- A morte sela a história. - ouviu Saigo em seus sonhos, estava em um longo corredor escuro, com uma luz vermelha lá no fundo, as paredes eram estantes repletas de livros e pergaminhos. - Aqueles que vêm até mim trazem consigo suas histórias, poucos são aqueles que escrevem suas histórias, por isso elas são tão preciosas, é a sabedoria de alguém que já se foi.

Saigo sabia que isso era só parte do sonho, ele havia começado em alguma situação, e a garota nunca saberia como ele iria acabar, mas sentia que havia algo além disso. Acordou como sempre assim que a primeira claridade pintou as cores do céu, ergueu-se e rezou para Jashin por mais um dia de vida após a morte, e jurou cumprir com suas missões por essa bênção, e a missão da vez era estudar, pois sabia que ainda precisava de muita sabedoria para que pudesse espalhar a palavra da discórdia com ainda mais eficácia, e para estudar a kunoichi conhecia o lugar certo, lugar este que inclusive ajudou a faxinar na semana passada, simplesmente a biblioteca da Academia.

Chegando lá, após a tranquila e habitual navegação de canoa entre as ilhas, a garota cumprimentou a velhinha que organizava os livros, que sempre acenava com a cabeça com estranheza, sem lhe dizer nada, e então Saigo começou a estudar livros sobre as histórias que compunham a Vila Oculta da Névoa, não passou nem uma hora lendo entretidamente sobre os massacres que formaram a Névoa quando ouviu o som de peças dentro de uma caixa, quando virou seus olhos para ver do que se tratava a velha senhora estava a encarando atrás de seus óculos, montando um tabuleiro de shogi, foi o convite necessário para que Saigo fechasse seu livro e sentasse do outro lado da mesa, no lado oposto do tabuleiro.

- Só ler não vai te fazer mais esperta… É preciso treinar sua mente. - foi tudo que a velha disse, em sua voz suave, quase inaudível.

Começou a montar o tabuleiro, e Saigo a imitou, a velha começou a jogar, e Saigo tentou imitá-la, sempre que errava em algo só ouvia um resmungar ininteligível da velha, foram várias rodadas até que a garota começasse a entender o funcionamento do jogo, entendeu a diversidade das peças, e que quando elas morrem não morrem realmente, mas podem regressar ao jogo dado algumas circunstâncias, a garota sorriu com a similaridade com sua própria “vida”, mas a velha não via graça alguma, vez após vez derrotou a garota sem dó, e já era noite quando Saigo parou de errar o movimento de suas peças, e uma vez conseguiu capturar a torre de sua oponente, pondo seu rei em cheque, nesse momento a velha a encarou nos olhos pela primeira vez desde o início da jogatina, tomando um aspecto estranhamente sério, e quando retomou a direção do jogo destruiu as peças de Saigo um a um, dessa vez sem facilidade, pois Saigo já havia aprendido a se defender após um dia inteiro de lutar, e quando a garota montava novamente seu tabuleiro a velha simplesmente guardou as peças e fechou a caixa de madeira, silenciosamente retornando aos seus trabalhos. A velha não deu qualquer reação sobre o empenho de Saigo, mas a garota sabia que tinha impressionado sua oponente, e que naquele dia tinha se tornado ainda mais safa, desde então sempre que tinha tempo ia à biblioteca lutar contra a senhora, embora a velha parecesse sempre ler um passo a frente de seus movimentos.

Observações:

Armamentos:

Técnicas usadas: