Seguindo o Caminho da Espada

HP: 300/300 | CH: 275/275 | ST: 0/3

O outono havia finalmente chegado em Kumogakure, trazendo consigo um clima frio e úmido. Os fortes ventos sopravam as folhas secas das árvores, de vez em quando criando pequenos redemoinhos sob os quais algumas crianças brincavam, fingindo controlar o vento. Durante a noite, era ainda mais frio e os ventos eram ainda mais fortes. Uma folha seca, carregada pelo vento, voaria e acertaria o rosto de um Genin que meditava em um local onde regularmente treinava. Takeaki teria sua concentração interrompida pela folha, que logo voaria para mais longe, enquanto o Hyūga decidiria que já havia treinado sua mente por tempo suficiente por hoje, e agora era a vez de treinar seu corpo. Ele faria sua rotina padrão, uma série de exercícios físicos e em seguida praticaria movimentos básicos de Kenjutsu usando uma Bokken.

Faziam dois anos desde que havia ajudado a impedir os mercenários de roubarem o Banco de Kumogakure. Dois anos desde que o Pastor havia sido derrotado. Dois anos desde que a noite mais escura havia chegado ao seu fim. As coisas pareciam estarem melhorando para muitas pessoas do vilarejo, incluindo a família de Takeaki. Seu irmão, Mitsushi, agora trabalhava na loja de sua mãe junto a ela, além de voltar a realizar missões simples que recebia do Gabinete. Nesse meio tempo, o Genin também esteve ocupado. Mais especificamente, Takeaki havia treinado bastante e melhorado algumas de suas habilidades.

Poucos meses depois do fim dos eventos da Lua Carmesim, o Hyūga foi aconselhado pelo seu irmão a visitar um dojo existente em Kumogakure, onde se praticava Kenjutsu. Seguindo a sugestão de seu irmão, o jovem Shinobi se dirigiu ao dojo, esperando ser capaz de se inscrever lá. Chegando no local, ele se deparou com as portas abertas do dojo, e observou com fascinação outras pessoas praticando lá dentro. Percebendo o interesse do rapaz que assistia do lado de fora, uma mentora que estava desocupada caminhou até ele, perguntando se podia ajudá-lo.

— Ah, na verdade, eu gostaria de me inscrever, se possível. — o Genin explicou.

— Nesse caso, você deveria ir para a recepção. Eles podem te atender lá. — ela respondeu, mostrando aonde ficava a sala de recepção.

Takeaki agradeceu e se moveu até lá, onde encontrou um recepcionista disposto a ajudá-lo.

— Olá, como posso ajudá-lo? — perguntou o recepcionista.

— Eu gostaria de me inscrever no dojo, caso isso seja possível. — Takeaki respondeu, um pouco nervoso.

— Ah, mas é claro! Abrimos o dojo para novos alunos recentemente, então ainda temos vagas.

O recepcionista explicaria tudo que o Hyūga precisaria saber. Desde o que os alunos aprendiam, quando as aulas eram dadas, o formulário para a inscrição, o pagamento, a vestimenta que ele teria que comprar e utilizar, etc. Após realizar tudo que era necessário para se inscrever e anotar tudo que precisaria trazer, Takeaki foi informado sobre o dia em que teria que vir para começar suas aulas junto a outros novos alunos. Chegado o dia, ele rapidamente se arrumou e se encaminhou até o dojo, onde foi direcionado ao local onde os novatos treinariam. Lá, ele se posicionou em uma das fileiras junto aos outros e conheceu o seu mentor.

— Bom dia, alunos! Meu nome é Yōsuke Moriyama. Eu serei o sensei de vocês e ensinarei tudo o que precisam aprender para praticar o Kenjutsu. — o mentor se introduziu e então explicou: — Sei que a maioria dos alunos aqui já possuem uma certa prática com Kenjutsu e gostariam de aprender mais. No entanto, para aprendermos mais sobre o quanto vocês sabem e aperfeiçoar aquilo que já conhecem, iremos começar do básico e ir avançando lentamente, além de ensinar aquilo que vocês talvez não saibam. Assim, poderemos equilibrar o nível de todos aqui, além de ensiná-los como deverão agir fora e dentro de combate. Isso tornará mais efetivo o aprendizado de vocês não só aqui no dojo, mas também lá fora.

Além de retomar alguns conceitos de Kenjutsu, eles aprenderiam também formas de meditação e de concentração, visto que no Kenjutsu é muito importante que ao mesmo tempo que os lutadores estejam atentos ao seu oponente e ao seu arredor, eles também estejam relaxados. Em seguida, eles foram colocados para lentamente praticar golpes simples e defendê-los, aprendendo padrões de ataque e algumas posturas defensivas simples.

Após algumas horas, a aula terminaria e Takeaki sairia do dojo. Ele havia se planejado de forma com que de manhã ele pudesse treinar e de tarde ele poderia ir ao Gabinete de Missões, onde realizaria sua tarefa como Genin da vila. Em seu primeiro dia, sua empolgação não havia sido completamente satisfeita. Ele não aprendeu muita coisa nova, e a meditação parecia um pouco entediante para ele. Ainda assim, quando conversou com Mitsushi a respeito disso, seu irmão apenas disse que aquelas seriam apenas as primeiras aulas para acostuma-los ao método de ensino do dojo, mas logo estariam aprendendo novas coisas.

Pouco mais de uma semana, os alunos agora praticavam em pequenas lutas. Takeaki percebia que muito dos que estavam ali com ele eram similarmente tão experientes quanto ele. Isso é, sabiam algumas coisas e eram capazes de lutar, portanto não estavam apenas balançando uma espada, mas claramente não eram bons o suficiente para serem considerados ótimos espadachins. O processo, no entanto, não parecia estar dando resultados evidentes. O Hyūga poderia até estar se acostumando com as meditações, mas isso não servia como incentivo. O que realmente lhe animava era quando podia praticar com outro aprendiz, como se estivesse batalhando.

Algumas das pessoas com quem Takeaki mais se em empolgava em desafiar era contra o ágil Hayashi Amatsubo e a talentosa Chieko Homura, ambos aprendizes com grande potencial. Esses dois, além de Takeaki, eram alguns dos melhores alunos de sua turma. Eram lutadores com os quais o Hyūga podia ter uma batalha desafiante, mas justa. Logo, após conversar um pouco, eles se tornariam amigos, mas também se considerariam rivais. Eles incentivariam uns aos outros a se dedicarem cada vez mais ao treinamento, e seriam o principal incentivo para Takeaki a continuar no dojo.

Mais algumas semanas se passaram, e alguns alunos começaram a desistir, não achavam que o dojo daria resultados às habilidades deles. Passaram-se alguns poucos meses e alunos continuavam a sair, mas a turma ainda continuava com uma quantidade boa de estudantes, principalmente porque alguns alunos de outras turmas iam se juntando a eles na medida em que eles alcançavam os níveis dessas outras turmas. Nesse ponto, o treinamento começava a se tornar um pouco mais interessante e a meditação se tornava relaxante. Pelo menos, era o que o Genin sentia.

Apesar de não ser capaz de perceber seu progresso no dojo, havia momentos em que o Shinobi era pego de surpresa pela maneira como o que havia aprendido lá dentro era transferido para fora. De vez em quando, o Genin meditava antes de praticar sozinho em uma área de treino que os ninjas de Kumogakure tinham acesso. Além disso, em um certo dia, enquanto treinava com seu irmão, perceberia que estava reflexivamente usando as posturas defensivas aprendidas no dojo. Apesar de ainda estar longe do nível do seu irmão, podia sentir que havia melhorado, pelo menos um pouco. Estava tendo progresso.

Passou-se um ano de dedicação e treinamento, e então dois. Takeaki continuou indo ao dojo. Ele ainda havia bastante para aprender, mas já estava um nível diferente do que quando entrou. Não só sua postura estava mais firme e seus ataques mais precisos, mas sua mente também havia fortalecido graças à meditação que fazia regularmente antes de treinar, que também o permitia ter um controle maior sob seu chakra. Praticava com seus rivais e amigos Hayashi e Chieko regularmente, saindo para outros lugares com eles sempre que possível, ou seja, quando não havia missões para fazer. Foram dois anos que passaram rápido, que permitiram que ele se divertisse ao ponto de esquecer o motivo de ter buscado se tornasse mais forte.

De manhã, enquanto tomava café e conversava com seu irmão, Mitsushi, foi notificado de algo que chamaria sua atenção:

— Ei, Takeaki, você ainda é um Genin, certo? — disse Mitsushi

— É. O que que tem? — respondeu Takeaki, em um tom levemente irritado. Já era um Genin faz alguns anos e temia a possibilidade de se tornar um “Eterno Genin” de Kumogakure, e naquele momento pensou que seu irmão ia zombar desse fato de alguma forma, como já havia feito antes.

— Ouvi dizer que logo teremos a próxima temporada do Chūnin Shiken. Achei que você poderia se interessar. Que tal se inscrever?

O Genin desconhecia tal evento, então o seu irmão explicou a ele do que se tratava. Agora, intrigado pela possibilidade de participar de um evento e se tornar um Chūnin, Takeaki respondeu:

— Bacana! Vou dar uma olhada assim que puder.

Um evento destinado aos Genins de todas as Grandes Nações, a chance de provar seu progresso, a possibilidade de se tornar Chūnin. Tudo isso era do interesse do Hyūga. Mas é claro, ele teria que se preparar para o evento. Para isso, decidiu que se dedicaria mais do que nunca aos treinamentos. Era por isso que estava lá, de noite, praticando tanto sua mente, quanto seu corpo. Com sua espada de madeira em mãos, o Genin manteria uma postura firme e atacaria com golpes precisos o boneco de madeira e palha em sua frente, focando não na força de seus ataques, mas no manejo correto de sua arma, com a qual havia treinado por dois anos. Só assim, quando dominasse com competência sua espada, saberia que estava pronto para finalmente se tornar um Chūnin.

Considerações:

Jutsus Utilizados:

Equipamentos:

Databook:

Qualidades & Defeitos: