Angell Hyuuga Hattori
[ HP: ????/???? | CH: ?????/????? | CN: ???/??? | ST: ??/?? ]
[ Byakugou no In: ???/??? | Byakugou no Jutsu: ??/?? ]
[ Hachibi: ????/???? ]
O tempo passava mais lentamente que nunca. No terceiro dia daquela espera sorrateira da azulada do lado de fora dos muros da prisão unificada entre as Cinco Grandes Nações, ela optou por finalmente aparecer. Sem blindagens, desconfianças ou expressões enfeiadas, compareceu aos portões da prisão e demandou uma visita a seu pai. Claro que nenhum dos guardas se sentiu confortável – na verdade, quantos deles imaginariam que alguém como Hanzo receberia alguma visita? –, mas a figura de Angell já não era questionada por homens mais espertos há certo tempo. Eles só lhe cobraram que tal visita fosse feita sob protocolos de segurança máxima, contando, inclusive, com a necessidade de ela trocar lá umas palavrinhas com a psiquiatra que atendia Hanzo.
Como Angell não se opôs a nenhum detalhe daqueles, foi encaminhada a um prédio que mais parecia um bloco de solitária; dentro dele, a uma sala que mais parecia um local de interrogatório. Sentando-se em uma cadeira nada confortável do lado esquerdo de uma mesa de metal quase quadrada, vislumbrou primeiro a entrada da tal psiquiatra na sala, então o posicionar e três guardas pouco rentes a cada parede da mesma. Não teve como não arquear uma de suas sobrancelhas... mas quem protestou quanto aos protocolos foi a própria psiquiatra; ao menos enquanto somente ela e a azulada estivessem ali na sala, tanta segurança não se faria necessária. E os guardas acabaram concordando, apesar de igualmente se mostrarem contrariados.
– Angell-sama, é um prazer indescritível finalmente poder conhecê-la. – a psiquiatra começou. – Sou Unohana Retsu, admiradora fiel do seu trabalho como ninja médica. Gostaria de saber um pouco mais sobre sua relação com Shion, se não for incômodo para você falar sobre isso.
– ...Shion? – a azulada rebateu, antes de mais nada.
– Foi como ele me disse que preferiria ser chamado.
– E o que ele já disse sobre nossa relação?
– Disse que já te fez muito mal, mas que você continua o olhando como se ele fosse importante para você.
– ...o que não é mentira. Há quem não acredite, mas eu assegurei uma vez e continuarei assegurando até a morte que ele é meu pai.
– O grande médico Sarutobi?
– Quase isso.
– Hum... não vai querer entrar em detalhes comigo?
– Desculpe; não. Não nesse momento.
– Entendo. E sobre a relação dele com a mãe, você sabe algo? Poderia compartilhar comigo? Se isso não for muita intromissão minha, claro.
– É uma relação... complicada.
– Isso já é bem nítido. Ele tem sentimentos fortíssimos por ela, e eu temo que esses sentimentos possam ser destrutivos.
– ...destrutivos?
– Para um deles ou para ambos.
– Talvez seja possível...
– Você acha?
– Eu sei.
– E devemos nos preocupar quanto a isso?
– Com ele sendo mantido aqui? ...não.
– Entendo. Bem, já vou deixar que vocês se encontrem então. Mas, em uma próxima vez, espero que você possa me ajudar a entendê-lo melhor.
– Farei o que eu puder, dra. Unohana. A propósito, o prazer é todo meu.
A azulada sorriu e viu a psiquiatra se levantando e deixando a sala. Então, a mesmíssima infinidade de guardas de antes retornou e foi se posicionando rente às paredes. Porém, agora foi a vez de Angell protestar:
– Eu gostaria de ter um pouco de privacidade nesta visita a Hanzo.
– Mas Angell-sama, Hanzo é de periculosidade máxima... – um deles contestou. – É também para sua segurança, mas para segurança de todos nós aqui dentro e lá fora que ele deve ser constantemente vigiado.
– Vocês vão ter de desconsiderar minha arrogância, mas eu sobrevivi a uma tentativa de assassinato de Widowmaker e parei Capuz Vermelho; então devo poder lidar com Hanzo em nome da guarda desta prisão.
Os guardas se entreolharam receosamente, mas, de novo, acabaram concordando. Com a saída deles da sala, a azulada se ajeitou melhor naquela cadeira toda desconfortável e esperou por seu pai.
“But it’s the only thing that I have.”