Enquanto fazia o caminho para o hospital, algumas cenas do ocorrido se passavam na mente de Mike. Ele ouvia as informações da garota uzumaki porém logo ele percebeu que não havia dito seu nome para ela.

- Ei, garota! Me chamo Mike. Você parece ser boa com essa coisa de curar pessoas, isso é bastante útil, sabia?

A verdade é que ele tentaria puxar um assunto, Mike sabia que fazer amigos era importante e ela era a única Genin, além de Mike, nesse time. Ele teria que se enturmar com pessoas como ele que buscam ser grandes.

Já chegando no hospital, os dois levariam os feridos (que provavelmente já estavam podendo andar por conta própria, sendo assim não estariam mais nos ombros de Mike) para as alas do hospital para serem atendidos por enfermeiros. Assim que eles entraram, alguns enfermeiros e enfermeiras já se direcionaram até eles indo examinar os indivíduos e levá-los aos seus respectivos locais de cuidado. Nao demoraria muito até um deles voltar com informações sobre os exames – Eles estão bem, não há ferimentos graves. Quem quer que os atendeu antes de chegar fez um bom trabalho. Bem provável que até amanhã eles já tenham alta. – Essa notícia foi um alívio para Mike, que reagiu com um longo suspiro de alívio e em seguida recompensou o médico com um joinha, erguendo o polegar e expondo um grande sorriso branco e brilhante.

- Parabéns, doutor. Super Joinha do Mike!

Após sua nobre recompensa ao enfermeiro, ele faz seu caminho até a sala de espera, aguardando pelo retorno de Tay e Sebastian, esperando que a uzumaki lhe acompanhe.

- Vamos esperar eles aqui.

Tudo aquilo era uma reviravolta que deixava Mike ansioso e inquieto. Ele nunca foi alguém de se manter parado, ele acredita que o corpo humano não foi feito para ficar parado, por isso busca sempre estar em movimento e em atividade. Por enquanto ele focaria na uzumaki que se apresentou como Safira, era um nome esquisito, uma pedra certamente valiosa. Quem daria o nome de pedra para alguém? Infelizmente Mike não tinha credibilidade para questionar isso, ele também é chamado de Boulder, e todo mundo sabe que Boulder significa "Pedregulho"... Uma pedra – Safira? Nome esquisito... Quem daria nome de pedra para alguém? – ele questionava de forma incoveniente ignorando completamente sua alcunha, uma alcunha que só ele sabia pois, na verdade, ninguém lhe chamava de Boulder, não ainda.

- Eu sinceramente não sei, mas na dúvida é melhor estarmos espertos, menina! Tem gente ruim em tudo que é lugar, nesse caso temos que treinar, entendeu? Você mal tem musculos, não deve nem aguentar fazer 10 flexões. Tem que comer mais carne também, e ovo, precisa de proteínas! Se quer salvar aquela vila, menina, tem que ficar forte!

Ele falava de forma eufórica enquanto limpava o ouvido com o dedo midinho, antes de tirar e checar se ele havia conseguido retirar o pedaço de cera que há dias lhe incomodava.

- Aê, menina! Preciso de sua ajuda!

Rapidame te o afro genin se joga pra frente permitindo que seu corpo caia no chão, porém antes de atingir o chão ele leva suas mãos para frente caindo já na postura de flexão. Ele faria um breve ajuste verificando se sua postura estava correta.

- Vamos, sobe nas minhas costas! Preciso de peso extra pra malhar e eu esqueci meus sacos de areia no campo de treinamento, então você vai ser útil pra algo! Vamo, menina! Tu vai ver, vamo ficar tão forte que até o muque vai ter muque, a veia vai trincar!!!

Era nítido o ânimo do rapaz. Independente de Safira subir em suas costas ou não, ele começaria a fazer flexões. Inicialmente seriam de forma lenta e controlada, até que aos poucos ele aumentaria a intensidade. Após a centésima flexão ele começaria a sentir seus músculos queimando, algo que lhe deixava animado de fato.

Quando completou cento e cinquenta flexões, ele puxou o braço direito para trás das costas e inclinou levemente o torax, separando as pernas para se manter equilibrado e começava a fazer as flexões com apenas um braço – Um soco na cara... Dois chutes no rim... Três jabs frontais... Quatro tapas no maxilar... Cinco gancho no pâncreas... – de fato era uma forma esquisita de se treinar, mas ele sempre fez assim e sempre funcionou. Enquanto treinava e praticava sua força ele buscava manter seu foco em cada músculo utilizado. Após isso ele fez o mesmo processo com o braço direita. Por fim,caso Safira estivesse em suas costas, ele pediria para ela se retirar.

- Pode sair, Safira!

Ele estava sentindo todo corpo queimando, o suor já estava aparecendo na pele de novo. Lentamente ele se levanta, parecia mais calmo, menos eufórico. Talvez tudo que ele precisava era de fato se exercitar.

- Nossa, que demora deles, hein?!!!

Os ânimos aflorados de Mike gritavam pelos seus poros, o garoto transmitia uma energia que ia além do normal, era a energia de um garoto de 13 anos eufórico por desfrutar de todo potencial de seu corpo. Pequenas gotas de suor surgiam em sua testa, ele daria leves pulos de um lado pro outro, vez ou outra fazia um gingado rápido em zigzag como se estivesse desviando de algo invisível. – CATCHAU! – Era visível sua energia. Porém rapidamente ele foi atingido pelo soco na cabeça, o que lhe despertou da mesma forma que um balde de água fria. Não demorou muito até um galo surgir acima de seus cabelos crespos e trançados.

- AI! MAS QUE-!

Ele vira para Safira a encarando com um olhar meio choramingando, de fato doeu ao ponto de lágrimas lubrificarem seus olhos.

– Qualé, Esmeralda! Precisava disso? *Sniff sniff*

Pelo visto, realmente precisava. Afinal de contas foi suficiente para fazer ele se aquietar, indo até um dos bancos e se sentando enquanto Safira saia da sala. Quando a porta se fechou e ele viu que estava sozinho na sala, ele aproveitou para chorar um pouco e massagear o galo na cabeça, que nesse momento já parecia uma estalactite de tão grande que estava.

O galo em sua cabeça havia diminuído, aquela menina era realmente forte. Mike se levantava enquanto olhava pela janela, sua mão ainda na cabeça massageando levemente seu galo.

- Droga! Onde será que eles estão? Não gosto de hospital... Aqui tem um cheiro estranho e tem muita gente doente. Será que tem problema se eu ficar lá embaixo, no pátio?

Ele se questionava enquanto observava o pátio pela janela. Mais uma vez ele vai até o banco onde estava sentado, sentando-se novamente, cruzando os braços e batendo o dedo como um toque nervoso, o garoto realmente odiava esperar.

- Onde será que Rubi foi? Aaargh...

De repente ele ouviu alguém abrindo a porta, era Tay Senju, fazendo o garoto levantar.

- Finalmente chegou... Desculpa, qual seu nome mesmo?

Independente de ele dizer o nome ou não, Mike iria se encontrar com os outros e logo ouviria a solicitação de Tay em ficar com os "convidados". Mike decidiu aceitar, deixando-o a sós com Safira. Ele se aproximaria dos convidados, ou vítimas.

- Eai, galera... Estão se sentindo melhor? Meu nome é Mike, vamos ajudar vocês, beleza?

Mike conversava, puxando assunto. Ele caminharia pela sala da enfermaria examinando o ambiente. Ele também estava em busca de algum rolo de ataduras, elas seriam úteis para enrolar em suas mãos e antebraços, assim ele teria uma melhor desenvoltura em seu treinamento e lutas. Independente de achar ou não, ele iria ao encontro de Tay após algum tempo, estando pronto e o acompanhando até o portão da vila.