Noite Mais EscuraO Amor Vencerá  

Enquanto o mundo se prepara para uma grande invasão a Amegakure, Indra e Azrael se preparam para a batalha.



O Amor VenceráIndra e Azrael passaram os últimos dias se preparando arduamente para enfrentarem o Pastor. Sabiam que, se eles não intervissem, o mundo inteiro iria perecer. Azrael estava se acostumando a nova armadura, enquanto Indra preparava armas para ela. Os dois acabaram compartilhando informações cruciais sobre o Pastor, o que seria muito útil para a batalha.

Mas uma coisa incomodava o irmão de Kenshin: o silêncio e a distância de Indra para assuntos pessoais. Enquanto Azrael compartilhava todas as suas histórias, o inventor preferia não dizer nada sobre si, limitando-se somente a ouvir e soltar algumas respostas curtas. Algo lhe dizia que havia uma trava dentro do rapaz, algo que ele precisava remover antes da batalha começar.

Foi por isso que, durante o intervalo de um treinamento, Ryoichi observava o inventor fazendo alguns reparos numa arma de fogo, analisando-a atentamente.

- Depois de muitos séculos, eu aprendi a analisar as pessoas. Você não é o tipo de garoto que costuma ir atrás de garotas, como os outros, não é? - perguntou Ryoichi, tomando um tipo de isotônico diferente, produzido pelas mentes brilhantes de Nakashima, que lhe garantiria mais uns dias, talvez semanas de vida útil.
- Por que eu faria isso? - perguntou o inventor, vendo o jovem de Konoha mexer na pistola.
- Hump... Você é ainda é só um menino. Aposto que nunca sentiu o calor de uma mulher. - disse, tentando entender o rapaz a quem recorreu por ajuda.
- Eu já tive todas as experiências que transformam um menino em um homem, mas isso não significa nada. No final das contas, aquilo que me transformou no homem que eu sou não foi ter dormido com alguém, mas ter o coração partido em pedaços por alguém. - sussurrou, engatilhando a arma e olhando para a mira dela, alinhando-a.
- Ah, entendo... Você é um daqueles homens que sofreram uma grande decepção amorosa e mergulharam fundo em suas prórias jornadas, não foi? Eu vi muitos garotos como você. Alguns seguem em frente, outros entram em depressão. Alguns enlouquecem, outros tiram a própria vida, e até mesmo a vida daquela que ele considera culpada pelo seu sofrimento, ou causam um grande mal a ela. - ele bebeu o líquido e deixou a garrafa na mesa. - Mas não você. Você acredita que o amor não é para você, e que a sua jornada é solitária. Deixa eu te dizer uma coisa, rapaz: a vida não acaba só porque alguém não dá valor ao nosso amor. Tenha certeza disso: existe alguém por aí que tem muito amor para dar a você. - avisou.
- O que isso tem a ver com a nossa missão, hein? - Indra começou a ficar irritado com aquilo, pois tais palavras mexiam no seu passado.
- Por incrível que pareça, isso tem tudo a ver. Kenshin é um homem que teve duas grandes perdas e acabou não seguindo em frente com isso. A falta de amor pode envenenar uma pessoa. Eu vi isso durante minha vida inteira. Ninguém pode passar a vida sem experimentar, pelo menos por um momento, o amor verdadeiro. - dizia Ryoichi.
- Eu não quero ouvir isso, cara. - Indra jogou a arma na mesa, caminhando para fora da sala.
- Essa pose fria e distante, essa armadura que você usa, o seu reator autosustentável, isso diz muito sobre você. Na verdade, ela diz tudo. - Ryoichi fez Indra parar de andar para ouvi-lo. - Diz que você busca não depender de ninguém, porque tem medo de entregar o seu coração a alguém novamente. Tem medo de confiar em alguém novamente. - sussurrou Azrael. - Os homens mais durões são os mais desesperados por amor. - disse o homem, olhando nos olhos de Indra.
- Quem você pensa que é para me falar isso? Acha que quero uma lição de moral sua? Você acha que eu ando por aí desesperado para ter alguém que me dê amor, carinho, essas baboseiras? ACHA MESMO QUE EU PRECISO DE ALGUÉM PARA ISSO? - gritou o inventor, com os olhos marejados, não conseguindo conter as emoções. - PORQUE EU JÁ QUIS ISSO, MAS O MUNDO ME NEGOU ISSO! Quem iria querer o garoto esquisito, que andava por aí mexendo com tecnologias? Quem iria namorar um cara sem amigos, sem dinheiro? Nem meu pai me quis... - ele sussurrou. - Ele escolheu a outra família... - o rapaz enxugou as lágrimas. - ... Assim como ela escolheu ir embora, sem se despedir. - ele mencionou a sua decepção. - Eu aprendi que as pessoas são temporárias em nossa vida. No final, elas sempre vão embora e eu sempre fico sozinho. - disse.

Ryoichi caminhou em direção a Indra, colocando a mão sobre o seu ombro.

- Você sofreu muitas decepções em sua vida, dá para ver isso. Mas agora você está aqui, salvando um mundo que desdenhou de você. Quantos outros homens buscaram destruir o mundo por menos? - sussurrou Azrael. - Veja meu irmão. Ele ainda sofre pela morte da Rukia e a partida de Lyanna. Deixa eu te contar uma coisa: nosso pai também nos abandonou quando eramos crianças, para fugir com outra mulher. Isso mexeu muito com o psicológico dele. Todos nós passamos por sofrimento nessa vida, a diferença é como lidamos com ela, e você até agora, tem ido muito bem. Será o amor, e não o ódio, que vencerá essa guerra, seja o amor pela família, pelas pessoas, pela pátria ou pela vida. - disse. - E não se preocupe, um dia você vai encontrar alguém que amará você do jeito que você é, e que irá te mostrar o que é o amor verdadeiro. - prometeu o jovem.
- E como sabe disso? - Indra questionou.
- Todos nós encontramos o amor um dia. - garantiu.
- Ok... - Indra disse sem nenhuma confiança, mas logo teve uma ideia. - Você acabou me mostrando algo. Algo que podemos usar contra o seu irmão. Mas para fazermos isso, teremos que revisitar as suas antigas memórias, Ryoichi. - ele olhou firme para o irmão de Kenshin, que ficou desconfiado no ato.