O lobo uivou e a corrente se quebrou

Noite chuvosa em Kirigakure no Sato… podemos dizer que é normal, né? Bom, a história começa com Natsumi sendo atormentada pelas vozes em sua cabeça, mais uma vez… vozes de sua irmã, Violet, ou Vi para os mais íntimos. — Nats, abre a porte, preciso falar com você! — exclamava Violet, na cabeça da Uzumaki. Natsumi tentava calar a voz na cabeça dela, mas não conseguia de jeito. — Sai da minha cabeça, maldita! — ela gritava de volta. Porém, vindo do nada, um lobo uivava e porta da sala de Natsumi era destruída na hora. A garota se assustou na mesma hora, correndo para sala e vendo que era realmente sua irmã ali, na sua sala. — Você está ficando neurótica, Natsumi. Abre a merda da porta para mim! — exclamava a mulher de cabelos rosas. A menina de cabelos azuis não se intimidou, e retrucou de volta. — Por que você não simplesmente some da minha vida, só está aqui para me atrapalhar! Me deixa viver minha vida em paz! — gritou de volta. — Para uma arruaceira que viveu de roubar e brigar com outras pessoas não está pedindo muito, não? — respondeu de forma irônica. A mente conturbada de Natsumi já a estava perder a razão pouco a pouco, quanto mais discutiam, mais vontade de atacar Violet ela tinha. Ao ouvir a pergunta irônica de Vi, a irmã mais nova partiu contra a mais velha. Durante a corrida, correntes de raios surgiam de suas mãos. A garota fez um movimento de ataque para que as correntes amarrassem sua irmã, mas, como Vi era mais experiente em batalha, a ofensiva pouco surtiu efeito. Um fogo azul surgiu rapidamente na mão direita de Violet, aparando a corrente de raios, a desfazendo completamente, o fogo de prontidão sumiu, Vi parecia querer esconder aquilo. — O que você fez? Que fogo azul é esse que você usou? — perguntou Natsumi, um pouco assustada. A sua irmã quis desconversar. — Não foi nada, Natsumi. Vamos parar de brigar. — respondeu de forma ríspida. — Me fala agora, Vi! O que foi isso?! — a Uzumaki voltava a se estressar. — Cala a boca, menina! Já disse para você que não é nada! — gritou de volta. — Você sempre me esconde tudo, sempre! Até hoje não me disse aonde estão nossos pais, para onde vocês foram, o porquê que me abandonaram aqui, já cansei disso! — desabafou, começando a chorar. — Que merda, Nats! Já te disse que um dia vou te responder tudo! — Violet também não estava muito paciente, parecia querer resolver o assunto ali logo. A kunoichi de Kirigakure, ainda sem entender nada, queria saber muitas coisas em pouco tempo, o clima entre as duas ficava cada vez mais tenso de novo. Quando ela ia tentar questionar sua irmã mais velha de novo, não estava mais lá, mas sim atrás da garota. — Fica quieta por algumas horas. — disse e golpeou a Uzumaki no pescoço, a fazendo ficar desacordada. — Perdoe-me irmã, mas precisamos ser rápidas. — falou mesmo sabendo que não poderia ouvir.

[…]

Horas depois, Natsumi acordava… com frio e em um navio. Deitada numa cama pequena, ela levantava meio confusa, tonta. — Aonde… estou? — perguntou para si mesma, meio que enrolando as palavras. Quando recobrou parte do equilíbrio, pode ver um pequeno lobo branco ao seu lado, abanando o rabo, feliz em vê-la acordada. — Quê? — se questionou mais uma vez. — Não faça mal ao Zeri, senão te mato. — Violet aparecia na porta. — Mais calma? — também mais calma, perguntou. Natsumi levantou de sua cama e seguiu Vi até o convés do navio. A embarcação de ferro rumava em direção a uma grande ilha de gelo. Zeri, ao ver terra firme, fica mais feliz ainda. — Estamos chegando, menino, eu sei. Faz muito tempo que não vinhamos aqui. — Vi falava com o cachorro. — Para onde estamos indo, Vi? — indagou a garota de cabelos azuis. — Você pediu tanto por respostas. Aqui estamos. — a irmã mais velha apontou para a região gélida. — Casa. — revelou. Natsumi foi até a ponta do navio e viu aquela imensidão de gelo. — Isso não faz sentido. — disse. — É, no momento não faz mesmo, mas logo fará.

[…]

Minutos depois, o navio de ferro atracou num porto bem discreto. Vi chamou Natsumi para acompanhá-la e as duas desembarcaram juntas. Um pouco mais ao longe havia um casal, aparentemente esperando as irmãs. — Você disse que queria saber aonde tava nossos pais… Bom, eles estão ali. — Violet apontou para o casal. O que a irmã mais velha não esperava fosse que Natsumi fosse reagir da forma que fez. Ela largou a sua irmã e pediu numa corrida, com seu rosto esbanjando um ódio acumulado por quinze anos. — Vocês me largaram! Vocês me abandonaram! — das suas mãos saíam as mesmas correntes de raios de outrora. — Vocês nunca voltaram! — ela lançou um ataque contra o casal. — Vocês merecem pagar por isso! — ela tentou amarrar os dois juntos, mas o homem, alto e forte, de cabelos azuis iguais ao de Natsumi, simplesmente emana fogo azul de seu corpo, assim com Vi fez antes, mas de forma explicita. O fogo, em vez de queimar, fez gerar gelo pela corrente. Natsumi ficava mais confusa ainda. — Já chega, Natsumi! — gritou o homem. — Sei que você tem seus problemas, mas agora não é momento para isso! — a voz empunhava autoridade. A garota travou ao ouvir a voz de seu pai, era a primeira vez que alguém a fez ficar daquele jeito. A mulher ao seu lado dava passos lentos em direção a sua filha. — Se acalme, minha filha, eu sei o que você passou, mas agora não é hora de vingança. — falou com uma voz calma e serena, tentando interromper o impeto da garota de Kirigakure. A sua mão direita tocou o ombro de Natsumi, o mesmo fogo azul de seu pai, emanou de sua mãe, mas parecia bem mais tranquilo e calmo, assim como ela. A kunoichi sentiu-se relaxada, e começou a se acalmar. — Por que? Por que fizeram isso comigo, ninguém veio me ajudar… — a menina ainda exigia respostas. — É difícil explicar, mas você tinha que ficar isolada em Kiri, estávamos atraindo muita atenção. — começou a responder. — Somos um povo que temos uma linhagem singular, que faz com que muitas pessoas almejem ter o que já temos desde que nascemos. Num momento de desespero, decidimos por fugir da vila e deixar você lá, mas fizemos algo para te disfarçar. Colocamos um selamento em você que escondia sua verdadeira linhagem, enquanto simulava uma outra, mudando como seu chakra se comportava.  — revelou. — Por favor, Aono, desfaça o selo de sua filha. — pediu a mulher, o pai de Natsumi aproximou-se dela, com seu fogo emanado em sua mão e tocou na barriga da filha, depois de alguns segundos, ele puxou de volta, trazendo consigo uma corrente de chakra dourado. — A partir de agora você é Hattori Natsumi. — anunciou o pai.

Assim que Natsumi ouviu a voz do pai, seu corpo reagia ao processo que foi feito. Sua respiração pesou, como se sua garganta estivesse fechando, seu corpo esfriava de maneira abrupta e sua cabeça começava a latejar numa frequência acima do normal. Tanto Aono quanto Naomi não se preocupavam muito com o que estava acontecendo, parecia que eles sabiam que isso aconteceria com a filha deles. Violet, por outro lado, se preocupou na hora. — Natsumiii! — essas foram as últimas palavras que a kunoichi pode ouvir antes de desmaiar, mais uma vez.

[…]

Já de noite, Natsumi acordava numa cama bem mais sofisticada do que antes, seu corpo não sentia mais os problemas de antes, conseguia respirar normalmente e sua cabeça não doía mais. Sentada ao lado da cama, Violet se assustou com a agora Hattori despertando. — Finalmente, você acordou, como você está? — perguntou preocupada. Natsumi olhava ao redor, tentando saber onde estava. — Estou bem… eu acho. — tentava levantar-se, e com uma alguma dificuldade conseguia.

Auxiliada por Vi, as duas andavam por aquele sobrado que estavam. Natsumi, em um momento, precisou apoiar-se na parede. Ao tocar, conseguia sentir todos os arredores daquele local, surpreendentemente. — Eles estão… na cozinha. — o seu toque fez ela perceber os passos de seus pais pela casa, precisamente na cozinha. Vi abriu um sorriso, ela sabia o que significava.

Ao chegarem na cozinha, Aono e Naomi estavam preparando a janta. — Ainda bem que chegaram logo, vão pegar a comida saindo do forno. — brincou a mãe. As duas se sentaram, esperando a comida. — Amanhã começaremos nosso treino, Natsumi, tenho que te ensinar muitas coisas. — avisou Aono. Por coincidência do destino, um mensageiro entra correndo pela casa. — Aono e Naomi-sama, estamos recebendo informações que sequestros e desaparecimentos estão aumentando gradativamente, principalmente no País da Água! — informou. Natsumi ficou em alerta na mesma hora. — Preciso voltar para Kiri, agora! — exclamou Nats. Naomi e Aono expressaram um pouco de decepção. — Você não sabe nada ainda sobre o que podemos fazer! — seu pai respondeu. A ninja de Kirigakure arrumou suas coisas e respondeu seus pais. — Passei quinze anos da minha vida aprendendo tudo sozinha, uma coisa ou outra não vai me parar! — respondeu, partindo direto para o porto da onde veio.

Sem muita dificuldade, ela conseguiu um caminho de volta para sua terra natal, Kiri, mas prometia dentro de si que um dia voltaria para esse lugar.

HP: ❲1.075 ✘ 1.075❳ CH: ❲1.775 ✘ 1.775❳ ST: ❲00 ✘ 06❳

Considerações:

Armas & Itens: