Izuku Lee — 暗闇

Gelado, os ventos sopravam pelos telhados onde o Genin deixava seus passos e saltos ecoarem pelas casas por onde estava passando. A luz branda da lua atravessava o nevoeiro que cobria o vilarejo e possibilitava que a sombra do garoto fosse projetada pelas ruas e vielas dais quais passava por cima em seus movimentos ligeiramente apressados. Por todo o caminho que fazia, vislumbrava a principal construção do vilarejo, a desejava, assim como o manto e o titulo de poder que a mesma guardava. A Sombra da Água, a Sombra do Mundo, como desejava para si e para todo o vilarejo. Se seu desejo fosse preso a somente o País da Água não teria tanta sede ao trono, mas o mundo lhe pertencia. Seu ultimo salto pairou sobre as cercas da academia e o fez se erguer com força ate o telhado da escola ninja, onde se sentou no ponto mais alto e de dentro de sua bolsa de armas retirou uma kunai, passando o indicador em seu cabo para gira-la distraído. Izuku deixava seus pensamentos percorrerem, criando cenas em sua mente das coisas que faria, dos nomes, tentando montar uma equipe de ''funcionários''. — Talvez ele possa ser meu assistente... ou meu general talvez. Se as pessoas não colaborassem... eu deveria ser cruel ou bonzinho? O que o povo ia pensar. Mas eu tenho que mostrar ser forte, não uma manteiga. Talvez devesse matar quem negar a Névoa... mas de uma forma silenciosa. — Suspirou, apontando a kunai para o topo do Gabinete, fechando um dos olhos para mirar com perfeição na janela. — Aquele homem, o que faz tanto ali dentro que ainda não dominamos o mundo todo? Essa demora me faz querer ainda mais tomar aquilo. — Se ajeitou no telhado, deixando as pernas suspensas na beirada, balançando-as distraído com os ventos gelados que sobravam seus cabelos escuros, tocavam as pelugens de sua jaqueta de couro e refrescavam seu rosto tomado por um sorriso largo.

Izuku Lee — 暗闇

Estava tao concentrado em observa-lo que por alguns segundos deixou sua guarda baixa, baixa o suficiente para sua audição não detectar a aproximação da figura ''sombria'' que surgia ao seu lado, mas atenta o suficiente para o primeiro ar a sair de seus lábios ao falar chamar a atenção do Lee, que virou seu olhar ligeiramente. A presença do Mizukage naquele exato momento era intrigante, mas ao certo era uma enorme oportunidade. Estariam os ventos gelados do País da Água soprando a sorte no rosto de um Genin visionário? Ainda não podia odiá-lo, sequer desafia-lo, não antes de usar aquela oportunidade para conhece-lo melhor. O titulo que aquele homem carregava ia alem de seu próprio nome, e também não gostaria de ter uma kunai apontada para o Gabinete quando defendesse o mesmo titulo. De forma respeitosa, Izuku se levantou, apoiando a destra no joelho para facilitar o movimento, que era calmo, assim como sua expressão. — Bem que ouvi os ventos sussurrando que hoje eu teria sorte, Mizukage-sama. — O cumprimentou com certa formalidade. Não tinha motivos para ir contrario as etiquetas formais naquele encontro. — Posso ser um pouco dos dois, idiota, corajoso, depende de quem observa, eu prefiro um corajoso idiota com um sonho. — Sorriu gentilmente antes de responde-lo, guardando a kunai na bolsa de onde ela saiu. — Izuku Lee, senhor. Estava apontando para meu futuro Gabinete. Me desculpe, e não me entenda errado, Mizukage-sama, mas tenho planos para Kirigakure que excedem em muito o País. — Ao lado do líder superior de todo o vilarejo, o olhar do Genin brilhava e seu sorriso gentil se moldava em um sorriso visionário, sonhador, largo e com os dentes levemente aparentes. — Então sim, um Genin apontando a kunai para o gabinete. E do gabinete eu apontarei para o restante do mundo. A kunai é a seta que guia meu caminho, não uma arma para desafia-lo. — Completou, dessa vez olhando diretamente para o rosto do líder. O privilegio daquele encontro era indescritível e ao certo seria descrito no livro da vida do Genin. Mas intrigado, a presença do líder ainda era um mistério, uma coincidência. — Cansado da burocracia, Nidaime-sama? — Perguntou curioso, levando as mãos no bolso.

Izuku Lee — 暗闇

O Genin acabava reagindo de forma bem humorada algumas partes da fala de seu líder, e em outros momentos o observava com um tom mais sério e politico, variando entre olhar fixamente para seu rosto e para o gabinete, levando ambas as mãos para os bolsos da jaqueta que vestia. O poder de um exercito, como poderia explicar para o Mizukage que iria se tornar um exercito de um só homem se fosse preciso? Sacrificaria sua própria vida para a conclusão de seus objetivos, deixando um legado a ser seguido pelos demais. — Entender como usar o poder? — Levantou a destra ate a direção do próprio rosto, fechando lentamente na forma de um punho. Sussurrou para si mesmo aquelas palavras e sentiu um calor subir-lhe o antebraço, um calor que o chamava, o calor da abertura dos portões. Suspirou, cessando a vontade vigorosa de deixar seu poder sair. A visão do Mizukage, por mais que não estivesse tão clara para o Genin, não fugia do que realmente almejava para o vilarejo, talvez o próprio titulo de Mizukage ainda estivesse seguro nas mãos de Jyu, enquanto o mesmo lutasse pela vitória sobre todos os povos. — Ainda estou entendendo como usar o meu poder, confesso. Mas esse poder com certeza é movido por Kirigakure, Mizukage-sama. — Se virou, engolindo um pouco de seu próprio orgulho, curvando o corpo poucos centímetros em uma reverencia respeitosa. — Posso estar depositando uma confiança que antes eu não tinha... mas agradeço por estas palavras. — Levantou levemente o corpo. — Não somos tão diferentes... pode contar comigo na linha de frente, senhor. Todos vão se curvar para o poder da Névoa. — Sorriu, olhando novamente para o Gabinete. O coração de Izuku estava acelerado, sentia a emoção de imaginar o futuro, mesmo que o chapéu demorasse para vir a sua cabeça... ter alguém que compartilhasse de seus pensamentos no atual poder era... confortável. Imaginou por alguns segundos se seria rude demais se despedir do líder antes que ele mesmo o faça, afinal, sair do local primeiro que o Mizukage poderia soar como um desprezo a sua presença, já que aquele poderia ser um encontro dado como raro. Mas decidiu faze-lo, um sinal de que se via de igual para igual com ele. Estendeu o punho solicitando um toque de ''amigos''. — Te vejo por ai. — Com um sorriso gentil, esperou a resposta do punho do Mizukage e deixou seu corpo cair do telhado, sereno, como uma queda livre, pousando com calma no chão ate caminhar de volta para sua casa.