A Arte de se manter oculta. Era algo que era extremamente útil na vida de um Shinobi, pelos mais diversos motivos. Conseguir se espreitar por trás das linhas inimigas, infiltrar a fortificação central, eliminar um alvo de alto valor, e sair despercebida, como se nunca estivesse lá? Ações de uma verdadeira fantasma, e a adrenalina e satisfação por fazer tais atos de maneira tão eficaz era algo profundamente agradável, e eu estava ficando cada vez mais próxima de chegar ao nível de realmente poder escolher os momentos em que eu deixaria de existir...

...Mas agora, essas habilidades estavam apenas sendo treinadas... movimento estranho vindo da esquerda... de volta ao tópico, de uma maneira muito- ‘FILHO DA PUTA!’

Pulei ao lado, rapidamente, desviando de uma Senbon arremessada para perfurar meu crânio – Certo que eu não iria morrer por causa do golpe, mas ele não precisava saber disso! Desfiz meu disfarce em uma pequena pluma de fumaça e pulei entre dois pedestres, utilizando uma caçamba de lixo como apoio para saltar para cima do telhado, e continuar correndo sobre as telhas enquanto uma figura vestida de preto me perseguia. Não tive tempo de observar a confusão ou o caos deixado atrás, minha atenção estava voltada a simplesmente não ser atingida por outro projétil – Opa, mais uma senbon! Dessa vez, enquanto corria juntei uma telha com Chakra focado no meu pé, e rapidamente me virei e arremessei o objeto no rosto do meu perseguidor.

O mínimo momento que eu tive de distração enquanto ele protegia seu rosto e desviava do objeto foi suficiente para me jogar dentro de um beco, mais uma vez, despistá-lo, e, com mais uma rápida utilização do Henge no Jutsu, me disfarçar em mais um pedestre qualquer, me juntando as hordas de civis de Kumo que passeavam entre as vias para trabalho ou para lazer. Minha aparência agora era de um rapaz qualquer, com boné vermelho e jaqueta grande, caminhando com mãos nos bolsos. Poucos momentos após me juntar aos civis, notei o vulto do homem caminhando sorrateiramente pelos telhados logo acima de nós... mas olhar diretamente para ele seria uma entrega de jogo, ele iria saber que sou eu.

‘Não olha pra ele, não olha pra ele, não olha pra ele... Ufa.’ Senti satisfação e alivio quando o homem virou a cabeça e desapareceu na direção oposta.

Quem era meu perseguidor, afinal? Tanki! Aparentemente o velho ranzinza também já trabalhou na ANBU, e o filho da mãe é vicioso e implacável. Já estamos com este joguinho a horas, e o maior tempo que eu consegui despistar ele foi trinta minutos. – ‘Um dia inteiro!’ – ele falou, o tempo que eu precisava desaparecer da vista dele antes dele considerar meu treinamento completo...

...Considerando que eu já estava ficando absolutamente exausta e faziam apenas oito horas que estávamos nesse joguinho, eu não estava confiante de que hoje seria o dia que eu iria completar o desafio do meu treinador. – “Um copo de café, por favor,” – Falei, entrando em um estabelecimento próximo. – “Pode caprichar no açuc-CARALHO!”

Bom, desviei de mais uma Senbon mirada contra meu crânio – por pouco. O vulto negro ainda me perseguindo, e uma atendente extremamente perturbada deixada para trás.

Parece que será um longo dia de treinamento...