Nezuko terminava de se arrumar para voltar a sua rotina de treinos quando um mensageiro bateu em sua porta, entregando a mensagem que dizia que a mesma estava sendo requisitada na casa de chá da representante da família Seikaku-sa onde encontraria Seikaku-sa Asan. Como já estava arrumada, assim que o mensageiro saísse, a mesma se dirigiria ao seu destino que não ficava muito longe dali.

A Hyuuga usava suas roupas de sempre; um macacão laranja de mangas cumpridas com o zíper na parte da frente aberto, deixando sua regata preta à mostra. A menina tinha subido as mangas, deixando apenas a parte de cima do braço tampada. Sua bandana com o símbolo de Kumo estava amarrada em sua testa e sua bolsa de armas presa em sua perna direita.

Ao chegar até seu destino se deparou com uma pequena casinha separada do restante da casa principal, no meio do jardim, provavelmente aquela era a casa de chá. O jardim era maravilhoso, Nezuko conseguia ver uma infinidade de flores e plantas que deixavam o ambiente tão bonito de se ver e tão maravilhoso de se estar. A menina bateu levemente na porta e poucos segundos depois ouviu a voz de uma mulher a mandando entrar.

Assim que entrou pôde sentir o maravilhoso aroma do chá verde, um de seus preferidos. O local era pequeno, mas bonito; era todo feito de madeira, nas paredes tinham quadros com os símbolos da família e palavras em japonês. No chão tinha uma mesa baixa redonda de madeira, rodeada com seis almofadas azuis, em uma delas se encontrava uma mulher sentada. Nos cantos tinham vasos contendo flores coloridas, as quais a gennin nunca tinha visto, provavelmente a família tinha encomendado de outro país.

-Bom dia, sou Nezuko Hyuuga, um mensageiro me informou que fui convocada aqui - a menina falava logo após entrar no local.

A mulher a convidou para se sentar e logo serviu um pouco de chá para a mesma que ia bebendo aos poucos enquanto a mais velha falava. A gennin estava sendo convocada para uma missão que lhe renderia uma promoção. Nezuko mal conseguia esconder sua felicidade ao ouvir aquelas palavras, saber que tudo que tinha feito até ali tinha chamado a atenção de alguém para lhe dar uma missão tão importante era gratificante.

De acordo com a mulher, sua missão consistia em escoltar sua maior carga, em um década, até o outro lado do continente. Após terminar de explicar tudo a mulher estendeu a mão para a gennin, se a mesma aceitasse a missão, deveria beijar a mão da mais velha.

Sem pensar duas vezes, a mais nova beijou a mão da mulher e logo a mesma lhe entregou um cartão de visita contendo informações atrás, falando o horário exato que a mesma deveria comparecer no local, que não deveria estar nem um segundo adiantada e nem um segundo atrasada, teria que ser precisa em seu horário ou então a entrega poderia estar comprometida. Logo Nezuko deixou a casa de chá correndo em direção a sua casa, o horário estava apertado e ela ainda precisava arrumar suas coisas.

Ao chegar em casa, arrumou correndo sua mochila com tudo que seria necessário para sua missão e em poucos minutos já estava deixando o local, após se despedir de seus tutores. Tinha apenas cinco minutos para chegar ao local depois dos portões de Kumo. A gennin correu por cima das casas e logo estava passando para os portões, para segundos depois chegar no lugar marcado, esperando ter conseguido chegar no exato momento marcado.

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Ao chegar ao local se deparou com a caravana da mulher chegando e quando uma das pessoas falou que ela estava atrasada, seu coração acelerou, por um momento achou que perderia sua primeira oportunidade de subir sua patente, mas uma concessão iria ser dada a ela e a mesma poderia continuar com a missão, fazendo com que ela suspirasse em alívio. Mesmo que ela não tivesse perdido essa oportunidade, se sentia mal por ter se atrasado mesmo que por segundos, afinal gostava de ser sempre correta e pontual em seus horários e aquele pequeno atraso a tinha deixado um pouco triste.

Seu olhar logo avistou alguns gennins presentes e outros se aproximando, deixando-a surpresa, até aquele momento ela achava que tinha sido a única contratada para aquela missão. Os que já estavam presentes foram sendo dispensados, já que o cartão deixava explícito que não era para chegar nem adiantado e nem atrasado. Ela nem precisou pedir por informações, pois logo vieram informá-la que aquela informação tinha sido mantida em segredo para não comprometer a integridade da missão.

Nezuko se perguntava que tipos de armas ninjas eles carregavam, será que eram só as normais ou era algum tipo de arma nova com habilidades roubadas? Era estranho o tamanho cuidado que estavam tendo com aquele carregamento em específico, tudo bem que mesmo sendo armas normais deveria se ter um cuidado, mas aquilo estava sendo diferente, parecia até que se tratava de armas perigosas que se caíssem em mãos erradas poderia acontecer algo de muito ruim, talvez isso até chamasse mais a atenção do que deveria.

Assim que a caravana começava a se mover em direção ao seu destino a Hyuuga ativou seu Byakugan e começou a prestar atenção em sua volta, sempre atenta se algo ou alguém diferente das pessoas que estavam ali iria se aproximar, de início andando a pé próximo a caravana. Se perguntava também que tipo de habilidades os outros gennins ali possuíam e se eles seriam de alguma ajuda se algo acontecesse, esperava que eles fossem tão esforçados quanto ela e conseguissem ajudá-la em momentos de grande pressão.

Eles andavam para o norte a uma velocidade de 12m/s constantes, sem acelerar e sem diminuir a velocidade, a pontualidade, desde o início, era crucial nessa entrega, mas será que aquelas pessoas não se cansam? Já tinham se passado, provavelmente, umas quatro horas desde que saíram e nada de uma parada para um descanso. Isso só fazia com que a sua teoria de que estavam carregando armas com algumas habilidades roubadas aumentasse, afinal, para a menina, as armas normais não precisavam de tanta preocupação assim.

Passadas essas quatro horas, caso nada tivesse acontecido e a viagem estivesse correndo tranquila, a menina subiria na caravana, permanecendo no topo dela dali em diante.

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Nezuko olhava a sua volta os genins que mal conseguiam acompanhar a velocidade da caravana e ria baixinho, como tinham sido designados para essa missão se nem mesmo conseguiam acompanhar uma velocidade tão baixa como aquela? Balançou negativamente a cabeça ao vê-los tomar esporro ao tentar subir na caravana e logo serem retirados da missão, nesse momento a menina se agradecia por ter passado alguns dias treinando sua velocidade.

Ao ativar o Byakugan pôde ouvir a voz de uma mulher vindo da caravana, mandando que a Hyuuga desativasse seu doujutsu. A menina arqueou a sobrancelha direita, olhando ironicamente para a mulher, ela só poderia estar brincando certo? Aquele circo todo armado já chamava bastante atenção.

-É sério que você acha que meu doujutsu vai chamar ainda mais atenção do que esse bando de shinobi junto escoltando essa caravana? - Nezuko riu ao terminar de falar - me faz um favor? Cuida ai da sua caravana que eu cuido de prestar atenção em volta pra ninguém estranho se aproximar, beleza? - não era do feitio da menina ser tão rebelde, mas o Byakugan lhe dava uma grande vantagem no que se dizia não ser pega de surpresa e ela não iria largar isso de mão, afinal aquilo tudo já chamava atenção, um doujutsu a mais não faria diferença.

A menina continuaria com o doujutsu ativado enquanto andava prestando atenção à sua volta, ignorando o início de ameaça da mulher. Ao passar quatro horas caminhando, tentaria subir na caravana e caso ninguém reclamasse ficaria lá em cima, sentada, descansando as pernas enquanto continuava prestando atenção à sua volta. Caso fosse impedida de subir, continuaria andando próximo a caravana.

O sol estava se pondo, indicando o fim daquele longo dia, agora eles só conseguiam ver uma pequena ponta do sol no horizonte laranja do céu azul escuro quando a caravana parou repentinamente e o motorista mandou que todos montassem guarda, ficassem de prontidão e seguissem o protocolo.

“Protocolo? Que protocolo?” Nezuko se perguntava enquanto olhava em volta para tentar ter alguma noção do que fazer, sua mão foi até seu bolso, retirando um pirulito e em seguida colocando-o na boca.

A menina tinha o Byakugan, então não seria pega de surpresa caso algum perigo se aproximasse, claro, isso se ela ficasse a noite inteira acordada, o que provavelmente não seria o que iria acontecer. A Hyuuga andaria em volta do acampamento enquanto as pessoas da caravana arrumavam as coisas, ela se afastaria uns dois metros para a parte de trás do acampamento e pegaria os cinco metros de fios de aço que tinha em sua bolsa de armas.

Nezuko amarraria o fio em uma árvore na esquerda, a uns trinta centímetros do chão e o estenderia para a direita enquanto voltava para o acampamento. Ela ficaria sentada no pé de uma árvore e amarraria o fio em seu dedo, sem apertar muito para que não prendesse a circulação de sangue. Sua ideia era que alguém passasse pelos fios ela sentiria, pois seu dedo seria puxado.

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Uma das coisas que mais irritava Nezuko eram pessoas arrogantes e esnobes como aquela mulher que falava com ela. Se a mesma era tão sabichona porque não escoltou a caravana ela mesma sozinha? Enquanto a escutava falar, rolava os olhos debochando da mulher, parecia que a mais velha queria que a carga fosse roubada.

-Que seja, reclame com quem quiser, só quero terminar isso logo, não aguento pessoas esnobes como você - a menina falava logo após a mais velha terminar. Passou o resto da viagem quieta até a caravana parar e eles começarem a montar acampamento.

A confusão se instaurou no local, a maioria dos gennins eram mandados de volta por não saberem como estabelecer um acampamento seguro e entre eles estava Nezuko. Antes que pudesse começar a colocar seus fios de aço, ouviu um dos responsáveis pela caravana ordenando que ela também se retirasse.

-Nossa, vocês são insuportáveis, se são… - antes mesmo de poder continuar a falar seu olhar se deparou com três grandes reservas de chakra, a mais ou menos 1.5km, se aproximando rapidamente do acampamento - ei! tem… - sua voz tinha um tom de preocupação.

-Cale-se e se retire! - a voz da mulher era mais alta que a da menina, impedindo-a de falar.

-Foda-se também - a menina falou baixinho enquanto levava rapidamente as mãos na altura do peito, fazendo o selo necessário para criar dois Kage bunshins.

O primeiro kage bunshin subiria em uma árvore um pouco à esquerda da onde os três shinobis vinham, 100m afastado do acampamento, se escondendo na copa da mesma, tentando se manter camuflado para que os possíveis inimigos não o vissem. O segundo kage bunshin se esconderia em uma árvore à direita dos shinobis que chegavam, 100m afastado do acampamento, tomando os mesmos cuidados para não ser descoberto.

A Hyuuga se esconderia em cima de uma árvore bem na direção da onde os shinobis vinham, 50m afastada do acampamento, também tomando todos os cuidados que seus clones tomavam para não serem descobertos. A menina pegaria vários pregos em sua bolsa de armas e os jogaria no chão a sua frente, tentando fazer com que eles cobrissem um espaço de mais ou menos cinco metros, calculando que seria aquele o local que eles passariam. Assim que os pregos caíssem no chão eles se enterrariam na terra. (Gyoraishin)

Nezuko esperaria que eles passassem por ali e caso o fizessem, ativaria o jutsu que faria com pregos prendessem os pés dos mesmos, impedindo-os de andar e logo faria com que todos os pregos que estivessem enterrados no chão, se desenterrassem e acertassem os adversários.

A gennin se sentia muito irritada com os responsáveis por aquela caravana, lá no fundo ela pensava em abandonar aquilo para que eles aprendessem que não deveriam ser tão esnobes quanto eram agora, mas a parte que desejava mostrar a eles que mesmo sendo gennin conseguia defendê-los era maior e ela tentaria de tudo para provar a eles que ela era boa.

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Nezuko esperava os homens se aproximarem enquanto se escondia em cima das árvores assim como seus clones. Seus pregos estavam no chão à espera que eles pisassem em cima dos mesmos e a menina estava preparada para ativar o selo que faria com que eles saíssem da terra em direção aos supostos inimigos.

Quanto mais eles se aproximavam, mais fácil ficava de enxergar as características dos mesmos e a partir de um certo ponto um negócio chamou a atenção da gennin: os protetores de testa riscados. A menina arregalou os olhos preocupada e uma pontinha de medo começou a surgir.

“Merda, são nukenins” a Hyuuga pensava e logo sua mente começava a trabalhar. Pelo que já tinha ouvido falar esses nukenins, muitas das vezes, eram ninjas criminosos e maldosos que não mediam esforços para conseguir seus ganhos pessoais. Se esses fossem de um rank mais elevado a menina sabia que estaria bem ferrada, mas ela não podia recuar, afinal a missão que tinha sido dada a ela era proteger aquele carregamento de armas e seria isso que ela faria.

O plano de Nezuko correu tudo como planejado, assim que os três shinobis pisaram em cima da região onde seus pregos estavam enterrados, seus pés ficaram presos e logo a menina ativou o selo para que os pregos saíssem do chão e ferissem os nukenins. Rapidamente os três levantaram os braços em rendição, gritando que só estavam passando.

Uma dúvida surgiu na cabeça da menina, eles poderiam estar falando a verdade ou apenas blefando para que ela se mostrasse e perdesse toda a vantagem de estar escondida e poder atacar sem eles saberem de onde o ataque vinha.

-Ah claro, três nukenins falando que são aliados e querem que eu acredite assim? - o clone da direita falou enquanto pulava da árvore e suas mãos rapidamente faziam os selos necessários para utilizar o Wind Release: Air Bullets.

Ao verem que seriam atacados novamente, nuvens de fumaça tomaram o local e a aparência deles mudou, mostrando três chunins que não pareciam mostrar muito uma ameaça. O clone então não ativou o jutsu e se desfez junto ao clone que ainda permanecia escondido. Nezuko então pulou da árvore, parando próximo aos três ninjas.

-Vocês estão doidos? Passando por aqui desse jeito, ainda mais com aparência de nukenins - ela falava brava, afinal tinha tomado um baita susto. Os shinobis suspiraram em alívio, provavelmente achavam que a menina continuaria a atacá-los.

Eles não estavam muito longe do acampamento, mas o trio decidiu escoltar a gennin de volta e ela aceitou. Poucos minutos depois eles estavam junto a caravana e os três apenas ativaram o disfarce novamente e desapareceriam dali com a mesma rapidez que chegaram.

Nezuko olhava para a cara dos motoristas e não conseguia esconder um pequeno sorriso de canto ao ver que estavam surpresos, ainda mais a mulher que antes havia mandado que a menina desativasse seu Byakugan, tinha certeza que ali tinha mostrado que a mais velha estava errada e de que ela era capaz de fazer aquilo.

-Realmente, o mal de vocês é julgar as pessoas sem antes conhecê-las, talvez vocês tenham que aprender mais e julgar menos - a menina não conseguia segurar a língua, afinal alguém tinha que parar esse lado esnobe deles, pois mesmo depois daquilo continuavam mandando o restante dos gennins embora sem nem saber se a habilidade deles ajudaria em alguma coisa caso alguém decidisse ataca-los.

Enquanto falava seus olhos ainda prestava atenção a sua volta, ela poderia ter acreditado no trio, mas não tinha total confiança neles ainda, vai que decidissem voltar e pegá-los desprevenidos? Prestava atenção também se ninguém mais se aproximaria dali. Passou o restante do tempo ajudando os outros a montarem o acampamento e caso os motoristas dessem instruções ela seguiria.

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Ao terminar de falar Nezuko pôde notar que a expressão da mulher agora tinha sido tomada pela raiva e repentinamente a menina pôde sentir uma forte pressão vindo da mulher, fazendo com que se sentisse sufocada e oprimida. A pressão que sentia era tanta que o medo começou a surgir no fundo e foi aumentando gradativamente enquanto a mais velha falava, por um instante pensou que seria morta ali mesmo. Seus punhos fecharam e suas unhas começaram a machucar levemente a palma de sua mão.

Além de uma ponta de medo a menina sentia raiva, pois a mulher falava a palavra gennin como se fosse para ofendê-la, tudo bem que genin era a patente mais baixas das relações militares e que pelo que tinha aprendido na academia, a menina teria que seguir as ordens dadas pelos contratantes, mas a menina não conseguia aceitar ser tratada daquela maneira por aquela mulher.

- Não ache que cuspindo a palavra genin desse jeito vai me ofender, porque prefiro ser genin do que não ter um pingo de humildade como você - a menina se deixou falar depois que aquela onde opressora foi diminuindo.

Era certo que a Hyuuga estava testando a paciência da mulher e levando-a ao limite, ela sabia que se continuasse seria retirada da missão e mesmo que soubesse que aquela mulher não valia o pão que comia, de uma coisa tinha certeza; tinha que se controlar senão perderia sua chance de subir sua patente e não valia a pena brigar com a mulher em troca de falhar em sua missão. Decidiu então que dali em diante não responderia mais que sim ou não para ela, pelo menos tentaria.

Ela percebeu que os poucos gennins que sobraram ali além dela a encaravam como se estivessem chocados com a situação, apenas balançou a cabeça negativamente e tratou de ajudar a terminar o acampamento, arrumando as tendas e os sacos de dormir restantes.

Quando terminou de arrumar tudo se aproximou do pequeno grupo de genin que conversavam afastados, pôde ouvir reclamações e piadinhas direcionadas aos motoristas da caravana, realmente eles estavam sendo um nojo de pessoas com todos ali, além dela, os outros também mal podiam esperar aquela missão acabar.

- Ei - Nezuko falou ao se aproximar - sei que ta difícil aguentar isso aqui, mas infelizmente foi a missão dada a gente e temos que proteger esse carregamento de armas aqui - continuaria a falar caso tivesse conseguido obter a atenção deles com seu chamado - se a gente trabalhar junto tudo vai correr bem e além disso também temos que descansar essa noite, então o que acham de montarmos turnos de vigia? Metade fica acordada no primeiro horário e a outra metade fica acordada no segundo horário, assim todos descansam.

Caso o grupo aceitasse a ideia ela se candidataria a ficar acordada no primeiro horário e caso aceitassem, continuaria com seu Byakugan ativo enquanto se mantinha sentada no pé de uma árvore, prestando atenção em tudo a sua volta, sempre atenta caso algo ou alguém se aproximasse do acampamento. Continuaria sentada ali o restante do seu turno se tudo corresse bem e continuasse calmo. Ao final de seu turno, desativaria seu Byakugan e deitaria em seu saco de dormir, não demorando muito a adormecer.

O sol começava a apontar no céu e todos já estavam de pé, inclusive a menina que queria evitar mais gritos vindos da mulher mais velha que comandava a caravana; Ativou o Byakugan novamente e ajudou a todos a desfazerem o acampamento, se alimentou com algumas barras de cereal e logo estavam partindo, mas dessa vez a caravana se movia mais rápido.

Aquela velocidade era grande e a menina tinha que se mover quase no máximo de sua velocidade, ela tentaria então subir na caravana, afinal não poderia estar cansada caso alguém decidisse atacá-los. Se fosse permitida ficaria lá em cima e caso contrário seguiria a pé ao lado da caravana sem problemas.

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A noite passou tranquila e na manhã seguinte os motoristas parabenizaram os genins, o que deixou a Hyuuga surpresa, afinal não era do feitio deles fazer isso, mas ela apenas permaneceu quieta observando-os. A viagem continuou logo de manhã cedo e os gennins, inclusive Nezuko, mesmo que ela conseguisse acompanhar, estavam em cima da caravana.

A menina tinha seu doujutsu ativado, sempre prestando atenção a sua volta, seus ouvidos logo puderam captar a conversa que rolava entre os gennins que estavam em um pequeno grupinho e logo um menino vestido de azul perguntou a ela se a mesma não estava achando o comportamento dos responsáveis pela caravana muito estranho.

A Hyuuga passou alguns segundos quieta, pensando em tudo que tinha se passado pela manhã e realmente o garoto tinha razão, eles nem tinham gritado ou diminuído algum deles, pelo contrário, tinham até elogiado, aquilo estava realmente estranho.

-Realmente, eu nem tive vontade de dar um soco na cara daquela mulher hoje ainda - respondeu enquanto fazia cara de pensativa.

Logo outro menino lançava sua dúvida no ar, se aquilo eram só armas mesmo, um questionamento que a menina tinha feito desde o começo, era realmente estranho todo aquele trabalho apenas por um carregamento de armas normais. Logo a menina de cabelos laranjas disse já ter visto a mesma pedra umas cinco vezes e foi logo aí que Nezuko passou a reparar mais no local à sua volta.

A Hyuuga admitia internamente que não estava prestando muita atenção na paisagem, mas sim apenas se alguém estranho iria se aproximar. “Engraçado que isso ficou muito estranho depois que aqueles três me trouxeram de volta ao acampamento… Será que eles ativaram algum tipo de genjutsu e estamos presos nele até agora? Será que eu fiz errado em não ter acabado com eles logo quando eu tive a chance?” Nezuko pensava enquanto olhava à sua volta e logo sacou uma kunai, lançando-a em uma árvore para marcá-la, se estivessem andando em círculos, teria certeza se visse aquela kunai novamente.

-Na verdade eu não sei mais que vocês, eu estou com as mesmas dúvidas… - a menina falava enquanto coçava a cabeça sem jeito - bom, eu acho uma boa, é sempre melhor trabalhar em grupo do que sozinha.

A menina deixou que o grupo continuasse a falar enquanto ficava quieta refletindo, tentando pensar em algo que poderia fazer. Se aquilo fosse um genjutsu, até aqueles gennins poderiam ser fruto do jutsu. Seus olhos prestavam atenção à sua volta para ver se alguém estranho se aproximava e também para ver se passariam pela mesma árvore que ela tinha marcado com a kunai.

-Certo, mas antes me respondam uma pergunta… Eu sei que eu sou a que mais tô chamando atenção aqui por causa de toda essas discussões que já tiveram comigo então com certeza vocês devem lembrar… A primeira discussão que eu tive aqui foi exatamente pelo que mesmo? - a menina perguntava, se aquela confusão tivesse começado depois dos três shinobis e aqueles gennins não fossem meros genjutsus, eles se lembrariam que a menina tinha discutido com a mulher pelo seu doujutsu que a mais velha queria que ela o desativasse.

Caso eles respondessem certo a menina iria suspirar aliviada, afinal saberia que não estava ali sozinha e seria mais fácil se defender com pessoas a mais em seu grupo. A partir daí ela voltaria a pensar, tentando pensar em alguma coisa para descobrir o que se passava ali. Sempre atenta a sua volta para saber se veria ou não a sua kunai e também atenta a qualquer coisa que se aproximasse.

-Por enquanto apenas observem em volta e fiquem preparados para qualquer coisa que venha acontecer, não baixem a guarda - a menina falaria um pouco antes de ficar quieta novamente, ficando assim o restante da viagem, enquanto tentava pensar em algo e também enquanto observava tudo a sua volta. Sua mão foi até o bolso de seu macacão, pegando um pirulito para em seguida coloca-lo na boca, aquele doce em que era viciada sempre a ajudava pensar um pouco mais.

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Nezuko suspirou em alívio ao ter a resposta correta, pelo menos assim sabia que eles seriam confiáveis caso algo viesse a acontecer, algo que ela tinha certeza que aconteceria já que aquilo ali estava muito estranho. Ela estava em meio aos seus pensamentos quando uma vibração estranha fez com que a carroça inclinasse para frente e deslizasse por alguns segundos antes de parar e ser constatado que uma de suas rodas tinha sido completamente destruída.

-Ei, fiquem atentos, isso não foi peso - a menina falava enquanto rapidamente saía de cima da caravana, ela sabia que aquilo não era normal, aquele material era resistente o suficiente para aguentar o peso que carregava, alguma coisa estava acontecendo ali.

Seus ouvidos ignoravam todas as reclamações dos motoristas, seus olhos procuravam a sua volta tentando encontrar quem estaria por trás daquilo enquanto o motorista começava os reparos e foi aí que em uma explosão de fumaça e poeira as suspeitas de genjutsu da menina foram reveladas, logo ela conseguia sentir todas as presenças a sua volta e seus inimigos saíram do chão abatido.

Aproveitando a fumaça e poeira que ainda pairava no ar, no momento em que seus inimigos ainda saíam do chão, a menina rapidamente pegou uma Kemuridama de dentro da sua bolsa de armas e tacou no chão, criando ainda mais fumaça, se camuflando dentro da mesma, tentando usar a fumaçava anterior como uma camuflagem para seu movimento de criar mais fumaça. Seus olhos ainda conseguiam ver através da fumaça, então enxergar não seria um problema para ela.

Nesse momento a menina realizaria o selo necessário para criar dois kage bunshins e rapidamente o kage bunshin 1 usaria temporariamente o chakra para revitalizar o corpo e em alta velocidade se movimentaria para a árvore a direita (Shunshin no Jutsu), subindo no galho mais alto e se escondendo na grande copa, esperando não ter sido visto. No mesmo momento a Nezuko verdadeira faria os mesmos movimentos, se escondendo na grande copa de uma árvore à esquerda, deixando o kage bunshin 2 no exato lugar que ela estava.

Ela esperava que toda aquela fumaça fizessem com que os inimigos não tivessem notado a troca e, caso realmente não notassem, ela permaneceria ali observando tudo que estava acontecendo. Nesse tempo eles tinham capturado dois dos genins e os motoristas ordenavam que eles protegessem a caravana a todo custo, até mesmo se os genins capturados tivessem que morrer. Com seus olhos agora conseguia ver o exato lugar em que cada inimigo estava e além daqueles dois tinham mais três que estavam escondidos rodeando a caravana a vinte metros.

- E você acha que vamos sacrificar a vida de dois shinobis por causa de meras armas? - o kage bunshin 2 falaria enquanto olhava para a mulher - além desses dois ai tem mais três afastados daqui, cercando a gente, qualquer movimento que nós fizermos, estaremos mortos - continuaria a fazer seu teatrinho enquanto olhava para a mulher, desafiando-a como tinha feito desde o início - só entreguem essas merdas de armas, porque eu não vou morrer por causa delas - finalmente levantaria os braços como se rendendo aos inimigos.

Ela sabia que suas palavras deixariam a mulher furiosa, mas era isso mesmo que ela queria, isso faria com que seu pequeno teatro ficasse ainda mais real, aumentando ainda mais a possibilidade dos inimigos acreditarem naquilo e abaixarem a guarda, afinal ela queria defender aquele carregamento, mas queria também que os dois gennins capturados saíssem ilesos e se ela atacasse os inimigos de frente assim a possibilidade dos dois reféns morrerem era grande.

-Olha, sem a gente esses dois aí não são nada, até agora só fizeram falar, tenho certeza que o restante dos gennins aqui também não vão querer lutar, certo? Olha pra eles, estão paralisados de medo - o clone continuava a falar enquanto olhava para os gennins temporariamente paralisados com tudo aquilo que estava acontecendo, ela tinha quase certeza de que eles a seguiriam e esperava que isso realmente acontecesse - só desistam junto comigo e vamos para casa… - ela completaria tentando convencê-los daquilo - o que temos que fazer para que vocês devolvam eles dois pra gente poder sair daqui e deixar que vocês levem essas armas?

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Nezuko sorriu, então eles não tinham notado sua troca pelo kage bunshin. Enquanto prestava atenção na situação perto da caravana, prestava atenção também nos inimigos que estavam um pouco mais afastados para não ser pega de surpresa. Seus pensamentos eram um turbilhão, tinha que fazer aqueles dois soltarem os reféns primeiro antes de poder atacá-los. Ao ouvir sobre as armas, a expressão em seu rosto era de surpresa, ela sabia que aquele carregamento não eram armas normais, agora mais do que nunca ela teria que derrotá-los.

-Ou, fica quieto ai, namoral. Só larga essa kunai aí e vem com a gente, você não vai conseguir fazer nada mesmo, melhor salvar sua vida - o kage bunshin 2 falaria enquanto olhava para o condutor que agiu como esperado - certo, então deixem que eles venham com a gente, vamos sair agora e deixar o carregamento todo pra vocês - continuava a falar com as mãos para cima - vocês aí, coloquem as mãos pra cima também e me sigam - falaria para os gennins que tinham desistido e caso os sequestradores aceitassem e soltassem os gennins, assim que eles se juntassem a ela, viraria de costas com as mãos ainda para cima e começaria a andar para longe da caravana esperando que os gennins a seguissem de mãos erguidas.

Caso os sequestradores não aceitassem a condição, tentaria negociar com os mesmos para soltarem os reféns assim que chegassem na árvore que estava a 10m afastada do inimigo que segurava a garota de cabelos laranjas para que eles então soltassem os reféns e deixassem que eles se juntassem ao grupo. Nos dois casos, ao passar pelos condutores tentaria arrastá-los com ela, se viessem bem, se não viessem os deixaria ali mesmo.

Enquanto o segundo kage bunshin fazia a negociação, o kage bunshin 1, que estava escondido na árvore, juntaria as mãos fazendo os selos necessários para ativar o jutsu Katon: Benijigumo. Caso os sequestradores tivessem aceitado a primeira negociação, os reféns já teriam sido soltos e estariam saindo dali junto ao segundo clone, esperaria apenas os inimigos começarem a se movimentar para pegar as armas químicas e quando dessem o primeiro passo ativaria o jutsu, lançando fogo em direção ao que estivesse mais próximo ao carregamento. Assim que o fogo atingisse ou o chão ou o inimigo, se transformaria em uma aranha que perseguiria o mesmo inimigo. Caso os condutores tivessem ficado e os inimigos fossem em direção a eles, o ataque seria direcionado a esse inimigo.

Caso os inimigos aceitassem apenas a segunda negociação, esperaria que eles soltassem os reféns para finalmente poder atacar. Nos dois casos tomaria cuidado para não acertar o carregamento e nenhum dos aliados.

-Na verdade não vamos recuar, usem suas melhores técnicas agora e não baixem a guarda como da primeira vez - o segundo kage bunshin falaria baixo frisando a parte de não baixarem a guarda, para que apenas aqueles que estavam perto dele pudessem ouvir, enquanto virava para o inimigo que não tinha sido atacado, suas mãos já realizavam os selos necessários para ativar outro ninjutsu com a velocidade máxima que conseguia e assim que terminasse, criaria uma saraivada de bolas de fogo, voando de maneira imprevisível em direção ao inimigo (Katon: Hōsenka no Jutsu). Ele esperava pegar esse distraído com o ataque anterior, tentando fazer com que acertá-lo fosse mais fácil.

Nezuko continuava escondida na copa da árvore, prestava atenção nos inimigos que estavam mais afastados, circulando a caravana. Suas mãos começariam a realizar selos e caso eles se aproximassem demais, o suficiente para que o jutsu os atingisse, ativaria o jutsu, criando múltiplas balas de ar (Wind Release: Air Bullets), tentando acertá-los com o máximo de balas que conseguisse. Tudo que fazia era com velocidade máxima, afinal não poderia perder tempo, qualquer segundo perdido poderia ser fatal.

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Nezuko chegou a se surpreender quando o motorista aceitou largar tudo ali e ir embora junto aos gennins, ela esperava mais xingamentos vindos dele e uma maior recusa para sair dali. A mulher, mesmo se demonstrando surpresa, apenas se manteve calada e levantou os braços também, gerando ainda mais surpresa na gennin. Aquilo estava realmente estranho, não era do feitio deles ceder tão facilmente sem nem xingá-los - “Será que eu caí em um genjutsu novamente?” - a menina se perguntava confusa enquanto ainda observava a situação de cima da árvore.

O inimigo demonstrava felicidade com o acordo, provavelmente nunca teria sido tão fácil para ele roubar um carregamento, bom assim Nezuko achava que o mesmo pensava. Apenas sua segunda negociação tinha sido aceita e quando o grupo se afastou do carregamento, os dois reféns foram soltos e correram para se juntar ao grupo e foi aí que Nezuko deu continuidade ao seu plano.

Seu primeiro clone foi o primeiro a ativar um jutsu, sucedido por seu segundo clone e a partir daí todos começaram a atacar juntos, mesmo que surpresos. De cima da árvore a Nezuko verdadeira reparava que os motoristas começaram a sorrir e por pouco tempo ficou confusa, mas logo sua atenção foi desviada para os outros três inimigos que se aproximavam em alta velocidade. Quando chegaram perto o suficiente, ativou seu jutsu fuuton, revelando sua posição e assim entrando na batalha junto aos seus clones e os outros gennins.

Pouco a pouco os criminosos foram se afastando, os jutsus e armas usadas pelos gennins os forçavam a isso, enquanto isso Nezuko sorria no meio da batalha, seu plano estava dando certo e isso era muito satisfatório. Quando os inimigos tinham sido subjugados, um homem, aparentemente o mais forte, subiu em cima do vagão, enquanto seus capangas desapareciam em plumas de fumaça junto aos motoristas.

“Genjutsu denovo? Não acredito que cai nisso mais uma vez…” A menina arregalava os olhos diante daquela situação, afinal era praticamente a mesma coisa que tinha acontecido anteriormente. Seu coração gelou e por um instante ela sentiu um pouco de medo, o que faria agora? Eles não acreditariam mais no seu teatrinho… E se pegassem os outros como refém novamente? Sua mente já começava a trabalhar em estratégias novamente, a vida de todos ali poderia estar em perigo.

-Se mantenham atentos e… - começava a falar quando seus olhos prestaram atenção no que acontecia por baixo da fumaça. Ninjas trajados com as roupas e coletes tradicionais de Kumo, tanto Jonins quanto Tokubetsu Jonins. Logo reconheceu os dois motoristas e a mulher que tinha lhe entregado a missão.

A menina respirou fundo e aliviou os músculos, aliviando a tensão que se encontrava anteriormente, desfazendo os seus dois clones. Durante alguns segundos, o grupo de patente superior encarava o grupo de gennins, sem demonstrar qualquer emoção, Nezuko fazia o mesmo, afinal ela já estava perdida no que estava acontecendo e esperava que eles dessem alguma explicação ao grupo. Repentinamente sorrisos surgiram em seu rostos e alguns até gargalharam antes que a mulher responsável pela missão começasse a falar para explicar o que estava acontecendo.

Assim que o shinobi que anteriormente estava disfarçado de motorista começou a explicar, falando que o que passaram nos últimos dois dias era apenas um testa, os outros gennins começaram a cochichar, a Hyuuga pôde ouvir até frases de desaprovação, porém ela continuou quieta apenas prestando atenção no que ele falava e logo em seguida no que a outra kunoichi falava também.

Quando ouviu que a partir daquele momento todos eles estavam oficialmente promovidos a Chunin a menina não pôde deixar de pular de alegria, ela se sentia tão realizada e feliz por aquilo que inicialmente não tinha notado a mudança que estava acontecendo, mas ao ver a cara de espanto dos outros recém Chunins enquanto olhavam para o céu, logo seu sorriso se desfez.

Ao prestar atenção a sua volta, pôde perceber que tudo tinha ficado mais escuro, como se já tivesse anoitecendo… Mas como poderia? Não tinha passado tanto tempo assim desde que foram atacados e naquele momento não estava nem perto da noite chegar. Logo levou seu olhar para o céu onde pôde enxergar grossas e escuras nuvens cobrindo todo o céu e onde o sol deveria estar, agora tinha uma grande lua vermelha, como se estivesse manchada de sangue. A menina pôde sentir todo seu corpo se arrepiar e novamente voltou a sentir medo, o que será que estava acontecendo?

A Hyuuga tentava achar palavras para falar alguma coisa, mas antes que pudesse, a Jounin quebrou o silêncio, dando a ordem para retornarem o mais rápido possível para a vila e logo saiu na frente. O grupo então se reuniu, arrumando a roda quebrada da carroça e logo partiram em direção a vila junto aos outros shinobis de patente mais alta, mantendo um ritmo rápido de viagem, afinal a vila poderia estar em apuros, eles não poderiam demorar.

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