Era tarde nos arredores de Iwa, o sol estava encoberto nas nuvens e o clima estava ameno para frio o que tornava a túnica com capuz de cor preta do Genin muito útil para cortar o vento e conservar o calor do corpo. Com o rapaz estava um homem adulto, musculoso e alto que carregava uma mochila nas costas. Apesar da aparência ameaçadora, o homem musculoso não era ninja, era apenas um civil. ”Vamos torcer para não ter nenhum problema.” Pensou o rapaz, apalpando a sua bolsa que carregava o seu arsenal. Não queria problemas, mas, caso surgissem, iria responder à altura.

Um dia antes o Iwanin tinha recebido uma missão empolgante, teria que escoltar um civil e uma encomenda até um vilarejo civil, segundo o homem a encomenda consistia em suprimentos medicinais importantes para alguns moradores que estava e situação crítica depois de lutarem com alguns fora-da-lei que não aparentemente não conheciam as artes ninjas. - Continuamos seguindo pelo norte? Perguntou o rapaz com um mapa na mão, estava tentando decifrar aquele mapa para não ficar perdido.

- Isso, quando chegarmos na pedra partida vamos assumir pelo leste e depois para o norte novamente. Explicou. No início da manhã, quando a viagem iniciou-se, o homem havia gastado sua saliva para insultar o Genin e duvidar de suas capacidades, o que o deixou furioso, o homem até perguntou se o rapaz pertencia a algum clã importante que justificasse sua presença numa missão “tão importante e perigosa” e o rapaz respondeu com o nome do seu clã, o homem riu de desprezo na ocasião de forma que Isao quase avançou contra o pescoço do homem.

Tudo que queria era terminar a missão o mais rápido possível, todavia, isso não seria possível. Ao chegarem na pedra partida alguns passos se anteciparam no horizonte e duas flechas voaram na direção do Genin e do civil. Isao empurrou o homem para o lado e ambos escaparam das duas flechas. O Kamizuru sacou cinco shurikens, concentrou chakra nas pernas e ao mesmo tempo que lançou as estrelas na direção do arqueiro executou uma aproximação rápida para investir com um soco. O arqueiro esquivou-se com muito custo das estrelas mas não percebeu a aproximação do Genin que utilizou o território para atrasar sua detecção. O soco atingiu o rosto do homem, levando-o ao solo.

Isao avançou, estendendo a perna para chutar a boca do homem e mantê-lo no solo, mas seu oponente rolou para o lado e chutou seu tornozelo esquerdo desestabilizando o rapaz. O Kamizuru sacou uma kunai de sua bolsa com a direita e segurou uma bomba de fumaça com o punho esquerdo, avançou, colocando a lâmina de ferro na garganta do agressor. - Mais um movimento e te mando para os deuses. Proferiu entre os dentes, seu tom de voz era ameaçador, quase raivoso. O homem sorriu e o Kamizuru percebeu uma sombra se projetando próximo a ele, o instinto falou, atacou a bomba de fumaça no solo e cortou o rosto do homem no chão de forma superficial, rolou para a direita e se afastou um pouco.

A situação parecia piorar a cada minuto, portanto, sacou uma bomba de luz com a mão esquerda e quando a fumaça se dissipou atirou-a para o alto e tapou os olhos, todos foram cegados. O Genin correu na direção dos dois homens, chutou a parte anterior do joelho direito do novo oponente e socou sua têmpora, e atirou a kunai contra o segundo. O projétil atingiu de raspão a coxa esquerda mas causou algum dano. No momento em que ambos os homens estavam se recuperando, o contratante já estava muito próximo da confusão, o que despertou a atenção do Iwanin, mas ele fez sua parte e deu dois poderosos socos nos dois criminosos levando-os a nocaute. Depois dessa luta o Genin e o contratante amarraram e vendaram os homens deixando-os na pedra partida. - Vamos terminar a entrega, na volta os levarei de volta para Iwa onde serão interrogados, vai que tenham mais homens por aí querendo encontrar vocês e matá-los. Disse.

Continuando a viagem, decidiram apertar o passo e se distanciar um pouco da rota improvisada que somente o morador da vila conhecia. - Logo vamos chegar lá e poderei ajudar Zhao e os outros. Disse ao longo da viagem, e o Genin concordou. Algumas horas depois ambos haviam chego na vila que se tratava de algumas cabanas próximas a uma enorme caverna com riacho passando entre elas. Era uma vila um pouco escondida de fato e com uma população pequena. Após entregar o civil, pediu que assinasse o pergaminho da missão para que pudesse ir embora.

- Vou cuidar daqueles dois, pode deixar. Estarão seguros? Caso precisem, posso solicitar à Vila alguns policiais para fazerem a segurança por algumas semanas. Propôs o rapaz.

- Seria muito gentil da sua parte rapaz… Aliás, não me esquecerei que foi um Kamizuru que nos ajudou. Respondeu no tom grave e sério de sua voz.

- Não foi nada senhor, este é o meu trabalho. Realizou uma vénia respeitosa antes de ir embora para Iwa novamente. No caminho, levaria aqueles homens para a prisão.

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Em mais uma tarde de inverno lá estava Isao cumprindo outra missão em nome de Iwagakure. O Genin estava trabalhando intensamente nos últimos tempos, sempre realizando missões, sempre treinando, sempre estudando os pergaminhos do clã Kamizuru e da biblioteca de Iwa. ”Talento não é nada sem esforço, o talento é apenas o primeiro passo, o esforço é a garantia inexorável.” Constantemente se lembrava dessa frase, seu pai dizia que a mãe do rapaz vivia a propagar essas palavras quando era uma ninja de alto nível, até sua morte… Não que o Kamizuru se achava talentoso ou genial, mas era um fato concreto da vida que só talento não basta.

Isao esperava ser recompensado com algo além de ryous, esperava estar melhorando suas capacidades e esperava ser reconhecido logo logo por todo esse esforço. Sua missão atual estava a norte de Iwagakure, seu trabalho era auxiliar um grupo de construtores que estavam realizando a melhoria das principais estradas ao norte que ajudava a ligar a Vila ao resto das cidades e vilas do País da Terra. ”Sem desculpas, faça seu trabalho.” Pensava a cada golpe da enxada sob o sol excepcionalmente quente naquele inverno.

Era golpe atrás de golpe, abrindo a terra para ser aplainada e receber logo depois algumas pedras que iriam compor o novo calçamento onde apenas o barro habitava. Cada golpe da enxada no chão causava um choque nos músculos dos braços. Cada golpe mais uma gota de suor, mais sangue e oxigênio correndo pelo corpo. Estava cansado pois estava desde a manhã daquele dia nessa tarefa, mas era o trabalho e ele deveria ser feito. ”O almoço estava tão bom, queria voltar para lá…” Pensou, mas logo afastou tal ideia, esses pensamentos iriam enfraquecê-lo e atrasar o trabalho.

Parou um pouco, limpou o suor acumulado na testa e olhou ao redor, inúmeros homens e algumas mulheres construtoras batiam as enxadas, mediam a estrada, colocavam suportes de madeira dentre outras coisas. O rapaz tinha levado sua bolsa de armas, mas a deixou no acampamento dos construtores que não estava a mais de um quilômetro dali. Quando Isao havia terminado de abrir os espaços que iriam receber as pedras de calçamento, se ofereceu para ajudar outros construtores nesse mesmo exercício, o que lhe consumiria um precioso tempo e energia.

Após ajudar da forma que podia no calçamento, partiu para auxiliar na colocação das estacas e a tirar medidas com um rolo de barbante, interessante método de medição, notou o rapaz. Estes dois trabalhos pareciam mais difíceis ao rapaz pois exigiam um cuidado mais refinado, afinal, se medisse errado iriam alterar os cálculos feitos de recursos e poderia deixar a estrada com trechos faltando ou até mesmo torta e sinuosa.

Quando o dia de trabalho se encerrou o Kamizuru se recolheu junto com os trabalhadores indo até o acampamento, iria passar a noite e ajudar no trabalho do próximo dia e do próximo novamente, ainda havia muito trabalho a ser feito, todavia, aquele era o trabalho. No último teria um novo que seria transportar os materiais de forma adequada entre o acampamento e o trecho da obra em que estavam, entretanto, na opinião do Genin, abrir a estrada com as enxadas era algo muito trabalhoso e complicado, portanto, não seria um desafio. Após esses dias de trabalho o Genin retornaria a Iwa para entregar o relatório da missão anexo ao pergaminho da mesma.

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