Lavi era acordado ao ouvir três estrondos na porta de seu quarto, seguido de uma bruta abertura da porta, o genin mal conseguiu abrir os olhos e já ouvia os gritos de sua mãe:

- Você já deveria ter levantado, está atrasado, você é um ninja agora e deve cumprir com seus deveres.

O jovem simplesmente pegou seu cobertor e cobriu seu rosto enquanto virava para o outro lado da cama, sua mão fez um cara de furiosa, puxou o coberto e abriu a janela de seu corto, assim deixando o vento quente e o forte Sol de Suna entrar no quarto de Lavi, o genin se sentou em sua cama passou a mão nos cabelos, e fitou sua mãe saindo de seu quarto enquanto ouvia xingos dela, o ruivo se levantou, colocou os braços para cima enquanto se espreguiçava, após isso o jovem se dirigiu até a janela aberta e começou a observar os prédios da aldeia, “um atraso não vai dar em nada, se estivesse acontecendo algo urgente no vilarejo e precisasse de mim o pessoal me encontraria”, pensava o genin. Lavi tomou um bom banho e após isso se dirigiu a cozinha, sua mãe se encontrava lá lavando louça, o ruivo pegou uma fruta que se encontrava em uma tigela no centro da mesa e se virou para ir em direção a saída da sua casa, foi quando novamente ouvir gritos de sua mãe dizendo:

- Ainda aqui moleque, já era pra você ter saído a uns dez minutos, é melhor você correr.

Lavi soltava um sorriso enquanto erguia uma de suas mãos e acenava para ela enquanto dizia:

- Beijo mãe, mais tarde estou de volta, amo você.

Assim o genin se dirigia até o local onde era dado as missões da vila, no caminho o jovem passou em frente a uma casa de chá que exalava um cheiro agradável, “eu não bebi nada, minha mãe teria me matado, porém esse cheiro está ótimo, já que estou atrasado mais alguns minutos não vão fazer diferença”, o genin entrou no estabelecimento pegou um copo e foi tomando enquanto continuava seu caminho até o local que pegaria sua missão, ao chegar, logo o jovem já avistou dois homens que estavam com o uniforme do vilarejo e vestidos com um Keffiyeh branco, Lavi foi se aproximando enquanto levantava uma das mãos e usava a outra para dar um assovio, tentando chamar a atenção dos ninjas enquanto dizia:

- Oh do turbante, qual a boa para hoje? Vim pegar uma missão.

Ambos os ninjas encaravam o genin que ali chegava, e um deles encarou fixamente o garoto enquanto dizia:

- Quem é você?

- Sou um dos novos genins, tô procurando uma missão aí. - Dizia Lavi com um sorriso no rosto.

O outro ninja cruzou os braços e se aproximou do ruivo:

- Você não acha que deveria ter mais respeito com seu superior, não acha? - Disse o ninja da areia enquanto fechava a cara.

- Que isso, somos todos ninjas amigos aqui. - Lavi falava com um sorriso no rosto enquanto tentava passar seu braço direito ao redor do pescoço do ninja na tentativa de dar um abraço camarada.

O ninja logo percebeu o movimento e deu um pequeno empurrão em Lavi, o outro shinobi da areia pegou um pergaminho e entregou de uma forma brusca empurrando o peito do genin.

- Você tem duas missões hoje, vai cuidar da floricultura hoje e quando for liberado vá direto para a biblioteca fazer a limpeza.

Lavi levou a mão na boca enquanto soltava um bocejo, “hoje vai ser um saco”.

- Não tem nada melhor para fazer não? Essa missão parecer ser um porre. - Perguntou Lavi com um desanimo na voz.

- As missões já foram dadas, você chegou tarde e te sobrou isso. - Disse um dos ninjas.

E vá logo, antes que as coisas fiquem complicadas para você aqui. - Completou o outro ninja.

Lavi pegou os pergaminhos, virou de costas e saiu lendo, para entender detalhadamente qual seria suas tarefas, enquanto se distanciava pode ouvir um dos ninjas dar uma risada e dizer “que figura”, o ruivo soltou um pequeno sorriso, ficando feliz por entender que os ninjas acharam graça em sua personalidade. Assim o genin se dirigiu a floricultura, para completar a primeira parte de suas tarefas, logo foi recebido por uma mulher, ela se apresentava como a dona da floricultura, porém estava com pressa e tinha que ir correndo ao hospital, o jovem ninja mal conseguiu dizer uma palavra para a mulher que saiu caminhando rapidamente:

- Vai com cuidado tia. - Gritava Lavi enquanto acenava com uma das mãos.

A tarefa era bem simples, apenas cuidar do caixa e aguar algumas plantas, o ruivo estava morrendo de tédio, debruçado na mesa, até que entrou um garoto, aparentava ser um pouco mais novo que o jovem genin, ele observava o garoto olhar algumas flores, até que um por um momento de distração, não notou o jovem garoto chegar com duas flores diferentes até o caixa, o menino parecia estar um pouco nervoso.

- Queria dar uma dessas flores para uma garota, poderia me ajudar? Será que elas precisam de muita água?  

- Torça para que não, manter uma planta que precisa de água aqui em Suna não é fácil, e não entendo nada de plantas, estou apenas quebrando um galho aqui. - Falava Lavi enquanto ria, o jovem ninja fez uma pequena pausa e se dirigiu ao garoto novamente - Leva as duas, quanto mais melhor.  

Lavi realizou aquela venda e voltou ao seu tédio, já que ninguém entrava no estabelecimento, seu único passatempo era ver o relógio passando as horas, após um tempo sem nenhuma atividade, a porta da floricultura se abre, fazendo soar o sino que ficava acima da entrada, era a dona da floricultura, o genin estava liberado de sua tarefa, como agradecimento a mulher lhe deu uma pequena for, Lavi agradeceu pelo presente e com um aceno se despediu e foi para a saída do estabelecimento. O jovem caminhava para a biblioteca para fazer sua última tarefa, o genin não via a hora de completar todos os deveres e poder ir pra casa para tomar um pouco de saquê, o jovem pegou seu maço de cigarro do bolso, tirou um e acendeu, “nada melhor do que isso para relaxar, porém agora está dando fome, vou passar em algum lugar comer e depois vou para a biblioteca”, pensava com entusiasmo, Lavi se dirigiu a um restaurante que ficava próximo da biblioteca, parou na entrada e finalizou seu cigarro, assim que entrou e se sentou logo já foi atendido. Ao finalizar sua refeição, o ruivo pagou a conta e saiu, acendeu outro cigarro e parou na frente da biblioteca, após dar o último trago, respirou fundo e murmurou:

- Vamos lá.

O genin entrou e se dirigiu a uma senhora que ficava na recepção.

- Fala vovó, fui designado para ajudar na limpeza da biblioteca. - Disse Lavi com um grande sorriso no rosto.

- Vovó é o seu rabo moleque, não era para você chegar mais cedo? - Indagava a senhora com sua voz rouca.

- Parei para te comprar um presente, por isso a demora. - Dizia Lavi enquanto entrava para a senhora a flor que ele havia ganhado da menina da floricultura.

- Sua sorte é que eu adoro flores. - A velha soltou um sorriso e logo emendou - Você teria fogo?

Lavi pegou seu isqueiro e colocou na bancada onde a senhora estava, ela soltou outro sorriso e disse com sua voz rouca, mas em um tom alegre:

- Vou sair dar uma pitada, pode seguir o corredor até o final, vai ter uma porta, lá tem tudo que você precisa para a limpeza, até logo.

Lavi apenas acenou com sua mão e foi até o local, lá havia vários itens de limpeza, o genin começou tirando o pó das prateleiras, assim que terminou o uivo começou a passar pano no chão, após tudo finalizado o shinobi da areia guardou todos os itens na dispensa que estavam e se dirigiu até a velha no balcão, com um certo cansaço em sua voz, dirigiu a palavra para a senhora:

- Tudo feito, finalmente descanso agora.

- Muito bem garoto, aqui está seu isqueiro. - A velha disse enquanto estendia a mão.

Lavi segurou a mão da senhora enquanto pegava seu isqueiro, com a outra mão ele segurou a mão da velha, virou a palma para baixo e beijou as costas da mão da senhora, com um sorriso no rosto o genin se despediu da mulher, ela soltou um sorriso e com sua voz rouca e um aceno também se despediu do ruivo. Ao sair Lavi ascendeu um cigarro enquanto observava o Sol indo embora, “tá ficando tarde, vou ir logo fazer o relatório para ir para casa”, assim o genin foi em direção ao local onde pegava as missões para entregar seu relatório e finalizar suas tarefas.