas, enquanto Torū tentava manter a calma e controlar sua respiração. No entanto, sua curiosidade e sua vontade de desvendar aquele mistério eram mais fortes do que seu medo, e ele lentamente se virou para encarar a criatura responsável por aquela estranha e magnética música. Seus olhos se arregalaram com o que viram: uma borboleta de tamanho exorbitante, com asas negras e detalhes em azul reluzente, que parecia ter saído de uma pintura surrealista.

A beleza e o esplendor daquele ser eram tão intensos que, por um breve instante, Torū chegou a duvidar da própria realidade. No entanto, para sua surpresa e espanto, a borboleta falou com ele em uma voz serena e sábia, como se fosse uma entidade ancestral que guardava os segredos do universo —— Boa tarde, caro visitante —— disse ela com suavidade e autoridade —— Perdoe-me pela minha fala tão direta, mas não acredito que você tenha algo de especial para ser trazido aqui. Diga-me, como chegou até este lugar? —— A voz da borboleta ressoou em sua mente como um trovão, ecoando pelos corredores escuros de sua alma, enquanto Torū lutava para compreender a natureza desse ser extraordinário que agora estava diante dele. Aquele encontro mágico e inesperado o deixou ainda mais intrigado, e ele respirou fundo, buscando as palavras certas para responder àquele ser tão magnífico e enigmático.


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Torū sentiu o labirinto em sua mente se estreitar ainda mais, comprimindo seus pensamentos em um emaranhado de perguntas sem resposta. A grande borboleta à sua frente parecia flutuar em um estado de graça, enquanto ele lutava para conter uma crescente sensação de desespero. O silêncio que pairava no ambiente, quebrado apenas pelo suave bater de asas da borboleta, era quase opressor. Torū sentiu o peso de cada segundo que passava, até que a criatura finalmente quebrou o gelo, pronunciando palavras que pareciam ecoar em sua mente —— Eu entendo que possa estar confuso agora, mas precisamos conversar se nosso objetivo for entender um ao outro, você não acha? —— Torū concordou silenciosamente, sem saber o que mais poderia fazer. Ele se sentia como se estivesse preso em um sonho, um pesadelo obscuro e assustador.

—— Que tal começarmos do inicio? —— perguntou a borboleta, sua voz suave e acolhedora —— Eu me chamo Yosuzume e sou o ancião e líder deste lugar. Sabe onde você está? —— Torū balançou a cabeça lentamente, ainda se recuperando do choque de encontrar uma criatura tão magnífica e sábia —— Peço desculpas se pareci desrespeitoso. Essa é a primeira vez que vislumbro um ser tão belo e tão sábio. Eu me chamo Torū, sou um shinobi da Nuvem e, sendo sincero, Grande Ancião, não tenho ideia de onde estou —— disse, tentando manter a compostura enquanto a incerteza o corroía por dentro. O sorriso suave que se espalhou pelos lábios de Yosuzume trouxe uma estranha sensação de calma para Torū, mesmo que fosse apenas momentânea. Ele se perguntou o que mais poderia esperar nesta jornada misteriosa e obscura que ele havia embarcado.


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Em um cenário onírico e misterioso, a figura majestosa da grande borboleta negra com seus detalhes sutis em azul pairava no ar, exalando uma aura de cortesia e refinamento, que ressaltava ainda mais a sabedoria e a calmaria que lhe eram inerentes. Diante dela, encontrava-se Torū, que havia sido trazido a esse lugar enigmático de forma inexplicável. Em meio àquele ambiente transcendental, Yosuzume, o Grande Ancião das Borboletas, surpreendeu-se ao encontrar um humano em sua presença, algo incomum em sua longa trajetória de vida —— Então você foi trazido para cá? Curioso, não costumamos receber tantas visitas assim, acredito até que a última vez que encontrei um humano foi há anos —— Com sua voz serena e enigmática, a borboleta questionou a presença de Torū ali, enquanto observava atentamente as reações do visitante.

Gradativamente, a expressão de medo de Torū foi se dissipando, dando lugar a uma curiosidade inquietante.Enquanto Yosuzume flutuava no ar, parecendo dar passos graciosos, como se estivesse bailando, Torū sentia-se atraído pelo mistério que permeava aquele lugar enigmático —— Venha comigo, garoto. Quero te explicar o que talvez tenha acontecido —— Com cada vez mais intensidade, a borboleta mística adentrava um terreno tenebroso e sombrio, carregando consigo segredos obscuros que só se revelariam ao final daquela jornada.


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O ambiente sombrio para o qual se dirigiram era envolto por uma aura misteriosa, como se as flores colossais que o compunham fossem guardiãs de um segredo obscuro e perturbador. A luz do sol mal conseguia transpor os imensos obstáculos floridos, deixando tudo em uma penumbra que convidava a imaginação a vagar por caminhos desconhecidos. E foi nesse ambiente que Yosuzume, o ancião borboleta gigante, continuou a guiar Torū, envolvendo-o em suas palavras sábias e doces, cheias de cultura e afeto, enquanto escondia com maestria sua aversão pela raça humana. O objetivo de Torū estar ali ainda era um mistério, mas Yosuzume sabia que seu papel era testá-lo antes de propor qualquer pacto mútuo. As borboletas que fizeram o transporte instantâneo de Torū da Aldeia da Nuvem para o Reino das Borboletas acreditavam que haviam encontrado alguém puro e íntegro o suficiente para firmar uma aliança de ajuda mútua. Mas Yosuzume, um ser sábio e desconfiado, não estava disposto a propor tal acordo sem antes testar a força interior do menino. Enquanto caminhavam pelos imensos jardins que compunham o reino das borboletas, Yosuzume fazia um monólogo eloquente, explicando como a pureza, a integridade e outras virtudes cultas eram valorizadas pelas borboletas.

Entretanto, algo chamou a atenção de Torū. O som de algo se debatendo a sua esquerda capturou sua atenção e ele rapidamente se voltou para observar a cena. Uma borboleta de tamanho normal estava presa em uma teia de aranha, lutando desesperadamente para se libertar. Enquanto Yosuzume não se importava com aquilo, Torū não conseguiu ignorar o sofrimento da criatura. Sem hesitar, ele se aproximou da borboleta e, com suas mãos delicadas, libertou-a da prisão. A borboleta, agora livre, voou graciosamente para longe, deixando Torū em um estado de admiração. Yosuzume observou tudo com atenção, surpreendido com a força de caráter do menino. Ele ainda relutava em admitir que Torū poderia ser um invocador, mas agora havia uma chama de esperança acesa em seu coração. Talvez aquele menino tivesse o potencial necessário para se tornar um aliado das borboletas, alguém que pudesse ajudá-las em momentos de necessidade. E assim, a jornada de Torū no Reino das Borboletas apenas começava, envolta em mistério, mas também repleta de possibilidades sombrias e intensas.


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Com cada passo dado por Torū e Yosuzume, o cenário se revelava cada vez mais sublime e impressionante. As grandes flores que outrora impediam a passagem de qualquer raio de sol, agora eram substituídas por um jardim perfeito, imaculado em sua beleza. Torū mal podia acreditar no que via, seus olhos se arregalavam a cada nova descoberta e ele se sentia quase sem fôlego diante de tanta magnificência. Mas a verdadeira surpresa ainda estava por vir, e foi quando Yosuzume quebrou o silêncio com sua voz calma e cheia de sabedoria. Ele propôs algo a Torū, algo que o genin nunca teria imaginado em seus sonhos mais fantásticos. Yosuzume lhe apresentou as Chōshi, as borboletas especiais que carregavam mensagens.

Torū observou com admiração as belas borboletas negras como a noite, todas de tamanho normal, mas com uma habilidade especial: carregar mensagens. Com um pouco de chakra, era possível enviar uma mensagem a uma dessas borboletas e ela viajaria carregando a informação até seu destino, onde a mensagem seria liberada. Enquanto Yosuzume explicava a Torū sobre as habilidades das Chōshi, uma delas se aproximou e pousou em seu ombro. Torū não resistiu e acariciou a borboleta, sentindo seu coração transbordar de felicidade diante da beleza da criatura. Mas o que ele não sabia era que a proposta de Yosuzume estava prestes a mudar completamente o rumo de sua vida.


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Enquanto Torū se deleitava com as Chōshi, a mais recente espécie apresentada por Yosuzume, uma nova borboleta se aproximou, chamando a atenção do Grande Ancião. Com uma coloração alva, a Chōkeshin exibia um ar mais agressivo, e logo Yosuzume prontamente explicou as suas peculiaridades de combate —— Perceba, Torū, que esta espécie é bem diferente das Chōshi, e tem uma propensão muito mais forte para batalhas e confrontos diretos —— disse Yosuzume, enquanto a borboleta-fantasma realizava uma investida veloz em direção a Torū.

A borboleta que repousava em seu ombro foi rapidamente afugentada e, em seguida, a borboleta branca seguiu o mesmo caminho. Torū coçou os olhos, lutando contra a irritação causada pelo pó que as borboletas deixavam em seu rastro. Yosuzume explicou mais uma vez —— As Chōkeshin possuem uma habilidade especial, que as tornam excelentes em combates. Você acabou de experimentar um efeito mínimo da sua capacidade, pois ela apenas voou por perto. Sem nenhum jutsu, as borboletas deixam um pó fino que causa irritação por alguns segundos. Mas se estiverem em grupo, e usarem sua habilidade completa, podem até mesmo cegar seus adversários.

Yosuzume fitou Torū, e o garoto fitou a grande borboleta com admiração —— Acho que já vi o suficiente —— disse Yosuzume, em um tom solene —— Você me mostrou que alguns humanos podem ser puros e íntegros. Estou disposto a fazer uma proposta a você.


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Torū estava diante de Yosuzume, uma majestosa borboleta anciã, cuja sabedoria e poder eram conhecidos por todos no Reino das Borboletas. O elogio de Yosuzume sobre sua pureza e integridade havia inundado o coração de Torū com uma profunda sensação de lisonja e orgulho. Ele desejava encontrar as palavras perfeitas para agradecer a gentileza, mas a euforia tomou conta dele, impedindo-o de expressar sua gratidão. Foi então que Yosuzume revelou o verdadeiro propósito do encontro. Ela explicou que, para que Torū pudesse alcançar mais poder, ele precisaria primeiro aprender a sequência de selos necessários para realizar uma técnica. Ainda mantendo em segredo a possibilidade de firmarem um pacto de sangue, Yosuzume revelou que o pacto exigiria a extração de uma pequena quantidade de sangue e que isso acima de tudo era um pacto.

A perspectiva de adquirir mais poder era emocionante para Torū, mas havia algo mais profundo em jogo. A possibilidade de firmar uma amizade duradoura e lealdade com uma criatura tão sábia e poderosa era algo que o preenchia com um senso de significado e propósito. No entanto, Yosuzume impôs uma condição não negociável para a realização do pacto. Torū teria que concordar em nunca prejudicar uma borboleta ou agredir a natureza. Sem essa promessa, o pacto não seria firmado e ele seria considerado um inimigo do Reino das Borboletas. Torū ouvia tudo isso com perplexidade, mas também com um sentimento de honra. Ele percebeu que, embora a busca pelo poder pudesse ser tentadora, era mais importante manter sua integridade e honrar os valores fundamentais da natureza. Com isso em mente, ele aceitou a condição imposta por Yosuzume, prometendo nunca mais prejudicar a natureza e suas criaturas.


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Com a confirmação que precisava, Yosuzume sorriu de forma cativante e, com um movimento grácil de suas asas, cessou o bater frenético que o mantinha flutuando no ar. Como se suas asas tivessem se fechado para frente, contornando sua figura de aparência quase humana, a grande borboleta anciã invocou um pergaminho que surgiu misteriosamente à sua frente. A cena era digna de um conto lendário, e Torū mal conseguia conter sua excitação e admiração pelo que estava prestes a acontecer. Yosuzume ordenou com toda a sua sabedoria e eloquência que Torū abrisse o pergaminho, que continha um nome especial que imediatamente ecoou em sua mente: o próprio Raikage havia firmado um pacto com as borboletas. O jovem rapaz sorriu de canto, sentindo-se honrado em seguir os passos de tão grande líder. Mas ainda havia mais a ser feito. Com uma delicadeza incomum para uma criatura de seu porte, Yosuzume explicou que o próximo passo para firmarem o pacto era o de escrever com seu próprio sangue o seu nome e, ao final, assiná-lo com as digitais da mão direita manchadas de sangue. Torū mordiscou seu polegar e, com a ponta do mesmo, escreveu seu nome no pergaminho com uma letra firme e confiante. Ao terminar, assinou com as digitais da mão direita, que agora estavam manchadas de sangue, tal como era exigido pelo pacto.

Tão abruptamente quanto o pergaminho havia surgido, ele desapareceu, deixando apenas um rastro de fumaça dourada no ar. Yosuzume sorriu com satisfação, transmitindo a Torū uma sensação de conforto e proteção. Incontáveis borboletas surgiram ao seu redor, vindas das flores que compunham aquele jardim etéreo. Torū mal podia acreditar no que estava acontecendo: ele havia firmado um pacto com as borboletas, um gesto que mudaria sua vida para sempre. Yosuzume disse-lhe para chamá-lo quando precisasse e, ao mesmo tempo, inúmeras borboletas surgiram ao seu redor, vindo debaixo das tantas flores daquele jardim. Torū, do mesmo modo que havia sido transportado para o Reino das Borboletas, retornou para o jardim singelo onde estava na Aldeia da Nuvem, vendo as borboletas se dissiparem e sumirem em todas as direções. O sol poente dava ainda um clima de satisfação e realização, e Torū sabia que a partir daquele momento sua vida nunca mais seria a mesma.


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