A Escolta

Arredores de Kumogakure | Aldan Bogard

A temperatura do dia estava agradável, e era ideal para Aldan continuar empenhado em seus treinamentos para se tornar mais forte. Porém, o treinamento teria que esperar, pois o shinobi havia recebido uma missão de escolta, e agora se direcionava até o ponto de encontro. No papel era simples, escoltar um ninja e um carregamento de armas até a fronteira do país, porém a missão foi classificada como B, portanto estava sendo esperado complicações.

Chegou no local quase que na hora marcada, e lá já estava uma Kunoichi de longos cabelos castanhos, pele alva e vestidas de roupas bem tradicionais, ao seu lado um grande baú que só podia ser a carga.

“- Eu tenho que te levar com as armas para um festival ou coisa parecida é?” —  Se aproximou brincalhão como sempre. Não sabia se ela havia ignorado a brincadeira ou só não havia entendido, mas respondeu com uma voz entediada logo após analisá-lo de cima a baixo.

“- Hilário… Tem mais alguma piada pra fazer ou já podemos ir?”

“- Tenho muitas sim, mas como o caminho é longo, vou deixar pra contar elas no meio da viagem” —  Olhou bem para a caixa e viu que ela possuía cordas a envolvendo para que ela fosse mantida fechada. Então Aldan usou duas partes paralelas das cordas que passavam pela parte da frente como alças,passando os seus braços por dentro e erguendo a caixa nas costas como se fosse uma mochila e começou a sua viagem

[...]

Kumogakure ficava localizada no alto de uma cadeia de montanhas e o plano era que ambos descessem a cadeia levando a caixa por conta própria e quando estivessem na base pegassem uma carroça para seguir nela o trajeto levando a caixa até a fronteira.

Porém, naquele momento a Kunoichi estava começando a ficar para trás no percurso, e era a terceira vez que Aldan tinha que segurar seu ritmo por causa dela.

“- Qual é oh estressada? Eu tô afim de chegar na fronteira até o fim do ano, dá pra ser?”

”- Como você consegue ter todo esse gás com esse ar rarefeito e esse terreno tão difícil?” — perguntava ofegante

“- Ah sei lá… Eu cresci nas montanhas do extremo norte do país do relâmpago. O que você chama de frio, ar rarefeito e terreno irregular, essas coisas são normais pra mim. Na verdade até prefiro assim”

Aldan percebeu que já que teria que segurar seu ritmo de toda a forma, uma boa opção seria aproveitar esses momentos para exercitar o seu controle sobre o chakra, se forçando a se locomover por superfícies irregulares usando a técnica Ki Nobori no Shugyō e não a sua agilidade habitual.

Assim, ambos desciam a cadeia num ritmo parecido, na verdade com peso da caixa puxando sempre seu corpo para trás a tarefa era mais difícil do que ele tinha pensado a princípio. Então em um determinado momento a Kunoichi escorregou próxima a beirada, e iria cair, mas com seus próprios reflexos, sacou uma Kunai, a envolveu com raiton e a fincou em uma rocha, evitando assim a queda. Aquela cena havia deixado Aldan extremamente curioso.

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Arredores de Kumogakure | Aldan Bogard

A dupla estava chegando a base da cadeia, agora o caminho ia ser numa estrada plana até onde estava a carroça na qual continuariam pela maior parte da viagem. Ambos estavam bem ofegantes naquele ponto e Aldan sacou uma pequena garrafa de vidro escuro, que era vedada por uma rolha que tinha um barbante ligando-a ao corpo da garrafa.


“- Uf, é foi um começo bacana” — Disse antes de tirar a rolha com os dentes e na sequência dar um gole no conteúdo da garrafa seguida de uma arfada pesada. Então estendeu a garrafa para a Kunoichi ao seu lado

“- Tá servida?” — A jovem que estava apoiada nos joelhos retomando o fôlego, levou seus olhos até a garrafa a sua frente e aceitou o gole, porém quando o líquido ia descer por sua garganta ela o cuspiu tossindo

“- Cara qual é a sua? Não desperdiça, leva uns 3 anos pra fazer uma garrafa dessas”

“- TEM ÁLCOOL NISSO AQUI” — A garota exclamou meio ao engasgo

“-É claro que tem. Você já viu alguma vez hidromel sem álcool?”

“- Eu pensei que fosse água. A gente tá no meio de uma missão, MISSÃO RANK B”

“- Tá escuta aqui ôh gueixa água eu sei que vc tem ai contigo não tem porque eu te oferecer isso, fora que foi só uma golada, relaxa um pouco, precisa de bem mais que isso pra me dar um porre" — Disse já pegando sua garrafa da mão dela, tampando-a e guardando-a, enquanto começando a andar

“- Não me chame de gueixa, para de debochar da minha roupa, essa é uma vestimenta tradicional Hyuuga."

“- Uau, agora que você falou, realmente tem cara disso mesmo… Um Ryuu Ga Namaiki” — A garota exclamou meio ao engasgo

“- O QUE DISSE?." — A kunoichi parecia prestes a estourar

“- Nada." — Disse já olhando pra frente e sem dar brecha para a conversa continuar, mas por dentro ele estava rindo bastante.

[...]

A viagem seguiu em silêncio a maior parte do trajeto seguinte. Aldan sentiu que talvez tivesse pegado um pouco pesado demais nas brincadeiras. Aquele clima hostil entre os dois não seria saudável para o decorrer da missão e por isso, ele decidiu tentar conversar um pouco…

“ - Como fez aquilo com a kunai antes?”  —  A kunoichi fez uma expressão de que não sabia do que ele estava falando, então ele continuou

“ - Quando você escorregou na descida, a sua kunai parecia estar emanando Raiton, mas você não fez nenhum selo, como usou aquele jutsu?”

“ - Não era um jutsu, foi simplesmente o uso do chakra nagashi” —  Agora foi a vez de Aldan fazer a expressão de quem não sabia do que se tratava

“ - Basicamente é controlar o seu fluxo de chakra para ele se manifestar do lado de fora do seu corpo, assim dá pra envolver seus membros, ou até armas que esteja segurando. Se for hábil também dá pra mudar a natureza do chakra durante esse fluxo externo”

“ - Hmmm… Pode me ensinar?”

Não houve tempo para uma resposta, pois logo a frente na estrada, surgiram 3 ninjas mascarados

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Na frente deles na estrada, estavam 3 shinobis usando máscaras de pano, um ao lado do outro e virados de frente para os dois viajantes. Suas expressões faciais não podiam ser vistas, mas suas expressões corporais exalavam confiança e dominância.

“- Haam… Em que eu posso ajudar?” — Ao perguntar isso o da esquerda estalou os dedos pressionando-os contra o punho

“-Uhh… Que isso…” — Disse com voz baixa e debochada.

O shinobi do meio deu dois passos a frente e tomou a palavra

“- Olha não é nada pessoal, sabe? É assim que as coisas funcionam no mundo ninja. Uns são contratados para levar, outros são contratados para roubar… E às vezes você morre por causa do contrato. Mas é claro, nos contrataram para levar a caixa e a garota, você não precisa lutar e morrer se não quiser”

“- Muito gentil… Mas…” — Disse e começou a tirar as cordas dos braços. Depositou a caixa no chão e continuou enquanto se espreguiçava e estalava suas costas

“- É como você falou, é assim que as coisas funcionam no mundo ninja, quando chega a sua hora, chega a sua hora”

“- Respeito isso… Vão “ —  Ao fim de sua frase os ninjas das pontas começaram a avançar, o direita especificamente sacou uma katana e estava se aproximando levemente mais rápido

“- Você realmente quer resolver isso em uma luta? São três contra do...” — Foi interrompida pela jaqueta de Aldan caindo em cima de sua cabeça. Quando ela tirou viu Aldan caminhando lentamente para frente

“- É, muita desvantagem” — Parou de andar e levantou sua guarda “- Pra eles…”

O shinobi da direita tentou atingir Aldan com um corte de cima para baixo na vertical, porém o rapaz uniu as mãos para travar os punhos do oponente na base da espada para impedir o seu movimento, e em seguida se aproveitando da posição desferiu uma cotovelada no nariz do mesmo que com o choque acabou recuando alguns passos.

Semelhantemente o oponente da esquerda veio tentando lhe acertar na cintura com uma Kunai em punhos, mas Aldan com a mão esquerda segurou em seu pulso para desviar a ponta da arma de sua direção, e se aproveitou da inércia do oponente para desferir um poderoso chute em sua traquéia. Ainda sem soltar o pulso, ele firmou melhor sua base e desferiu um soco com toda a força no tórax do inimigo, simultaneamente soltando o seu pulso e segurando no cabo da Kunai, empurrando-o sem ar para alguns metros atrás e tomando a Kunai para si.

Então o shinobi com a katana tentou dar uma estocada na lateral de Aldan, que usou a Kunai roubada para desviar o fio da lâmina de seu trajeto e recuou um passo. Ele então banhou sua Katana com seu chakra e tentou um corte horizontal. Aldan tentou parar a lâmina com a Kunai novamente, ainda no começo do movimento de corte, porém a Kunai foi atravessada como manteiga. Instantaneamente ele saltou recuando o máximo que podia.

Ainda assim, ele foi pego muito de surpresa, por isso não foi rápido o suficiente e seu peito espirrou uma faixa de sangue com um corte que a lâmina conseguiu fazer. Aldan levou a mão ao peito com a dor e ainda tentando recuar

“- Mais que droga! Todo mundo sabe fazer isso menos eu” — Aldan continuava recuando e desviando conforme o oponente se aproximava com sua katana tentando cada vez mais golpes. Ele não encontrava espaço para contra atacar, pois parecia impossível evitar totalmente a lâmina.

Em meio a seus movimentos percebeu que aquele que parecia o líder estava investindo contra a Kunoichi e contra as armas. De imediato Aldan pegou uma bomba de fumaça em sua bolsa e arremessou no curso do corte da espada, que inevitavelmente a cortou e a estourou. Com essa cobertura, Aldan se afastou dali com o shunshin e começou a executar selos de mão.

No momento em que o líder do trio iria atingir a ninja com um soco no rosto, algo agarrou seu braço e o impediu. Quando ele virou seu rosto viu Aldan empunhando um chicote feito de chamas azuis, que agarrava seu braço. Aldan puxou-o para si pelo chicote, e tentou dar uma joelhada em seu queixo, que foi defendida pelo oponente. Quando estavam prestes a iniciar um combate corpo a corpo entre os dois eles ouviram  um grito

“- MIYUKI !!! ” — Ambos olharam para a origem e o shinobi da Katana tentava dar apoio ao seu companheiro. Ele estava de quatro com a mão no pescoço, o rosto estava roxo e seus olhos estavam vermelhos

“- Ele não está conseguindo respirar… Vai morrer se continuar aqui ” — exclamou com desespero no olhar, aguardando a autorização do líder

“- Não foi nada pessoal, sabe? É assim que as coisas funcionam no mundo ninja. Às vezes você morre por causa do contrato”  —  O deboche de Aldan só serviu para deixar o líder possesso de raiva, mas ainda assim ele recuou até seu companheiro caído para o dar apoio e então proferiu com ódio na voz.

“- Ainda vamos nos encontrar outra vez…”

“- Estou cagando de medo” — Disse ironicamente com um sorriso de canto antes dos três desaparecerem…

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Arredores de Kumogakure | Aldan Bogard

Após os ninjas sumirem, Aldan simplesmente pegou sua jaqueta que estava no chão, a vestiu deixando aberta

“-Vamos continuar, não falta muito para pegarmos a carroça” — passou os braços pelas cordas da caixa, erguendo-a como mochila novamente

“- E quanto a seu ferimento?” — Disse apontando para o peito de Aldan

“- Não esquenta, o corte não foi fundo” — Logo começou a caminhar pela estrada

[...]

Depois de meia hora eles chegaram ao pequeno vilarejo onde alugaram uma carroça com dois cavalos que completaria o resto do percurso até a fronteira.

“- Então, continuando… Pode me ensinar a usar o Chakra Hashi?” — Disse apontando para o peito de Aldan

“- Quer dizer Chakra Nagashi?”

“- Foi o que eu disse” — Disse apontando para o peito de Aldan

“- Bom… tente meditar e sentir seu próprio chakra correndo pelo seu corpo, para então enxergar na sua mente toda a sua rede de chakra, visualize a forma como o chakra parece fluir numa corrente por todo o seu corpo. Agora imagine que ele está pegando um caminho para o lado de fora, circundando a sua mão e a arma que está segurando, então voltando para dentro conectando outra vez com a corrente. Depois tente mudar a natureza do chakra que está passando por fora”

Aldan tentou logo de cara executar o que a kunoichi tinha dito sem pensar muito na coisa toda do fluxo, mas apenas sentia-se cansado e sem obter êxito algum. Repetiu várias vezes, mas claramente ele só estava conseguindo jogar seu chakra fora.

Olhou de canto de olho para a sua companheira que guiava a carroça focada na estrada.

"Não tô conseguindo nada mesmo… acho que não custa nada tentar essa baboseira zen dela"

Durante o restante do dia Aldan ficou em uma postura mais meditativa. No começo a cada cinco minutos ele pensava algo como: "Aff, não acredito que estou fazendo essa palhaçada", mas com o passar do tempo ele de fato começou a reparar em seu próprio fluxo, percorrendo o seu corpo como a corrente de um rio.

A verdade é que Aldan até então resumia o uso de seu próprio chakra em concentrar e descarregar, se fosse um jutsu constante como o jutsu de caminhar sobre a água, apenas significava uma descarga constante. Toda essa linha de raciocínio envolvendo levar o fluxo já existente no corpo em consideração era novidade para ele.

Ao cair da noite eles pararam a carroça e montaram um pequeno acampamento. Aldan não estava afim de seguir viagem a noite, e a Kunoichi concordou. Por fim, ele sentiu que estava progredindo com a questão do controle do chakra, e optou por fazer a vigia da noite, assim aproveitaria para continuar praticando e seu olfato apurado o alertaria se alguém se aproximasse

[...]

O dia começava a raiar, e a noite engoliu a antiga mentalidade de Aldan sobre o manuseio do seu próprio chakra. Por mais estranho que o começo do processo estivesse no começo, conforme ele foi compreendendo foi ficando cada vez mais evidente que desta forma o seu chakra corria com mais eficiência. Naquele ponto ele não estava tendo 100% de sucesso sempre que tentava, mas já havia conseguido executar o chakra nagashi para imbuir sua kunai com Raiton algumas vezes.

Estava pensativo sobre essa efetividade maior no uso do chakra e se poderia aproveitá-la em outras técnicas. Então ele se posicionou e disparou de suas mãos uma esfera de chamas gélidas contra uma árvore com o seu Kōri no Ōkami no Kōen. Era incrível, ele pode notar que a técnica fluiu com mais facilidade, inclusive ele não tinha certeza absoluta, mas podia sentir que havia gastado menos chakra do que o de costume…

Ao atingir a árvore acabou despertando a sua companheira de viagem que olhava intrigada para a árvore, que apesar de estar em chamas, estava na verdade congelando

“- Aquele fogo azul é tipo uma kekkei genkai do seu clã?” — Só então Aldan percebeu que ela estava acordada

“- Ah, sei lá… Desde que me entendo por ninja consigo usar esse fogo, nunca me importei muito com o porquê ou de onde veio. Sempre pensei: ‘Ok, cada um tem o seu poder, esse é o meu’ entendeu? ”

“- Que estranho… Seus pais nunca falaram nada sobre?”

“- Não sei por onde andam meus pais, pra falar a verdade nem ligo. Eu fui encontrado por um homem chamado Bogard, que pertencia a uma tribo meio bárbara que vive no norte do país do relâmpago. Eu cresci nessa tribo e quando quis começar na academia ninja me pediram um sobrenome. Como na tribo ninguém usava sobrenome e eu não era exceção, dei o nome do Bogard.”

"- Puxa... lamento..."

"- Não lamente, eu fui muito amado na minha tribo.Nunca senti falta de nada."

Quando viu que ela não tinha mais nada a perguntar sobre o assunto ele continuou

“- Come alguma coisa aí… se sairmos logo chegamos na fronteira um pouco depois do almoço”

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Arredores de Kumogakure | Aldan Bogard

Depois de se alimentarem, a dupla iniciou o seu percurso para a fronteira na carroça. Como Aldan havia ficado a noite inteira fazendo a guarda e praticando, durante as primeiras horas de trajeto ele deixaria que a Kunoichi guiasse a carroça novamente enquanto ele iria tirar um cochilo.

[...]

Durante as primeiras duas horas a viagem seguiu tranquila, porém Aldan tinha um sono leve e foi despertado quando seu nariz detectou um odor familiar vindo da frente. Abriu seus olhos e tentou farejar melhor e então pode confirmar cada vez mais odores até um total de dez. Todos humanos. Dentre esses 2 eram familiares, ele não podia dar certeza mas suspeitava que esses dois estavam no meio do grupo que o atacaram no dia anterior.

"- Siga em velocidade constante e ao meu sinal acelere com tudo..."

Aldan preferiu continuar deitado imóvel, com as costas apoiadas no baú, como se ainda estivesse dormindo, com os óculos escuros escondendo seus olhos abertos.

Estavam a alguns metros de onde Aldan detectou os odores. Estavam bem espalhados em um pedaço com várias árvores em que a estrada era dividida por um riacho e suas pontas conectadas por uma ponte de madeira.

Quando a carroça estava passando pela metade da ponte, uma fuuma shuriken foi arremessada de uma das árvores com o alvo no pescoço de Aldan, com o intuito de decapitá-lo em um único golpe. No entanto, era um ataque frontal e óbvio que contava com a premissa de que o jovem estava com a guarda baixa dormindo. A estratégia do garoto foi um sucesso.

“- AGORA!” — Aldan desviou com um mortal carpado pra frente, pulando por cima da fuuma shuriken, fazendo com que ela atingisse o baú e ficasse cravado nela

A carruagem disparou para frente enquanto Aldan executava os selos de mão.

“- No pescoço, sem mais nem menos? Podiam pelo menos bater um papo como da outra vez” — Ao fim de sua frase liberou seu Kōri no Ōkami no Kōen contra a árvore de onde veio a shuriken, de acordo com seu nariz havia 3 pessoas escondidas nela.

Quando a esfera a atingiu ocorreu uma grande explosão de chamas gélidas por ela, que ocupou por tempo o bastante os inimigos que cercavam a carroça pela frente e ela os deixou para trás.

“- MATEM O DESGRACADO!!” — Ouviu o grito e reconheceu como a voz do que liderava o trio no dia anterior

“- Ih, sei não… pareceu meio pessoal…” — Disse para a Kunoichi enquanto tentava arrancar a fuuma shuriken do baú

“- Como sabia da emboscada?“ —  Assim que ela terminou sua frase, Aldan conseguiu desprender a Fuuma Shuriken

Naquele momento, Aldan viu o ninja da katana do dia anterior saltando entre as árvores indo na direção da carroça.

“Sinta o fluxo, expanda-o para fora e mude a natureza”

Ele repetia para si mesmo em sua mente o passo a passo e com êxito conseguiu imbuir seu Raiton na Fuuma Shuriken. Um grande sorriso de satisfação brotou em seu rosto

“- Muito simples, É porque eu sou foda patroa!! “ — Exclamou e então arremessou a Fuuma Shuriken contra o shinobi da katana

Infelizmente para Aldan, o Shinobi igualmente canalizou o seu chakra nagashi na katana, porém o dele era fuuton, e com uma única passada partiu a shuriken em duas. Afinal independente dele ter dominado o chakra nagashi, fuuton ainda vence raiton…

“- Seu pessoal vai estar te esperando na fronteira, certo? Quanto tempo até lá? “

“- Se mantivermos essa velocidade, mais uns 30 minutos, talvez mais… “

Uma enorme bola de fogo veio de trás em trajetória com a carroça. Aldan respondeu executando os selos e disparando o seu Kōri no Ōkami no Hōkō. Seu feixe atravessou o centro da bola de fogo e a fez colapsar.

Aldan foi atingido por uma onda súbita de cansaço. Só então se deu conta que não havia se recuperado direito do confronto do dia anterior e muito menos do esforço em que se impôs durante toda a noite. Seu chakra estava se esgotando…

Enquanto ele sentia o baque, duas shurikens passaram por cima da cabeça dele e uma delas atingiu as costas de um dos cavalos, que grunhiu em agonia, mas continuou andando. Ao perceber isso ele se deu conta que os cavalos eram o grande ponto fraco deles nessa corrida até a fronteira

“- Somos alvos fáceis seguindo reto pela estrada, e carroça não vai ser mais rápida que eles, aos poucos eles vão chegar nela e eu não tenho chakra o bastante para protegê-la deles até a fronteira… “

“- O que vamos fazer então? “

“- Eu preferia só pular da carroça e deitar eles na porrada enquanto você segue pra fronteira. Mas eles provavelmente iam me ignorar e vir atrás de você e do carregamento. Nesse caso…" — Fez o mesmo esquema do dia anterior de colocar o baú como uma mochila nas costas e começou a executar selos de mãos

“- Dê tudo de si para me acompanhar “

Os pés de Aldan inflamaram nas chamas congelantes e ele saltou da carroça seguido pela Kunoichi. Eles corriam e saltavam pelas árvores, em direção a fronteira a toda a velocidade que conseguiam, com Aldan às vezes sendo forçado a se segurar para não deixar a companheira para trás. Eles tentavam também deixar algumas armadilhas pelo caminho para atrasar seus perseguidores, mas sem muito sucesso

[...]

Após alguns minutos eles atravessaram a fronteira, como não precisavam seguir a estrada e suas curvas, apenas seguir em linha reta, o tempo até o local alvo foi consideravelmente reduzido, porém não havia ninguém no local o que  os forçou a continuar avançando e olhando em volta procurando os aliados .O esgotamento era evidente em ambos, e esse mesmo esgotamento, unido a ele estar procurando os aliados, fez com que a guarda de Aldan falhasse, e ele foi atingindo por uma senbon em sua coxa direita

“- ARG.. DROGA “

Ele urrou de dor, e agora a cada passo que dava sentia como se a senbon estivesse entrando de novo. Inevitavelmente ele acabou tropeçando e caindo de quatro no chão. Tirou o baú de suas costas e arremessou-o na direção da Kunoichi. Naquele momento ele sentiu como se seu fim tivesse chegado, mas ele não cairia sem dar seu ultimo golpe então, ainda de joelhos virou para seus os inimigos seus olhos fitaram o bote do inimigo da katanaque estava logo atrás dele vindo visando seu pescoço. Ele levantou sua guarda colocando a mão direita para bloquear o pescoço, mesmos abendo que era inutil, e com a esquerda iria tentar encaixar um direto no rosto dele, contudo foi bem quando a katana iria atingir seu braço que ele sentiu outros odores humanos, vindos de seus lados…

No momento que o Shinobi da Katana iria decapitar Aldan ele foi atingido por uma saraivada de shurikens no peito. Os Aliados de sua companheira apareceram batendo de frente contra o inimigo, o jovem com um sorriso no rosto apenas se permitiu relaxar um pouco, e toda a carga de cansaço e estresse fizeram ele cair deitado de frente e desmaiar.

[...]

Aldan acordou algumas horas depois com sua coxa enfaixada, em um pequeno acampamento. A sua missão havia sido um sucesso, o carregamento estava entregue e a jovem segura. Passou aquele dia descansando e se recuperando para no dia seguinte retornar a Kumogakure