ㅤㅤ... Sonhou com o corpo dela, quente e ofegante sobre o dele. Akemi, o olhava confusa e curiosa.

ㅤㅤ– Era isso que você queria...?
ㅤㅤ– O-o que?
ㅤㅤ– Isso. – Se referia a tudo.
ㅤㅤ– Sim...? Acho que sim.
ㅤㅤ– E agora...?
ㅤㅤ– Agora...?
ㅤㅤ– Agora que conseguiu tudo, o que vai fazer...? – Foi como um soco no estômago. O que vou fazer...?

ㅤㅤEla beijou a testa dele quando o viu ficar incerto, e ele despertou, como um anjo acordando fora do paraíso.




ㅤㅤA realidade nunca atendia às suas expectativas, bem sabia. Não havia Akemi, fora do sonho, apena ele. Pare de pensar nela... Pare de pensa na princesa... Precisou lembrar-se de sua posição social para que voltasse a si. Não havia tido contato com a princesa, desde a missão de seu resgate, e no fundo, ele preferia dessa forma. É melhor que não voltemos a nos ver. A atitude escapista não era novidade. Sempre que não tinha certeza de algo, ele se afastava. Desaparecia...

ㅤㅤSobre a mesa de madeira, no centro da sala, haviam relatórios diversos que ele havia redigido a respeito da missão de resgate da princesa. Que droga, preciso entregar isso no QG... Protelou sua ida até lá o máximo que pôde, mas não havia mais o que delongar. Ergueu-se do leito, arrumando-se da forma mais simples possível, e partindo.

ㅤㅤEnquanto seguia até o prédio, seus pensamentos eram repartidos entre os últimos fatídicos acontecimentos que haviam lhe assolado. Lembrou-se de Teri, internado e com um membro direito amputado. Imaginou e se compadeceu com a família de Alexius, que ele não conhecia, mas que devia estar em profundo luto com sua morte. E, em Akemi... Quando se tratava dela, ele entrava em um estado irresoluto, e como detestava essa condição, rechaçava o pensamento sempre que podia, recalcando as lembranças com a jovem princesa. Aquilo foi apenas um momento. Não vai acontecer de novo...

ㅤㅤCruzou, a porta de entrada do edifício e foi interceptado por um dos investigadores seniores.

ㅤㅤ– Eru, não é? Como vai, novato? – Abordou o Kaguya.
ㅤㅤ– Bem.– Ele não precisava saber dos detalhes.
ㅤㅤ– O pessoal do gabinete de missões estavam procurando por você.
ㅤㅤ– O gabinete de investigação?
ㅤㅤ– Não, o gabinete das missões gerais. Vieram procurar você aqui, agora a pouco. – O homem colocou os olhos nos arquivos que o jovem Eru, carregava. – O que é isso?
ㅤㅤ– Alguns relatórios.
ㅤㅤ– Quer que eu os entregue para você? – Não...? Desconfiado, jamais aceitaria àquela oferta.– OK. Estou saindo, é meu turno de ronda agora. Bom te ver, novato. O chefe, estava com saudade. – Virou-se, partindo noite a dentro.

ㅤㅤEru, demorou o mínimo possível lá dentro. Deixou o relatório com a secretária, acrescentados de mais alguns pontos que ele julgava importante, e saiu, dirigindo-se até o gabinete de missões.

ㅤㅤLogo de cara, notou que mais alguns ninjas de patentes semelhantes seguiam o mesmo caminho que ele. Não era suficientemente incomum, mas aquilo chamou sua atenção, mesmo assim.

ㅤㅤAo entrar, notou a estima que o Jounin, que aparentemente era o encarregado por passar as informações, tinha por ele. Contudo, quando o homem, iniciou a exposição do tema, os lábios do chunin se contorceram. Era nítido que o Kaguya, não estava de acordo com as diretrizes e detalhes daquela missão.

ㅤㅤ– Espere, eu sou um investigador. Não seria melhor que eu ficasse com a parte investigativa? – Protestou no ato. Com uma argumentação duvidosa, porém, o responsável por repassar a missão, alegou que as habilidades marciais e ofensivas do Kaguya, eram de grande notoriedade, e insistiu em mante-lo em sua posição designada. Qual a lógica disso...?

ㅤㅤEru, não estava satisfeito em ser usado como uma arma, principalmente numa situação como àquela, em que boa parte dos conflitos se deviam a questões profundamente políticas, e não a questões criminosas, propriamente ditas. Contudo, Kirigakure reivindicaria sua paz de uma forma ou de outra, mesmo que isso significasse chacinar os revoltosos em ultima instância. Querem me usar, novamente.... Refletiu sobre sua posição. Ou melhor... tentarão me usar novamente. Corrigiu-se.

ㅤㅤCom o pequeno resumo, uma máscara simples e um pergaminho foram dados a Eru, e a um outro mancebo, de nome Kenji, este que seguiria junto ao Kaguya, rumo ao vilarejo insurgente. Kenji, era também um investigador, tal como o protagonista, e a ele havia ficado a função investigativa. Vamos ver se é um investigador competente... Desafiou as habilidades investigativas do menino.

ㅤㅤEru, não era do tipo falastrão, e mesmo discordando de inúmeros pontos daquela incumbência, direcionou-se à porta, indiciando rumar para seu destino. Porém, deixaria claro uma coisa.

ㅤㅤ– Farei tudo o que estiver ao meu alcance para concluir esta missão, da melhor forma possível. Com licença. – O tom era ameno, mas o conteúdo de sua fala era bastante incisivo. Só ele poderia decidir qual seria a "melhor forma possível", afinal. Definitivamente, tinha um posicionamento. Não serei usado.

ㅤㅤEle e Kenji, colocariam-se para fora dos portões da Névoa às duas e trinta da madrugada. Ambos sabiam que aquele horário, era bastante propício para investigações e ações de espionagem, e também aumentava as chances de realizarem fugas, caso algo desse errado. Eru, deixaria que Kenji, emitisse a trajetória e pontos em que aportariam, afinal, a função do Kaguya era apenas ofensiva, segundo seu superior. Resumido a uma lança...


ㅤㅤ– Onde será nossa primeira parada? – Indagou ao garoto, sereno e comedido. Tudo que almejava era um direcionamento, e nada mais.

Notas:

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ㅤㅤA elaboração mais bem detalhada, melhorou a visão do Kaguya, sobre a missão. Com a fala do superior, ficou levemente mais confortável, ainda que assim que saísse, todas as decisões e escolhas recairiam sobre ele e seu novo parceiro, Kenji. Uma das orientações, era que ambos deveriam trabalhar juntos, o que não era novidade para Eru, mas não era de seu feitio. Preferia agir e trabalhar sozinho, quase sempre.

ㅤㅤJá para além dos muros de Kirigakure, ele logo percebeu que sua dupla era tão quieta e serena quanto ele, o que significava que seria uma viagem silenciosa até a cidade insurgente. Sobre a única indagação do chunin, Kenji, foi vago e sucinto, e Eru, teve que trabalhar com àquela pouca informação até que chegasse em seu destino. Bares e restaurante...? Pelo relatório, sabia que a cidade era grande e populosa, e que tinha um turismo bastante expressivo.

ㅤㅤA viagem se daria em velocidade constante, acrescida de uma cautela minuciosa. Eru, tinha noção dos perigos que rondavam as madrugadas do País da Água, e atentou Kenji, sobre isso. Não só, também sugeriu que eles fizessem uma outra coisa, pequena, mas imensamente importante. Após muito muito divagar consigo, expôs sua ideia.

ㅤㅤ– Eu estava pensando, estamos indo para uma cidade que quer se separar do País da Água. – Iniciou. – Isso quer dizer, que há grandes chances dessa população alimentar ódio e aversão a ninjas, principalmente se eles servirem a Névoa, e ao Senhor Feudal, consequentemente. – Até ali, suas colocações eram bastante plausíveis – Devemos esconder nossas bandanas, para não chamar atenção. Vamos passar mais despercebidos se formos vistos apenas como turistas. – Terminaria a frase ali, normalmente, mas percebeu que talvez aquilo pudesse soar autoritário demais, quase como uma ordem. Decidiu ceder, só um pouco, para que o clima entre os dois continuasse normal. – O que me diz? – Será que Kenji, contraria Eru? Era o que veríamos.

ㅤㅤSe ambos concordassem, entrariam na cidade quando o céu já estivesse claro, ou talvez escuro, caso se deparassem algum empecilho pelo caminho.

ㅤㅤAo primeiro vislumbre, veriam um cidade movimentada e radiante, repleta de pessoas e turistas. Haviam bares e restaurantes a perder de vista, o que fez Eru, relembrar a frase de Kenji. Até que ele é esperto... Sem as bandanas, passariam completamente em branco, não chamando a atenção indevida que tanto temiam.

ㅤㅤEra hora de começar. Com uma fileira de bares e restaurantes os dois garotos tinham um dilema em suas mãos.


ㅤㅤ– Começamos a investigação separados, ou prefere que visitemos os bares e restaurantes juntos? – Sussurrou para ele. Tudo dependeria da resposta de Kenji.

Notas:

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ㅤㅤPara a surpresa de Eru, Kenji, acabou aceitando sua proposta. Para ele, aquela decisão era excelente, dado sua predisposição em agir sozinho, e estariam resolvidos, se não fosse pela interferência interna que iria ocorrer. O Outro, acabou por achar uma brecha no psicológico de Eru, e apossou-se de seu corpo através dela. Um piscar de olhos mais longos e lá estava. Era bastante nítida a mudança de semblante, enquanto os do Kaguya, normalmente eram mais cinzentos e neutros, o Outro, tinha feições mais maliciosas e astutas.

ㅤㅤA resposta de Kenji, veio a ele, e ele devolveu-a no instante seguinte.

ㅤㅤ–Pensando bem... acho melhor irmos juntos. Algo me diz que teremos mais sucesso se ficarmos juntinhos... – Notou que talvez tivesse deixado claro demais a diferença entre ele e Eru, e não era sua intenção aquilo. Reteve-se um pouco, tentando simular as feições e as falas do Kaguya. – Digo, é melhor irmos juntos. – Será que Kenji, havia notado? Ele torcia que não.


ㅤㅤA transformação do garoto foi excessivamente patética e caricata, ação típica de um amador. Esse idiota é um investigador? Isso que ele está fazendo é ridículo... O Outro, desprezava quase todas as coisas à sua volta, principalmente ainda o que ele considerava ser inferior a ele.

ㅤㅤ– Ninguém vai nota-lo assim. Sua transformação é bastante adequad- – Percebeu, novamente, que talvez estivesse sendo eloquente e tagarela demais. Eru, é quieto... preciso me lembrar disso. Mesmo simulando as ações de Kaguya Eru, o Outro, ainda mantinha lábios e olhos repletos de malícia. – Vamos, então? – Bem mais isento agora, tal como, Eru.

ㅤㅤJuntos agora, o Outro, só tinha um único objetivo; poder e saciar seu desejo irrefreável por sangue. Mas, para que seus anseios pudessem tramitar na realidade, precisava usar dos métodos que lhe eram disponíveis. Naquela situação, ele tinha conhecimento da situação dos insurgentes, e que a missão poderia ser concluída de forma pacífica ou não. Não terminará de forma pacífica, terminará em sangue, ou comigo repleto de glória... Delirava consigo mesmo.

ㅤㅤCom Kenji, transformado e uma infinidade de bares e restaurantes para infiltrarem-se, ele sugeriu.

ㅤㅤ– Que tal irmos ao mais cheio? Lá com certeza encontraremos o maior número de pessoas, e sentiremos a energia dos moradores da cidade, além de ter mais chances de conseguir informações dos revoltosos. – Seria uma sugestão cirúrgica, se não fosse repleta de segundas intenções. O Outro, nem esperou a resposta do companheiro, e já foi em direção ao estabelecimento que julgasse ser o mais vistoso e chamativo. Andou por cem metros e encontrou, um grande o suficiente para seus parâmetros. Esse pode servir...

ㅤㅤE adentrou dentro dele.

Notas:

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ㅤㅤFoi como um devaneio. Um terrível devaneio. Eru, tornou a si, desnorteado e sem entender. Droga, deve ter acontecido de novo... Sua certeza aumentou, quando notou que estava juntamente a Kenji, e sua última sugestão era de se separarem. O paceiro, notou a súbita mudança, e o Kaguya, tentou abafar a situação.

ㅤㅤ– N-não foi nada. – Ele detestava quando aquilo acontecia. – A propósito, eu estava gritando? – Perguntou surpreso. Que droga, o que esse bastardo andou fazendo enquanto estava no meu corpo? Odiava estar vulnerável àquela Coisa, que vivia em seu subconsciente.

ㅤㅤAlguns minutos dentro do restaurante e notaram que era um lugar bastante amistoso, mas que dificilmente alguma daquelas pessoas pararia sua diversão para responder algumas perguntas. Isso sem contar o quão suspeito essa atitude seria. Precisamos passar despercebidos. Reforçou a ideia em sua mente. Kenji, porém não viu naquele cenário um local frutífero para colher informações, e logo sugeriu para que procurassem por um outro lugar. Um bom investigador sempre consegue informações... Se já não estimava Kenji, antes, agora sua consideração pelo jovem descia mais um nível.

ㅤㅤNovamente, Kenji, sugeriu que se separassem e desta vez, Eru, preferiu acatar a ideia do menino. Até prefiro, na verdade.

ㅤㅤ– O nome deste restaurante é Oishī Tabemono, e ele será nosso ponto de encontro.  Eu seguirei para o centro da cidade, e possivelmente para o interior dela. Acredito que lá é um local bastante adequado para começar uma busca. Presumo que deva demorar três horas, isso quer dizer que daqui a quatro horas, ambos devemos estar aqui. – Não preocupou-se dessa vez em ser cortês. Virou-se e saiu, deixando o Oishī Tabemono, em busca de seu novo foco de investigação. Por que estou com uma sensação estranha...? Com certeza deve ter sido por causa dele... Referia-se à sua outra personalidade. Temeu, quando imaginou do que ele era capaz. Espero que ele não tenha feito nada demais...


ㅤㅤO centro da urbe se mostrou caricato, tal como qualquer centro urbano; cheio, barulhento e confuso. É difícil conseguir alguma coisa aqui. Ele insistiria por mais alguns minutos, diminuindo o passo e observando, caso visse algo suspeito. Se nada lhe chamasse atenção, rumaria para o interior da cidade, para os campos, afastando-se da balburdia e aproximando-se do silêncio. Se eu fosse um líder rebelde, onde eu construiria minha base? Ou melhor, onde me esconderia? Era com esses pensamentos que o meninos norteava suas ações naquele momento.

Notas:

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ㅤㅤ– Estou. Não é nada. – Distante, respondeu a indagação de Kenji, dando às costas para o chunin e afastando-se.

ㅤㅤCortou caminho através da cidade de maneira rápida, mas sem que chamasse atenção, pelo menos não que ele tenha notado. Seus pés o colocaram numa parte mais remota da cidade, onde o movimento popular já estava bastante esvaído, mas ainda era presente. Melhor. Mais silencioso.

ㅤㅤEru, notou que não parecia que àquela cidade estava em clima de uma revolta separatista, e as pessoas pareciam não se importa ou não saber o que estava acontecendo entre os bastidores. Por que está tudo tão normal...?

ㅤㅤAvistou um bar que chamou sua atenção. Viu alguns homens estranhos entrando para dentro, e logo percebeu que eram barulhentos. Com certeza vou descobrir alguma coisa deles. Era sua maior pista. Não preocupou-se em se disfarçar, nem nada parecido. Ter sua bandana escondida parecia suficiente, e seu feitio mais quieto e reservado provavelmente não chamaria maiores atenções.

ㅤㅤQuando entrou no recinto, a atmosfera era agradável e só aqueles homens a perturbavam. Balburdiavam, riam, falavam sobre mulheres de forma degradante e conversavam sobre assuntos ordinários, que nada interessava a Eru. O Kaguya, porém, decidiu permanecer ali dentro por mais alguns minutos. Para que se camuflasse, decidiu pedir por uma bebida no balcão.

ㅤㅤ– Por favor, alguma bebida doce. Com pouco álcool, se for possível. – Proferiu para o garçom atendente. O grupo de baderneiros estavam à oito metros de distância da poltrona em que Eru, havia se sentado, de forma que era possível escutar tudo o que conversavam. Andem idiotas, falem algo realmente relevante... Torcia, enquanto esperava sua bebida.

NOTAS:

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ㅤㅤSua entrada, aparentemente taciturna, acabou atraindo mais olhares do que ele esperava. Manteve-se calmo, como de costume, não deixando que isto o abalasse. Quando pediu por sua bebida, o atendente indagou a ele, e ele respondeu, tentando ser vago, porém sem deixar nada a ser desconfiado.

ㅤㅤ– Sim. Eu não sou daqui, estou apenas visitando a cidade. Sou do noroeste do País da Água. – Existiam inúmeras cidades naquela parte do território, qualquer uma serviria. O homem trouxe o licor destilado ao menino, que deu um pequeno gole. O contato do álcool com sua boca, fez inverte-se os papéis novamente. O outro havia retornado. Agora, mais desesperado e sedento. Sabia que seu tempo era curto. Sua feição maliciosa já estava lá, posta como uma máscara grudada em sua pele. – Eu sou alguém que gosta de aventuras. O senhor saberia me indicar alguma? Essa cidade parece ser bastante movimentada, então com certeza devem existir lugares para se divertir. Eu procuro diversões... perigosas, digamos assim. Existe algo deste tipo por essas bandas?– Será que algo nesse lugar tem alguma utilidade? É o que descobriria. O garçom notaria de imediato a mudança no tom e no jeito de falar, eram nítidas.

ㅤㅤAs conversas circundantes começaram a incomoda-lo. Se aumentarem o volume um pouquinho, um pouquinho sequer... Ele detestava barulho. Aguardou pela resposta do atendente ansiosamente. Anda, velho, me diz onde eu posso encontrar uns idiotas para brincar. Apanhou um papel para anotar as informações, caso houvesse alguma. Vou mante-las anotadas, só por precaução... Era sagaz como ninguém.  A ideia era manter por escrito coisas que Eru, pudesse ler, caso recobrasse o controle do corpo.

ㅤㅤSe importaria pouco aos outros clientes, ouvindo apenas o que chegasse a seus ouvidos. Não moveria um músculo para tentar fazer contato, e muito menos se enturmar, fingindo-se de um deles. Desprezava qualquer forma de vida que não pudesse lhe trazer benefícios.

NOTAS:

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ㅤㅤUm piscar de olhos mais longos e Eru, estava de volta a si. De novo. Por que isso está tão frequente? Ter o carrasco possuindo-o naquela assiduidade não era comum, muito menos seguro. Observou a situação em que àquela coisa havia lhe deixado. Aparentemente não havia feito nada de anormal, e exceto pelo olhar inusitado que o garçom dava a ele, tudo estava na mais perfeita normalidade. Será...?

ㅤㅤA resposta que o atendente deu a ele, foi entendida em partes, visto que não se lembrava de nada que a outra personalidade havia vivenciado. Imagino que Aquilo tenha perguntado sobre algum lugar. Agora, para que? A informação estava escondida dele, sendo de conhecimento apenas do Outro.

ㅤㅤ– Entendo. Eu gostaria de-– Foi interrompido. Um homem alto e robusto começou a chamar a atenção do barman, e logo iniciaram uma conversa. Parecia mais uma conversação de bêbado, mas Eru, logo se surpreenderia com o produto saído dela. O homem de meia idade, que antes atendia o Kaguya, agora parecia mais incisivo. Apanhou o papel da mão do garoto, e começou a escrever. Não me lembro de ter pegado este pedaço de papel. Uma sensação frígida lhe subiu as veias. Aposto que foi ele...

ㅤㅤO senhor anotou o que parecia ser uma localização. Não precisou perguntar como chegaria até lá, seu treinamento como investigador já lhe dava capacidades mais do que suficiente em achar qualquer lugar que fosse. Me viro.

ㅤㅤ– Aposto que pode ser interessante. – Não fazia ideia do que o Outro e o velho haviam falado entre si, e muito menos quais eram os intentos do Vil. Boa coisa não é.

ㅤㅤApanhou as coordenadas, e fez uma pequena reflexão, enquanto dava pequenos tragos no licor doce que estava em sua posse. O garçom, contudo, não estava afim das divagações de Eru, e logo tratou de provoca-lo. Quem você pensa que é...? Fez força, arrastando a cadeira para trás.

ㅤㅤ– Queria te agradecer, mas ainda é cedo. Se o lugar não for bom, volto para dar o meu veredito. – Apanhou umas cédulas de ryou e colocou-as acima do balcão. – Obrigado pela bebida. – Era óbvio que não voltaria. Depois desse ultimo insulto, a estima quase nula que Eru, tinha por aquele senhor, havia desaparecido. Jamais piso aqui novamente.

ㅤㅤPôs os olhos mais atentamente ao papel e guiou-se pela posição das estrelas. Não era difícil encontrar lugares, principalmente com um conhecimento básico de coordenadas. O curso de Investigador serviu para alguma coisa, afinal. Ele pensou isso, pois era novato na patente em que estava, e não tinha tido grandes experiências até aquele momento. O que eu sei vai servir. Tem que servir.

ㅤㅤSeguiu, orientado-se da forma que podia, e até usando de dois moradores para complementar sua busca. Será que devo seguir para esse lugar? Ou melhor seria se eu encontrasse Kenji, e partíssemos juntos para a investigação? Cogitou melhor, e percebeu que seria trabalhoso encontrar o parceiro, já que o horário em marcaram no restaurante ainda estava longe de chegar. Seguirei. Qualquer coisa que encontrar já é melhor do que nada, além disso posso observar melhor essa cidade e sua dinâmica.

ㅤㅤSeus pensamentos, tais como seus passos só diminuiriam quando ele chegasse próximo ao destino apontado pelo bilhete. Sempre muito cauteloso e observador, avançaria sereno. Deve ser aqui...

NOTAS:

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ㅤㅤQuando um dos moradores respondeu à sua pergunta Eru não se chocou com a hostilidade. Eles não gostam mesmo de estrangeiros por aqui. Era uma informação que ele já suspeitava desde o inicio, afinal, aquela cidade estava se rebelando contra os mandos de Kirigakure. Pensou em responder, mas nada que dissesse surtiria efeito naquele homem. Preferiu ignorar por fim, agradecendo de forma sútil e continuando sua busca.

ㅤㅤDefronte ao local escrito no bilhete, o Kaguya percebeu a clara diferença dele para o estabelecimento anterior. O que Aquilo estava planejando vindo para um lugar como esse...? O que quer que o Outro tivesse em mente, Eru não poderia permitir que obtivesse sucesso. Preciso me lembrar da missão. Estou à procura de informações sobre grupos insurgentes. E só. Ele não vai me atrapalhar... Fez de sua missão um mantra naquele momento.

ㅤㅤQuando pressionou a porta com a destra, o barulho exercido pelo movimento foi desconfortável. Um rangido alto e envelhecido avisou a chegada de Eru. Droga. Do lado de dentro, apenas dois homens se faziam presentes. É isso? Atentou-se a característica visual das duas únicas figuras naquele espaço, e então fechou a porta, fazendo ruir mais uma vez aquele som insuportável.

ㅤㅤO atendente o recebeu com uma notável euforia. O chunin se pôs mais perto, e antes que se sentasse próximo ao balcão.

ㅤㅤ– Me disseram que vocês tinham algo para mim. – Disseram?

ㅤㅤAquela situação era confusa para ele mais do que para todos. A primeira impressão, porém, logo daria espaço para às suspeitas, assim que o Kaguya observasse melhor as nuances que o cercavam. Hum...

ㅤㅤ– Algo interessante, suponho. – Os olhos dele eram fixos no velho, mas sua periférica tinha o brutamontes em sua área de visão. Eru era um garoto seguro de si, apesar de tudo, principalmente por ter plena confiança em suas habilidades marciais.

ㅤㅤEnquanto esperava a resposta do longevo olhou para a porta que havia feito questão de fechar, e não havia grande movimentação pelas ruas, observou pelas janelas. Não posso revelar meu disfarce, muito menos minha identidade... Se algo fosse acontecer, ele preferia que que ninguém visse.

NOTAS:

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ㅤㅤPela periférica notou os sinais de mãos feito pela figura robusta e silenciosa que estava à sua lateral. O Outro não gostou quando o velho agarrou seu braço. O que esse energúmeno pensa que está fazendo? Quando o alçapão se abriu a sua frente, porém, ele chegou a esquecer-se o que o longevo baixinho o havia feito, e imediatamente entrou em um estado progressivo de frenesi. Ah, então era isso que o outro velho atendente queria dizer com diversão.

ㅤㅤDesceu as escadas sendo recebido por gritos e uma balbúrdia característica daquele tipo de lugar. Era claro que não eram para ele, mas em sua visão deturpada tudo sempre era pra ele. Querem me ver lá. O sorriso malicioso novamente passou a fazer parte de seu semblante. Na bilheteria, foi informado que havia de pagar pela entrada, assim como todos os outros presentes. Pagar para torturar e matar idiotas? Não parecia certo para ele, podia fazer aquilo de graça, encontrando todos os perdedores que achasse pelo caminho. Olhou para a arena, e não conseguiu nega-la. Será que o Eru leva dinheiro nos bolsos? Descobriu que não. Na verdade o Kaguya escondida suas finanças em sua bota esquerda, fato que levou alguns minutos para que o Outro descobrisse, fazendo-o se irritar ainda mais.

ㅤㅤDeu os ryous para o porco louco por dinheiro e teve sua passagem liberada. Um outro já veio em sua direção, abordando-o e lhe informando que havia um nome, lista, organização, e trâmites para que a luta pudesse de fato acontecer.

ㅤㅤ– Um nome? – Indagou-se em tom baixo, pensativo. – Meruem. Meruem, ponha ai. – Vil, provocou Eru com a arma mais ardilosa que tinha, invocando um nome que o jovem Kaguya já não tinha mais apreço. Aquele era seu nome de batismo, o qual já havia se destituido a muito tempo. Ele vai gostar... sei que vai.
– OK, Meruem, pode ir para o combate. – Era tão estranho para ele assumir aquele nome, quanto seria para Eru quando o ouvisse.

ㅤㅤQuando pôs o pé direito no ringue, todos os lutadores o olharam. Alguns curiosos, outros confusos, contudo todos o olharam. Vamos lá fracassados, vou tortura-los devagar, e ainda por cima com platéia. Lembrou-se do aviso de que não podia utilizar nenhuma artimanha ou técnica ninja, mas não pretendia seguir aquela diretriz à risca. Vamos começar com algo leve. Manipulou sua estrutura óssea debaixo de sua pele, criando uma camada protetiva rígida e maleável. Aquele processo era invisível a olho nu, pôs era feito apenas por cálcio, células e chakra. Os lutadores só descobririam caso acertassem-no, o que ele também não acreditava que fosse possível. Se acertarem vai doer... neles, claro. O sorriso malicioso era sempre presente e evidente.


ㅤㅤ– Quem vai ser o primeiro...? – Lançou para os participantes.

NOTAS:

Jutsus/Cálculos:

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ㅤㅤO punho acertou em cheio sua bochecha direita, desequilibrando-o alguns centímetros para trás. Estava firme, contudo. De pé, graças à armadura de ossos que cobria sua pele.

ㅤㅤEru voltou a si bem no prelúdio do combate, dando um rápido chacoalhão na cabeça, enquanto buscava entender o que estava acontecendo ali. Havia gritos, pessoas, lutas e um ringue. Mais que droga, onde estou? Lembrou-se apenas de que estava num bar, conversando com um velho de riso fácil enquanto buscava por informações. À sua frente uma dezena de homens se batiam, enquanto uma platéia enfervecida os incentivava a continuar. Notou que sua armadura interna estava ativada, o que significava de que o outro sabia bem o que estava fazendo. Demônio inconsequente.

ㅤㅤLevantou-se impulsionando seus dois pés para frente e pondo os olhos naquela loucura. Preciso sair daqui. Um homem porém o pegaria completamente de sobressalto. Apontou para os pés do Kaguya.

ㅤㅤ– Você quase deixou o ringue, Meruem. Se sair desse espaço, ta fora. – O organizador avisou. Meruem? Verme sem escrúpulo... Como tem a audácia de evocar esse nome depois de tanto tempo? As atitudes vis do outro sempre o surpreendiam, sempre ia mais fundo, cada vez mais baixo, cada tentativa mais ambiciosa e desesperada para fazer Eru perder a cabeça.

ㅤㅤNão teve tempo de praguejar o suficiente o nome de sua outra personalidade. As dezenas de combatentes agora vinham em sua direção. Ele reforçou sua armadura interna e deixou que o primeiro o acertasse. Dessa vez, não só não se mexeu como a mão do homem iria ganhar uma contusão na mesma medida da força aplicada por seu soco. Reforçou mais uma vez a armadura, e todos os golpes desferidos a ele eram praticamente ignorados. Os mais inteligentes, após verem seus iguais machucando-se ao atacar o Kaguya se afastariam, se assustariam ou protestariam. Eru não se importava. Só me deixem sair.

ㅤㅤAndou como se não os visse, enquanto a plateia ia diminuindo o barulho, observando os lutadores abrindo caminho para ele. Qualquer ataque que tentassem era em vão, tal como crianças tentando quebrar uma parede de aço com socos. Procurou pela saída, em completo silêncio, enquanto os lutadores ainda o olhavam assustado. O que é ele? Alguns se indagavam. A plateia, agora o xingava, com razão, Eru acabara com o divertimento deles, interrompendo o ciclo de brigas. Logo logo vocês poderão voltar para suas práticas duvidosas. Só preciso deixar este lugar.

ㅤㅤ– Saim da frente. Por favor.

ㅤㅤSeguiria procurando pela saída, e se nada o impedisse ele deixaria o espaço para trás. Não esqueça sua missão. Lutar num ringue estava muito distante de sua incumbência naquela região.

NOTAS:

Jutsus/Cálculos:

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ㅤㅤConseguiu deixar a arena. Sob chutes e socos chegou até a saída e ergueu o alçapão para voltar até o bar. O idoso que havia oferecido diversão, o olhava sem entender. Eru nem sequer o olhou. O brutamontes também parecia zangado com sua escolha em deixar a arena. O que aquela abominação conversou com esses caras? O homenzarrão ainda marcou o rosto de Eru na mão direita, um desenho delineado e bem detalhado. Aquilo realmente chamou a atenção dele. Estranho... Foi o único ponto que lhe fez desviar o olhar da saída. Deixou o lugar, levemente machucado, com pequenas escoriações. Se eles soubesse como batem fraco... Zombou dos lutadores.

ㅤㅤA rua a frente do bar, tal como a noite, era silenciosa. Havia passado algum tempo dentro daquele estabelecimento. Nem senti que foi tanto tempo assim. Era próximo do horário em que havia marcado com Kenji. Não vou retornar até que tenha achado alguma coisa. Ele que me procure se ficar preocupado. Não deixou o orgulho de lado. Queria encontrar alguma pista, alguma evidência que lhe levasse mais próximo de sua missão. Não me importaria de enfrentar um ou dez inimigos, se eles decidissem me atacar. Com certeza é melhor do que andar sem rumo por uma cidade desconhecida. Aquela situação estava começando a frustra-lo, e como se não bastasse ainda lidava com as rasteiras de sua outra personalidade, invadindo seu corpo. Nem quero imaginar o que ele faz quando toma o controle.

ㅤㅤFoi quando teve uma ideia. É isso. Era arriscada, mas ele confiava nas próprias habilidades. Aproveitou-se do horário noturno, do baixo número de pessoas, das ruas vazias e do clima sereno para ir completamente contra sua diretriz inicial. Estou mudando de tática a partir de agora. Enfiou a mão no bolso e colocou novamente a bandana estilizada na cintura de seu sobretudo. Queria ser visto. Vejam, sou da Névoa. Se eu não consigo chegar até vocês, venham até a mim. Os mendigos e beberrões que compunham a noite não se importariam se ele fosse de Kiri, Konoha ou Kumo, mas com certeza alguém o veria. Vejam. Deixou a espada à mostra também.

ㅤㅤParecia um plano suicida, mas era muito mais inteligente do que parecia. O lugar em que estava agora era relativamente próximo do Oishī Tabemono, que era o bar em que ele e Kenji se encontrariam quando terminassem. Se algo acontecesse naquele perímetro, ele faria questão de que houvesse barulho, barulho suficiente para atrair a atenção do outro Chunin. Ele vai ouvir se eu quiser...


ㅤㅤContinuou andando, dessa vez sem medo ou disfarces.

NOTAS:

Jutsus/Cálculos:

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ㅤㅤA mão de Kenji agarrou-o pela retaguarda, e o chunin quase a perdeu. Louco. Havia pegado Eru de sobressalto, mas dado o susto inicial, o parceiro lhe deu um breve resumo do que havia acontecido com ele enquanto estiveram separados. Mas que bom que estamos juntos de novo, Kenji-kun... O adverso havia retornado. Entre as informações fornecidas por Kenji, o outro atentou-se nas que mais lhe interessava. Não tinha interesse em completar quaisquer missões que fossem. Só ansiava seu próprio deleite.

ㅤㅤ– Vamos chegar mais próximos, aposto que eles tem muito a nos dizer. – E cortou na frente de Kenji, descendo do parapeito e rumando a aglomeração. Não se importou se o chunin estava o seguindo ou não, em vez disso decidiu desembaralhar algumas memórias. Se eu me lembro bem, eu estava num bar, e recebi coordenadas para ir a um outro. Recordo-me que o homem tinha dito que teria lutas, duelos e diversão nesse outro espaço... Careta do jeito que é, Eru deve ter recriminado minha forma de entretenimento e dado no pé. Chato.

ㅤㅤA parte da cidade em que estava era familiar. Chego e digo: olá senhores, vocês estão conspirando, e mato todos? Ou deveria chegar como um correligionário e perguntar se eu posso me sentar? Muitas hipóteses borbulhavam em sua mente vilanesca, e lá só sairia o mal. Olhou para a bandana exposta e decidiu acatar o pedido de Kenji, guardando-a novamente. O que aquele idiota do Eru estava pensando? É mais legal chegar de surpresa.

ㅤㅤQuando chegou próximo do motim, já tinha decidido o que fazer. Vai dar certo, com certeza. Expôs-se fora das sombras dos becos em que havia passado, deixando que aqueles homens o visse. A distância era de dez metros quando ele decidiu fazer contato.

ㅤㅤ– Posso me sentar com vocês? O assunto aqui parece estar bom. Muito bom. – Uma vez mais sua armadura interna estava engatilhada. Por favor, por favor digam que NÃO. Nem atentou-se para ver se o companheiro estava em seu encalço. Que se dane. Fora aqueles agitadores ninguém mais se encontrava naquela parte da cidade. Assim que eu gosto...

NOTAS:

Jutsus/Cálculos:

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ㅤㅤAcordou do limbo de sua mente para se ver defrontado por um grupo de homens. Mais o que? Observou confuso, enquanto fazia o trajeto mental, ligando os pontos. Foi ele de novo... Havia colocado-o mais uma vez em uma situação desconhecida.

ㅤㅤContou vinte e cinco figuras, que o olhavam confusos e hostis mas que ainda não haviam erguido armas para ele. Será que ele encontrou o que eu estava procurando? Manteve-se em silêncio durante o momento de sua recapitulação, com os olhos voltados para o chão, o que deixou os homens ainda mais incertos.

ㅤㅤNotou que sua armadura interna havia sido ativada, o que significava que sua contrametade julgava aquela situação perigosa. Foi bem nesse momento que percebeu o trio às suas costas. Esteve absorto demais para ouvir as pegadas. As falas em tom intimidador da figura central do terceto não o intimidaram, mas o colocou em alerta. Virou-se para responder, sucinto e firme como de costume.

ㅤㅤ– Não. Não gostaria. – Atentou-se aos detalhes visuais daquele que havia lhe dirigido a fala. Os cabelos e o blazer acinzentados, os olhos esverdeados, os dois capangas e o tom de voz imperativo, davam pistas de que não era uma figura amistosa. Será que encontrei?

ㅤㅤReforçou a armadura mais uma vez, aproveitando-se da ativação silenciosa que a habilidade possuía para surpreender seus opositores caso tentassem algo. Se houvesse algum combate, que eles começassem atacando primeiro. Era confiante em suas habilidades defensivas. Incitou uma investida inimiga, ao inclinar o pescoço à procura de Kenji, mas não o encontrou. Estava esperando por um ataque. Sejam previsíveis, andem.

NOTAS:

Jutsus/Cálculos:

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ㅤㅤÀ tentativa de Kenji foi válida, mas já era tarde. Estamos longe demais para recuar agora. Só tinha este pensamento, pois confiava em seu arsenal. Eu vou com tudo... E iria. Não tinha tempo a perder, não poderia arriscar que o outro tomasse posse de seu corpo novamente. Viu o aparente líder deles dando às costas. Proferiu para companheiro.

ㅤㅤ– Kenji, é melhor se afastar. – Espero que ele fosse acatar.

ㅤㅤDe repente, sua pele começa a ganhar pigmentação esbranquiçada, e uma camada branca esconde-a totalmente. Lá estava sua armadura (Sekadosukin), cobrindo-o quase que por inteiro, com exceção de suas pupilas e cavidades nasais. Mas ele não parou nela.

ㅤㅤUma imensa quantidade de chakra foi liberada de seu corpo, fazendo Kenji notar o poder exalado. Era quase visível. Sua marca amaldiçoada havia sido ativada, porém a couraça não deixou que ninguém visse suas modificações. Não queria ter que recorrer a ele... Era a Kala a quem se referia.


ㅤㅤTransformou-se num borrão branco quando avançou para os inimigos. Deu um soco tão violento no primeiro que ele se chocou na parede no instante seguinte, levando o outro que estava atrás dele junto. Ficariam desacordados, ele esperava. Cada golpe era mais ou menos calculado, suficiente para arremessa-los mas não para mata-los. Cada vez que conseguia jogar um dos inimigos aproveitava para fincar um projétil (Manipulação) de osso entre as roupas dos sujeitos e as paredes de pedra que os circundavam. A armadura se abria levemente para permitir que os ossos deixassem o corpo do menino e depois retornavam. Os lançamentos viajariam vinte e seis metros por segundo, então chegariam até eles em milésimos. Se esta primeira iniciativa tivesse surtido o efeito desejado, haveriam nove homens presos entre o concreto e os ossos do Kaguya. E vão ficar ai por um tempo.

ㅤㅤCaso ainda houvessem corajosos naquele bando, e, num ato de loucura decidissem defrontar-se com Eru, ele não iria se responsabilizar por maiores danos causados. Prolongar-se era o que menos desejava. Não quero que o tal chefe se afaste e suma de vista. Quero pega-lo antes disso.

ㅤㅤDependendo do posicionamento dos cinco inimigos, Eru tentaria acerta-los num ângulo em que sua habilidade enclausurasse todos, usando de sua velocidade para acertar a posição exata. De sua vértebra lombar uma massa de espinhos iria se expandir por quinze metros e depois iria se retrair (Mayu no Mai), trazendo todos os corpos que tivesse encaixotado junto ao corpo do menino. Quando a prisão estivesse já bastante comprimida, desprenderia-a do corpo e manteria-os lá presos.

ㅤㅤPorém, seria pego de surpresa por dois espadachins, que efetuariam um corte duplo na altura de sua jugular. A armadura talvez tivesse força suficiente para conter o corte, mas o impacto havia sido sentido. Arrastou os pés na direção contrária, procurando se recompor. Que droga. A dupla era claramente mais forte do que os anteriores.

ㅤㅤComo era só alguns metros que os separavam, Eru aproveitou para cortar distância, colocando-se no meio dos inimigos, se eles não desviassem ou usassem de alguma defesa suas costelas expeliriam-se e se entrelaçariam ao corpo de ambos, prendendo as mãos e travando-os entre as rígidas estruturas ósseas.


ㅤㅤ– Vão continuar? – Se mostrassem resistência forçaria os osso e possivelmente quebraria a mão de um deles, mostrando que sua ameaça não era leviana. Sua cauda (Curinga) estaria atenta para qualquer movimentação por parte dos inimigos à sua volta, assim como seus ossos. É melhor não tentarem nada...

NOTAS:

Cálculos:

Jutsus:

Habilidades:

DATABOOK:

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