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Revouv

Tokubetsu Jonin

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Qui 04 Ago 2022, 12:25

YUKIKITSUNE.

Lembranças mórbidas tomam minha mente ao me ver de frente para aqueles portões. Mesmo que debaixo de um teto, tendo convivido durante toda minha infância em lugares tão insalutíferos quanto hostis, aquele lugar ainda não me era cômodo. A academia de Kumogakure no Sato nunca se fez agradável a mim. Esse desconforto não tinha origem, ao menos nunca pude explicá-lo, mas sempre se fez presente até mesmo ao vê-la de canto de olho. Acredito hoje que foi as experiências de minha vivência infante, tão alheia a realidade quanto sufocada por ela, que nunca me fizeram sentir uma ínfima porção da felicidade que toma os corações dos ninjas que ao passar por esses portões, tornam-se membros das forças regulares do vilarejo. Eu não fui uma criança como eles foram, e como tal, meus desejos não eram iguais aos deles. Meu compromisso sempre foi com a música, e não como ninja, mas agora, um adulto experiente como jamais em vida fui, acredito que posso ser ambos, e que não se é excludente.

Eu os abro e parto para dentro após um longo suspiro. Atravessar os corredores me trazem memórias de uma juventude que se distancia quase que como se atualmente, eu fosse uma presença póstuma de mim mesmo. Meu passado não corresponde a mim em nada, e esse amadurecimento se prova apenas em meu caminhar, agora de alguém que crê em uma nova forma de se trazer paz ao mundo ninja. Andejo pelas escadarias, relembrando os dias que tive ainda quando não havia me formado. Por hoje, o lugar estava vazio, mas não era silencioso de forma alguma. Se não pela cadência das cordas de meu shamisém, que dedilho no decorrer do trajeto, os sons das crianças que frequentavam aqui era como se gravadas nas paredes, ecoando em círculos em meu entorno. Alguns jamais entenderiam, mas há como memórias serem guardadas de tal forma que tornam-se visíveis aos sentidos, tão táteis quanto as cordas de meu instrumento, que vibram harmonicamente.

Uma kunoichi, tokubetsu jōnin como eu, que conheci durante o cerco de Otogakure, a alguns anos atrás, é instrutora sênior da academia. Seu nome é Akari Nitta. Havia pedido para que ela se encontrasse comigo na academia, para a sua surpresa, pois a última vez que nos encontramos foi durante aquela época. Estranhamente, eu estava feliz em poder vê-la. Após os eventos da Jashinkyō, não muitos restaram, mas aqueles que ainda estão conosco, são leais a nós, mesmo que contra adversidades tão grandes.

Após um tempo, pude vê-la adentrar a acedemia pela janela do segundo andar. Eu brado pelo seu nome e aceno. Ela responde, cumprimentando-me de volta. Normalmente estou acostumado a me curvar a supreriores, e difícil me encontrar com pessoas da mesma graduação que eu, principalmente quando se passa tanto tempo na mesma patente. Eu aguardo por alguns minutos até que posso finalmente vê-la: — Mals pela surpresa, e que surpresa, né? — Reverencio-a. Ela faz o mesmo: — Sei que você tem pouco tempo livre, então prometo ser algo rápido, nada muito elaborado. — Prossigo, me encostando na janela com os ombros:

— Akari, eu quero ser professor da academia.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
ST. (00 • 12).
Rokubi. (4000 • 4000).

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Yukikitsune Kaonashi

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Tokubetsu Jonin

Qui 04 Ago 2022, 22:44

YUKIKITSUNE.

— Como assim Kaonashi? — Ela me questiona: — 'Cê não entendeu o quê da frase?
— Tudo! Absolutamente nada nessa frase faz sentido cara.
— Não é difícil de entender piveta. — Respondo-a: — Você? — Novamente, ela retoma a pergunta: — Pera, pera, pera. O que aconteceu com você? Em um dia você está em todos os canais noticiários do mundo, e no outro, em todos os jornais. E como que é sempre que isso acontece, você fez alguma coisa terrível?
— Parte do meu charme.
— E agora você quer virar professor? — Questiona. Ela esboçava surpresa genuína, o que é subentendível. De fato, ser professor não parece algo de minha índole: — Das duas uma, ou você é burra, ou surda.
— Eu não sou surda Kaonashi.
— Então é burra.
— Me respeita o imbecil. Não sabe como tratar uma superior? — Alardeia Akari. Eu tomo alguns insantes para entender sua fala: — Que?
— Que eu saiba, você ainda é um Tokubetsu. Eu me graduei como Jōnin a quase dois meses atrás.
— ... Eu quero morrer. — Entoo, fazendo menção de me lançar pela janela. Ela me segura pela manga de meu yukata: — Sossega. Bom, o que você quer de mim?
— Que você me torne professor. Não sei, aplica uma prova, dá um estágio na academia, algo assim.
— Tá bem fácil tua vida né? — Prossegue, levando a destra para o cenho, franzindo as sombrancelhas: — Não é assim que as coisas funciona. Ou deveriam funcionar... Bom, eu posso tentar te ajudar, mas não vou garantir nada.
— Eu não disse que não vou te ajudar. — Termino. Ambos partimos para a sala administrativa da academia. Haviam diversos documentos dispostos sobre as mesas, sejam parte da burocracia ou exames curriculares. Também haviam a ficha de inscrição de alguns ninjas, recém formados e ainda estudantes: — Tá, senta ai. Vou tentar montar alguma coisa e ver o que consigo pra você. Bom, me diz seu histórico de missões.
— 'Cê tá me inquirindo?
— Não, mas poderia. Isso não é uma entrevista.
— E qual a dessa pergunta?
— Dá pra se fazer perguntas em outras interações sociais.
— Deixa eu pensar...

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
ST. (00 • 12).
Rokubi. (4000 • 4000).

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Tokubetsu Jonin

Seg 08 Ago 2022, 06:39

YUKIKITSUNE.

Destarte, começo a dizê-la meu histórico de missões, estas quais ela prontamente redige em um documento a parte, separado em uma gaveta junto a caneta. Também faço questão de ajudá-la ajeitando a mesa, onde haviam tantos materiais dispostos que dificultava até mesmo de vê-la nos olhos durante a conversa. Após alguns minutos de conversa após, comigo de pé, pois decido me levantar e observar Kumo por através da janela da sala, ela entoa a mim: — Bom, sinceramente essa parte podemos adiantar depois, se essa coisa toda não for simplesmente uma forma de você brincar comigo ou coisa parecida. Seu histórico pode ser puxado e-
— Deve ser muito surreal a ideia de eu ensinar crianças. 'Cê não para de jogar isso na minha cara. — Interrompo-a, me virando para a mesma. Ela gesticula exacerbadamente em ênfase, como se tentando expressar com mais do que palavras sua estupefação. Eu respondo com um sorriso: — Olha, dá pra ver que você tá levando isso a sério, e desculpa. É só que... Caralho! Você é inteligente, habilidoso, sinceramente, parece que você se limita para tentar não fazer mais esforço que ninguém, mas isso... É muita coisa, até pra alguém tão estranho quanto você.
— Vou levar como um elogio. — Gracejo. Ela leva a destra novamente ao cenho: — Tá, deixa eu ver. A partir daqui isso é mais uma conversa do que uma análise, e não tenho muito o que fazer. Mas vem cá, eu realmente estou curiosa. Porque dessa tão repentinamente? — Questiona, se levantando enquanto alinha a folha a um monte: — Me dá uma luz do porquê você vem com essa justo agora?
— Por onde eu começo... — Digo, enquanto observado os arredores, o horizonte vasto do vilarejo. O coração de uma cordilheira de montanhas que alcançam os céus e se perpetuam até onde a vista alcança. Uma nação formada por pessoas que podem sentir as nuvens como estando abaixo de seus pés. As vezes, é difícil acostumar-se, principalmente quando se vai para todos os cantos cardeais, singra todas as águas do oceano e até mesmo, submerge em suas profundezas: — Garota, eu vou dar um truco em você e pedir pra você me responder uma outra pergunta. Responda com sinceridade, e eu vou te dar um tempo para pensar com calma. — Continuo, agora me aproximando dela, me ajoelhando defronte a mesma, alinhando seu olhar ao meu enquanto de pernas cruzadas no assento: — O que significa Esperança para você? —
— Meu deus, que papo mais louco... Eu, eu não sei. Talvez, a ideia de um mundo melhor? — Indaga: Melhor que o que nós temos agora, pelo menos.
— No caminho certo, mas resposta errada.

— Bom, quando eu era mais novo, e entrei pela primeira vez na academia, eu via tudo isso como uma alavanca. Era apenas uma forma de conseguir me tornar um verdadeiro musicista, tudo que eu mais queria. — Narro, divagando pela sala ao levantar, ainda que me referindo a ela: — Eu ainda era muito novo, e também, muito irresponsável. Na verdade, eu era um tremendo de um babaca. Eu não via rostos quando olhava para pessoa. Não as ouvia quando elas falavam. Não entendia seus sentimentos.
— Mas chegou um momento que eu queria mudar isso, e foi quando eu abandonei minha máscara. E estou falando literalmente. Eu sempre usava uma máscara, e quando eu a joguei fora, não demorou segundos para eu me arrepender. Era quase que uma abstinência, eu precisava daquilo, mas eu não podia pegá-la de volta.
— Não consigo pensar em você usando uma máscara. Você ama demais o seu rosto para usar uma. — Diz Akari, apoiando seus cotovelos na mesa e apoiando seu queixo com as costas das mãos: — Né não?
— De qualquer forma, aconteceu. Eu passei dias quase que me sufocando por não saber como respirar sem ela. Foram dias difíceis, mas eles, assim como tudo, passaram, mas não é sobre meu passado que eu quero contar.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
ST. (00 • 12).
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Yukikitsune Kaonashi

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Tokubetsu Jonin

Sex 12 Ago 2022, 17:40

YUKIKITSUNE.

— Depois que eu cresci, eu passei por muita, muita coisa. Meu Deus, foram muitas coisas mesmo, me arrepio só de me lembrar. — Entoo a mesma, passando o indicador da destra pelas cordas do shamisém, sem tocá-lo, apenas sentindo-o: — O Chūnin Shiken, a maior das guerras já vistas pelo mundo shinobi, o cerco de Otogakure, o expurgo de Kirigakure, o confronto contra a Jashinkyō e agora a Hydra. Parece que nunca de fato eu fico em casa apenas de pernas para o ar. — Prossigo, cruzando as pernas: — O mey ponto é que, não é preciso muito para perceber que o mundo ninja está em caos. Eu passei meus últimos meses, na verdade os últimos anos, buscando uma forma de lidar com tudo isso. Eu aprendi, da pior forma, que uma única pessoa não pode mudar o mundo. Nem mesmo várias podem, se trabalharem sozinhas. Para se criar um novo futuro para o mundo, é preciso de mais do que isso.
— E você acha que é aqui que pode começar essa mudança? — Questiona Akari: — Eu coloco todas as minhas fichas aqui. Se o mundo ninja pode mudar, essa mudança precisa começar com aqueles que virão depois de nós. Depois de mim, e eu tenho uma coisa ou duas para ensinar.
— ...Uau. — Espanta-se a Kunoichi: — Olha só para você, batendo um papo bem maduro. Não achei que você fosse desse tipo.
— Não faço questão de demonstrar. Prefiro que as pessoas acreditem que sempre estou bem, faz parte do meu charme.
— E você está bem? — Preocupa-se: — Falando sério.
— Nah, eu vou ficar. Com um tempo, eu vou. Sempre fico no final das contas. E falando sério, tenho coisas maiores para me preocupar... Mas antes de terminarmos aqui, quero falar mais um pouquinho.
— Bom, eu já estou aqui, e tenho certeza que essa vai ser uma das raras oportunidades de ver você falar de você mesmo tão, bom, profundamente. Não que você não fale sobre você, e sinceramente, o mundo adora falar de você.
— Ossos do ofício. Ser o musicista mais talentoso do mundo tem seus preços.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
ST. (00 • 12).
Rokubi. (4000 • 4000).

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Tokubetsu Jonin

Ter 16 Ago 2022, 19:10

YUKIKITSUNE.

— Seguinte. Eu particularmente não sei o quanto sou bom como professor, mas tenho apenas uma única coisa para perguntar para você coração. — Entoo: — Pode falar.
— Eu quero saber... É um pouco constrangedor, mas eu quero saber se você acha que eu precisaria ser mais sério. — Indago, voltando o rosto para a parede, evitando que nossos olhares se cruzassem. Eu estava genuinamente constrangido: — Como assim?
— Bom, é como eu disse. Eu quero tentar fazer uma mudança, quero ser alguém melhor e também, quero me esforçar. Mas eu não acho que tenho a personalidade pra isso. Eu falo palavrão pra car-ramba. Falo de um jeito desleixado, e só quando eu estou tipo, em uma situação de fim de mundo, o que aconteceu com uma frequência assustadora, eu falo de uma forma menos coloquial. Quero saber se tenho que mudar esse trejeito. — Prossigo: — Kaonashi, você é tipo, a pessoa menos detestável que tem. É, você não sabe mostrar para o mundo que você não é uma pessoa ruim, e faz questão de aparecer só pra fazer besteira, mas olha só o pedido que você tá me fazendo. Você veio na maior cara de pau me pedir um trabalho só porque acha que isso pode fazer uma pequena diferença. Sinceramente, nunca pensei em você fazendo algo assim. — Responde Akari, se levantando e se colocando em minha frente, redirecionando meu olhar: — Uma das minhas habilidades é fazer todo mundo esperar justamente o oposto de mim. Pergunta pra qualquer pessoa. — Termino.

Nossa conversa continua por mais algumas horas. Em um ponto, um Tokubetsu Jōnin adentra a sala, um instrutor da academia assim como Akari. Ele reverencia a nós dois, e ambos respondemos com a mesma reverência: — Bom, você parece que vai fazer seu melhor. Precisa de mais alguma coisa? — Pergunto: — Que você agradeça pau no cu. Eu tô fazendo uma recomendação a troco de nada só porque você é muito bom no papo.
— Eu sou bom em tudo que eu coloco a mão. Vou indo nessa então. Foi bom revê-la Akari, se cuida garotinha, e não se mete em qualquer coisa que eu não me meteria. Beijinhos~ — Despeço-me. Ela novamente leva a direita ao cenho, mas dessa vez com um sorriso, inconformada com minha fala mas achando-a engraçada, típica do Kaonashi. Não posso discordar dela, eu sou bem característico, ao mesmo tempo que único.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
ST. (00 • 12).
Rokubi. (4000 • 4000).

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Tokubetsu Jonin

Seg 22 Ago 2022, 17:24

YUKIKITSUNE.

Eventualmente, uma carta é destinada a mim. Essa carta foi remetida por Akari, e ela desejava se reencontrar comigo na entrada da Academia de Kumogakure. Por um instante, a contentação me leva a suspirar de alívio. Eu deixo-a sobre a cômoda do meu quarto e parto de imediato. Ou atravessar as várias pontes que interligam os planaltos do vilarejo estava me deixando sem fôlego, ou a ansiedade estava me deixando com um frio no estômago. Ao chegar enfim, vejo-a acompanhado de um Jōnin, fadado como tal. Ambos levavam consigo uma pasta com documentos dentro. Eu reverencio-os cordialmente: — Você têm meu endereço, não? — Questiono: — Você poderia ter me buscado em casa, teria me poupado a ansiedade.
— Yukikitsune Kaonashi,esse é Kiyotaka Ijichi, o Shinobigashira das forças regulares de Kumo. Convoquei-o pessoalmente após seu pedido de admissão como professor da Academia. Ijichi-Kakka, esse é o Tokubetsu Jōnin Yukikitsune Kaonashi. — Entoa a mesma: — 'Cê bem que poderia ter avisado que era pra agir que nem adulto agora.

Após as apresentações, apesar de eu próprio dispensá-la — Acredito que Akari apenas queria manter a formalidade da conversação — Nos dirigimos para a sala dos professores. O local havia sido preparado previamente para que a entrevista fosse feita. De fato, me impressionava a seriedade com que Akari pôs sobre o assunto. É bom saber que ela também entende que há veracidade em cada uma de minhas palavras: — Entendo que o senhor deve ter uma agenda compromissada. Vou tentar ser o mais breve possível. — Entoo. O mesmo me responde que levariamos o tempo que fosse necessário, e me alegra saber tal. Ao menos, não precisava me preocupar em poupá-los de minhas justificativas.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
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Rokubi. (4000 • 4000).

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Yukikitsune Kaonashi

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Tokubetsu Jonin

Qui 25 Ago 2022, 19:04

YUKIKITSUNE.

A entrevista, em algum tempo, tornou-se um interrogatório. Me eram questionadas intenções e também, meu histórico de missões e contribuições para Kumogakure no Sato, mas também, meu envolvimento em escândalos que repercutiram ao redor das Grandes Nações Ninjas. Akari estava certa quando afirmou que sempre que meu nome aparece nos noticiários, sempre são noticiados eventos catastróficos que supostamente são de minha autoria. Os últimos eventos também não contribuiram para melhorar minha primeira impressão com Kiyotaka. Ao término, ele se despediu da Kunoichi, e nos deixou aguardando na sala: — Olha, veja pelo lado bom. Se você for rebaixado para Chūnin, talvez tenha mais incentivo em se graduar, Kaonashi. — Entoa Akari, cutucando meu braço com o cotovelo: — E você acha que eu vou me afogar sozinho? — Pergunto, em tom de provocação: — Ele deve tá putasso com a mina que decidiu chamar ele pra fazer uma entrevista patética como essa, não que isso me agrade. Ele deve achar você tão idiota por desperdiçar o tempo dele que se pá, 'cê vai é voltar pra academia.
— Juro que te mato três vezes, uma em cada pós vida, se eu me ferrar por culpa sua, doente.
— A culpa não é minha se você é tapata.
— Vá se foder seu!- — Prossegue a mesma. Ela se lança para cima de mim, me agarrando pelo pescoço enquanto eu me debato para afugentá-la. É nesse momento que o Shinobigashira adentra a sala novamente. Akari tenta recuperar a postura, mas em seu movimento repentino ela se desequilibra. Ao tentar se apoiar na mesa, ela desliza sobre as folhas de papéis e lança-os aos ares. Ao fim, ambos caímos no chão. Nunca vi alguém levantar tão velozmente quanto ela: — Ijichi-Kakka, precisa de algo? — Questiona. Ele pede para que ela o acompanhe por um instante. Ao se virar, seu olhar se volta para mim em completa fúria. Por um momento, sinto seu Sakki dominar a sala.

Ambos partem para fora, e eu aguardo enquanto recolho algumas das várias folhas espalhadas no chão. Não demorou muito para que eles retornassem: — Kaonashi-san, por decisão do representantes das forças regulares de Kumogakure no Sato na audiência breve de hoje, é com grandes honras que o recebo... Como professor da Academia Ninja de Kumogakure! — Esbraveja.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
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Tokubetsu Jonin

Ter 30 Ago 2022, 06:58

YUKIKITSUNE.

Kiyotaka havia me aprovado em minha entrevista, o que para ambos, e para mim mais evidentemente, era uma surpresa. Ele diz que apesar da carência de disciplina quanto a norma de conduta e também uma certa falta de formalidade ━ Apesar de eu dizer de tal forma, suas palavras foram muito mais severas do que as minhas as descrevendo ━ Ele aprecia meu esforço e percebeu meu genuíno interesse na Academia. Por fim, ele me pergunta a justificativa de minhas intenções, que durante toda a convesa, ainda não haviam sido deixadas clara: — Meus motivos... Bom. Todos, lá no fundo, querem mudar o mundo. De alguma forma, esse é o desejo de todos. E eu acredito que a melhor forma de fazê-lo, é usando do que eu sei, e que aprendi durante todos esses anos, para ensinar a próxima geração de ninjas o que é certo. — Termino. Ele sorri, e após reverenciar a ambos, Akari e eu, se despede. Nós fazemos o mesmo, e o acompanhamos até os portões da Academia.

Akari parecia estranhamente intrigada com a notícia, e apesar de manter a postura quando ao lado de Kiyotaka, ela suspira em alívio ao vê-lo partir: — Ai, meu caralho... Essa foi perto. E você sabe o que é mais engraçado? — Pergunta: — Que foi você quem me promoveu, e não ele. — Respondo-a. Ela me segura pelo ombro: — Que foi eu quem promoveu você... — Continua a mesma. Um silêncio perdura por alguns instantes: — Pera. 'Cê percebeu!?
— Na mosca. Ficou difícil não notar, Akari. — Entoo: — Você havia dito pra ele o que eu realmente queria antes de voltarem para a sala. Você repetiu cada palavra que eu havia dito durante nossa primeira conversa, e foi você quem o convençeu. Eu percebi durante toda a conversa que ele tinha perdido o interesse desde o começo. Não foi em mim que ele confiou, foi em você. Aquela última pergunta foi uma tentativa dele de não deixar tão óbvio para mim. — Prossigo, abraçando-a pelos ombros: — E eu agradeço. Significa muito, de verdade. Melhor do que ninguém, você sabe disso. — Termino: — Tá, tá. Agora me larga, tá me dando nos nervos te ver tão felizinho.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
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Tokubetsu Jonin

Dom 04 Set 2022, 05:02

YUKIKITSUNE.

Após o término da entrevista e minha aceitação como membro do corpo docente da Academia Ninja de Kumogakure, nós fechamos a propriedade, comigo ajudando-a e levar alguns materiais para sua residência. A primavera começava a aflorar conforme os nossos passos pelos arredores do vilarejo. As pétalas das flores voavam pelos ares e levavam consigo seu deleitante aroma, e tal qual estavam sobrevoando nossas cabeças, também desabrochavam perto de nossos pés: — Eu gosto da primavera, mas eu acho que gosto mais do verão. É mais confortável. — Entoa Akari, rodopiando pelas pontes que abriam passagem por entre as montanhas de Kumo: — Não sei dizer se tenho uma estação favorita. Todas tem seu charme, e a falta de uma me traria saudades. Apesar disso, eu acho que gosto da transição. As flores, outrora vívidas, apodrecem no amargôr amarronzado do outono até morrerem no inverno. E então, quando a neve some, novas flores desabrocham. — Respondo-a: — Acho legal a ideia da mudança, e curiosamente, isso tem tudo a ver com meus objetivos. — Prossigo. Ela assente com a cabeça em concordância, apesar dos pesares, poder ver a chegada de cada estação e seu término poderia ser visto como prosperidade. No mundo ninja, é uma dádiva poder testemunhar esses pequenos deleites, ter seu próprio tempo para cheiras as flores.

Enfim, quando chegamos em sua casa, pude terminar me dispondo a ajudá-la a separar os materiais que havíamos levado. No decorrer do processo, ela aproveita a oportunidade de me instruir de minhas obrigações como professor, além de demarcar quando iria começar. Quando terminamos, Akari se lança no sofá, comigo me sentando ao seu lado, no braço do assento: — Bom, você acha que o seu plano de mudar o mundo vai demorar para acontecer? — Questiona novamente a kunoichi: — Sem pressão. É que uma mudança faria bem, e quero ver com mais detalhes esse teu plano. — Termina: — De todas as pessoas, eu sou quem mais odeia falatório de mais, e ações de menos. Deixa eu ver... — Reflito: — Eu acho que tudo depende do quão bom eu vou ser, e do quanto minhas ideias serão cativantes. Nada que eu não esteja acostumado. Comigo, cada palavra importa, afinal, sou um musicista. Esse nível de precisão é o mínimo na minha área de trabalho.
— E 'cê tem alguma ideia de por onde começar?
— Bom, chegar na sala é um bom começo.
— Tô falando sério.
— Nem ideia, mas eu penso no caminho. E ao contrário, se eu não tenho ideia de como começar minhas aulas, eu tenho uma ideia de como terminar esse dia. Topa uma bebida?

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
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Rokubi. (4000 • 4000).

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Dom 04 Set 2022, 22:38

YUKIKITSUNE.

Com Akari consentindo, assentindo aliava com sua cabeça, ambos partimos para um bar, onde nos deleitamos com alguns goles de saquê, por minha conta, por ter oferecido a comemoração e também, em agradecimento pelos esforços de minha amiga. Akari, apesar de uma jōnin dedicada, também parece aproveitar os momentos onde não fala por sua farda, mas sim pela sua própria personalidade. Não demorou muito para que, o que deveria ser apenas alguns drinks, se tornasse uma verdadeira bagaceira. Ela estava tão bêbada que até juntou-se a outros de seus companheiros das forças regulares e todos se juntaram a mesa conosco. E também, Yukikitsune Kaonashi não consegue passar desapercebido por onde passa. Com algumas horas, nossa mesa havia se tomado tanta atenção para si, que muitos transeuntes apenas entravam no bar para descobrir do que se tratava a comoção ali presente. Akari termina de tomar sua bebida: — Ahhh~, porra cara, você deveria ter me impedido quando a gente tava começando a ficar macio assim.
— A tentação de te ver zoada foi mais forte do que eu. Agora, um brinde em nome da mudança do mundo ninja. Viva! — Esbravejo, vociferando a todos presentes, que brindam conforme enuncio. Por fim, tudo havia chegado ao seu fim, e eu não poderia estar mais satisfeito.

Durante a madrugada, ambos nos despedimos e partimos para nossas casas. Apesar disso, ela decide me acompanhar antes de voltar. Na porta de casa, ela se apoia na parede ao lado da porta de entrada: — Sabe, apesar de ambos agora trabalharmos com a mesma coisa, não vai ser tão comum a gente se encontrar. — Entoa a kunoichi: — E o que tem?
— Olha, eu sei que tudo isso foi trabalho, mas ainda assim, foi até legal passar esse tempo contigo. Você é menos desprezível do que eu achei que você era.
— Que amor da sua parte. O sentimento é recíproco.
— Imbecil. — Continua, me socando nos ombros: — Espero que a gente se veja de novo, Kaonashi. Foi legal te ver, de verdade. Vê se não se mete em encrenca. Sei que é seu charme, mas algum dia você vai se meter em um problema real. — Termina: — Valeu pela preocupação, mas eu estou bem. Nada que passe, pelo menos. E sim, te vejo por ai, Akari. — Despeço-me. Ela parte, acenando enquanto some de vista. Eu entro em casa, tranco a porta e me lanço contra a cama, pensando nos útimos dias.

— Estava sendo sincero? — Questiona Saiken: — Em que parte?
— Em tudo. Desde o começo, você estava sendo sincero?
— ... Não em somente uma única parte.
— E em que parte seria?
— Te conto outro dia.

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[Capítulo] ▸ Kitai. 76139df0c00970d1b7071220d0743c2a

Ter 06 Set 2022, 15:28

Situação: Aprovado
Considerações: Primeiro quero elogiar a construção da personalidade do Kaonashi, que ficou bem explicita na conversa com a Akari, esse jeito dele meio exausto, com um humor autodepreciativo e uma clara baixa autoestima. E a forma dele falar é muito interessante, porque contrasta com a aparência dele, que sugere uma certa seriedade, e na verdade ele é bem descontraído, um pouco travado pelas coisas que aconteceram ao longo da vida, mas descontraído. Muito bom que isso também não desvirtuou ele do caminho, ainda é um homem bom com anseios nobres. Gostei. Sobre a história/narrativa ela é simples; uma conversa que era para (teoricamente) ser com a "representante do RH de uma empresa", mas que as vezes parecer com uma psicanalista. No fim, eu gostei bastante, boa sorte lecionando.
Recompensa: Profissão - Professor.

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