Noite Mais EscuraPerseguição  
A Legião Jashinista se organiza nas sombras, enquanto alguns tentam impedi-los. Após a tentativa fracassada de matar o seu líder, a organização se move para caçar qualquer um que venha a interferir em seus planos. Com isso, aqueles que buscaram alertar as Grandes Nações sobre os movimentos dos jashinistas se tornaram um alvo, mas eles ainda não sabiam...


Perseguição Todos estavam aflitos no esconderijo dos Guardiões da Chuva, onde todos usavam casacos longos negros, que lhes protegiam da forte chuva de Amegakure. Metade do grupo tinha saído em uma missão de reconhecimento e até aquele instante, não tinham enviado nenhuma informação. Eles haviam recebido informações de que mais um massacre poderia ocorrer em uma das vilas carentes onde eles prestavam ajuda humanitária, por isso uma parte do grupo se deslocou para lá, esperando deter os assassinos.

Katsumi estava sentada com os braços cruzados manuseando um isqueiro em sua mão, vendo um dos seus companheiros andando de um lado para o outro, enquanto ficava murmurando coisas em voz baixa. Irritada, ela acabou guardando o fósforo.

- HEY! Você está fazendo isso a vinte minutos! - bradou, encarando o rapaz nos olhos. - Sente-se, tome uma água, fume um cigarro, só não gaste energia a toa. Eles já estão voltando. - disse, vendo o rapaz se sentando.
- Você é dura na queda, hein tenente. Mais um pouco e você fica mais dura que o capitão! - o rapaz loiro disse, fazendo todos rirem. Somente a jovem Katsumi que mantinha a expressão neutra no rosto.
- Só vamos aguardar mais um pouco. Se ninguém aparecer em vinte minutos, mandamos alguns dos nossos para os postos ou para o hospital. - disse a garota de madeixa negra.

Não deu nem dois minutos, e um homem entrou pela porta, abrindo-a violentamente, caindo ferido no chão. Os ninjas médicos logo foram até ele, buscando saber o que estava acontecendo com ele. Katsumi acabou correndo até o mesmo, o fitando. Aquele homem havia tido uma descarga de adrenalina que o conduziu de volta para o esconderijo, mas dava para ver que ele estava extremamente ferido. Era a sua determinação, e nada além disso, que o mantinha vivo por mais alguns minutos, talvez segundos.

- Fala com a gente, Shiroi-san. - disse para o homem.
- É tarde demais... Estão todos mortos! Seiren... Ele nos traiu! Fomos cercados! Ele... O Pastor... Ele já sabe que fomos nós que enviamos os relatórios para os Lordes Feudais. Eles estão vindo atrás de nós, de todos nós... Não podemos contra eles... Eles... Eles são muitos... - disse o homem, antes de cuspir uma bola de sangue e ter uma forte crise convulsiva, morrendo nos braços dos socorristas.
- Merda... MERDA! - disse o jovem loiro. - O QUE A GENTE FAZ AGORA!? NÓS PODEMOS SER PEGOS, CARALHO...! - o chuunin gritava desesperado, com as mãos na cabeça, voltando a andar de um lado para o outro, até que Katsumi o segurou pela gola do manto.
- Controle-se, idiota! Todos nós estamos nervosos, não precisamos do seu desespero. Você é um Guardião da Chuva, então RECOMPONHA-SE! - falava mais alto, olhando nos olhos do rapaz, que começou a soluçar. - Sabemos o que fazer nesse caso, não é? Vamos nos separar por um tempo, desaparecer. Peguem suas famílias e vão para bem longe, e não avisem uns aos outros para onde vamos. - disse Katsumi.


O grupo começou a se arrumar rapidamente, pegando tudo o que podiam e colocando em malas. Após isso, eles colocavam selos explosivos em diversos cantos, enquanto outros dois jovens levavam o corpo do companheiro para um local mais longe, onde seria enterrado num lugar onde não fosse encontrado. Esse era o procedimento padrão, para que ninguém fosse capaz de conseguir nada deles. Quando todos saíram do esconderijo, que ficava num local isolado da vila, o grupo se enfileirou lado a lado, observando o local onde ficaram durante vários anos. Tinham o objetivo de ajudar pequenas vilas, locais carentes, servindo como uma força paramilitar, derrotando máfias, gangues e diversos grupos criminosos. Só que eles haviam esbarrado com um grupo poderoso demais, um grupo que talvez não pudessem derrotar.

- Nós fizemos muito por aqueles que necessitavam de ajuda, mesmo sem nenhum apoio de nenhuma entidade ou governo. Agora somos nós que precisamos de ajuda. Eu não tenho nenhum arrependimento desses anos em que estive com vocês, mas agora devemos nos despedir. Quem sabe um dia as pessoas reconheçam tudo o que fizemos aqui. - ela dizia, segurando um cigarro aceso. Ela puxou um trago, e acabou lançando o cigarro em uma das kibaku fuudas do lado de fora do esconderijo, causando uma grande explosão. Quando esta aconteceu, todos se espalharam, cada um indo para um canto diferente.


[...] A viagem de Katsumi para fora de Amegakure foi tranquila na primeira metade do percurso, mas não demorou muito para que fosse seguida por três figuras usando casacos longos brancos, além de máscaras cobrindo metade do rosto. Quando chegaram na fronteira entre Otogakure e Konoha, os três encapuzados brancos a cercaram, ficando os quatro ninjas em cima de galhos.

- Droga... O que vocês tanto querem? - perguntou a kunoichi.
- O que todos querem... A vida eterna. - disse um deles, puxando uma pequena foice. Os outros dois acabaram seguindo o exemplo. - Nós estamos acabando com as operações dos Guardiões da Chuva, pela ordem da Legião Jashinista. - bradou.
- Vida eterna... É isso que vocês querem? - Katsumi puxou a katana de suas costas, manuseando-a com manobras dignas de uma mestra no Kenjutsu. - É uma pena que não vão passar desta tarde. - avisou, girando num pé e pulando na direção de um dos oponentes, aquele que abriu a boca para respondê-la.

Os dois começaram a gladiar em cima do galho da árvore, até que o Jashinista foi andando para frente, obrigando Katsumi a dar passos para trás. Mas ela era mais rápida, e conseguiu desviar de um golpe e contra-atacar realizando um corte horizontal em sua barriga, fincando sua arma em seu peito e atingindo o seu coração logo em seguida. Os dois jovens de mantos brancos ficavam impressionados com a agilidade da jovem, que empurrou o corpo do rapaz para longe dela, arrancando a espada do seu corpo.

- Sua herege desgraçada! - disse a jovem Jashinista, realizando selos manuais rapidamente. - SUITON: MIZURAPPA! - ela amassou chakra em seu pulmão e lançou uma grande quantidade da sua boca. Ao mesmo tempo, Katsumi fazia o mesmo movimento, mas sem selos, e lançava uma labareda de fogo da sua boca.
- Idiota, usando Katon contra Suiton... - disse o rapaz adorador de Jashin, até que viu aquela labareda de fogo engolir aquela massa de água, atingindo o corpo da sua colega, que acabou sendo jogado para o chão, com o corpo incinerado. - O QUE!? COMO ISSO É POSSÍVEL!? - bradou.

O rapaz nem percebeu quando Katsumi apareceu em sua frente em extrema velocidade, encostando-o contra a árvore, colocando a espada em seu pescoço, pronto para cortá-la. O Jashinista ria da jovem.

- Vai lá, pode cortar meu pescoço! Eu sou eterno, EU NÃO MORRO! - disse entre gargalhadas.
- Se você é eterno, por que está tremendo? - perguntou a kunoichi. - Talvez porque ainda não tenha conseguido o que queria, não é? - ela olhou nos olhos do rapaz. - É isso que estão prometendo a vocês? Vida eterna!? Como acham que vão conseguir isso!?
- Eliminando tudo aquilo que não é eterno desse mundo! - respondia.
- E você acha que irão conseguir realizar isso? Quando forem descobertos, todas as nações irão cair matando para cima de vocês. - ela tentou intimidá-lo, mas o rapaz começou a gargalhar.
- Vocês não podem nos impedir, ninguém pode. Nós estamos nos espalhando, conquistando almas, revelando a verdadeira palavra de Jashin para o mundo. Logo o Pastor irá aparecer, e todos saberão as suas intenções para esse mundo. Um mundo sem guerras, um mundo sem dor... E quem tentar nos impedir será esmagado pela mão impiedosa do nosso senhor Jashin! - bradou o jovem de forma fanática, quase como um robô.
- É uma pena que não estará aqui para ver seus planos irem por água abaixo. - respondeu Katsumi, cortando o seu pescoço. Ela limpou a sua espada e olhou para o céu. Enfiou a mão em seu manto, e tirou uma foto do seu bolso, encarando o homem que deveria encontrar a todo o custo, mesmo que não quisesse. - Droga, mãe... Você estava certa, agora terei que ir atrás dele. - sussurrou, voltando a sua viagem.