O mais básico estava fora do caminho. Agora, compreendia todos os fundamentais para conseguir passar despercebida por onde eu passasse – E, realmente, era apenas o fundamental. Algo que eu mesma teria notado caso houvesse parado para estuda-lo.

Com os fundamentais bem solidificados em minha mente, agora, de acordo com Tanki, eu tinha que me tornar uma verdadeira fantasma. Uma mestra em passar despercebida por onde eu estivesse. Entre os diversos insultos e profanidades, Tanki explicava como não se faziam mais ninjas como antigamente, e de que esse era, de fato, um dos pilares fundamentais de qualquer Shinobi que vale seu próprio sal, que acabou sendo deixado de lado pelas técnicas chamativas e glamorosas do Ninjutsu

Eu podia claramente ver a utilidade que tal habilidade, a de ser uma fantasma, teria em meu arsenal. Então, fiz questão de me focar nos ensinamentos passados por Tanki, mesmo estes sendo acompanhados por insultos e profanidades a todos os momentos. Passar despercebida, seja por onde for, esse era meu objetivo no momento.

O primeiro ensinamento de Tanki veio na forma de aparência – De acordo com ele, minha aparência era relativamente chamativa, apesar de não vestir cores lustrosas. Eu era, afinal, fácil de diferenciar em uma sala de pessoas, devido as minhas escolhas de vestimenta e adornos pessoais. Tanki gostaria muito que eu houvesse cortado o cabelo e usasse roupas mais ‘normais,’ mas eu creio que a existência do Henge no Jutsu é claramente desenhada para esse tipo de situação.

Logo mais, lições de postura corporal. Era surpreendente o impacto que fazia mudar o jeito com que você olhava para as pessoas, a maneira com que você andava, ou com que você posicionasse seus ombros. Os olhos humanos são, aparentemente, perfeitamente desenhados para notar as menores diferenças em expressão facial ou postura, e existiam certas posturas e expressões que faziam as pessoas simplesmente não notarem você tão facilmente.

E, por final, no final da semana de treinamento designada por Tenki, alguns testes práticos. Infiltração, de uma certa maneira. Se não fosse Shinobi ou houvesse instrução para fazer tal, seriam crimes. Meus objetivos eram simples: Adentrar estabelecimentos, invadir áreas restritas, e sair completamente despercebida. Comecei por restaurantes e lojas, os mais fáceis, andando como qualquer outra funcionária por estoques ou cozinhas. Era surpreendente o que usar o Henge do uniforme do estabelecimento e criar uma expressão de urgência enquanto fingia que estava trabalhando fazia.

Quanto terminei o treinamento, estava andando pelos corredores restritos de recintos policiais e bancos como se fosse dona do lugar. Uniforme, prancheta e expressão de urgência, era basicamente o pão-e-manteiga de fazer isso. Nas (poucas) vezes que fui notada, era fácil usar um pouco do meu carisma e lábia para liberar alguns momentos e então desaparecer.

Os impactos foram sentidos maiores ainda depois que comecei a andar pelo vilarejo, sem estar tentando passar despercebida de propósito. Notei que quase conseguia o fazer de forma subconsciente, e até mesmo pessoas que regularmente me cumprimentavam ao passar pareciam não notar que eu estava ali.

Essa era, realmente, uma habilidade que seria infinitamente útil para mim.