[Quem sou eu?] -
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O som do alarme despertando os presos logos cedo, era a rotina padrão, higiene básica, banhos coletivos e após isso o café, como sempre em fila todos organizados caminhando um passo de cada vez em direção ao refeitório, de três em três iam saindo da fila, pegava uma bandeja e era servido com a comida da cadeia, não era ruim, mas era o que tinha.

O pequeno Hattori viu sua vez chegando pegou a bandeja e era o segundo do seu grupo de três, quando chegou sua vez sua comida foi bem diferente dos demais, em vez da gororoba de sempre era um pedaço de bolo, um copo de suco, duas fatias de bacon e panquecas, claro que isso causou intriga entre os dois presos do lado que começaram a reclamar.
- Por que o merdinha tem tratamento especial? –
Shion ignorou pegou sua bandeja e saiu do meio do grupo e foi procurar um lugar para sentar, mas ao se virar um deles o puxou pelo ombro.
- Não vai sair daqui seu merdinha! –
Mas ao fazer isso Shion deixou sua bandeja cair com toda sua comida no chão, foi instantes até o negócio virar briga, virar uma roda de presos gritando, Shion e o presidiário maior trocando socos. Os oficiais carcerários começaram a chegar, Shion já sabia o que viria, se ajoelhou e botou as mãos atrás da cabeça e apenas aguardou a surra que levaria pela baderna, mas os guardas passaram por ele, foram pra cima do presidiário e desceu o cacete o levando para a solitária, o Hattori estava confuso uma vez mais, mas isso era apenas o começo, um dos guardas o ajudou levantar e o avisou que o café dele vai ser levado em sua nova cela.

Acompanhado de guardas ele foi até sua antiga cela buscou suas coisas e foi levado para alguns andares acima sem entender o que estava acontecendo, porém quando chegou ao andar de cima ele viu que se tratava de uma área para detentos especiais, estudiosos, pessoas graduadas ou com muita grana e influência, mas o que mais arrancou um sorriso do garoto foi quem era seu vizinho de cela.
Seu novo quarto dessa vez sozinho com uma cama mais confortável e um lugar um pouco melhor, uma pequena mesa com alguns livros, um pequeno abajur e um banheiro com mais privacidade, inclusive para tomar banho.

Shion foi deixado e sua cela fechada, ele se sentou encostando as costas sua cabeça na parede, sorriu, mas em seguida com um tom sarcástico ele disse.
- Olá, Moira.  –
Falando com seu vizinho de cela.

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A voz do outro lado assustado.
- Sh-Shion...! – Murmurou Moira ao reconhecer a voz. – Como você chegou aqui, foi a HYDRA? –
Shion soltou um som irônico. – HYDRA? Do que você está falando? Um amigo não pode dizer um Oi para um amigo antigo? –
Shion ficou batendo com a cabeça contra a parede lentamente, não demorou para Moira entender que era um código morse.
- Entendi! – Murmurou moira. – Quem te colocou aqui. –
- Ainda não sei, mas o que me interessa é, andou abrindo o bico por aí? –
Moira ainda estava bastante assustado com tudo isso.
- Não, eu não disse nada, eu raramente saio da cela, não me misturo com os detentos. –
Shion sorriu. – Certo, vamos manter assim. –

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O tempo passou e agora os dois passaram a conversar bastante, Moira inclusive conseguiu uma forma de silenciar o som dos quartos assim os dois poderiam conversar sem se preocupar com está sendo vigiados.
- Você fala bastante. – Disse o cientista.
- E tem outra coisa pra fazer nesse lugar? –  Disse Shion com seu tom irritado de sempre
- Por que não vai pra academia? – Disse Moira com um tom irônico.
- Tentei ir, não terminou bem. –
- Eu falo da academia aqui do nosso pavilhão, não a academia daqueles ogros. –

[...]

Manter o corpo em dia não era uma ideia ruim, principalmente no lugar que ele estava, junto a Moira os dois foram a academia da classe S para se exercitar, e enquanto Shion levantava alguns pesos, Moira ficava sentado do lado dele puxando assunto.
- Ainda ta querendo me matar? – Perguntou o cientista.
- Depende, vai me contar a verdade? –
- Que verdade? –

Shion olhou para o lado, para o outro e parou seu exercício.
- Por que você nos traiu? – perguntou direto olhando nos olhos de Moira.
Quando ele olhou nos olhos do Hattori, ele sentiu naquele olhar como se o Hattori pudesse ver o seu futuro, ele engoliu seco e respondeu.
- Eu nunca fui ninguém e de repente meu nome estava em todos os jornais, meu nome vinha de algo bom, mas quando os recursos... seus pedaços foram se encerrando eu não conseguiria manter meu produto e o mundo me veria como uma fraude, eu não queria aquilo, então eu fiz o necessário, matar poucos para salvar muitos. –
- Tão inteligente e tão burro. – Disse o Shion. – Mas não respondeu a minha pergunta, isso é a mentira que você precisa contar para outros. –
- Quando eu experimentei o poder eu queria mais, queria mais essa sensação de ver os outros de cima. –
Shion sorriu sarcasticamente.
- Dejavu... –
- Como assim? – perguntou Moira.
- Tenho algo em mim sobre uma cientista em Suna, alguém que tinha boas ideias, mas tomou decisões péssimas. –
- Quem? –
- Não faço ideia, só me veio um incomodo. –

Sem Shion perceber lembrar de Suna fez uma pequena lagrima derramar de seu olho esquerdo.
- Algum problema Hattori? – Perguntou Moira ao notar a lagrima
Shion viu a lagrima, ficou ainda mais confuso, mas limpou o rosto e apenas se manteve em silencio, deixando escapar algo.
- Você é irritante. – Disse Shion correndo de volta para sua cela.
Moira ficou ainda mais confuso do que ele com o que aconteceu.

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