O mundo ninja parece estar ainda sob tensão depois do incidente de kirigakure, mesmo com alguns envolvidos tenham sido aniquilados e submetidos sob custódia no país da névoa, o silêncio de informações sobre a organização Hydra, mantinha o mundo um tanto quanto instável e sem base para prosseguir, ainda que as grandes nações estejam neutras, mediante ao uma trégua entre os kages, os dias que um dia foram claros, se tornam gradativamente como a noites mais escuras.

O jovem hikari optou por se abster de missões e compromissos como shinobi durante as três primeiras semanas desde que retornou para Konoha, lógico que após um pedido formal no gabinete, que foi aceito de imediato diante de seus feitos "heróicos", palavra que soava como gozação para ele, já que não se via como tal, não se achava no direito e nem digno de tal reconhecimento. Mesmo diante de sua fé que aquece seu coração e o temor no divino que lhe responde questões para além da compreensão humana, o expurgo afetava o inconsciente do lilás.

Sonhos das barbáries presenciadas no laboratório de Moira, se tornavam mais frequentes à medida que o tempo se passava, a ponto de acordar diversas vezes a noite para vomitar ou simplesmente encontrar um canto de seu quarto para refletir e rezar, medidas que serviam como válvulas de escape para amenizar suas dores, suas agonias, seus surtos psicóticos que lhe trazia a tona a ira que uma vez se fez muito presente nos tempos em que Kurama lhe consumia a alma.

Sozinho e distante de sua família, o frio na barriga e a falta de afetividade se tornam rotineiro para o jovem hikari, tamanho eram essas sensações e emoções, que diante do árduo e persistente diálogo de Kurama para com seu portador, o lilás se sentiu obrigado a se retirar de seu casulo alugado. O novo traz um desafio, é um pacote de medo, ânsia, desconfiança, esperança, aflição e grandes expectativas... decepções também vem junto! E a resposta interminável da pergunta: crê ou não crê? O "não fazer" traz uma grande frustração, ou seja, não estava mais disposto a se deixar afundar, ainda que a violência presenciada tenha elevado seus medos se tornaram desproporcionais, não consigo evitar sentir assim.

Esta reflexão o faz enxergar o medo de outra maneira, o que antes era visto como apenas um estímulo para o alertar, agora via o medo como uma consequência da insegurança; a Insegurança acarreta a covardia; A covardia gera a renúncia; e a renúncia é perda que pode ter um custo alto, este no qual enfatiza não estar disposto.

Podia comprar uma mansão na região mais nobre, mas seus dogmas religiosos o submetia a viver na humildade e simplicidade, ainda que seus apetrechos sejam de primeira linha, estes eram usados em prol da vida, ainda não havia se tornado um cavaleiro iluminado, mas cogitava em um dia fazer os votos e assumir de vez seu papel como guerreiro da luz, então fez a aquisição de uma moradia na região leste de Konoha, em um distrito humilde da vila.

Takeshi tomou a liberdade em decorar seu novo lar - composta por quatro cômodos e um banheiro, sendo eles: dois quartos, cozinha e sala - com mobílias e itens que ao mesmo tempo trazem um certo ar aconchegante, remetem ao seu aspectos de sua terra natal, itens no qual fez questão de encomendar através de um mercador de antiguidades que conheceu nas redondezas, um senhor de esbanjar um enorme bigode sobre seus lábios carnudos, que parece uma criatura com vida. Foi através desse sujeito - no qual o jovem hikari criou um certo laço de amizade - que recebeu informações de vilarejos pequenos que tiveram sua população morta com símbolos que se assemelham a uma seita que se autodenominam Jashinitas. Takeshi cria uma certa aversão diante das atitudes arcaicas destes membros jashinitas - considerando-os hereges - o que faz relembrar os expurgos em Kirigakure.

Quanto mais tentava evitar este assunto, mais era obrigado a se envolver, exemplo disso foi uma das diversas missões de reconhecimento em vilarejos sofridos por esse grupo religioso. Como toda cidade fantasma, não tinha muito o que se esperar, apesar da ausência de pessoas, o ambiente transmite uma carga pesada, como se as almas daqueles que um dia viveram ali, estivessem implorando vingança ou simplesmente ajuda, como se estivessem presas de partirem para o pós morte, ou algo semelhante. O lilás acredita no mundo místico, divino e superior, mesmo que não enxergasse, sentia que elas estavam presentes, isso se deve ao fato de ser um homem santo, sendo sensível ao celeste, por um dia ter recebido o poder do sol através da palma de Deus.

Mesmo não estando em condições mentais, o hikari se dispôs a ajudar não só aqueles que já se foram, quanto aos que estão em vida, respectivamente a fim de libertá-los de suas amarras terrestres e preservar aqueles que foram presenteados pelo clamor do criador. O jonin da folha procurou observar atentamente os símbolo deixados sobre o solo, sejam do que um dia foram residências, edifícios e nas pequenas estradas, passando o dedo sobre e sentindo o cheiro, identificou que eram feitas de sangue, menos aqueles mesmos símbolos que estavam nas portas, paredes e tudo que pudesse ser sólido, estes pareciam ter sido pichados, algo como um alerta, homenagem, que seja, aparentava terem feito propositalmente.

Mesmo diante de todas essas informações, ainda não estava claro os reais motivos daquele seita, se aquele sangue era humano ou de animal, até porque existem religiões que ainda utilizam de animais para sacrifícios, o sumiço das pessoas podem ser pelo fato da baderna que fizeram e até mesmo não serem uma religiosos, sendo apenas uns simples grupo que infelizmente decidiram por livre espontânea vontade, instaurar o caos.

Visto que não há mais nada para averiguar, apenas retornou a vila para entregar o relatório para o gabinete, neste documento optou por não colocar opiniões dogmáticas, mas sim entregar seus exames com embasamento científico e lógico, para que possa agregar as investigações, nem que sejam como apenas dados estatísticos.