— Nah, Lesminha, a melodia de Sanshin é única e não tem F e B. O samisém é mais versátil nesse sentido. — Entoou a Saiken, enquanto andejávamos para os portões de Kumogakure no Sato. Viajaríamos para Tetsu no Kuni, colônia da Grande Nação da Nuvem, para a execução de duas missões encarregadas a mim. Uma solicitação um tanto abrupta, considerando as situações atuais, mas não poderia recusar um chamado. O período de instabilidade política havia cessado, mas agora haviam outros problemas a serem cerceados.  Uma organização que responsabiliza-se das principais trâmites que levam até mesmo as Cinco Grandes Nações a problemas deve ser compreendida em seu âmago. Se há alguma possibilidade dela tornar-se um problema, devemos detê-la. Ao menos, isso dará um tempo para o mundo ninja respirar enfim: — Falando nisso, você nunca foi para o País do Ferro, né não?
— Não que eu consiga lembrar-me, talvez a eras atrás.
— Show, porque até onde eu me lembro também é minha primeira vez. Vamo nessa. — Termino. Entregando a documentação a guarnição da fronteira da vila, partimos de imediato.


O trajeto não fora conturbado, para meu alívio. Durante a primavera, o clima é mais ameno, então a mudança climática fez-me arrepender de não ter trazido um casaco. Segundo o que foi-me instruído, deveríamos entregar uma mensagem em mãos ao daimyō do ferro. Ao que acreditava, assuntos diplomáticos em meados de tempos difíceis para ambas as nações. Me questionava o porque de escalarem um Tokubetsu Jōnin para uma tarefa como essa, mas minhas dúvidas foram sanadas ao pisar no território. Haviam diversas pessoas unidas, bradavam ao ponto de suas vozes tornarem-se uma, e todas clamavam por respostas. Ao aproximar-me, a atenção foi dada a mim. Alguns samurais continham a multidão, impedindo-os de avançarem. A marcha dos aldeões abriram espaço para minha passagem, e então, pude adentrar o castelo do lorde feudal: — 'Cêis tão cobrando impostos altos ou bateram em algum rico por aqui? — Questiono um dos soldados do daimyō. Ele devolve a pergunta, indagando-me se não estou ciente dos últimos acontecimentos. Um vilarejo próximo sofreu um massacre, nenhum único sobrevivente, e todas as vítimas foram brutalmente assassinadas: — Problemas com nukenins? — Prossigo. Ele nega. Os responsáveis apresentam-se como verdadeiros carrascos, e as atuais colônias estão temendo tornarem-se as próximas a terem seus vilarejos massacrados: — Bom, agora deu pra entender qual a fita por detrás dessa missão. Valeu pelo aviso, vou ficar na contenção. Dispensado soldado. Sempre quis falar isso~ — Entoou ao mesmo, sussurrando a última parte. Ao enfim adentrar a residência do senhor feudal, fui atendido pelo mordomado, que prestaram seus serviços acomodando-me a casa. Não queria despender tempo em futilidades, parti para o escritório do homem. Para evitar interrompê-lo, deixei a carta sob vigilância do serviçal mais leal a disposição, e o acompanhei até o portão do escritório. A missão encerrou-se assim que o mesmo repassou-lhe a mensagem. Bastava enfim fazer o caminho de retorno, sem muitas dificuldades: — Vocês, humanos, detém de um dom natural para encontrar problemas. Houveram poucos momentos em que não há algo a se temer, não concorda?
— Não era você o ser milenar aqui? Achei que você tivesse vivido mais momentos difíceis do que eu. Mas de fato, isso aqui tá embaçado. — Divago com Saiken.

Considerações: